MI_9_Estado Confusional Agudo do Idoso Flashcards
Define estado confusional agudo
É uma síndrome neuropsiquiátrica transitória e
flutuante (de consciência e de função cognitiva), de início súbito, frequente nos doentes internados e em particular na população geriátrica e paliativa.
Define Delírio
Sintoma de uma doença psiquiátrica, presente sobretudo em quadros psicóticos em que há uma forte convicção sobre determinado facto, uma ideia persistentemente errada e que vai contra a razão
Definição de Delirium segundo o manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (DSM-4)
1) Uma alteração da consciência, em que existe uma capacidade diminuída em focar, manter ou alterar a atenção;
2) Alteração da cognição, que engloba a memória, a orientação e a linguagem ou
3) Desenvolvimento de alteração da perceção que não pode ser explicado por um quadro demencial pré-existente ou em evolução. Estas alterações ocorrem num curto período (horas/dias) e tendem a flutuar ao longo do dia (flutuação circadiana).
Estado Confunsional Agudo no Idoso é sinónimo de Delírio ou Delirium?
Delirium
Delirium≠Delírio
Quais são os 3 tipos de Delirium?
- Hipoactivo (mais comum)
- Hiperactivo
- Misto - Flutuação entre os dois subtipos
Caracterize o Delirium hipoativo
3 características
Hipoactivo (mais comum) - Mais difícil de diagnosticar pelo quadro menos florido e por desconhecimento por parte de muitos profissionais de saúde. Os doentes estão prostrados, letárgicos e apresentam maior risco de infeção ou úlceras de pressão.
*Lentificação psicomotora;
*Prostração, sonolência, letargia;
*Maior risco de infeção
Caracterize o Delirium hiperativo
Hiperactivo – típico das síndromes de privação. Os doentes encontram-se agitados, confusos, por vezes agressivo e apresentam maior risco de quedas.
*Maior atividade psicomotora;
*Inquietação, ansiedade, confusão, agressividade;
*Maior risco de quedas
Qual é a prevalência geral do ECAI
A prevalência geral é de 1-2%. Aumenta com a idade (sobretudo após os 85 anos), com o grau de fragilidades, comorbilidades e a gravidade da patologia aguda
* Em geral: 1-2%
* > 85 anos = 14%
* Serviço de Urgência: 5- 20%
* Cuidados Intensivos: 83- 87%
* Enfermaria médica
0h: 15-20 %
72h: 18-40%
Caracterize a Mortalidade no Delirium
Mortalidade ↑ quando há delirium na admissão ou se houver passagem para UCI
Caracterize a fisiopatologia do Delirium
Teoria mais aceite: ↓ atividade colinérgica & ↑ dopaminérgico por alteração de neurotransmissão OU inflamação (IL-1, IL-2, IL-6, TNFa, INF)
Para doentes mais jovens e saudáveis, é necessária uma condição aguda grave como a sépsis para desenvolver um quadro de Delirium.
Nos idosos que apresentam múltiplas morbilidades e que estão polimedicados, fatores precipitantes menos graves como uma infeção urinária, uma infeção respiratória, desidratação ou uma alteração metabólica podem causar Delirium.
Quais são os fatores predisponentes do ECAI?
7
A etiologia é multifatorial e depende da interação entre as características do doente, da sua condição clínica e as características do meio em que está inserido (p.e se passou para a unidade de cuidados intensivos ou se foram realizados procedimentos invasivos)
Quais são os fatores precipitantes do ECAI?
12
I WATCH DEATH: Infection, Withdrawl, Acute metabolic disorder, Trauma, CNS pathology, Hypoxia, Deficiencies, Endocrine, Acute vascular. Toxins/drugs and Heavy Metals
Podem coexistir vários fatores precipitantes. Os dispositivos invasivos como a algália e a sonda nasogástrica também podem precipitar o Delirium, assim como qualquer procedimento médico ou cirúrgico. A identificação do fator precipitante é importante tendo em conta que em
50% dos casos o Delirium é potencialmente reversível. Quandocoexistem vários fatores, atuar em um pode ser suficiente para resolução do quadro.
Caracterize a Abordagem diagnóstica do Delirium
Idoso doente e confuso é delirium até prova contrária
Diagnóstico é clínico
Anamnese
Quando doente não colabora, contactar familiares, cuidadores, enfermeiro.
Importante: estado basal, comorbilidades, fármacos, abuso de substâncias
Exame Objetivo
Importante: febre, palidez, desidratação, dificuldade respiratória.
Medir Fc, Fr, TA, glicémia, satO2
Ver se há algum dispositivo
- se houver algália é importante saber o tipo, quando foi trocada, e diurese de 24h
Procurar lesões cutâneas e úlceras de pressão
MCDTs
Avaliação de fármacos (NOTA: velhinhos são super medicados com benzos que causa hiponatrémia)
Exame urina, Rx Tórax, ECG
Qual o tipo de Delirium? Quais os fatores predisponentes (3)? Quais os fatores precipitantes (3)?
