ITU Flashcards

1
Q

Defina ITU e comente sobre essa definição.

A

É a infecção do trato urinário, porém sem especificar exatamente onde, sendo que isto é de extrema importância prognóstica. Portanto, sempre que possível, devo especificar o local dessa ITU.

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2
Q

Quais os tipos de ITU de acordo com a localização? Explique.

A

ITU baixa: infecção em bexiga (cistite), uretra (uretrite), próstata (prostatite) e epidídimo (epididimite).
ITU alta: é a infecção do parênquima renal (pielonefrite).

*90% = cistite e 10% = pielo.

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3
Q

O que é a cistite?

A

É uma síndrome em indivíduos com disúria e polaciúria por inflamação da bexiga. Geralmente é uma infecção superficial da mucosa. Geralmente causada por enterobactérias.

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4
Q

O que é a uretrite e suas principais manifestações?

A

É a infecção da uretra, sendo geralmente causada por germes de ISTs. O quadro clássico no homem é o corrimento uretral com ou sem disúria. Na mulher é idêntico à cistite (disúria e polaciúria).

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5
Q

Quais os agentes da prostatite e epididimite e sua clínica?

A

Ocorrem pelos germes que refluem da urina pelos ductos prostáticos e ejaculatórios, respectivamente. A prostatite é semelhante à cistite na clínica e a epididimite frequentemente é acompanhada de orquite.

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6
Q

Quais os tipos de pielonefrite? Explique.

A

Complicada x não complicada. A não complicada é aquela que ocorre em paciente com TU estruturalmente e neurologicamente normal. É complicada quando existem alterações anatômicas ou funcionais do TU (eg, cateter ou cálculos), além dessas infecções em homens, crianças e gestantes.

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7
Q

O que é a bacteriúria significativa?

A

São 3 situações:

1) Mulheres com cistite não complicada: ≥ 10² UFC + piúria (≥ 10 leuco/campo EAS).
2) Mulheres com pielonefrite não complicada ou homens com ITU: ≥ 10^4 UFC + piúria.
3) Mulheres com ITU complicada: ≥ 10^5 UFC com ou sem piúria.

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8
Q

O que é a bacteriúria assintomática?

A

É a presença de bacteriúria significativa (≥ 10^5 UFC ou ≥ 10² caso SVD) na ausência de sintomas urinários.

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9
Q

O que é o relapso e a reinfecção no contexto da ITU?

A

Relapso: nova infecção pelo mesmo patógeno após tratamento.
Reinfecção: nova infecção porém por um agente diferente do anterior.

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10
Q

O que é a ITU complicada?

A

É a ITU com fatores que aumentem o risco de sepse e relacionados à pielonefrite: obstrução urinária, bexiga neurogênica, nefropatia diabética, IMSP, DRC, anemia falciforme, doença renal policística, alterações anatômicas no TU, cateter vesical ou cálculos, gravidez.

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11
Q

O que é a pielonefrite oligosintomática e quando é mais comum?

A

É a pielonefrite sem os achados clássicos e exuberantes de uma pielonefrite, sendo mais comum em IMSP.

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12
Q

Qual a importância da bacteriúria microscópica no EAS?

A

Não possui alta especificidade para ITU, pois pode ser por contaminação da amostra.

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13
Q

Quais as possíveis vias para o agente infeccioso atingir o TU?

A

Ascendente (p!!!), hematogênica, linfática ou por fístula vesicoenteral.

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14
Q

Qual a patogenia da ITU por ascensão da bactéria?

A

A pele em volta do meato uretral é colonizada, porém é incomum a presença das enterobactérias. No entanto, algumas condições predispõem à colonização dessa região por essas bactérias, porém apenas aquelas com capacidade de adesão ao epitélio urinário consegue ascender espontaneamente e promover a ITU. No entanto, existem alguns fatores predisponentes que facilitam essa ascensão.

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15
Q

Quais os fatores que facilitam a ascensão das bactérias na ITU?

A

Sexo anal ativo, mulheres durante o sexo, homens com fluxo turbilhonado da urina (estenoses, HPB).

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16
Q

O que pensar quando a ITU for por anaeróbios?

A

Pensar em uma fístula vesicoenteral (eg, Bacteroides fragilis).

