LINDB e Princípios Gerais Flashcards

1
Q

Fale acerca do plano de Existência de uma lei.

A
  1. A lei existe a partir do momento em que esta é promulgada e publicada, ainda antes de finalizada sua “vacatio legis”.
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2
Q

Fale acerca do plano de Validade de uma lei.

A
  1. Critério dogmático-formal, de compatibilidade da lei com o ordenamento jurídico.
  2. Compatibilidade formal: referente à correspondência ao procedimento legal.
  3. Compatibilidade material: referente ao conteúdo da lei, compatível com o resto do ordenamento.
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3
Q

Fale acerca do plano da Vigência de uma lei.

A
  1. Consiste em critério temporal, entre o momento em que a vacatio legis acaba, até o momento em que esta é revogada.
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4
Q

Fale acerca do plano de Eficácia de uma lei.

A
  1. Consiste na aptidão de uma norma produzir efeitos concretos.
  2. Pode ser social: quando existem condições fáticas para que a norma seja aplicada.
  3. Pode ser técnica: quando, por exemplo, exige-se regulação para que seja possível a aplicação da lei.
  4. A eficácia de uma norma pode ser PLENA, LIMITADA E CONTIDA.
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5
Q

Fale acerca do plano do Vigor de uma lei.

A
  1. Consiste na efetiva aplicação de uma lei.
  2. Uma lei, mesmo revogada, ainda tem vigor sobre os fatos ocorridos durante sua vigência. É o que se chama de Ultratividade.
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6
Q

No tocante à “Vacatio Legis”, responda:

  • Em caso de omissão, qual é o prazo no Brasil e nos Estados Estrangeiros em que se aplique a lei brasileira.
  • Como se dará a contagem.
A
  1. É, em regra, de 45 dias, quando a lei não dispõe em prazo diverso.
  2. Nos estados estrangeiros, em que se aplica a lei brasileira, a vacatio legis é de 3 meses.
  3. Na contagem inclui-se o dia da publicação e o último dia do prazo, entrando em vigor no vigência no dia seguinte.
  4. Não importa se o último dia do prazo cair em dia não útil. Entrará em vigor assim mesmo.
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7
Q

Em relação a prazos, o que se entende por “MEADO”.

A

Em qualquer mês, o seu décimo quinto dia, e se dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.

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8
Q

Em regra, em toda lei deve vir expressa a data em que começará a sua vigência, podendo-se reservar a cláusula “entra em vigor na data de sua publicação” para quais espécies de leis…

A
  1. Lei de pequena repercussão.
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9
Q

Atos normativos administrativos (regulamentos, decretos…) entram em vigor em que momento?

A
  1. No momento de sua publicação, não havendo Vacatio Legis.
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10
Q

Durante a Vacatio Legis de uma lei, se houver republicação para correção do texto, a contagem do prazo será reiniciada:

a) para toda a lei;
b) somente para a parte alterada, permanecendo os demais dispositivos com contagem inalterada.

A

b) somente para a parte alterada.

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11
Q

Qualquer alteração à lei já em vigor será considerada ….

A

Lei nova.

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12
Q

Fale acerca do instituto da revogação:

  1. O que é?
  2. Classificação.
A
  1. Consiste na possibilidade de uma lei retirar a vigência de um outra.
  2. A revogação poderá ser expressa (ou por via direta) ou tácita (ou por via oblíqua).
  3. A revogação poderá ser total (ab-rogação) ou parcial (derrogação).
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13
Q

Verdadeiro ou Falso:

Lei posterior especial necessariamente revoga lei anterior geral.

A

Falso.

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14
Q

Verdadeiro ou Falso:

Lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, revoga a lei anterior.

A

Falso. (LINDB, art. 2º, §3º).

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15
Q

Segundo o que dispõe o art. 2º, §1º, da LINDB, em que hipóteses lei posterior revoga lei anterior.

A
  1. Quando expressamente declarar.
  2. Quando for com ela incompatível.
  3. Quando regular inteiramente matéria de que tratava a lei anterior.
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16
Q

Fale acerca dos critérios utilizados na solução de antinomias jurídicas.

A
  1. Lex superior (mais forte): a lei de hierarquia superior prevalece sobre as demais.
  2. Lei specialis (intermediário): se houver conflito entre leis de mesma hierarquia, que tratem da mesma matéria, a norma que estabelece normas especiais prevalece sobre a norma que estabelece regras gerais, naquilo em que forem incompatíveis.
  3. Lex posterior (mais fraco): se regras de mesma hierarquia estão em conflito, a mais recente prevalece sobre as demais.
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17
Q

Em relação à utilização de critérios para a solução de conflitos, as antinomias podem ser classificadas como de 1º e 2º grau. Fale sobre elas.

A

1º grau: são aquelas que exigem a utilização de apenas um critério para que o conflito seja solucionado.

2º grau: são aquelas que exigem a utilização de, ao menos, dois critérios para que o conflito seja solucionado.

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18
Q

Fale acerca do instituto da Repristinação e do seu tratamento na LINDB.

A
  1. Consiste na possibilidade de uma lei revogada ter a sua vigência restaurada em razão da revogação da lei que a revogou.
  2. Salvo disposição em contrário, não é admitido.
  3. Nem todas as leis são compatíveis com a repristinação.
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19
Q

Fale acerca do controle de constitucionalidade em consonância com os EFEITOS REPRISTINATÓRIOS.

A
  1. Se a lei revogadora for objeto de controle de constitucionalidade for declarada inconstitucional, poderá a lei revogada ter seus efeitos restabelecidos.
  2. Isso ocorrerá apenas se não houver modulação de efeitos, ou seja, se o STF definir que a lei inconstitucional não produziu efeitos.
  3. Se decidir que a lei inconstitucional produziu efeitos válidos, a revogação permanence.
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20
Q

Quais são as principais técnicas de interpretação.

