MI_6_DPOC/Asma Flashcards
Caracterize a DPOC
Doença pulmonar crónica caracterizada por sintomas respiratórios persistentes e limitação do fluxo (FEV1/FVC < 0.7) que é causada por obstrução das pequenas vias e/ou destruição do parênquima
Prevenível & tratável mas não curável
Geralmente progressiva e associada a uma resposta
inflamatória anómala pulmonar e das vias respiratórias a partículas ou gases nocivos. As suas exacerbações e comorbilidades contribuem para a gravidade global da doença.
Caracterize a Prevalência da DPOC
É uma doença com grande prevalência e incidência sendo responsável por uma elevada mortalidade e morbilidade. Tem um peso económico e social muito elevado, uma vez que, afeta diretamente o bem-estar dos doentes, a sua autonomia e a sua atividade física.
Caracterize a Epidemiologia da DPOC
Pensa-se que em 2010 existiam, a nível global, cerca de 380 milhões de doentes com DPOC, o que, perfazia uma prevalência de aproximadamente 12%.
Anualmente, estima-se que haja cerca de 3** milhões de mortes por DPOC**. Prevê-se que, em 2030, ocorra um aumento de 1,5 milhões de mortes por ano.
É mais prevalente:
* em fumadores
* em grupos >40 anos
* em homens do que em mulheres;
Em** Portugal, a prevalência ronda os 14%**
Quais são os fatores de risco da DPOC?
10
- Tabagismo - fator de risco principal para a DPOC;
- Exposição ocupacional a partículas orgânicas,
- Químicos e fumos;
- Poluição ambiental;
- Infeções respiratórias na infância/ de repetição;
- Baixo status socioeconómico ;
- Asma/ Hiperreatividade brônquica;
- Genética- défice de alfa-1 antitripsina;
- Tabagismo passivo;
- Envelhecimento populacional;
Quais são as 2 doenças que compõe a DPOC?
DPOC = bronquite crónica + enfisema
BC ➞ características clínicas (ex. tosse produtiva)
E ➞ alterações estruturais (aumento dos alvéolos)
Em que é que se baseia o Diagnóstico da DPOC?
2 coisas
DIAGNÓSTICO Sintomatologia + Espirometria
Tríade: dispneia + tosse crónica + secreções mucosas
- Tosse pode ser intermitente ou não, produtiva (ou não) e com espirros
- Dispneia pode ser progressiva, piorando com exercício e persistente
- Expetoração devido a hiperplasia + hiperreatividade brônquica
- AP = pieira, sibilos, ↑tempo expiratório
Qual é o exame usado no diagnóstico da DPOC?
Espirometria (Gold Standard): FEV1/FVC < 0.7 após administração de BD de curta duração confirma DPOC
Caracterize a Fisiopatologia da DPOC
- Inalação de partículas de biomassa e outras;
-
Processo inflamatório a nível pulmonar que induz um aumento dos linfócitos T CD8 e dos mediadores inflamatórios (citocinas inflamatórias, etc) que interagem com as proteases, gerando um desequilíbrio entre estas e as anti-proteases;
2.2. O aumento das proteases vai levar a uma destruição da elastina presente no parênquima pulmonar (situação muitas vezes associada ao enfisema);
2.3. Concomitantemente, a célula entra num estado de stress oxidativo (devido à libertação de oxidantes como resposta à inflamação), levando a uma diminuição dos antioxidantes endógenos. Estas situações provocam alterações no parênquima pulmonar e nas vias respiratórias sendo responsáveis pelos sintomas da DPOC
Para além do parênquima pulmonar quais são as outras alterações causadas pela inflamação, juntamente com o stress oxidativo resultante do desequilíbrio entre as proteases e anti-proteases?
3
- hiperplasia das células mucosas;
- hiperreatividade brônquica;
- hipertrofia do músculo liso a nível das grandes vias aéreas.
A que é que levam as alterações estruturais da DPOC?
- limitação do fluxo aéreo;
- alteração das trocas gasosas;
- hipersecreção de muco;
- hipertensão pulmonar.
Quais são os 3 principais sintomas da DPOC
Dispneia
Tosse Crónica
Expectoração
Caracterize a Dispneia na DPOC
3
- progressiva ao longo do tempo;
- piora com o exercício físico;
- persistente.
Caracterize a Tosse Crónica na DPOC
3
- pode ser intermitente ou não;
- produtiva ou não;
- com espirros recorrentes
Caracterize a Expectoração na DPOC
A hiperplasia das células mucosas e a hiperreatividade brônquica levam à produção de muco. Qualquer tipo de produção de secreções mucosas pode ser indicativo de DPOC.
Tabela da Aula - Key Indicators for considering a diagnosis of COPD
O que é que devemos perguntar a um doente suspeito de DPOC?
8
- Exposição a fatores de risco
- História pregressa
- História familiar de DPOC
- Padrão de sintomatologia
- História de exacerbações ou internamentos prévios
- Presença decomorbilidades
- Impacto da doença na qualidade de vida
- Suporte Social
O que é que devemos procurar num EO de um doente suspeito de DPOC?
9
- Em estadios precoces, o exame físico pode não revelar
alterações - Sinais de tabagismo ativo (odor, coloração dentária,
unhas) - Auscultação pulmonar: pieira, sibilância e aumento de
tempo expiratório - Sinais de hiperinsuflação -> toráx em barril
- Posição “tripé” -> facilita ação dos músculos acessórios
- Cianose
- “Pink puffers” vs “Blue boaters” -> sem relevância atual
- Sintomas constitucionais
- Sinais de insuficiência cardíaca direita
Cartoon - Bronquite Crónica VS Enfisema
Esquema -Blue Bloater VS Pink Puffer
Symptoms ans Complications
Como é que são o FEV1 e CVF de um doente obstrutivo quando comparados com um normal?
Nos doentes com um perfil obstrutivo (FEV1/CVF<0,7) o FEV1 e a CVF são mais baixos, comparativamente a indivíduos normais.
Caracteriza os diferentes graus de DPOC
GOLD
Uma vez efetuada a espirometria (pós-broncodilatador) e após termos confirmado o diagnóstico de DPOC
(confirmado que o FEV1/FVC <0.7), devemos analisar o grau de gravidade da limitação do fluxo aéreo.
Esta avaliação é feita com base no valor do FEV1 e permite-nos estabelecer 4 graus GOLD:
É a partir desta classificação que vamos categorizar, prever a mortalidade e hospitalização dos nossos doentes.
Quais são as principais alterações num RX Toráx num doente com DPOC?
3
- Horizontalização das costelas
- Retificação do diafragma
- Hipertransparência do parênquima pulmonar
No entanto, nada disto e patognomónico da DPOC.
A técnica Gold Standard para o diagnóstico do enfisema pulmonar é a TC Torácica de alta resolução, no entanto, não está recomendado de rotina mas é útil para avaliar o componente de enfisema da DPOC.
Define Bronquite Crónica
tosse com expetoração durante > 3 meses por ano durante 2 anos consecutivos
Caracterize a Fisiopatologia da Bronquite Crónica
Resulta da exposição a estímulos nocivos, ↑ stress oxidativo (tabagismo) e ↑ libertação ROS
Inflamação ➞ hiperplasia + hipertrofia das goblet cells & cilia não móveis + curtas ➞ tosse produtiva crónica
- Índice de Reid > 0.5 (espessura de muco/espessura da parede)