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17
Q

Quais os fatores que promove a colonização da pele ao redor do meato uretral por germes patogênicos?

A

Uso de ATB, atrofia do epitélio vaginal pós menopausa e uso de espermicida. Isso pois reduzem os lactobacilos (que produzem H2O2), facilitando a adesão das enterobactérias.

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18
Q

Todas as bactérias conseguem ascender para causar ITU? Explique.

A

Não, sendo que deve haver algum fator de virulência do germe para que ele consiga, como a E. coli e o Proteus uropatogênicos.

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19
Q

Qual fator faz com que a capacidade de adesão das bactérias não seja mais necessária para causar a ITU?

A

A presença de RVU.

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20
Q

Como os CE no TU favorecem a ITU? Exemplifique.

A

Algumas bactérias produzem o biofilme ao redor do CE e vivem alí dentro, escapando das defesas do organismo e do ATB. Um exemplo é a SVD e os cálculos.

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21
Q

Como a gravidez favorece a ocorrência da ITU?

A

Redução do tônus e peristalse do ureter (hidronefrose), compressão da bexiga pelo útero promovendo RVU, dextroversão uterina (hidronefrose à direita).

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21
Q

Como a gravidez favorece a ocorrência da ITU?

A

Redução do tônus e peristalse do ureter (hidronefrose), compressão da bexiga pelo útero promovendo RVU, dextroversão uterina (hidronefrose à direita).

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22
Q

Quais os agentes etiológicos mais prevalentes na ITU?

A

Depende do quadro do paciente:

1) ITU esporádica não complicada: E. coli (90%), Stafilo saprofiticus.
2) ITU recorrente ou complicada: E. coli (continua sendo a principal), porém outras bactérias também passam a assumir importância, como Enterococo, Pseudomonas, Serratia, Klebsiella, Proteus e até Acineto e Stenotrophomonas.

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23
Q

Qual a importância da nefrolitíase no contexto da ITU?

A

Predispõe à ITU por Proteus e Klebsiella (cálculo de fosfato de amônio magnesiano).

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24
Q

Qual a importância da ITU por S. aureus?

A

Sugere bacteremia e uma infecção à distância.

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25
Q

Quando a cândida assume um papel importante na ITU?

A

Em diabéticos e nos com ATB de amplo espectro (principalmente se estiverem com SVD).

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26
Q

Qual a epidemiologia da ITU na pediatria e nos adultos?

A

Pediatria: primeiros meses de vida predomina em meninos (pela elevada incidência de válvula de uretra posterior), porém após isso nas meninas.
Adultos: mulheres até a 6a década de vida é a grande acometida (20% terão ITU em algum momento da vida).

*Pielo: Neonatal é > em homem, 1-50 anos > em mulher e após os 50 anos é semelhante.

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27
Q

Qual o maior FR para ITU em adultos?

A

Hx de ITU prévia.

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28
Q

Qual a importância da ITU em homens?

A

Via de regra (generalizando), a ITU em homens sempre está relacionada a alguma alteração anatomofuncional (HPB, manipulação, etc), sendo, portanto, uma ITU complicada.

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29
Q

Qual a prevalência da ITU no hospital?

A

É a principal infecção nosocomial (45% de todas), sendo, geralmente, de pouca morbidade.

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30
Q

Quais as indicações gerais de SVD?

A

Monitorização de DU, obstrução uretral e PO de cirurgia urológica.

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31
Q

É difícil distinguir o QC de ITU baixa para a alta?

A

Geralmente não, pois a febre alta e a queda no estado geral praticamente exclui ITU baixa (exceto em prostatite aguda complicada, como abcesso). O problema é nos que são pouco comunicantes, como crianças < 2a, comatosos e debilitados.

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32
Q

Qual o QC da cistite aguda?

A

Disúria + polaciúria, podendo haver dor suprapúbica, sendo comum (30%, diferentemente das outras ITUs baixas) a ocorrência de hematúria.

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33
Q

Qual o QC da uretrite? Quais os principais agentes?

A

Homens: corrimento, podendo haver disúria.
Mulheres: idêntico à cistite aguda, promovendo “cistite” com urocultura negativa, porém com evolução mais arrastada. N. gonorreia, C. trachomatis e HSV.