A
  1. Sistemática: consiste na interpretação da norma levando em consideração o ordenamento jurídico com um todo.
  2. Gramatical, Lógico-gramatical, filológico, léxico ou Literal: interpretação do sentido das palavras no texto, de acordo com as regras de linguagem.
  3. Histórica: leva em consideração a evolução histórica, desde a elaboração da norma.
  4. Lógica: utiliza-se do raciocínio lógico, considerando as ideologias políticas, sociais e econômicas, para analisar a extensão da norma, desvendando seu sentido e alcance.
    5: Teleológica ou Finalística: busca analisar as finalidades que ensejaram a elaboração da norma, adaptando-a às novas exigências sociais.
  5. Evolutiva: PRÓPRIO DA EXEGESE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS, onde há alteração do conteúdo da norma sem modificação do seu teor literal.
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21
Q

Quanto à origem, como pode ser classificada a interpretação.

A
  1. Autêntica: realizada pelo próprio Poder Legislativo. Edita-se uma nova lei para interpretar a lei.
  2. Doutrinária: realizada pelos doutos.
  3. Jurisprudencial: realizada pelos juízes e tribunais.
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22
Q

Quanto ao resultado, como pode ser classificada a interpretação.

A
  1. Declarativa: ocorre quando a letra da lei corresponde exatamente ao que queria dizer.
  2. Extensiva: ocorre quando a letra da lei diz menos do que queria dizer, devendo o intérprete ampliá-la para alcançar hipóteses SEMELHANTES.
  3. Restritiva: ocorre quando o texto da lei diz mais do que ela queria dizer, devendo o intérprete restringi-la.
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23
Q

O que se entende por subsunção do fato à norma e integração normativa.

A
  1. Subsunção do fato à norma é o que se convencionou dizer quando o fato concreto se encaixa perfeitamente ao conceito abstrato previsto na norma.
  2. Integração normativa é o procedimento utilizado quando não é possível a subsunção do fato à norma, devendo o intérprete superar tal lacuna, utilizando-se da analogia, costumes e princípios gerais do direito (fontes formais secundárias). Art. 4º da LINDB, sendo essa ordem preferencial.
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24
Q

Segundo a doutrina de Maria Helena Diniz, como são classificadas as lacunas.

A
  1. Lacuna normativa: quando não há norma prevista para determinado caso concreto.
  2. Lacuna axiológica: quando há norma, mas esta se mostra injusta ou inadequada para o caso concreto.
  3. Lacuna ontológica: quando há norma, mas esta não tem eficácia social.
  4. Lacuna de conflito ou antinomia: quando duas normas válidas, aparentemente se aplicam ao mesmo caso, sendo solucionado no caso concreto.
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25
Q

Fale acerca da Analogia.

A
  1. Consiste em instrumento de integração normativa.
  2. Tem o objetivo de suprir a AUSÊNCIA DE NORMA, aplicando ao caso concreto norma jurídica prevista para situação semelhante
  3. Divide-se em
    (a) Analogia Legis: aplicando-se uma outra norma legal que se aplique a caso semelhante; e
    (b) Analogia Juris: ocorre quando não existe nenhum dispositivo aplicável à espécie nem sequer de modo indireto, pois o instituto é inteiramente novo, sem similar conhecido, não se recorre a um preceito já existente, e, sim, a um complexo de princípios jurídicos.
  4. No Direito Penal e Tributário é vedada a analogia para prejudicar o réu ou contribuinte, mas somente para beneficiá-lo.
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26
Q

Fale acerca dos costumes:

A
  1. Consiste em instrumento de integração normativa;
  2. Consiste em uma prática reiterada, que é vista como obrigatória pela sociedade.
  3. Divide-se em:
    - Secundum legem: é o costume reconhecido pela lei, geralmente com os dizerem “segundo os costumes do lugar”.
    - Praeter Legem: reconhecido como instrumento de integração normativa, quando houver lacuna.
    - Contra Legem: é o costume contrário à lei. Não tem o poder de revogar uma lei, pois isso só pode ocorrer por outra lei.
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27
Q

Fale acerca dos Princípios Gerais do Direito.

A
  1. Instrumentos de integração normativa;
  2. São postulados que procuram fundamentar todo o sistema jurídico.
  3. São considerados princípios informativos ou gerais, não adstritos a um ramo específico.
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28
Q

Fale acerca do princípio da obrigatoriedade da norma.

A
  1. Segundo o qual ninguém pode alegar o descumprimento da lei para justificar o seu descumprimento (art. 3º LINDB).
  2. Essa presunção é relativa, podendo ser alegada, excepcionalmente, o erro de direito.
  3. Três teorias que tentam justificar tal proibição:
    - Ficção Legal: segundo a qual a obrigatoriedade foi instituída pela ordem jurídica para garantir sua segurança jurídica.
    - Presunção Absoluta: dedução “iure et de iure” de que todos conhecem a lei.
    - Necessidade Social: as normas devem ser conhecidas para que sejam observadas e cumpridas.
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29
Q

O juiz não pode alegar o desconhecimento da lei, exceto quando…

A
  1. Se tratar de lei municipal ou estadual, quando não for de sua jurisdição;
  2. Se tratar de direito consuetudinário e estrangeiro;
  3. Nesses casos, irá pedir para que a parte demonstre.
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30
Q

Art. 5º. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.

A que método interpretativo o texto se refere.

A

Interpretação teleológica.

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31
Q

A doutrina faz distinção entre Texto Normativo e Norma Jurídica. Qual a diferença.

