HIV e AIDS Flashcards
Quais as características virológicas do HIV?
É um retrovírus (vírus de RNA que precisa infectar a célula humana e ter seu RNA transcrito em DNA para atuar). Apresenta 3 enzimas importantes: transcriptase reversa (produz DNA viral à partir do RNA viral), integrase (integra o DNA viral ao DNA da célula) e protease (sintetiza as proteínas virais). Além disso, ele apresenta um envelope externo que é a membrana plasmática da célula infectada.
Quais os tipos de HIV?
HIV-1: Brasil e mundo.
HIV-2: África.
Como é o ciclo reprodutivo do HIV?
Infecta a célula através da ligação de uma proteína à molécula CD4 (por isso a principal célula infectada é a CD4. Outras: macrófago e Langerhans). Após isso, há a transcrição do DNA viral, que irá adentrar no núcleo da célula e ter seu material genético integrado ao material da célula pela enzima integrase. A protease irá, então, clivar as proteínas para sua forma ativa e o vírus irá deixar a célula levando parte de sua MP, o que levará à LISE DA CÉLULA!!!
O que é necessário para que o HIV infecte as células?
Que elas estejam ATIVADAS. Isso pois, senão, o DNA viral não será integrado ao DNA da célula.
Qual o evento principal na fisiopatologia do HIV?
A queda na contagem de células T CD4 por destruição delas durante a replicação do vírus.
O que a perda dos LyT CD4 promove para o organismo?
Promove o aparecimento de infecções (as que qualquer pessoa saudável pode ter e as que só ocorre na IMSP, ditas oportunistas) e neoplasias OPORTUNISTAS).
Como é a infecção primária pelo HIV e sua disseminação inicial? Quais fatores favorecem a infecção primária?
O vírus, uma vez inoculado, procura os LyT CD4 para infectar, porém estes devem estar em sua forma ativada, o que faz com que, situações que ativam os LyT CD4 na região, como ISTs, aumentem o risco de transmissão do HIV. Esses vírus alcamçam os linfonodos e a replicação torna-se exponencial, alcançando bilhões de cópias e a circulação, atingindo todos os órgãos e tecidos. Essa amplificação inicial será freada pela resposta imune, fazendo um controle PARCIAL da viremia, alcançando uma viremia basal.
Qual a importância da viremia basal na HND do HIV?
A viremia basal, atingida após cerca de 6m-1a da infecção, é um fator de extrema importância prognóstica, pois reflete a capacidade de o sistema imune do hospedeiro em atingir um equilíbrio com o vírus, é o set point viral. Quanto maior o set point, pior. Portanto, a CV no momento inicial da infecção NÃO é fator determinante para o prognóstico, mas sim a CV do equilíbrio (set point).
O que pode acontecer nesse momento inicial da infecção pelo HIV?
A síndrome retroviral aguda (SRA), que será descrita adiante.
Como a fase inicial do HIV evolui?
A depender do set point viral, a pessoa irá evoluir para AIDS em alguns anos ou nunca (controladores de elite). Porém até lá, ele estará na fase assintomática (fase de latência clínica).
A fase de latência clínica apresenta latência viral?
NÃO!!! Não existe latência viral na infecção pelo HIV, sendo que, mesmo que muito pouco, sempre haverá algum grau de replicação viral.
Por que nosso organismo é incapaz de erradicar o HIV?
Pois o HIV é um vírus extremamente MUTAGÊNICO, em grande parte pela baixa fidedignidade da transcriptase reversa, que permite a grande e rápida aquisição de mutações vantajosas e favoráveis, podendo criar, até em um mesmo indivíduo, diversas sub-espécies do HIV, fazendo com que o organismo não seja capaz de criar uma resposta adequada para todos os tipos de subespécies. Além disso, as células que deveriam eliminar o HIV são os alvos dele, fazendo com que, quanto mais LyT CD4 seja produzido para eliminá-lo, mais substrato haverá para ele se replicar.
Como a fase assintomática do HIV evolui nos indivíduos que não estão em TARV?
Evoluem, ineroxavelmente, para um estado de IMSP profunda (CD4 < 350), permitindo o aparecimento de infecções e neoplasias oportunistas.
O que são os indivíduos não progressores (controladores) e os controladores de elite?