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34
Q

Qual a prevalência da prostatite?

A

Ocorre em cerca de 50% dos homens pelo menos 1x na vida, sendo que > 90% é de origem obscura.

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35
Q

Quais os tipos de prostatite?

A

Aguda bacteriana, crônica bacteriana e sd da dor pélvica crônica.

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36
Q

Qual o QC de cada tipo de prostatite?

A

Bacteriana aguda: predomina em jovens, quadro dramático com febre alta e calafrios e sintomas de irritação e obstrução urinária. Próstata aumentada, quente e sensível (cuidar com o TR, pois pode promover bacteremia e sepse), posso sentir flutuação (abcesso). É uma “cistite” com toxemia no homem jovem.
Bacteriana crônica: semelhanta da aguda, porém menos intenso, mais comum em velhos e na forma de “cistite”. TR normal.
Sd da dor pélvica crônica: dor perineal (pode irradiar para lombar e hipogástrio) + “cistite” e dor durante ejaculação.

37
Q

Qual o QC da epididimite?

A

Dor e edema no testículo e epidídimo, podendo haver uretrite associada (secreção purulenta pelo meato). O testículo do lado afetado está aumentado (se orquite) e doloroso. O sinal de Prehn é positivo (melhora com ele).

38
Q

Qual o QC da pielonefrite?

A

Febrão, calafrios e dor lombar, havendo toxemia e queda do estado geral, podendo haver sintomas inespecíficos (náusea, vômitos, cefaleia, diarreia). O Giordano pode ser positivo.
*Ddx com sd febris em até 40% dos casos (apenas 60% é de pielo).

39
Q

Quando indicar exames de imagem na pielo? Quais os achados?

A

Dx duvidoso, falência terapêutica ou suspeita de abcesso/obstrução.

*Melhor exame: TC com contraste (hipoatenuação do rim acometido, edema difuso e borramento da gordura perinéfrica).

40
Q

Quais as possíveis complicações da pielonefrite?

A

Abcessos intraparenquimatosos, perinefréticos e sepse.

41
Q

Qual o QC da ITU em crianças?

A

Os sinais clássicos não são encontrados, no lugar temos uma combinação variada de: febre ou hipotermia, irritabilidade, déficit de ganho ponderal, convulsão, letargia, anorexia, vômitos. A urina pode ter odor fétido.

42
Q

Como está o leucograma e PCRQ em cada tipo de ITU?

A

Na ITU baixa, não há alteração de leucograma e PCRQ, porém na pielo e prostatite, essas alterações são frequentes.

43
Q

Qual a importância da piúria no contexto da ITU?

A

A piúria (≥ 10 leuco/campo) possui baixa acurácia para ITU, fazendo com que o dx de ITU não possa ser fechado apenas pelo EAS. No entanto, o achado de cilíndros piocitários com QC compatível com pielo é quase patognomônico desta.

44
Q

O que uma piúria com repetidas uroculturas negativas me sugere?

A

TB renal.

45
Q

Quais os ddx de piúria?

A

Pielonefrite (p), nefrolitíase, GNDA, TB renal, NIA, apendicite aguda, diverticulite, DIP.

46
Q

Qual a importância do nitrito no ddx de ITU?

A

Apenas os GNs entéricos são capazes de transformar o nitrato em nitrito (exceto Pseudomonas), tendo baixa S porém alta E (90%).

47
Q

Como confirmar o dx de ITU?

A

Pela urinocultura quantitativa (o padrão-ouro é a urinocultura por aspirado suprapúbico - qualquer crescimento bacteriano indica ITU).

48
Q

Qual um grande problema da urinocultura?

A

A possibilidade de contaminação por germes da flora periuretral, inclusive GNs entéricos.

49
Q

Como coletar material para realização da urinocultura?

A

Micção espontânea: jato médio (despreza a primeira e a última porção do jato urinário).
Cateter vesical: tentar fazer o mais estéril possível.
Punção suprapúbica: indicada quando difícil em crianças, adultos com resultados inconclusivos/discordantes e suspeita de ITU por anaeróbio.

50
Q

Como dx a ITU baixa?

