Neuromuscular - Neuropatias Flashcards
Por que se diz que a divisão do SNC/SNP é virtual/falsa?
DCNP
Porque os corpos celulares dos neurônios motores inferiores encontram-se DENTRO dos cornos anteriores da medula, além dos gânglios dorsais da medula emitirem prolongamentos centrais que ascendem pelo cordão posterior da medula.
O bloqueio de condução correlaciona-se com o conceito clínico de neuropraxia - V ou F?
DCNP
Verdadeiro.
Obs.: retardos de condução SEM bloqueio ou degeneração axonal não determinam défice motor.
O que são as neuropatias periféricas?
DCNP
Grupo heterogêneo de doenças que comprometem as raízes motoras e sensitivas, os gânglios das raízes, os plexos e os nervos periféricos.
Como podem ser divididas as neuropatias do ponto de vista de topografias?
DCNP
Radiculopatias
Plexopatias
Gangliononeuropatias
Mononeuropatias
Mononeuropatias múltiplas
Polineuropatias
Epidemiologia das polineuropatias?
DCNP
Acometem 2,4-11% da população
Mais comum na terceira idade
1/3 dos casos é de natureza genética
1/3 tem caráter adquirido
Restante desconhecido
Quais as causas de polineuropatias?
DCNP
Hereditárias
Tóxico-metabólicas
Infecciosas
Imunes/inflamatórias
Quais são os sintomas sensitivos positivos?
DCNP
Dor
Alodinia
Parestesia
Disestesia
Quais as manifestações sensitivas negativas?
DCNP
Hipoestesia
Anestesia
Manifestações motoras positivas?
DCNP
Cãibras
Fasciculações
Mioquimia
Manifestações musculares negativas?
DCNP
Fraqueza muscular
Atrofia
Hipotonia
O que é imprescindível questionar na anamnese das polineuropatias?
DCNP
- Tipos de sintomas (autonômicos, sensitivos, motores);
- Topografia de distribuição;
- Tempo de evolução (aguda, subaguda, crônica);
- Sintomas associados;
- Histórico familiar;
- Fatores desencadeantes, de melhora e de piora.
Características gerais das polineuropatias hereditárias?
DCNP
- Início na infância ou adolescência;
- Dificuldade de correr, praticar esportes, desgastes nas pontas anteriores dos sapatos, problemas em calçar sandálias etc.;
- Evolução mais prolongada;
- Histórico familiar, podendo haver histórico de consanguinidade.
Examinar pacientes próximos é importante, pela possibilidade de o indivíduo acometido não se perceber como tal.
Características gerais das polineuropatias adquiridas?
DCNP
- Geralmente iniciam mais tardiamente;
- Evolução mais rápida;
- História clínica rica de fatores de risco -> tabagismo, veganismo, desnutrição, álcool, substâncias ilícitas, medicamentos, promiscuidade sexual, uso de drogas IV, DM, DRC, tireoideopatias etc.
Por que, nas polineuropatias, é imprescindível examinar a pele?
DCNP
As polineuropatias podem ser acompanhadas de alterações cutâneas importantes, como:
- Hipocromia na hanseníase e tuberculose;
- Lesões purpúricas nas vasculites;
- Alopecia no LES, hipotireoidismo, inxicação por tálio, e na MH;
- Linhas de Mee nas unhas de pacientes intoxicados pelo arsênico;
- Angioqueratoma na doença de Fabry;
- Livedo reticular nas vasculites por crioglobulinemia;
- Ictiose na polineuropatia hereditária de Refsum;
- Mal perfurante plantar na hanseníase, DM, HSANs e PAF.
Polineuropatia + manchas hipocrômicas = ?
DCNP
MH
Sarcoidose
Polineuropatias + púrpuras?
DCNP
Vasculites
Polineuropatias + livedo reticular?
Vasculites por crioglobulinemia
Polineuropatia + icitiose?
Doença de Refsum
Polineuropatia + mal perfurante plantar?
Hanseníase
HSANs
DM
PAF
Polineuropatias + Angioqueratoma?
Doença de Dabri
Resumo das alterações de pele x polineuropatias?