A
  1. Texto normativo consiste apenas no conjunto de palavras que se encontram em um dispositivo.
  2. Norma jurídica é a norma produzida, resultado da interpretação normativa.
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32
Q

Fale acerca da aplicação temporal da normas (art. 6º).

A
  1. A norma torna-se aplicável, em regra, com o fim da sua vacatio legis, quando entra em vigência, podendo ter seu vigor condicionado à edição de um regulamento.
    1. A norma em vigor tem eficácia geral e imediata, RESPEITADOS o ato jurídico perfeito, direito adquirido e coisa. Aplica-se aos fatos presentes e futuros (tempus regit actum).
  2. Não pode o indivíduo invocar a aplicação de lei posterior em seu favor, por ser mais benéfica.
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33
Q

Verdadeiro ou Falso:

A lei nova se aplica a relações que, nascidas sob a égide da lei antiga, ainda não tenham se aperfeiçoado.

A

Verdadeiro.

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34
Q

Fale acerca da aplicação espacial de normas.

A
  1. Em regra, o país que editou a norma é o único que tem a competência para aplicá-la dentro de seu território.
  2. O Brasil o princípio da territorialidade moderada, segundo o qual, permite-se que dois Estados soberanos conciliem seus dois ordenamentos jurídicos, de modo a criar uma solução mais justa.
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35
Q

Quais são os requisitos para que seja concedida a homologação de uma sentença estrangeira pelo STJ.

A

Art. 963, CPC:

  1. Ter sido proferida por autoridade competente;
  2. Ter ocorrido a citação, mesmo que tenha havido revelia;
  3. Ser eficaz no país em que foi proferida
  4. Não ferir a coisa julgada brasileira;
  5. Não conter manifesta ofensa à ordem pública;
  6. Estar acompanhada de tradução oficial, salvo quando dispensado em tratado.
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36
Q

Quais os requisitos para que a sentença estrangeira seja executada no Brasil.

A

Art. 15, LINDB: (entendimento de que foi tacitamente revogado pelo CPC)

  1. Ter sido proferida por juiz competente;
  2. Ter havido a regular citação, ainda que verificada a revelia;
  3. Ter sido revestido de todas as formalidades para que a decisão possa ser executada no país de origem;
  4. Estar acompanhada de tradução por intérprete autorizado;
  5. Deve haver prévia homologação do STJ.
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37
Q

Verdadeiro ou Falso:

As autoridades consulares brasileiras são competentes para celebrar casamento ENTRE BRASILEIROS e separação e divórcio consensual de brasileiros, QUANDO NÃO HOUVER FILHOS MENORES OU INCAPAZES DO CASAL, e os demais atos de Registro Civil e tabelionato, inclusive registro de nascimento e de óbito de filhos de brasileiros nascidos no país da sede do consulado.
Deve constar na respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à PENSÃO ALIMENTÍCIA e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando de seu casamento.
É indispensável a assistência de advogado, devidamente constituído, que se dará mediante a subscrição de petição, juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da escritura pública.

A

Verdadeiro. art. 18.

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38
Q

Em que consiste a teoria do retorno e responda se a LINDB admite ou não a sua utilização.

A
  1. Consiste em teoria que defende que, quando se tratar de Interpretação de Lei Internacional Privada, aplica-se a lei estrangeira em detrimento da lei nacional.
  2. A LINDB não acatou tal teoria, devendo o juiz deixar de aplicar o retorno, devendo dar prevalência às regras de Direito Internacional Privado Brasileiro.

Como as normas de direito internacional vigentes nos diferentes Países não apresentam uma uniformidade surgem os conflitos, uma vez que as leis de um País podem ordenar a aplicação de determinado direito material a certa relação jurídica, ao passo que as de outro Estado podem dar outra solução para o mesmo fato. Para resolver esses conflitos, existem duas correntes doutrinárias: a) do REENVIO, RETORNO ou DEVOLUÇÃO: vislumbra no reenvio uma vantagem para o País que o admite, uma vez que seus magistrados estatuem como teria feito a jurisdição nacional do estrangeiro; b) REFERÊNCIA AO DIREITO MATERIAL ESTRANGEIRO: a norma de direito internacional remete o aplicador para reger dada relação jurídica ao direito estrangeiro. O Brasil adotou a segunda teoria, conforme prescreve o art. 16, LINDB (“Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei”.). Assim, quando um juiz brasileiro tiver que apreciar a capacidade de um brasileiro domiciliado no estrangeiro (ex.: Portugal), deve aplicar a lei do domicílio desta pessoa (no caso Portugal, por força do art. 7°, LINDB), pouco importando se a lei de Portugal venha a se submeter (em retorno ou reenvio) à lei brasileira. Portanto, pela corrente adotada pelo Brasil, o juiz deverá atender exclusivamente à norma (de direito internacional privado) de seu País, sem se preocupar com a de outro Estado.

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39
Q

Verdadeiro ou Falso:

Os direitos de família são determinados pela lei do país em que domiciliada a pessoa. No caso de nubentes com domicílio diverso, a lei do primeiro domicílio conjugal regerá tanto os casos de invalidade do matrimônio quanto o regime de bens.

A

Verdadeiro. Art. 7º, §§3º e 4º.

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40
Q

A respeito da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, das pessoas naturais e jurídicas e dos bens, julgue o item a seguir.

Utiliza a analogia o juiz que estende a companheiro(a) a legitimidade para ser curador conferida a cônjuge da pessoa ausente.

A

Falso.
Jornada de Direito Civil I, o enunciado 97 diz “no que tange à tutela especial da família, as regras do Código Civil que se referem apenas ao cônjuge devem ser ESTENDIDAS à situação jurídica que envolve o companheiro, como, por exemplo, na hipótese de nomeação de curador dos bens do ausente (art. 25 do Código Civil). Interpretação extensiva; não analogia.