A

Mulheres hígidas com ITU baixa esporádica e sem complicações: clínico (disúria + polaciúria), indicando-se tto empírico (se não resolver = urocultura). Se urocultura negativa ou < 10² UFC, forte hipótese de uretrite ao invés de cistite.
Homens com cistite: sempre solicitar urocultura.

51
Q

Como dx a ITU alta?

A

SEMPRE confirmar por urocultura (≥ 10^4 UFC em micção espontânea).

52
Q

Como dx a prostatite e a epididimite?

A

Prostatite: QC + patógeno em urocultura.
Epididimite: clínico, procurando os ddx de escroto agudo também. Se secreção uretral, coletar para exame bacteriológico.

53
Q

Qual investigação deve ser feita em toda criança com ITU?

A

Exame de imagem (USG) para determinar se há RVU.

54
Q

Quais as possíveis complicações da ITU baixa?

A

Refratariedade e recorrência dos sintomas, cistite enfisematosa (raro, porém típico de diabéticos = gás na parede da bexiga, sendo principalmente por E. coli e não por anaeróbios!!!).

55
Q

Quais as possíveis complicações da ITU alta?

A

Sepse, obstrução urinária, abcesso intrarrenal, abcesso perinefrético, pielonefrite enfisematosa, necrose de papila renal, pielonefrite crônica (NIC) e pielonefrite xantogranulomatosa.

56
Q

Quando pensar nas complicações da ITU alta?

A

Na refratariedade da ATB após 48-72h. O dx (de abcesso e obstrução) deve ser pesquisado com imagem (USG e TC).

57
Q

Qual o tto da ITU?

A

Antibioticoterapia.
*Fenazopiridina: medicação que promove analgesia na via urinária, não tendo efeito de ATB porém bom para disúria refratária.

58
Q

Qual a resposta esperada da ITU ao tto?

A

Melhora significativa dos sintomas nas primeiras 24-48h.

59
Q

O que a ausência de melhora do QC ao ATB me deve fazer pensar?

A

ITU baixa: é uretrite e não cistite ou é uma bactéria resistente.
ITU alta: complicou com obstrução ou abcesso

60
Q

Quando suspeitar de uma ITU com bactéria mais resistente?

A

Uso de ATB prévio, ITU hospitalar com SVD e ITU complicada.

61
Q

Quais os principais agentes na ITU baixa e alta não complicadas? Quais ATBs posso usar?

A

E. coli (90%) > outros GNs entéricos (Klebsiella e Proteus). Geralmente são sensíveis (os da comunidade) a: fluoroquinolonas (alta - podendo adicionar ou não gentamicina - ou baixa), nitrofurantoína (baixa), fosfomicina (baixa), amoxicilina, ampicilina, cef 1a.
*A sensibilidade desses germes ao bactrim diminuiu muito.
**Para uretrite e vaginite: doxicilina.

62
Q

Qual o tto das uretrites?

A

Como são causadas, geralmente, por germes sexualmente transmissíveis (C. trachomatis, Gardnerella, Mycoplasma e Ureaplasma), o tratamento envolve o uso de tetraciclinas ou macrolídeos (são resistentes ao bactrim e fluoroquinolonas). A primeira escolha é a doxiciclina.

63
Q

Qual o tto da ITU em gestantes?

A

As fluoroquinolonas e o bactrim são CI, portanto dá-se preferência à nitrofurantoína, penicilinas e cefalosporinas.

64
Q

Quando tratar a bacteriúria assintomática?

A

Gestantes, pré-op (apenas em pacientes que serão cateterizados e apresentam risco alto de pielo, como idosos, diabéticos, nefropatas, bexiga neurogênica, obstrução, litíase, IMSP, etc), pré-op de todas urológicas (urocultura), toda BA por Proteus.

65
Q

Qual o tto da cistite e uretrite na mulher não gestante?

A

Fluoroquinolona (eg, norfloxacino 400 mg 12/12h por 3d), fosfomicina (dose única 3g em copo d’água antes de dormir com a bexiga vazia). Outras: cefalexina (500 mg 6/6h por 5d), amoxicilina (250 mg 12/12h por 5d), nitrofurantoína (100 mg 6/6 por 7 dias).

*Deve-se evitar usar quinolona como primeira linha para cistite pela possibilidade de seleção bacteriana.

66
Q

Qual o tto da cistite em homens?