Não progressores: são aqueles que são infectados pelo HIV há > 10 anos, não usam TARV e mantém uma contagem de CD4 relativamente estável e baixa, porém acabam evoluindo, invariavelmente, para queda progressiva do CD4.
Controladores de elite: permanecem assintomáticos, com CD4 normal e com controle excelente da CV sem TARV ao longo do tempo.
Esquematize a HND da infecção pelo HIV.
Infecção inicial com enorme replicação viral e queda abrupta do CD4, durando 6m-1a, onde a resposta imune é capaz de entrar em equilíbrio, determinando o set point viral, sendo a fase assintomática ou de latência clínica, permanecendo nela por anos e anos (a depender do set point viral), até que CD4 < 350 e uma IMSP profunda se instale, permitindo o aparecimento das infecções e neoplasias oportunistas que irão levar o paciente ao óbito.
Quando tempo leva para ocorrer a soroconversão do HIV?
30 dias.
Como o HIV afeta o sistema imune do hospedeiro?
Além da IMSP causada pela queda do CD4, o HIV promove ativação contínua do sistema imunoinflamatório do organismo e também de forma exagerada. O faator mais determinante disso é o GALT: é o tecido linfoide associado à mucosa GI. Esse tecido é infectado no início da infecção pelo HIV e sendo rapidamente destruído. Isso pois apresenta várias células CD4 ativadas. A destruição desse tecido permite a maior translocação bacteriana, sustentando a resposta inflamatória crônica.
Quais as consequências do estado de inflamação crônica promovido pelo HIV?
Ocorre diversas lesões em órgãos e tecidos pela inflamação crônica, como aterosclerose, osteoporose, câncer, DM, DRC, hepatopatia crônica e disfunção neurocognitiva.
Quais as consequências do HIV para o sistema imune humoral?
Ocorre a estimulação generalizada desse sistema, promovendo uma hipergamaglobulinemia policlonal e até mesmo a síntese de AUTOANTICORPOS, podendo ocorrer plaquetopenia, artrite, neurite ou até mesmo exacerbar uma dç autoimune de base.
Qual a relação da replicação do HIV com outras infecções (oportunistas ou não)?
Qualquer infecção promove ativação de células CD4, permitindo MAIOR REPLICAÇÃO DO VÍRUS, o que é a transativação heteróloga do HIV. 2 comuns são a TB e a malária.
O que sao os santuários imunológicos do HIV?
São locais do corpo em que os elementos do sistema imune são impedidos de entrar para erradicar o HIV, sendo verdadeiros reservatórios do vírus. Ex: SNC.
O HIV pode fazer uma infecção latente? Explique.
Sim. Em algumas células, o material genético do vírus permanece ligado ao DNA da célula porém sem replicação ativa (latência pós-integração), estando fora do alcance da TARV!!! No entanto, a qualquer momento, pode se reativar e voltar a se replicar. Por isso a TARV não cura a infecção pelo HIV!!!
Quais as formas de transmissão do HIV?
Sexual, sangue, hemoderivados e tecidos e transmissão vertical (intrautero, intraparto ou AM).
Qual a principal via de transmissão do HIV?
Pelo sexo HETEROSSEXUAL.
Qual a forma sexual de maior risco de transmitir o HIV?
O sexo anal (mucosa mais fina, maior quebra de barreira e traumas).
Como as ISTs afetam a taxa de transmissão do HIV?
A presença de qualquer IST aumenta o risco de transmissão pela maior presença de células ativadas.
Qual fator é de extrema importância para o risco de transmissão do HIV?
A CV, sendo que quanto maior a CV, maior o risco de transmissão.
Quais líquidos corporais transmitem o HIV?
Sangue, sêmen, fluido vaginal, líquor, líquido de serosas, líquido amniótico.
*Não transmitem: urina, fezes, saliva, suor, escarro, vômito, lágrimas.
Quais os acidentes ocupacionais de risco para transmissão do HIV?
Percutânea, de mucosa ou de pele não íntegra.
Quando há o maior risco de transmissão vertical do HIV?
Durante o parto.
Quais os determinantes da transmissão vertical do HIV?
CV materna (mais importante - não existe CV à qual abaixo não há risco de transmissão), uso da TARV, tempo de ruptura da membrana amniótica.