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41
Q

Fale acerca da ordem de aplicação das formas de integração da norma defendida pela
doutrina do direito civil constitucional e
pela teoria civilista clássica (imanentista).

A
  1. Afirma que a ordem prevista no art. 4º, Analogia, Costumes e Princípios Gerais do Direito é apenas preferencial, mas podendo ser alterada, para a garantia da eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
  2. Afirma que essa ordem deve ser obrigatoriamente obedecida.
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42
Q

(DANGER) Verdadeiro ou Falso:

Por um critério analógico, é possível inferir que é lícita a compra e venda entre companheiros de bens que estejam excluídos da comunhão.

A

Verdadeiro.

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43
Q

Complete:

Questões sobre começo e fim de personalidade, nome, capacidade e direitos de família, aplica-se a lei do …

A

Domicílio da pessoa.

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44
Q

Complete:

Questões acerca da qualificação e regulação das relações concernentes a bens, aplica-se a lei do …

A

País em que os bens se encontram.

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45
Q

Complete:

Questões envolvendo obrigações, aplica-se a lei do …. Se a obrigação for decorrente de contrato, aplica-se a lei do …

A
  1. Local (país) em que foram constituídas.

2. Domicílio do proponente.

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46
Q

Complete:

  1. Questões envolvendo sucessão por morte, aplica-se a lei do ….
  2. Quanto à capacidade para suceder, aplica-se a lei do …
  3. Quanto aos bens do “de cujus” localizados no Brasil, aplica-se a lei BRASILEIRA, em favor do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que ..
A
  1. Domicílio do “de cujus”.
  2. Domicílio do herdeiro;
  3. A lei brasileira for mais vantajosa para estes comparada com a lei do “de cujus”.
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47
Q

Verdadeiro ou Falso:

O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de apenas um dos nubentes.

A

Falso.

Art. 7º, §2º. O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de AMBOS os nubentes.

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48
Q

Verdadeiro ou Falso:

A vigência das leis, que os Governos Estaduais elaborem por autorização do Governo Federal, depende da aprovação deste e começa no prazo que a legislação estadual fixar.

A

Falso.

O art. 1º, § 2º, LINDB que previa tal condição, mas foi revogado pela Lei nº 12.036/09.

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49
Q

Maria trabalhou durante o tempo previsto, em legislação pertinente, para pedir sua aposentação. Não obstante, optou por continuar trabalhando, deixando de formular pedido de concessão do benefício. Caso lei nova altere as regras para a aposentação, Maria

a) poderá alegar direito adquirido ao benefício, mas este se regerá pela lei nova, a qual tem efeito imediato.
b) poderá alegar direito adquirido ao benefício, que será regido pela lei revogada.
c) será atingida pela lei nova, pois possui mera expectativa de direito ao benefício.
d) será atingida pela lei nova, pois possui mera faculdade jurídica de requerer o benefício.
e) poderá alegar direito adquirido ao benefício, mas este se regerá pela lei nova, a qual tem efeito retroativo.

A

Letra B.

50
Q

Verdadeiro ou Falso:

O magistrado deve se valer das fontes do Direito para, em caso de omissões legislativas, realizar a chamada interpretação normativa.

A

Falso. É INTEGRAÇÃO NORMATIVA.

51
Q

Verdadeiro ou Falso:

A integração normativa é o processo intelectivo onde se colmatam as lacunas – ontológicas e axiológicas – do ordenamento, realizando-se o direito no caso concreto.

A

Verdadeiro.

52
Q

Com autorização de lei, a empresa “Z” descarta resíduos sólidos em área próxima a uma represa. Se revogada a lei que autoriza o descarte nesta área, a empresa “Z”

a) não poderá continuar a fazê-lo, pois a lei nova possui efeito imediato e a empresa “Z” não tem direito adquirido, devendo adequar-se ao novo regime jurídico.
b) não poderá continuar a fazê-lo, pois, embora a empresa “Z” tenha direito adquirido, a lei de ordem pública tem efeito retroativo.
c) poderá continuar a fazê-lo, pois a empresa “Z” tem direito adquirido, o qual obsta o efeito imediato da lei nova.
d) poderá continuar a fazê-lo, pois a empresa “Z” tem direito adquirido, o qual obsta o efeito retroativo da lei nova.
e) não poderá continuar a fazê-lo, pois, de acordo com as Normas de Introdução às Leis do Direito Brasileiro, a lei nova possui efeito retroativo, seja de ordem pública ou não, e a empresa “Z” não tem direito adquirido, devendo adequar-se ao novo regime jurídico.

A

A.

53
Q

O que se entende por ato jurídico perfeito.

A
  1. Aquele que já está consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.
54
Q

Verdadeiro ou Falso:

Ato jurídico perfeito é aquele que está em consonância com as regras, costumes e princípios gerais vigentes.

A

Falso.

Ato jurídico perfeito é aquele que já se consumou com base na lei antiga.

55
Q

Verdadeiro ou Falso:

Se a norma jurídica regente de uma relação jurídica for revogada por norma superveniente, as novas disposições normativas poderão, excepcionalmente, aplicar-se a essa relação, ainda que não haja referência expressa à retroatividade.

A

Verdadeiro.

A lei pode retroagir (excepcionalmente), desde que respeite o ato jurídico perfeito, a coisa julgar e o direito adquirido.

Aliás, questões que não estejam relacionada à validade do ato, deverão respeitar a lei nova.

56
Q

Verdadeiro ou Falso:

A LINDB prevê, EM ORDEM PREFERENCIAL E TAXATIVA, como métodos de integração do direito, a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.