A

O ATB geralmente é por 7-14 dias e evitar nitrofurantoína e beta-lactâmicos, pois não penetram bem na próstata. Opções: fosfomicina, quinolona, bactrim.

67
Q

Qual o tto da cistite e uretrite no homem?

A

Cistite: guiado pelo GRAM com duração de 7d (CGP = amoxicilina, provável enterococo; BGN = norfloxacino, provável E. coli ou Proteus).
Uretrite: principal agente é a N. gonorreia = ceftriaxona 250 mg IM dose única. Outra opção: doxiciclina por 10d.
*Cistite no homem é obrigatório fazer: urocultura, GRAM de urina e exame clínico da próstata. Isso pois cistite no homem é MUITO incomum.

68
Q

Qual a abordagem e conduta na gestante com ITU?

A

Sempre solicitar urocultura e gram, orientando o ATB pelo GRAM. A duração é por 7d e a preferência é por nitrofurantoína, cefalosporina 1a geração e penicilinas. Apenas na gestante está indicada a urocultura de controle após 2-4s.

69
Q

Qual a conduta na prostatite?

A

< 35 anos: causada por N. gonorreia, clamídia e outras ISTs. Ofloxacino.
> 35 anos: enterobactérias. Ciprofloxacino.
*A duração é de 30d para a aguda e 3 meses para a crônica.

70
Q

Quando a conduta na pielonefrite aguda?

A

ATB empírico até urocultura (48h), norteado pelo GRAM e deve-se coletar 2 amostras de HMC, durando 14d seguindo as seguintes recomendações:
1) Sempre usar uma quinolona ou aminoglicosídeo se: sem GRAM, GRAM sem bactérias ou BGNs.
2) GRAM com CGP (Enterococo): amoxicilina (500 mg 6/6h VO) ou ampicilina (1g 6/6h EV).
3) Quadros graves (especialmente se tremores): ampi + quinolona EV.
4) Idoso: ampi + quinolona EV.
5) Gestante: cef 3a.
*É MANDATÓRIA a realização de cultura de controle após 2-4s. Se não melhorou após 48h-72h ou urocultura de controle positiva, pensar em complicação.

**Evitar fosfomicina ou nitrofurantoína por alcançarem menor concentração no parênquima renal.

71
Q

Como decidir se o tto da pielonefrite aguda será no hospital ou em casa?

A

Julgamento individualizado, porém a internação sempre é indicada quando: hipotensão, vômitos intensos, febre com tremores. No geral, a internação ocorrerá em IMSP, gestantes, crianças, homens, suspeita de abcesso, má aderência e nas situações acima.

72
Q

Qual a conduta na ITU hospitalar em paciente com SVD?

A

Sempre realizar urocultura com antibiograma (colher no próprio cateter caso < 7d ou por um novo cateter caso > 7d). Se cistite, duração de 7d; se pielonefrite, 14d.

73
Q

Quando está indicada a ATBprofilaxia para ITU? Qual a duração?

A

ITU sintomática de repetição (> 3 episódios por ano - se mulher e não gestante, por 6m-1a), gestantes com ITU recorrente (apenas 1 relapso - até o parto + uroculturas mensais), pós-tx renal (3-6m), prostatite crônica (ad eternum) e crianças com RVU (até correção).

74
Q

Como deve ser a ATBprofilaxia da ITU?

A

1x/dia sempre antes de dormir, podendo ser feito com bactrim, norfloxacino, ofloxacino, ciprofloxacino e nitrofurantoína.
*Opções para gestantes: nitrofurantoína, cefalexina e cefaclor.

75
Q

Qual o principal fungo envolvido na ITU?

A

Os fungos do gênero Candida, sendo a albicans a principal. Outras: tropicalis, glabrat e krusei.

76
Q

Quais os pacientes com mais risco de colonização por Candida?

A

Diabéticos não controlados, ATB prolongado e cateter vesical permanente.

77
Q

Como se chama o crescimento da Candida na urocultura? Quando é significativo?

A

Candidúria. É significativa (= ITU por Candida) quando ≥ 10^4 UFC (micção espontânea em jato médio) ou ≥ 10² quando por cateter vesical ou qualquer UFC se por punção suprapúbica.

78
Q

O que pode significar uma candidúria?

