O Inquérito Flashcards
Se o MP promover um inquérito relativo a um crime semipúblico sem ter sido apresentada queixa, o que acontece?
Nulidade. Cfr 119°b.
Quais são os requisitos para a constituição de assistente?
Em fase de inquérito, pode o MP transformar o processo em sumário?
Se o processo for arquivado, ainda existe possibilidade de seguir para ação?
De que forma o MP adquire a noticia do crime?
O MP adquire noticia do crime por conhecimento próprio, por intermédio dos órgãos de policia criminal ou mediante denuncia
Uma noticia na televisão ou num jornal pode funcionar como noticia de um crime nos termos do artigo 241º?
Uma noticia de jornal pode fundamentar a abertura de um inquérito judicial porquanto pode ser uma forma de aquisição da noticia de crime pelo MP.
Quando os órgãos de policia criminal adquirem a noticia de um crime, o que devem fazer em primeiro lugar e em que prazo?
Sempre que uma autoridade judiciaria, um órgão de policia criminal ou outra entidade policial presenciarem qualquer crime de denuncia obrigatória, levantam ou mandam levantar auto de noticia, onde se mencionem os factos que constituem o crime, o dia, a hora, o local e as circunstancias em que o crime foi cometido e tudo o que puderem averiguar acerca da identificação dos agentes e dos ofendidos, bem como os meios de prova conhecidos, nomeadamente as testemunhas que puderem depor sobre os factos.
O auto de noticia deve ser obrigatoriamente remetido ao MP no mais curto prazo, que nao pode exceder dez dias, e vale como denuncia.
Os órgãos de policia criminal podem investigar um crime sem receberem ordens por parte do MP?
Os órgãos de policia criminal podem investigar um crime, mesmo antes de receberem ordem da autoridade judiciaria competente para procederem a investigações, praticar os atos cautelares necessários e urgentes para assegurar os meios de prova, nomeadamente, a proceder a exames dos vestígios do crime, em especial as diligencias previstas no artigo 171º/2 e 173º, assegurando a manutenção do estado das coisas e dos lugares, a colher informações das pessoas que facilitem a descoberta dos agentes do crime e a sua reconstituição e a proceder a apreensões no decurso de revistas ou buscas ou em caso de urgência ou perigo na demora, bem como adotar as medidas cautelares necessárias a conservação ou manutenção dos objetos apreendidos.
Quando é que a denuncia e obrigatória?
A denuncia e obrigatória, ainda que os agentes do crime não sejam conhecidos para as entidades policiais, quanto a todos os crimes de que tomarem conhecimento e para os funcionários, na aceção do artigo 386º, quanto a crimes de que tomarem conhecimento no exercício das suas funções e por causa delas.
Quando varias pessoas forem obrigadas a denuncia do mesmo crime, a sua apresentação por uma delas dispensa as restantes.
Quando se referir a crime cujo procedimento dependa de queixa ou de acusação particular, a denuncia so da lugar a instauração de inquérito se a queixa for apresentada no prazo legalmente previsto.
Qual a forma, conteúdo e espécies de denuncias?
A denúncia pode ser feita verbalmente ou por escrito e nao esta sujeita a formalidades especiais.
A denuncia verbal e reduzida a escrito e assinada pela entidade que a receber e pelo denunciante, devidamente identificado.
O denunciante pode declarar, na denuncia, que deseja constituir-se Assistente. Tratando-se de crime cujo procedimento depende de acusação particular, a declaração d obrigatória devendo, neste caso, a autoridade judiciaria ou o órgão de policia criminal a quem a denuncia for feita verbalmente, advertir o denunciante da obrigatoriedade de constituição de Assistente e dos procedimentos a observar.
é possível a denuncia anónima?
denuncia anónima só pode determinar a abertura de inquérito se dela se retirarem indícios da pratica de crime ou se constituir crime.
Qual a diferença entre a denuncia e a queixa?
A denuncia refere-se aos crimes públicos e tem legitimidade para a fazer obrigatoriamente as pessoas previstas nos artigos 242º e 244º.
Por sua vez, a queixa diz respeito a crimes semipúblicos ou particulares e tem legitimidade para a fazer os ofendidos ou as pessoas a quem a lei conferir legitimidade para tal.
A queixa refere-se ao crime pelo qual não se pode promover oficiosamente o processo penal. E o ofendido que da a noticia do crime ao MP. A partir desse momenta ele tem legitimidade para promover o processo.
O que é a detenção?
detenção é a “privação da liberdade precária, por um período curto, não excedente a 48 horas, que só poderá manter-se se for confirmada pela autoridade judicial. Essa privação de liberdade, se for judicialmente mantida, passará a designar-se prisão preventiva, in dicionário penal
A detenção no âmbito do artigo 254º abrange testemunhas?
A detenção abrange testemunhas quando se destine a assegurar a presença imediata ou, não sendo possível, no mais curto prazo, mas sem nunca exceder vinte e quatro horas, da mesma perante a autoridade judiciaria em ato processual.
Quem procede a detenção em flagrante delito?