A

Verdadeiro.

Posição do STJ.

57
Q

Verdadeiro ou Falso:

A Lei Federal nº 12.376/2010 renomeou a LICC para LINDB, mas não fez quaisquer alterações relativas às normas de interpretação, vigência e aplicação das leis.

A

Verdadeiro.

58
Q

Verdadeiro ou Falso:

A lei nova possui efeito imediato, por isto atingindo os FATOS PENDENTES, mas devendo respeitar a coisa julgada, o ato jurídico perfeito e o direito adquirido, incluindo o NEGÓCIO JURÍDICO SUJEITO A TERMO OU SOB CONDIÇÃO SUSPENSIVA.

A

Verdadeiro.

59
Q

Verdadeiro ou Falso:

O regime de bens, legal ou convencional, obedece a lei do país em que tiverem os nubentes domiciliado e, se este for diverso, a do PRIMEIRO DOMICÍLIO CONJUGAL.

A

Verdadeiro. LINDB, art. 7º, §4º.

60
Q

Verdadeiro ou Falso:

Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos DIRIMENTES e às formalidades da celebração.

A

Verdadeiro. Art. 7º, 1º.

61
Q

Verdadeiro ou Falso:

A sucessão por morte ou ausência obedece à lei do país em que era domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens de estrangeiros, mas a sucessão de bens de estrangeiros, situados no Brasil, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.

A

Verdadeiro.

62
Q

Verdadeiro ou Falso:

A revogação de uma norma pela superveniência de outra que disponha sobre a mesma matéria PODERÁ atingir situações já consumadas sob a égide da lei antiga, afetando os efeitos pretéritos produzidos ou incidindo sobre os efeitos presentes ou futuros de situações passadas ocorridas na vigência da norma revogada.

A

Verdadeiro.

Isso se dá porque a lei, em regra, não retroage, mas PODERÁ retroagir, desde que respeite o ato jurídico perfeito, coisa julgada e o direito adquirido.

63
Q

Verdadeiro ou Falso:

Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.

A

Verdadeiro. Art. 8º, §1º. LINDB

64
Q

Verdadeiro ou Falso:

Embora a LINDB afirme que o divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, SÓ SERÁ RECONHECIDO NO BRASIL depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país, podendo o Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais.

Entretanto, o entendimento atual do STJ é que, com a EC 66/10, que instituiu o divórcio direto, a homologação de sentença estrangeira de divórcio para alcançar eficácia plena e imediata NÃO MAIS DEPENDE DE DECURSO DE PRAZO, seja de 1 ou 3 anos, bastando cumprir os demais requisitos da LINDB e do Regimento Interno do STJ

A

Verdadeiro. Art. 7º, §6º.

+

(SEC 4.445/EX, 17.6.2015),

65
Q

Verdadeiro ou Falso:

A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.

A

Verdadeiro. Art. 13, LINDB.

66
Q

Verdadeiro ou Falso:

A sucessão por morte obedece à lei do país em que tenha falecido o de cujus.

A

Falso.

Seria a lei de último domicílio do de cujus.

67
Q

O fato de um juiz, transcendendo a letra da lei, utilizar de raciocínio para fixar o alcance e a extensão da norma a partir de motivações políticas, históricas e ideológicas caracteriza o exercício de qual espécie de interpretação?

A

Interpretação lógica.

68
Q

Verdadeiro ou Falso:

Segundo o disposto na LINDB, o estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro.

A

Verdadeiro.

Art. 6º, §5º.

69
Q

Verdadeiro ou Falso:

Segundo o Decreto Lei n. 4.657/42, os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham constituído, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou suscetíveis de desapropriação. Excepcionalmente, poderão adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares.

A

Verdadeiro.

Art. 10, §§ 2º e 3º.

70
Q

Verdadeiro ou Falso:

O Princípio da Obrigatoriedade, artigo 3º da LINDB, perde seu caráter absoluto, admitindo temperamentos, em hipóteses nas quais a lei, expressamente, possibilite o erro de direito ou erro de conteúdo legal (error iuris).

A

Verdadeiro.

“O princípio da obrigatoriedade das leis não pode ser mais visto como um preceito absoluto diante do atual Código Civil. Isso porque o art. 139, III, da codificação em vigor admite a existência de erro substancial quando a falsa noção estiver relacionada com um erro de direito (error iuris), desde que este seja a única causa para a celebração de um negócio jurídico e que não haja desobediência à lei.(…).” Tartuce.

71
Q

Verdadeiro ou Falso:

Os direitos sob condição suspensiva são considerados adquiridos.

A

Verdadeiro.

LINDB, art. 6º, §2º:
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
O direito adquirido que trata a LINDB, decorre da própria lei. São os direitos que o seu titular, ou por alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo de exercício tenha termo pré-fixado ou condição preestabelecida, inalterável ao arbítrio de outrem.

72
Q

Verdadeiro ou Falso:

Quando houver antinomia entre uma lei brasileira e um tratado internacional que o Brasil seja signatário, o magistrado brasileiro, ao julgar um caso concreto, deverá reconhecer a supremacia da norma internacional sobre a lei brasileira.

A

Falso.

Segundo a teoria do retorno, o Brasil entre lei estrangeira ou brasileira de igual hierarquia, aplica-se a lei brasileira.

73
Q

Verdadeiro ou Falso:

De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, no caso de haver lacuna da lei, a aplicação da analogia consiste na utilização de precedentes jurisprudenciais utilizados para casos semelhantes ou parecidos, como fundamento para julgar o caso sem norma jurídica específica.

A

Falso. Trata, aqui, da Jurisprudência e não da analogia.