Quais os indivíduos que são mais suscetíveis a se infectarem pelo HIV?
Homens que fazem sexo com homens (HSH), transsexuais e profissionais do sexo.
Explique a meta mundial para o HIV/AIDS.
A meta 90-90-90: 90% dos portadores devem ser diagnosticados, 90% dos portadores devem estar em TARV e 90% dos em TARV devem ter CV suprimida (< 1000 cópias/ml). É a cascata de cuidado contínuo que o objetivo era até 2020.
Quais os testes possíveis para dx do HIV?
Os imunoensaios (IE - detectam Acs contra o HIV), os testes moleculares (TM - detectam os ácidos nucleicos dos vírus), a cultura e a detecção do antígeno p24.
Qual a importância dos TMs?
São importantes para detectar o vírus em < 18m (quando não dá para confiar nos Acs pela passagem dos maternos) e no adulto com infecção aguda (menor tempo necessário para positivação).
Como são feitos os IE e qual sua janela diagnóstica?
São métodos de “sanduiche”: tenho um tubo com anticorpos e antígenos, em que eu incubo com o material da amostra. Após um tempo, eu coloco anticorpos contra esses antígenos da amostra e depois eu lavo com uma tinta, mostrando se estão ou não presentes. Os de 4a geração apresentam janela de 15d e os de 3a janela de 22-25d.
*Os TRs são imunoensaios simples, ideais para testes presenciais (30min já sai o resultado)
Como são feitos os TM e qual sua janela imunológica?
PCR detectando partículas virais (ácidos nucleicos) após sua amplificação. Janela de 10 dias.
Qual teste pode ser usado para confirmar o HIV e quando é usado?
O western blot (um tipo de IE - outros: imunoblot e IFI), sendo usado em caso de indisponibilidade do TM ou quando o TM for negativo e o IE for positivo (dúvida diagnóstica).
Quais as recomendações do MS para dx do HIV?
- Sem infraestrutura, rede cegonha, pessoas sorodiscordantes vivendo juntas, acidente ocupacional, gestante, VS: 2 testes rápidos sequenciais. Caso 1 negativo, não realizar o 2°. Caso o 1° positivo, realizar o 2°. Se positivo, encaminhar para realização do RNA. Caso negativo (discordância entre o 1° e 2°), repetir os 2 testes.
- Fora de unidade de saúde, campanhas de testagem: 1 TR-oral e 1 TR usando sangue.
- IE + TM. Caso discordantes = western blot.
Como é feito o diagnóstico do HIV em > 18 meses?
Requer duas etapas: um teste de triagem e um confirmatório. Isso pois o de triagem apresenta altíssima S e baixa E, fazendo com que seja necessário o confirmatório para excluir falsos positivos.
É feito da seguinte forma: 2 IE + TM para confirmar OU 2 TR + TM para confirmar. Se o de triagem e confirmatório forem discordantes, preciso do western blot para confirmar/descartar.
*Se eu fiz o primeiro IE ou TR e veio não reagente, eu não preciso repetir, exceto se suspeita de infecção muito recente.
Como é feito o dx de HIV em < 18 meses?
Aqui eu só posso usar os TMs, pois os IE e TR podem detectar Acs maternos, prejudicando a acurácia do teste. Portanto o dx é feito da seguinte forma: TM+.
Como dx o HIV em < 18 meses que receberam quimioprofilaxia ARV?
São necessários pelo menos 2 exames de CV: primeira amostra 2s após término da profilaxia e a segunda amostra 6s após término da profilaxia. Se a peimeira amostra apresentar CV > 5000, deve ser repetido IMEDIATAMENTE. Caso < 5000, após 4s. Caso discordantes, fazer uma 3a amostra imediatamente.
O dx é dado com 2 amostras positivas (> 5000 cópias).
Para demonstrar definitivo que não houve infecção, além dos 2 resultados negativos, deve-se demonstrar soroRREVERSÃO após 18m de vida (sorologia negativa para HIV).
Como dx o HIV em < 18 meses que não receberam quimioprofilaxia ARV?
Coletar a primeira amostra de IMEDIATO. Se positiva (> 5000 cópias), coletar outra imediatamente. Caso a primeira amostra for negativa ou < 5000 cópias, repetir em 4s.
