MI_11_Fluidoterapia de Manutenção vs Apoio Nutricional Flashcards
Define Jejum
Um estado no qual o indivíduo não ingere alimentos durante ≥6 horas. Por exemplo, quando um doente tem de fazer análises em jejum às 8h da manhã, isto significa que o doente, no mínimo, tem de estar sem comer desde as 2h da manhã (intervalo mínimo de 6h).
Define Jejum prolongado
Jejum prolongado caracterizado pela falta de ingestão de alimentos durante um período de pelo menos 72 horas
Caracterize as Reservas energéticas disponíveis no ser humano
3
Os lípidos (gorduras) constituem cerca de 85% das fontes de energia, as proteínas constituem cerca de 14% e os glícidos constituem cerca de 1%.
na aula no ano passado o professor disse que convinha sabermos isto
O que é que acontece ao fim de 24h sem ter uptake de macro e micro nutrientes?
5
Esgotam-se as reservas glucídicas
- Tecidos consumidores obrigatórios de glicose (ex. cérebro) há processo de autofagia das suas macromoléculas estruturais (especificamente as proteínas, numa primeira instância, e posteriormente os lípidos)
- Perda de azoto e proteínas é minimizada
- 1g de azoto = 6.25g de proteínas
- Beta oxidação fica como principal fonte de energia
- Mecanismo de adaptação ao jejum = switch no jejum simples em que se minimiza perda de proteínas
Define estado de inanição
A inanição é caracterizada por um estágio de total ausência do consumo alimentar, muitas vezes reconhecida como “fome crónica”. Como resultado, leva a uma importante e rápida perda de peso, incluindo perda de gordura corporal e massa muscular.
Explica o shift metabólico que ocorre num doente em jejum prolongado.
Nesta adaptação, o organismo faz ao longo do tempo um shift do centro do metabolismo, passando a obter energia através de lípidos em vez de proteínas, daí o emagrecimento progressivo da pessoa até, obviamente, não haver mais opção de macronutrientes e a pessoa acabar por falecer
Há outra situação, para além do jejum prolongado que também causa um shift metabólico. Qual é? Caracteriza
Existe também o caso de o doente estar num estado de stress (como por exemplo, na Unidade de Cuidados Intensivos), este até pode ter um preenchimento adiposo adequado, mas a massa muscular pode estar drasticamente diminuída, o que indica uma proteólise a grande escala para obtenção de energia, potenciada pelo caráter pró-inflamatório do stress.
Se este estado e esta perda não forem contrariados, não haverá adaptação ao jejum e a pessoa acaba por morrer.
Porque razão não costumamos aumentar muito o aporte proteico a um doente nos Cuidados Intensivos?
O professor salientou que não vale a pena aumentar muito o aporte proteico do doente para substituir as perdas de azoto, uma vez que a partir de certo nível, o organismo degrada todas as proteínas em excesso, principalmente num estado de stress.
Numa pessoa com o peso médio, quanto tempo consegue sobreviver com a sua reserva normal lipídica?
4 a 5 semanas em jejum
Como devemos abordar o Doente Crítico, em relação às suas necessidades nutricionais?
O doente mais “instável” deve receber menor aporte calórico-proteico na fase inicial
- Infelizmente nem sempre foi assim–hiperalimentação!!!
- Mecanismo adaptativo (falta de apetite…)
Posteriormente, o aumento do aporte deve ser lentamente progressivo.
Doentes mais graves oxidam menos!
- O excesso de glucose não metabolizada sobrecarrega a via metabólica alternativa com formação de triglicéridos e deposição de gordura, em particular esteatose hepática.
Este processo de lipogénese causa aumento de gasto energético, de produção de CO2 bem como de água, podendo este último ser responsável por elevação ponderal.
Resistência à Insulina
- ACTH, Cortisol, adrenalina e noradrenalina estão elevados em doentes graves, provocando aumento da produção hepática de glucose e glicogenólise.
O que é a fluidoterapia de manutenção?
Fluidoterapia de manutenção = impedir catabolismo proteico autofágico (↓ gluconeogenese)
É uma técnica terapêutica de suporte na qual se administram soros endovenosos de manutenção da homeostase metabólica e equilíbrio hidro- eletrolítico, na qual NÃO HÁ QUALQUER PROMOÇÃO DA SÍNTESE PROTEÍCA
Quais são os 4 componentes principais dos soros usados na fluidoterapia de manutenção?
- Água (o aporte é variável entre doentes e entre ambientes (é diferente a administração de água EV diária num doente apendicectomizado não desidratado [cerca de 2L] do que num doente apendicectomizado num dia quente e seco [pode chegar aos 6L]);
- Glicose;
- Sódio;
- Potássio.
Quais são os 2 tipos de fluidos da fluidoterapia de manutenção?
Cristaloides: soluções aquosas de eletrólitos ou de moléculas não ionizáveis de muito pequena dimensão (< 0.001μm). Podem ser:
* Isotónico, hipotónico, hipertónico (Na+);
* Equilibrado e não equilibrado (composição);
* Tamponado e não tamponado (pH)
Coloides: São dispersões aquosas de partículas de maiores dimensões (0.001 a 0.1μm), com propriedades coloido-osmóticas, exercendo por isso uma determinada pressão oncótica, ficando confinados durante um certo tempo ao espaço intravascular.
Qual é a constituição típica do soro fisiológico?
Soro fisiológico: NaCl 0,9%. É um soro tipo cristaloide, isotónico, não equilibrado e não tamponado
1L de soro fisioológico tem quantas gramas de Na?
1L de soro fisiológico = 9g de Na+ (156mEq)
9g de sal é o dobro que a necessidade diária recomendada
Quais são os riscos associados à administração de soro fisiológico?
3
- hipernatremia,
- hipercloremia,
- acidose metabólica com AG normal
O que constitui um soluto polieletrolítico?
3
Soluto polieletrolítico = água + Na+ + açúcar
Porquê que o potássio não pode ser injetado na circulação?
pode levar a hipercaliémia
Qual é a forma típica de administração de Potássio na fluidoterapia?