74
Q

Verdadeiro ou Falso:

Com relação à distinção lógica entre princípios e regras jurídicas, Dworkin sustenta que as regras são aplicáveis à maneira de um “tudo ou nada” (all-or-nothing), ou são completamente aplicáveis ou não possuem nenhuma aplicação. Os princípios, por outro lado, constituem-se em razões para decidir, não sendo aplicáveis automaticamente quando satisfeitas as condições previstas como suficientes a sua aplicação.

A

Verdadeiro.

75
Q

Uma lei nova foi publicada com vacatio legis de cento e oitenta dias. Antes da entrada em vigor da nova lei, houve nova publicação destinada à correção do texto legal, contudo, sem data expressa para a vigência da nova lei corrigida. A nova lei começará a viger em…

A

45 dias.

O prazo somente reiniciará para a parte alterada. Ainda, se não há disposição da vacatio legis, será de 45 dias.

76
Q

Verdadeiro ou Falso:

As leis processuais civis e penais não se sujeitam às regras quanto à eficácia temporal das leis constantes da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, uma vez que têm regramento próprio.

A

Falso.

77
Q

Verdadeiro ou Falso:

Constitui princípio da estruturação das leis, que cada lei deverá tratar de um único objeto, ressalvada a possibilidade da existência de codificações.

A

Verdadeiro.

78
Q

Verdadeiro ou Falso:

Em caso de repristinação, tal determinação deve constar no primeiro artigo do texto de lei.

A

Falso. Não existe qualquer disposição nesse sentido.

79
Q

Verdadeiro ou Falso:

As leis complementares terão sua numeração iniciada a partir da promulgação da Constituição Federal.

A

Falso.

LC 95/98:
§ 2o Na numeração das leis serão observados, ainda, os seguintes critérios:
I - as emendas à Constituição Federal terão sua numeração iniciada a partir da promulgação da Constituição;
II - as leis complementares, as leis ordinárias e as leis delegadas terão numeração seqüencial em continuidade às séries iniciadas em 1946.

80
Q

Verdadeiro ou Falso:

Os arts. 20 a 30 da LINDB referem-se a normas sobre segurança jurídica e eficiência na criação e na aplicação do direito público.

A

Verdadeiro.

81
Q

Verdadeiro ou Falso:

A retroatividade motivada tem o condão de relativizar a proteção legal ao ato jurídico perfeito.

A

Verdadeiro.

Princípio da retroatividade motivada ou justificada.
Base legal: art. 2.035 CC: “Nenhuma convenção poderá contratiar os preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos”.
Segundo Tartuce: “O dispositivo consagra o princípio da retroatividade motivada ou justificada, pelo qual normas de ordem pública relativas às função social da propriedade e dos contratos podem retroagir. Não há qualquer inconstitucionalidade na norma, eis que amparada na função social da propriedade, prevista no art. 5° XXII e XXIII, da Constituição Federal.
Quando se lê no dispositivo civil transcrito a expressão convenção, pode-se enquadrar qualquer ato jurídico celebrado, inclusive os negócios jurídicos celebrados antes da entrada em vigor da nova lei geral privada e cujos efeitos ainda estão sendo sentidos atualmente, na vigência da nova codificação.

82
Q

Fale acerca dos graus de retroatividade da lei ou Constituição nova.

A

Retroatividade Máxima: alcança os negócios jurídicos celebrados antes do advento da lei nova ou da Constituição;

Retroatividade Média: alcança os efeitos pendentes dos negócios jurídicos celebrados antes da lei nova ou da Constituição, mas não o NJ em si;

Retroatividade Mínima: alcança os efeitos futuros dos negócios jurídicos celebrados antes do advento da nova lei ou Constituição (REGRA);

83
Q

Complete:

Nas esferas ______, ______ e _____, não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos _______________.

A
  1. Administrativa;
  2. Controladora; e
  3. Judicial.
  4. Sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão.

Tal dispositivo busca impedir que o julgador venha a ser valer de motivações decisórias vazias, apenas retóricas ou principiológicas, análise prévia de fatos e de impactos.

84
Q

Em que consiste a chamada “Análise Econômica do Direito” (AED)?

A
  1. Segundo esta tese, a economia deve ser utilizada para resolver os problemas legais.
  2. A seu turno, o Direito acabar por influenciar a Economia.
  3. Desse modo, uma norma jurídica ou uma decisão judicial serão consideradas eficazes quando levarem em consideração as respectivas consequências econômicas.

Encontra-se no art. 20 da LINDB, buscando mitigar a força normativa dos princípios constitucionais em prol de uma “economia”.

85
Q

As decisões administrativas, controladoras (Tribunais de Contas) e judiciais deverão ser motivadas, devendo-se demonstrar a NECESSIDADE e ADEQUAÇÃO da (1) medida imposta ou (2) da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, INCLUSIVE explicando as razões pelas quais não são cabíveis outras possíveis alternativas.

A

Verdadeiro.

LINDB, art. 20, parágrafo único.

86
Q

Verdadeiro ou Falso:

A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a INVALIDADE de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa DEVERÁ INDICAR DE MODO EXPRESSO SUAS CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS E ADMINISTRATIVAS. A decisão, quando for o caso, deverá indicar as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos.

A

Verdadeiro.

LINDB, art. 21 e parágrafo único.

87
Q

Verdadeiro ou Falso:

Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os (1) obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as (2) exigências das políticas públicas a seu cargo, (3) sem prejuízo dos direitos dos administrados. Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitando ou condicionado a ação do agente.

A

Verdadeiro.

Art. 22 e §1º, LINDB.