Qual a conduta caso a mãe HIV+ amamente sua criança?
Deve-se interromper imediatamente, coletar a CV da criança e iniciar a profilaxia pós-exposição (PEP). A CV deverá ser repetira 2s após início da PEP e mais uma vez após 6s do início da PEP. 2 resultados negativos afastam infecção. Se > 5000, repetir imediatamente e, se > 5000, está infectada.
Qual profilaxia deve ser tomada para todo RN exposto ao HIV?
A quimioprofilaxia para o P. jiroveci à partir da 4s de vida até que se determine se houve ou não infecção. Caso 2 CVs negativas, suspender. Caso infectada (2 positivas), manter até 1a de vida (independentemente do CD4). Após o 1° ano, a profilaxia passa a depender do CD4 (< 200).
Como dx a AIDS?
Infecção pelo HIV confirmada + comprometimento imune (CD4 < 200/< 350 e/ou infecções definidoras de AIDS, ou seja, que não ocorreriam fora AIDS).
Quais as infecções definidoras de AIDS?
- Fungos: candidíase traqueia/árvore brônquica/esofágica, coccidioidomicose disseminada ou extrapulmonar, criptococo extrapulmonar, PCP, histoplasmose disseminada.
- TB extrapulmonar, neurotoxo, encefalopatia HIV, reativação Chagas.
- Vírus (CMV exceto fígado, baço e linfonodo; retinite por CMV; vírus JC - leucoencefalopatia multifocal progressica - LEMP).
- Neoplasia (Kaposi, linfoma NH, linfoma primário do SNC, ca colo útero INVASIVO).
- Outros: MAC disseminada/extrapulmonar, sd consumptiva do HIV (perda involuntária > 10%) associada a diarreia/fadiga crônica e febre ≥ 1 mês.
Onde o paciente HIV+ deve ser acompanhado pelo SUS?
Assintomáticos: UBS.
Serviço de atendimento especializado (SAE): crianças, gestantes, coinfectados (TB, HV, etc), sintomáticos e manejo mais complexo da TARV.
Qual a avaliação complementar inicial do paciente HIV+?
Devo fazer um screening da saúde dele, pesquisando comorbidades e avaliando o status imunológico pela dosagem do CD4. São eles: CD4, CV, HMG, LPG, glicemia, hepatograma, Ur/Cr, EAS, TB, HV, VDRL, toxo, Chagas e HTLV.
Qual a importância da dosagem do CD4 no HIV+?
É o principal preditor de risco para progressão para AIDS e óbito nesses pacientes.
Como deve ser o acompanhamento da CV e CD4 no HIV+?
CV: 6 meses. Além disso, 8 semanas após início/troca da TARV.
CD4:
Quais outros acompanhamentos devem ser feitos no paciente HIV+?
Risco CV (escore de Framingham), função neurocognitiva a cada 6-12 meses.
Posso usar as ferramentas para avaliação do Alzheimer para as disordens cognitivas associadas ao HIV?
Não, pois a demência de Alzheimer acomete o córtex cerebral (déficit predominantemente cognitivo), enquanto que a HAND é subcortical (déficit predominantemente executivo).
Qual a principal causa de óbito por doença infecciosa no paciente portador de HIV?
TB!!!
Quando deve ser pesquisada a TB no paciente HIV+?
Em TODAS as consultas!!!
Quais as pistas clínicas da TB no paciente HIV+?
Uma ou mais das seguintes manifestações: tosse, febre, perda ponderal e/ou sudorese noturna.
Como investigar TB latente no indivíduo HIV+?
Através da prova tuberculínica (PT). A ILTB pode evoluir para TB doença no futuro (reativação ou secundária).
Como identificar ILTB no HIV+ e qual a conduta?
PT ≥ 5 mm, indicando isoniazida em monoterapia por 9 meses (desde que TB ativa seja descartada por critérios clínicos, radiográficos e escarro).
*PT < 5 mm indica repetição anual.
Quais neoplasias devem ser rastreadas no paciente HIV+ e como fazer esse rastreio?