Alterações de marcha nas polineuropatias?
Pé caído -> marcha escarvante
Distúrbios proprioceptivos -> atáxica talonante
Polineuropatias sensitivo-dolorosas -> “marcha antálgica” -> como “andando em brasas”.
Resumo de manifestações que nos levam a pensar em etiologias específicas nas polineuropatias?
Polineuropatias x alterações oculares?
Escala de força MRC?
Quais são as principais polineuropatias associadas a dor?
A hipo/arreflexia é comumente encontrada nas polineuropatias, sendo manifestação precoce, sobretudo nas formas mielínicas. Sendo a maioria das polineuropatias comprimento-dependente, os reflexos distais são comprometidos antes daqueles proximais (MMII antes, tricipital por úlitmo) - V ou F?
Verdadeiro.
Nas polineuropatias de fibras finas os reflexos profundos estão preservados, já que a via aferente do arco reflexo é constituída exclusivamente por fibras sensitivas grossas - V ou F?
Verdadeiro.
Dismetria é vista nas polineuropatias atáxicas e nas poligangliononeuropatias, pelo comprometimento das fibras grossas, piorando ao fechar os olhos - V ou F?
Verdadeiro.
Na SGB, em até 40% dos casos tem-se paralisia/paresia dos VII, IX e X, bilateralmente - V ou F?
Verdadeiro.
PAF, porfiria e polineuropatia pós-diftérica também cursam com tais alterações.
Nervos cranianos comumente comprometidos na Miller-Fisher?
Nervos Oculomotores + Facial
Características da neuropatia hansênica a nível de pares cranianos?
V + VII
Assimétricos
VII geralmente é restrito a um ramo (paresia facial de ramo muscular)
Polineuropatias que cursam com espessamento dos nervos periféricos? (6)
Quais os principais nervos palpáveis? (4)
Comumente são palpáveis:
- Ulnar no cotovelo;
- Radial no punho;
- Fibular na cabeça da fíbula;
- Auricular posterior.
Principal causa em nosso meio: MH.
Polineuropatias disautonômicas PURAS são raras, geralmente estando associadas a quadros sensitivo-motores. Quais as principais manifestações autonômicas?
Qual a importância da ENMG nas polineuropatias?
Não serve como um exame subsidiário, mas sim uma extensão do exame neurológico, permitindo diagnóstico sindrômico e topográfico, avaliando estruturas não acessíveis ao exame físico desarmado.
Avalia comprometimento motor, sensitivo, e com algumas técnicas específicas o comprometimento autonômico.
Pode até mesmo sugerir a etiologia, como na Lewis-Sumner ou na NMM.
Como diferenciar, do ponto de vista da ENMG, a polineuropatia desmielinizante hereditária daquela adquirida?
Hereditária -> desmielinizante UNIFORME
Adquirida -> NÃO uniforme
Como classificar as polineuropatias?
-
De acordo com as fibras acometidas ->
- Sensitvas;
- Motoras;
- Sensitivo-motoras -> principal tipo;
- Autonômicas.
-
De acordo com o tempo de evolução ->
- Agudas: até 04 semanas;
- Subagudas: 04-08 semanas;
- Crônicas: > 08 semanas. -
Padrão de evolução ->
- Ascendente: maioria;
- Descendente: alguns tipos, como Miller-Fisher, Bicker-Staff e porfiria.
Características das neuropatias atáxicas?
Polineuropatias por comprometimento de fibras grossas
MMII -> ataxia de marcha; Romberg presente; perda de sensibilidade vibratória; anartrestesia;
MMSS -> ataxia de membros; movimentos pseudoatetóticos; anartrestesia; apalestesia.
As polineuropatias de fibras finas distinguem-se pelos sintomas dolorosos nas extremidades, por vezes apenas nos MMII. Podem apresentar queimação, ardência e formigamento. Por definição, o exame neurológico e a ENMG são normais. Por vezes, pode-se ter diminuição das sensibilidades dolorosa e térmica nas extremidades - V ou F?
Verdadeiro.
Principal fator determinante: intolerância à glicose.
Como diferenciar as ganglionopatias das polineuropatias atáxicas?
