Farmacologia da gota Flashcards
O que é gota? O que causa?
Artropatia por deposição de cristais de urato monossódico nos tecidos. Normalmente é monoarticular e assimétrica
Hiperuricemia persistente → ultrapassa o limiar de solubilidade do ácido úrico → cristais de urato monossódico
Como é a produção de ácido úrico? E a eliminação?
Produzida a partir da dieta e síntese (a partir das purinas)
Eliminada via renal (2/3) e intestinal (1/3)
O que pode causar hiperuricemia persistente por produção aumentada?
Produção aumentada: ingesta excessiva de purinas, doenças mielo/linfoproliferativas, psoríase, citotóxicos, etanol, deficiência de B12
O que pode causar hiperuricemia persistente por excreção reduzida?
Insuficiência renal
Hipertensão
Fármacos (diuréticos, AAS, pirazinamida)
Etanol
Chumbo
Hipotireoidismo
Fatores contribuintes para gota:
Sexo masculino
Obesidade
Insuficiência renal crônica
Dieta rica em carnes
Álcool
Diuréticos
Fatores genéticos
Momentos da gota:
- Hiperuricemia assintomática (AU > 7): 2/3 se mantém assim
- Artrite gotosa aguda: artrite dolorosa, ocorre por fagocitose dos cristais
- Período intercrítico - intervalos assintomáticos
- Gota tofosa crônica (artropatia crônica) - depósito de cristais nas cartilagens
Manifestações clínicas da gota:
Característica inflamatória, monoarticular, recorrente, intensa e autolimitada
Crises de dor geralmente à noite
Primeira articulação envolvida é normalmente metatarsofalangeana (podagra)
Como é o tratamento da gota?
Manejo agudo da crise - alívio da dor e inflamação → AINEs, corticosteroides, colchicina
Terapia de longo prazo: diminuir a concentração de AU e prevenir novas crises → Alopurinol
Nos casos de hiperuricemia assintomática há indicação de tratamento?
Só é tratada quando os níveis de AU estiverem muito altos (>13 em homens e >10 em mulheres) ou quando a excreção de AU urinário ultrapassar 1100mg/dL
AINEs no tratamento da gota:
Primeira linha para a crise aguda de dor (naproxeno, diclofenaco, ibuprofeno, indometacina)
Até 1-2 dias após a resolução dos sintomas
AAS deve ser evitado - varia os níveis de AU séricos
Colchicina no tratamento da gota, quando é indicada e como age?
Reservada para contraindicações de AINEs na crise. Doses profiláticas de colchicina devem ser utilizadas antes do tratamento a longo prazo
Inibidor de microtúbulos e microfilamentos
Em relação à colchicina:
( ) Aumenta a temperatura corporal
( ) Aumenta a sensibilidade depressora do SNC
( ) Deprime o centro respiratório e intensifica a resposta dos simpaticomiméticos
( ) Diminui o risco de HAS
( ) Possui tempo de meia vida curto, e a ação começa logo após a ingestão VO
( ) Não é contraindicada em pacientes com insuficiência renal e hepática
F - diminui a temperatura
V
V
F - aumenta o risco de HAS
F - longo tempo de meia vida (31hs), com tempo de ação após 12 horas da ingestão - alivia a dor em 24-48hs
F - é contraindicada
Qual classe de fármacos apresenta tais efeitos adversos
( ) Afecções GI, toxicidade renal e cardiovascular
( ) Gastrointestinais, mielossupressão (leucopenia, trombocitopenia), mialgia, miastenia, rabdomiólise, insuficiência renal e doença hepatobiliar
( ) GI, erupções cutâneas e rash cutâneo, leucopenia, eosinofilia, necrose hepática, síndrome de hipersensibilidade ao alopurinol → principalmente em pacientes em uso de HCT e alérgicos à penicilina
AINEs
Colchicina
Alopurinol
Quando os AIEs são indicados para o tratamento da gota? Como podem ser administrados?
Quando AINEs e colchicina são contraindicados (insuficiência hepática ou renal)
VO, IM ou intra-articular (triancinolona)
Como deve ser controlado os níveis de ácido úrico durante a crise de gota?
Não deve fazer parte do tratamento agudo o controle da hiperuricemia. Devem somente ser tratados os sintomas agudos