A

Contaminação da urina pela flora periuretral, colonização do TU ou do cateter, ITU baixa ou alta e infecção fúngica sistêmica.
*Ou seja, pode indicar tanto um achado sem relevância clínica quanto uma infecção potencialmente grave.

79
Q

Qual a conduta no achado da candidúria?

A

Na ausência de sintomas e determinadas condições clínicas, indica apenas correção dos fatores predisponentes e repetição da urocultura em 1-4s.
No entanto, a terapia antifúngica está indicada em maior chance de infecção invasiva ou com sintomas: ITU sintomática, cilíndros hialinos com pseudo-hifas no EAS, pós-tx renal, neoplasia hematológica, neutropenia, obstrução urinária, bexiga neurogênica, UTI, possível candidemia e fundoscopia com lesões exsudativas algodonosas (infecção sistêmica por Candida).

80
Q

Quais as possíveis complicações da candidúria?

A

Invasão renal, infecção sistêmica e bola fúngica (fenômenos obstrutivos e candidúria refratária).

81
Q

Quais os antifúngicos usados na candidúria?

A

Escolhas: anfo B e fluconazol, preferindo esta pela nefrotoxicidada daquela. Ambos apresentam duração de 7d.
*C. glabrata e krusei são resistentes ao fluconazol (pref anfo B), sendo suspeita pelo uso prévio de fluconazol.

82
Q

Qual a conduta após tto da candirúria?

A

Devemos sempre repetir a urocultura após 1-2s e, se positiva, devemos pesquisar a bola fúngica com pielografia retrógrada ou trocar o antifúngico.

83
Q

Qual a técnica de inserção de um catéter vesical?

A

1 - Material: pacote do cateterismo = solução antisséptica aquosa, seringa, água, cateter e coletor.
2 - Lavar a genitália externa: mulheres = água e sabão, fricção, direção do pubis para o ânus seguindo a sequência grandes lábios, pequenos e meato; homens = pubis, pênis, glande e meato.
3 - Antissepsia: PVPI ou clorex.
4 - Campo e cuba rim sobre o campo.
5 - Lubrificar a ponta do cateter com xilo gel estéril.
6 - Introdução: mulheres = separar os lábios com os dedos, visualizar o meato e introduzir o cateter; homens = pênis na posição vertical, expor o meato e introduzir.
7 - Certificar o bom posicionamento e insuflar o balonete com água destilada (nunca soro, pois cristaliza).
8 - Conectar ao coletor, fixar na coxa evitando tração

84
Q

Por que não se deve tratar toda BA?

A

Pois seu tratamento não reduz o índice de infecções sintomáticas, de recorrência de infecções ou de ITU complicada.

85
Q

Quais os possíveis efeitos adversos das quinolonas?

A

Aneurisma e dissecção de aorta, tendinite, rotura tendínea, hipoglicemia e alterações neurológicas.

86
Q

Como é a resistência bacteriana da cistite aos ATBs no brasil?

A

Não se deve tratar cistite de forma empírica com betalactâmico ou bactrim, pelos altos índices de resistência a esses antibióticos (1a escolha para ITU não complicada na mulher = fosfomicina ou nitrofurantoína).

87
Q

Comente sobre a pielonefrite enfisematosa.

A

É uma complicação possível da pielonefrite em pacientes com DM e hiperglicemia, em que a glicose em excesso é metabolizada pelos BGNs no rim (pielonefrite), produzindo gás. Evolui rapidamente com quadro grave e sepse. O tto geralmente é a nefrectomia.

88
Q

Comente sobre a necrose de papila.

A

Complicação possível da pielonefrite aguda, com QC de hematúria macro, dor no flanco/abdome, calafrios e febre, podendo haver IRA oligúrica. A pielografia mostra uma sombra anular. Na maioria das vezes é BILATERAL.

89
Q

Qual doença está associada tanto à necrose de papilar quanto à pielonefrite enfisematosa?

A

DM.

90
Q

Qual o principal FR para abcesso renal/perinéfrico?

A

Os cálculos renais associados à pielonefrite aguda.

91
Q

Qual o tto do abcesso renal?

A

Cirurgia + ATB (porém, casos selecionados podem evitar a cirurgia - drenagem percutânea).