Delirium Hiperativo = “agitação psicomotora”
Fatores Predisponentes = Dependência (”parcialmente dependente nas AVD”) + síndrome demencial + comorbilidades
Fatores Precipitantes (raciocínio no próximo slide)
- Infeção pulmonar não excluindo urinária
- Cardiopatia isquémica ou hipertensiva com IC descompensada devido a infeção
- DPOC agudizada devido a infeção
NOTA: maioria dos casos há inter-relação entre fatores precipitantes e predisponente
O doente com Delirium apresenta Síndrome Demencial, o quê que devemos perguntar ao cuidador?
4
- Há quanto tempo foi diagnosticado?
- Está medicado?
- Está a ser acompanhado em neurologia?
- O seu quadro tem agravado?
O doente com Delirium apresenta DPOC, o quê que devemos perguntar ao cuidador?
7
- Há quanto tempo deixou de fumar?
- Qual era a carga tabágica (unidades maço-ano)?
- Quantas infeções respiratórias apresentava anualmente e ser internado devido a essas infeções.
- Toma broncodilatadores?
- Faz oxigenoterapia no domicílio?
- É acompanhado na especialidade de pneumologia? É acompanhado pelo médico de família? Quando é que foi a última consulta?
- Tomou a vacina antigripal?
O doente com Delirium apresenta HTA, o quê que devemos perguntar ao cuidador?
7
- Posologia
- Há quanto tempo foi diagnosticada?
- Qual o perfil tensional?
- Mede diariamente a sua tensão arterial?
- Tem complicações?
- Tem alterações renais ou oculares? Está a ser seguido nessas áreas?
- Teve algum evento vascular-cerebral? E cardíaco (IEAM)?
A posologia está relacionada com o tempo de ação e a dose terapêutica do medicamento em questão
O doente com Delirium apresenta Diabetes, o quê que devemos perguntar ao cuidador?
9
- Há quanto tempo foi diagnosticado?
- Há quanto tempo toma ADO? Sempre fez ADO ou já fez insulinoterapia?
- Qual o perfil glicémico?
- Qual a glicémia capilar em jejum e pós-prandial?
- HbA1c
- Quais as complicações micro e macro vasculares? Tem nefropatia diabética? Tem neuropatia? Tem úlceras ao nível dos pés?
- O paciente costuma ir a consultas oftálmicas? Com que frequência? Tem alguma alteração? (excluir nefropatia diabética)
- Tem alterações da função hormonal?
- Tem consulta de diabetologia ou se é simplesmente seguido pelo médico de família?
O doente com Delirium apresenta Dislipidémia, o quê que devemos perguntar ao cuidador?
2
- É medicado? Qual é a medicação?
- Qual o perfil lipídico? Quando foi a última vez que o realizou?
O doente com Delirium apresenta Tosse, o quê que devemos perguntar ao cuidador?
3
- Tipo: seca, produtiva, mucosa, purulenta, mucopurulenta, hemoptoica, etc.
- Padrão: matinal, noturna
- No caso de ter secreções, consegue expulsá-las?
O doente com Delirium apresenta Dispneia, o quê que devemos perguntar ao cuidador?
4
- Início do sintoma?
- Começou com cansaço e tem vindo a agravar?
- Tem dificuldade em subir escadas? Tem dificuldades em andar em caminho plano?
- Dificuldade a fazer a higiene pessoal?
O doente com Delirium apresenta Febre, o quê que devemos perguntar ao cuidador?
5
- Qual a curva térmica?
- Padrão: manhã, noite
- É contínua?
- Qual é o máximo diário?
- Desce com antipiréticos?
Qual o raciocínio a ter ao olhar para este quadro clínico:
Mais provável= Febre + Tosse + Dispneia ➞ **infeção pulmonar **
MAS TAMBÉM PODE SER:
Tosse + Dispneia + comorbilidades ➞ cardiopatia isquémica ou hipertensiva com IC
Diagnóstico diferencial:
- Ortopneia?
- Dispneia paroxística noturna?
- Tonturas?
- Edema periférico
- Palpitações?
- Lipotimias?
- Síncope?
Febre + diabético ➞ infeção urinária (pielonefrite)
Diagnóstico diferencial:
- Disúria
- urgência miccional
- Polaquiúria
- Hematúria
- Dor lomba
A que está associada a taquicardia observada neste EO?
A taquicardia está provavelmente associada à febre.
Falta aqui aspetos para ter um exame objetivo completo como exame objetivo do abdómen, palidez do paciente,
observação dos membros inferiores, entre outros.