Mama (50-69 anos, mamografia, bianual), colo uterino (sexualmente ativa, papanicolau, semestral no 1° ano e, se normal, anual. Se CD4 < 200, semestral até normalizar. Se positivo, colposcopia), anal (sexo anal receptivo, hx HPV, histologia vulvar/cervical anormal; TR + papanicolau anal; anual, anuscopia se alterado) e fígado (cirrose ou HBsAg+; alfafeto + USG hepático; 6m).
Quais são medidas que devem ser incentivadas nos hábitos de vida do paciente HIV+?
Evitar sexo desprotegido, busca ativa e prevenção de ISTs, reduzir/abolir álcool e drogas ilícitas, suporte para cessar tabagismo, realizar atividades físicas, vida saudável e disponibilizar insumos preventivos (preservativos, gel, agulhas, seringas descartáveis).
Como deve ser a imunização no paciente HIV+?
CD4 > 350: TODAS as vacinas.
CD4 200 - 350: avaliar risco x benefício das vacinas com agentes vivos.
CD4 < 200: não vacinar com agentes vivos.
*Qualquer vacina faz transativação heteróloga do HIV, aumentando, momentaneamente, sua CV nos 30 dias subsequentes (não dosar DV após 30d de uma vacina).
Qual vacina é feita de forma diferente no HIV+ e como é feita?
A vacina para o HBV, devendo ser feita em DOSE DOBRADA e com uma DOSE EXTRA (4 aplicações ao invés de 3).
Qual uma consequência paradoxal do início da TARV no HIV+? Explique.
Apesar de o objetivo da TARV seja recuperar o sistema de defesa, isso pode levar a uma reação inflamatória prejudicial ao hospedeiro, a sd da reconstituição imune (SRI). Isso ocorre pois, com o SI debilitado, pode haver algumas infecções no hospedeiro disseminadas porém assintomáticas pois não há SI para produzir os sintomas. Com a recuperação do SI com a TARV, há uma resposta inflamatória muito grande contra esses agentes disseminados, podendo haver uma piora paradoxal com o início da TARV.
A TARV deve ser interrompida se houver sd da reconstituição imune?
Não, exceto em casos graves.
Quando suspeitar da SRI?
CD4 < 100 antes da TARV, piora de doença prévia/novos sintomas, sinais e sintomas após 4-8s da TARV.
Quando eu devo solicitar a genotipagem viral antes da TARV?
Apenas em 4 situações: infecção com parceiro em uso atual/prévio de TARV, gestantes HIV+, crianças/adolescentes HIV+ e coinfecção HIV-TB.
Quando e em quem deve ser iniciada a TARV?
IMEDIATO e em TODOS OS PORTADORES DE HIV (independentemente do CD4). Isso pois a TARV reduz drasticamente o risco de transmissão.
Como deve ser feito o início da TARV na coinfecção HIV-TB?
NUNCA (!!!) deve ser iniciada de imediato concomitantemente com o tto para TB. A prioridade é o tratamento da TB. Isso para evitar/reduzir a sobreposição de eventos adversos relacionados às medicações. A TARV pode ser iniciada, a depender do cenário (CD4, TB meníngea) dentro de 2s, após 8s ou na 8s de tto TB.
Qual a importância da CV indetectável para a transmissão?
Uma CV indetectável por pelo menos 6m torna o HIV intransmissível por via sexual.
*Exceto para AM.
Quantas drogas devem ser usadas na TARV?
3, no mínimo (terapia tripla).
Quais as classes de drogas da TARV? Dê exemplos.
Cada uma irá atuar contra uma das proteínas do vírus:
- Transcriptase reversa: lamivudina (3TC), tenofovir (TDF), zidovudina (AZT) e efavirenz (EFV).
- Integrase: dolutegravir (DTG) e raltegravir (RAL).
- Protease (-navir): lopinavir + ritonavir, atazanavir + ritonavir. O ritonavir potencializa o efeito de todos iProteases.
Qual o esquema de escolha da TARV para as diferentes populações?
População geral: tenofovir + lamivudina + dolutegravir (TDF + 3TC + DTG).
Gestantes < 13 semanas: TDF + 3TC + EFV.
Gestantes > 13 semanas: TDF + 3TC + DTG.
TB (tratando ou não): TDF + 3TC + EFV.
*Gestantes: usar o RAL ao invés do DTG.