Em ambos há o acometimento sensitivo, porém nas ganglionopatias o comprometimento é assimétrico, sem alterações motoras.
Nas polineuropatias motoras e mistas, a fraqueza predomina distalmente nos membros - V ou F?
Verdadeiro.
Em alguns casos de polineuropatia, como carência de B12, intoxicação por chumbo e nas porfirias, a paresia predomina nos membros superiores (diparesia braquial) - V ou F?
Verdadeiro.
Obs.: existem polineuropatias simétricas com padrão NÃO comprimento-dependente. Algumas comprometem apenas os membros inferiores, com padrão paraparético, outras possuem um padrão de diparesia braquial.
Em casos raros, pode comprometer porção proximal dos MMSS, forma pseudomiopática
Principais causas de polineuropatias de fibras grossas (6)?
Principais causas das polineuropatias de fibras finas?
Principais causas de neuronopatias sensitivas?
Diagnósticos diferencias de polineuropatias - Padrão 1:
Fraqueza proximal e distal com hipoestesia
PIDC
Vasculite
Diagnósticos diferencias de polineuropatias - Padrão 2:
Fraqueza distal, simétrica, com hipoestesia
DM
Drogas
Toxinas
Hereditárias
TTR
Paraproteinemia
Diagnósticos diferencias de polineuropatias - Padrão 4:
Fraqueza proximal OU distal, SEM alteração sensitiva
Neuropatia motora multifocal
DNM
Diagnósticos diferencias de polineuropatias - Padrão 3:
Fraqueza distal assimétrica, com parestesia
Vasculite
Neuropatia hereditária sensível à pressão
Trauma focal
Compressão
Diagnósticos diferencias de polineuropatias - Padrão 5:
Fraqueza proximal e distal ASSIMÉTRICA, com hipoestesia
PIDC
Plexopatia
Infiltração malígna
Neurite braquial
HNPP
Diagnósticos diferencias de polineuropatias - Padrão 6:
Neuropatia de fibras grossas e finas, simétrica
DM
Drogas
Toxina
Paraproteinemia
Diagnósticos diferencias de polineuropatias - Padrão 7:
Neuropatia de fibras finas, simétrica, sem fraqueza
DM
Fabry
Amiloidose
HIV
Diagnósticos diferencias de polineuropatias - Padrão 8:
Ataxia proprioceptiva
Deficiência de B12
Toxicidade por piridoxina
Sjögren
HIV
Paraneoplásica
Diagnósticos diferencias de polineuropatias - Padrão 9:
Predominantemente autonômica
Amiloidose
DM
Autoimune
SGB
Diagnósticos diferencias de polineuropatias - Padrão 10:
Com envolvimento de nervos cranianos
Lyme
HIV
Sarcoidose
SGB
Infiltração malígna
Toxicidade por tricloroetileno
Diagnósticos diferencias de polineuropatias - Padrão 11:
Com espessamento de nervo
CMT
Hanseníase
Refsum
Amiloidose
HNPP
Quais são os três mecanismos de lesões nas neuropatias?
- Degeneração axonal;
- Desmielinização;
- Nodo/paranodopatias.
A degeneração axonal ocorre em dying-back -> a lesão está situada inicialmente no axônio, progredinto do axônio distal ao corpo celular.
Pés -> pernas -> joelhos -> mãos -> cotovelo -> abdome -> vértice cefálico.
Nas desmielinizantes, afeta-se segmentos da mielina ou toda a mielina do nervo.
Nas nodo/paranodopatias, as alterações dos canais de sódio ou potássio nesses sítios produz falhas na condução nervosa.
Nomenclatura do exame de sensibilidade?
Qual a principal neuropatia periférica infecciosa?
MH
(Mycobacterium leprae)
Qual o segundo país com maior número de MH?
Brasil
Qual a principal manifestação da MH?
Comprometimento neurológico
100% dos pacientes o apresentam
Seja das terminações nervosas da pele, seja dos troncos neurais
Em 20% dos casos, o paciente evolui com deformidades permanentes, causadas pelas lesões neurológicas.
Casos neurais puros levam a um atraso diagnóstico.