88
Q

Segundo a LINDB, que critérios deverão ser levados em consideração quando da aplicação de uma sanção a um agente em razão de uma infração cometida?

A
  1. Natureza e gravidade da infração;
  2. Danos causados à administração pública;
  3. Agravantes;
  4. Atenuantes; e
  5. Antecedentes.

As sanções aplicadas ao agentes serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas ao mesmo fato.

89
Q

Quando que uma decisão administrativa, controladora ou judicial deverá prever regime de transição?

A
  1. Quando houver mudança de interpretação ou de orientação da decisão administrativa, controladora ou judicial.
  2. Deve essa nova interpretação ou orientação RECAIR SOBRE NORMA DE CONTEÚDO INDETERMINADO.
  3. Em razão dessa nova orientação será imposto novo dever ou novo condicionamento de direito.
  4. No caso concreto, deve o regime de transição demonstrar-se indispensável para que o novo dever ou condicionado seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente.
  5. A imposição desse regime não pode acarretar prejuízo aos interesses gerais.
90
Q

Verdadeiro ou Falso:

A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado LEVARÁ EM CONTA AS ORIENTAÇÕES GERAIS DA ÉPOCA, sendo VEDADO que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas.

A

Verdadeiro. LINDB, art. 24.

91
Q

Verdadeiro ou Falso:

A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, PODERÁ IMPOR COMPENSAÇÃO por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos.
A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes sobre seu cabimento, sua forma e, se for o caso, seu valor.
Para prevenir ou regular a compensação, PODERÁ SER CELEBRADO COMPROMISSO PROCESSUAL ENTRE OS ENVOLVIDOS.

A

Verdadeiro. Art. 27 e §§.

92
Q

Complete;

LINDB, art. 28. O agente público responderá PESSOALMENTE por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de _____ ou _________.

A

Dolo ou erro grosseiro.

93
Q

A LINDB prevê a possibilidade de a autoridade administrativa celebrar um acordo (compromisso) com particulares com o objetivo de eliminar eventuais irregularidades, incertezas jurídicas ou um litigio, inclusive no caso de expedição de licença. Quais são as características deste acordo?

A
  1. Antes da realização, proceder-se-á com a oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização de consulta pública, caso haja relevante interesse geral.
  2. Deve buscar solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os interesses gerais;
  3. Não poderá conferir DESONERAÇÃO PERMANENTE DE DEVER ou CONDICIONAMENTO DE DIREITO RECONHECIDOS POR ORIENTAÇÃO GERAL;
  4. Deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento.
94
Q

A expressão “agente público”, previsto no art. 28 da LINDB, para fim de responsabilização pessoal, alcança os agentes políticos, tal como o magistrado?

A

Para a maior parte dos doutrinadores, NÃO. Deve tal dispositivo, aqui, ser interpretado restritivamente.

Entretanto, se no exercício de função atípica (desembargador presidindo uma licitação), ao praticar conduta prevista no art. 28 da LINDB poderá responder.

95
Q

Verdadeiro ou Falso:

Via de regra, parecerista não se responsabiliza pelo conteúdo do parecer, salvo quando age com dolo ou erro grosseiro.

A

Verdadeiro. STF, MS 24.631/DF.

96
Q

Complete:

Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade administrativa, salvo os __________, poderá ser precedida de consulta pública para manifestação de interessados, preferencialmente por meio _______, a qual será considerada na decisão.

A
  1. De mera organização interna.

2. Eletrônico.

97
Q

Verdadeiro ou Falso:

A lei 13.655/18, que alterou a LINDB, entrou em vigor na data da sua publicação, à exceção do art. 29, que possui vacatio legis de 180 dias.

A

Verdadeiro.

98
Q

Complete:

As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação nas normas, inclusive por meio de ______, _________ e _________. Os instrumentos indicados anteriormente terão caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão.

A
  1. Regulamentos;
  2. Súmulas administrativas e
  3. Respostas a consultas.

LINDB, art. 30.

99
Q

Complete:

A lei vigorará até que outra _______ ou _______.

A

A modifique; ou

Revogue.

100
Q

Faça a distinção básica entre interpretação extensiva e analogia.

A

INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA: pressupõe a existência de uma NORMA, ampliando seu sentido, para atingir a sua finalidade.

ANALOGIA: pressupõe a INEXISTÊNCIA da NORMA.

Então, se o magistrado estende uma norma a uma hipótese NÃO PREVISTA, ele está se valendo da ANALOGIA.

101
Q

Verdadeiro ou Falso:

A concepção encartada na LINDB, ao estabelecer que somente em havendo omissão da lei o juiz poderá se valer da analogia, dos costumes e dos princípios gerais do direito, é fruto de uma visão pós-positivista do direito, em que os princípios são alçados á condição de norma jurídica obrigatória.

A

Falso.

A LINDB é expressa ao informar que os princípios gerais do direito serão utilizados como métodos de integração normativa apenas quando a lei for omissa. Essa acepção corresponde, em verdade, a uma visão positivista do direito..

102
Q

Verdadeiro ou falso:

Em razão do princípio da VIGÊNCIA SICRÔNICA, as leis começam a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicadas, salvo disposição em contrário.

A

Verdadeiro.

103
Q

Verdadeiro ou Falso:

A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro veda, textual e literalmente, o efeito retroativo da lei.

A

Falso. A lei não veda expressamente, mas exige que, para retroagir, deverá respeitar o direito adquirido, ato jurídico perfeito e a coisa julgada.

104
Q

Verdadeiro ou Falso:

As cláusulas de revogação de lei podem ser genéricas.

A

Falso.

Devem ser expressas. art; 9º, LC 95.