Em caso de flagrante delito, por crime punível com pena de prisão qualquer autoridade judiciaria ou entidade policial procede a detenção ou então qualquer pessoa pode proceder a detenção, caso uma das entidades referidas nao estiver presente nem puder ser chamada em tempo útil.
Há lugar a detenção em flagrante delito em crimes cujo procedimento dependa de acusação particular?
Tratando-se de crime cujo procedimento dependa de acusação particular crimes cujo procedimento nao há lugar a detenção em flagrante delito, mas apenas à identificação do infrator.
O que e o flagrante delito?
E flagrante delito todo o crime que se esta cometendo ou se acabou de cometer.
Reputa-se também flagrante delito o caso em que o agente for, logo apos o crime, perseguido por qualquer pessoa ou encontrado com objetos ou sinais que mostrem claramente que acabou de o cometer ou nele participar.
Em caso de crime permanente, o estado de flagrante delito so persiste enquanto se mantiverem sinais que mostrem claramente que o crime esta a ser cometido e o agente esta nele a participar.
Quais os casos/requisitos em que é possível a detenção fora do flagrante delito?
Fora de flagrante delito, a detenção só pode ser efetuada por mandado do Juiz ou, nos casos em que for admissível prisão preventiva, do MP quando:
- houver fundadas razões para considerar que o visado se nao apresentaria voluntariamente perante autoridade judiciaria no prazo que lhe fosse fixado;
- se verifique perigo de fuga, perigo de perturbação do decurso do inquérito ou da instrução do processo e, nomeadamente, perigo para a aquisição, conservação ou veracidade da prova ou perigo, em razão da natureza e das circunstancias do crime ou da personalidade do arguido, de que este continue a atividade criminosa ou perturbe gravemente a ordem e a tranquilidade publicas que apenas a detenção permita acautelar.
- tal se mostrar imprescindível para a proteção da vítima
As autoridades de policia criminal podem ordenar a detenção fora de flagrante delito, por iniciativa própria?
As autoridades de policia criminal podem ordenar a detenção fora de flagrante delito, por iniciativa própria quando se tratar de um caso em que e admissível a prisão preventiva, quando existirem elementos que tornem fundados o receio de fuga ou de continuação da atividade criminosa, e quando nao for possível, dada a situação de urgência e de perigo na demora, esperar pela intervenção da autoridade judiciaria.
Dite uma MINUTA DE REQUERIMENTO ORAL NA PSP (PEDIDO DE LIBERTAQAO IMEDIATA DO ARGUIDO)
O arguido no processo em epigrafe, melhor identificado nos autos, vem requerer a sua libertação imediata nos termos do artigo 261º CPP, o que o faz com os seguintes fundamentos:
- no dia 09/11/2023, isto é, hoje de manha, o arguido estando em sua casa foi detido dois agentes da P.S.P. que o transportaram para a Esquadra de Policia de Odivelas, tendo de imediato sido constituído arguido;
- Tal detenção e constituição como arguido tiveram como causa factos que se tinham passado há cerca de duas horas no café “Bola de Berlim”, sito na Rua Armindo Cunha;
- Os factos ocorridos podem eventualmente consubstanciar a pratica do crime de ofensa a integridade física simples, p. e p. no artigo 143º do Código de Processo Penal, dado que, apos uma discussão entre o ora Requerente e um antigo conhecido seu, Joao, o mesmo desferiu um murro no rosto.
Perante os factos descritos e estando na presença de um crime semipúblico, nos termos do n2 do 143º, isto é, que depende da apresentação de queixa e não tendo esta sido até ao momento por quem tem legitimidade para o fazer, a detenção efetuada
e a subsequente constituição de arguido são ilegais nos termos do 255/3.
Por outro lado, a detenção também é ilegal pelo facto do arguido nao ter sido detido em flagrante delito e nao estarmos perante nenhuma das situações previstas no artigo 257º em que a lei permite a detenção fora do flagrante delito.
Face ao exposto, deve o arguido ser de imediato libertado.
Em que consiste o inquérito?
O inquérito compreende o conjunto de diligencias que visam investigar a existência de um crime, determinar os seus agentes e a responsabilidade deles e descobrir e recolher as provas, em ordem a decisão sobre a acusação.
A noticia de um crime da sempre lugar a um inquérito?
A noticia de um crime da sempre lugar a um inquérito, ressalvadas as exceções previstas no Código de Processo Penal, 262/2
A quem cabe a direção do inquérito?
A direção do inquérito cabe ao MP, assistido pelos órgãos de policia criminal.
Como termina o inquérito?
O inquérito termina com o MP a proceder, por despacho, ao arquivamento ou a deduzir acusação contra o agente do crime.
O MP procede ao arquivamento do inquérito logo que tiver recolhido prova bastante de nao se ter verificado crime, de o arguido nao o ter praticado a qualquer titulo, de ser legalmente inadmissível o procedimento e quando tiver sido possível ao MP obter indícios suficientes da nao verificação do crime.
Por sua vez, se durante o inquérito tiverem sido recolhidos indícios sufi cientes de se ter verificado crime e de quem foi o seu agente, o MP deduz acusação contra o agente do crime no prazo de dez dias.