A neuropatia hansênica pode ser aguda ou crônica, e acontecer antes, durante ou após o tratamento com PQT, sobretudo nos estados reacionais, quando ocorrem as neurites - V ou F?
Verdadeiro.
O que é a neurite? (MH)
Reações inflamatórias dos nervos, levando à perda de função, que, na ausênciai do tratamento adequado, pode ser irreversível.
Na evolução crônica, pode estar associada a dores neuropáticas.
Qual o padrão de comprometimento eletrofisiológico da MH?
Desmielinização.
Desmielinização PRECOCE e NÃO-IMUNOMEDIADA.
(Bactéria não tóxica e não citolítica).
Ocorre, pois, desmielinização na fase inicial, na ausência de células imunes.
Características do Mycobacterium leprae?
Metade dos seus genes não codificam proteínas -> necessita da célula hospedeira para sobreviver ((células de Schwann)
Células finas, pouco mielinizadas, são as preferenciais
A não toxicidade é uma vantagem, permitindo a sobrevivência por longos períodos, sem induzir apoptose.
Replicam-se por longos períodos antes que as células imunológicas entrem em cena e iniciem uma resposta inflamatória -> perda da função sensitivo-motora
Duplicação a cada 14 dias
Inicialmente, causa lesão DESMIELINIZANTE, porém, por interferirem no metabolismo mitocondrial, a posteriori, causam lesões axonais.
Qual a principal consequência da MH?
Incapacidadde neurológica pelo comprometimento do SNP
A barreira hematoneural protege o bacilo contra a resposta imune do hospedeiro, levando a uma infecção crônica
O patógeno, mesmo após o tratamento, pode causar dano neurológico.
Quando os antígenos do M. leprae são liberados, há um ataque por macrófagos, células T e citocinas (ou seja, resposta celular, levando ao agravamento da lesão neurológica.
Pode-se haver lesões neurológicas agudas ou crônicas.
Quais os dois principais fenótipos histológicos da MH?
Tuberculoide (TT)
Lepromatoso (LL)
Presentes nos estágios finais da infecção pelo M. leprae, quando as células de Schwann respondem à infecção intracelular por meio da expressão dos vários fatores inflamatórios e citocinas pró e anti-inflamatórias.
Qual a forma de transmissão da MH?
Via respiratória
Após longo e íntimo contato
O bacilo liga-se às células epiteliais nasais por meio da fibronectina (proteína solúvel) -> sangue -> células de Schwann não mielinizadas
Período de incubação do M. leprae?
3-5 anos
(intervalos muito mais longos já foram descritos)
Embora a MH seja uma doença infecciosa crônica, em sua maior extensão ela pode ser considerada uma doença imunológica - V ou F?
Verdadeiro.
Resposta à infecção: parcialmente celular e humoral.
Recrutamento intenso das células T pode levar a uma cura espontânea ou a uma forma paucibacilar.
Se, por outro lado, recrutar-se muitas células T supressoras, inibe-se a imunidade, constituindo importante fator para a evolução multibacilar da doença.
O que é a forma subclínica da MH?
Por algum tempo após a infecção, o M. leprae reside nas células de Schwann sem sinais de infecção, podendo evoluir para a forma clínica ou para a cursa espontânea.
Melhora das condições socioeconômicas, de higiene e nutrilção contribui para a redução do número de indivíduos com a forma clínica da doença.
Características da MH indeterminada?
Lesões pouco evidentes (ausência de resposta mediada por células)
Curso variável
As lesões podem seguir os seguintes cursos:
- Regredir espontaneamente para a cura completa (90% dos casos);
- Permanecer indeterminadas por período prolongado;
- Progredir para doença persistente, para qualquer polo do espectro, com diferentes sinais e sintomas e distintas formas de evolução.
Classificação de Ridley e Jopling (MH)?
Cinco subgrupos:
- TT (tuberculoide);
- LL (lepromatoso);
- BL (borderline LL);
- BB (borderline-borderline);
- BT (borderline TT).
Essa classificação busca expressar a imunidade dos pacientes, uma vez que a resposta imune determina tanto o espectro quanto o prognóstico.