105
Q

O órgão X, por meio de resolução publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 29.12.2016, fixou a alíquota do Imposto de Importação para determinado item no percentual de 20%. Ocorre que o normativo foi republicado no DOU de 05.01.2017 apenas para se corrigir a alíquota para o percentual de 35% para aquele mesmo item. Considerando que o órgão X é legalmente competente para a fixação da mencionada alíquota por meio de resolução, e que não há impropriedades quanto à legislação tributária, pode-se afirmar que, de acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB),

A. as incorreções materiais, por não alterarem o conteúdo normativo propriamente dito, integram o texto original, retroagindo à data da primeira publicação.

B. se o ato normativo é republicado com a finalidade de corrigir erro em seu texto já publicado, tem-se um novo ato normativo, que somente pode começar a viger a partir de sua publicação.

C. é possível a alegação de desconhecimento da nova norma, aplicando-se a escusa de seu cumprimento.

D. as regras previstas na LINDB não se aplicam às resoluções normativas, mas apenas às leis em sentido formal.

E. o novo ato normativo é considerado nulo.

A

B.

106
Q

Verdadeiro ou Falso:

O casamento perante agente consular, de brasileiros que regressaram ao País, será provado, em regra, pelo traslado no cartório do registro civil do domicílio.

A

Falso.

Segundo o STJ, o casamento realizado no exterior que tenha seguido o rito necessário constitui ato jurídico perfeito, possuindo validade e existência.

O casamento realizado no exterior produz efeitos no Brasil, ainda que não tenha sido aqui registrado (STJ, 3ª Turma).

107
Q

Verdadeiro ou Falso:

O princípio da proximidade é modalidade de método conflitual pelo qual o fato transnacional é regido pelo direito do Estado com o qual mantenha os vínculos mais estreitos.

A

Verdadeiro.

108
Q

Verdadeiro ou Falso:

A Convenção Interamericana sobre Personalidade e Capacidade das Pessoas Jurídicas no Direito Internacional Privado dispõe que a lei do lugar de constituição rege a existência da pessoa jurídica.

A

Verdadeiro.

109
Q

Verdadeiro ou Falso:

De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, a lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder e também a ordem de vocação hereditária.

A

Falso.

A LINDB regula apenas a capacidade para suceder, mas não a ordem de vocação hereditária.

110
Q

Verdadeiro ou Falso:

Compete exclusivamente à autoridade judiciária estrangeira processar e julgar as ações cujo réu possua domicílio no exterior ou cuja obrigação lá tenha de ser cumprida, ainda que versadas sobre bens imóveis situados no Brasil.

A

Falso.

Quando os bens imóveis forem localizados no Brasil, o país julga. Competência exclusiva.

111
Q

Verdadeiro ou Falso:

As correções de texto, de qualquer natureza, ocorridas após a publicação da lei, não interferem no termo a quo de sua vigência, na medida em que não se consideram lei nova por não alterar seu conteúdo.

A

Falso.

Art. 1° § 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.

112
Q

Verdadeiro ou Falso:

A despeito de ser executada no Brasil, a lei brasileira não será aplicada quando a obrigação for constituída fora do país, pois, para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.

A

Falso.

Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem.

§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.

  • De um lado, o art. 9°, §1° impõe a aplicação da locus regit actum ao admitir as peculiaridades da lei do local da constituição da obrigação e, de outro, determina o respeito à lei brasileira relativamente à forma essencial consagrada pela nossa legislação, se a referida obrigação tiver de ser executada em nosso Estado. Não se pode olvidarque aos contratos não exequíveis no Brasil , mas aqui acionáveis, não se aplicará o art. 9° §1°.
113
Q

Verdadeiro ou Falso:

Quando a lei estrangeira for aplicada a demanda judicial no Brasil, ter-se-á em vista somente os dispositivos invocados pelas partes, inclusive eventuais remissões a outras leis.

A

Falso.

Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei.​

114
Q

Verdadeiro ou Falso:

Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.

A

Verdadeiro.

Art. 7º, §7º.

115
Q

Verdadeiro ou Falso:

O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada.

A

Verdadeiro.

Art. 8º, §2º.

116
Q

Verdadeiro ou Falso:

Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.

A

Verdadeiro.

Art. 9º, §1º.

117
Q

Verdadeiro ou Falso:

As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem. Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.

A

Verdadeiro.

Art. 11, §1º

118
Q

Quais as distinções entre as teorias objetivas e subjetivas da interpretação?

A

Objetiva (mens legis): deve-se ater à vontade da lei “mens legis”, ou seja, independentemente da vontade do legislador.

Subjetiva (Mens legislatoris): diz respeito à intenção do legislador ao criar uma nova norma legal.

119
Q

Segundo a exposição de motivos do CC/02, três são os seus princípios fundamentais. Quais são?

A
  1. Eticidade: consiste na valorização da ética e da boa-fé nas condutas das partes, servindo como critério de interpretação de negócios jurídicos e de controle de condutas humanas.
  2. Socialidade: rompe com o caráter individual do CC/16, partindo para um caráter coletivo, de modo que todas as categorias do CC/02 possuem uma função social. Decorre da despatrimonialização do Direito Civil.
  3. Operabilidade: busca pela garantia de efetividade do novo diploma civil.
120
Q

No tocante aos casos de antinomias de 2º grau, qual será a solução a ser adotada:

(1) Conflito de uma norma especial anterior e outra geral posterior;
(2) Conflito entre uma norma superior anterior e outra inferior posterior.
(3) Conflito entre uma norma geral superior e uma norma especial inferior.

A

(1) Prevalece a especialidade;
(2) Prevalece a hierarquia.
(3) É o caso de ANTINOMIA REAL, porque, em caso de conflito de hierarquia e especialidade, não há uma solução a priori.