Hipertensão Arterial Flashcards
Quais são as substâncias e complexos envolvidos com o desenvolvimento da HAS?
- Desequilíbrio entre a síntese de óxido nítrico (vasodilatador) e/ ou sua transformação na sua forma ativa
- Sistema renina-angiotensina-aldosterona
- Arteriosclerose (ciclo rigidez - hipertensão - rigidez)
- Aumento na produção de citocinas pró-inflamatórias (como moléculas de adesão leucocitária, endotelina-1, angiotensina II)
Qual a relação entre óxido nítrico (NO) e disfunção endotelial?
- Aumento na produção de citocinas pró-inflamatórias (como moléculas de adesão leucocitária, endotelina-1, angiotensina II) leva a um estado inflamatório crônico na HAS
- Isso diminui as enzimas responsáveis pela produção do NO, enquanto o estresse oxidativo degrada o NO existente
- Isso aumenta o tono do músculo vascular, induz a proliferação de células musculares lisas da camada média e aumenta a permeabilidade do endotélio
- Assim, LDL consegue adentrar o espaço subendotelial e se instalar por lá sem dificuldades, originando a aterosclerose
Quais os componentes da Síndrome Metabólica?
- HAS ou pré HAS
- DM ou pré DM
- Triglicérides altos
- LDL alto
- HDL baixo
- Obesidade central (circunferência abdominal acima de 94 para homens e 80 para mulheres)
- Aumento da inflamação vascular
- Aumento do Fibrinogênio
Como avaliar a disfunção endotelial?
- Proteína C reativa
- DMF (dilatação mediada pelo fluxo) medida na artéria braquial. É um método não invasivo feito com ultrassonografia que se correlaciona com a função endotelial das coronárias e prediz, de modo
independente, a doença CV
Como avaliar a arteriosclerose?
- ITB
- VOP (velocidade de onda de pulso): valor de referência < 10
- Pressão de Pulso: PAS - PAD (quanto maior, maior a rigidez)
ITB e VOP são preditores independentes, PP é um preditor indireto
O que é Hipotensão Ortostática?
- Em idosos, diabéticos, disautonômicos ou naqueles em uso de anti hipertensivos, a PA também deve ser medida 1 minuto e 3 minutos após estar em pé (imóvel)
- A hipotensão ortostática é definida como uma redução na PAS ≥ 20 mmHg ou na PAD ≥ 10 mmHg dentro do 3° minuto em pé e está associada a um risco aumentado de mortalidade e eventos cardiovasculares.
Como diagnosticar a HAS?
O diagnóstico de HA é baseado em medições
repetidas da PA em consultório em mais de uma consulta, exceto quando é HA estágio 3 e especialmente em pacientes de alto risco. Em cada consulta, três medidas da PA devem ser registradas, com 1 a 2 minutos de intervalo,
e medidas adicionais devem ser realizadas se as duas primeiras leituras diferirem em > 10 mmHg. A PA do paciente é a média das duas últimas leituras da PA.
Como aferir a PA?
- Paciente não poderá ter fumado nos últimos 30min;
- Deverá estar de bexiga urinária vazia e em repouso por no min 5 minutos;
- Deverá sentar com as costas apoiadas, pernas descruzadas, pés no chão e braço sustentado ao nível do coração;
- Envolver a braçadeira no braço do paciente de modo a deixar dois dedos de folga, deve estar posicionado entre o acrômio e o olécrano, cerca de três dedos de distância da fossa cubital;
- Identificar o pulso radial e calcular a estimada;
- Acrescer 20 - 30 mmhg ao valor da estimada durante a insuflação do esfigma, com a campânula do esteto na artéria braquial;
- Primeiro som de korotkoff: PAS, abafamento dos sons: PAD;
- Após o abafamento ainda teve pulsos? PAS/PAD/zero
- Primeira aferição? Medir simultaneamente os MMSS, a PA não deve variar com mais de 5-10 mmhg entre eles. Fazer as próx aferições no braço com maior valor;
Lembrar que idosos tem o HIATO AUSCULTATÓRIO (manobra de Osler)
É diagnóstico? Fazer 2 aferições com intervalo de 1 a 2 min e usar a média entre elas pra determinar a PA.
Qual o tamanho da braçadeira para aferição da PA?
Largura de 40% e comprimento de 80%
No adulto médio: 12-14cm de largura e 30cm de comprimento.
Classificação da HAS
- ótima: < 120 < 80
- normal: 120 - 129 / 80 - 84
- pré HAS: 130 - 139 / 85 - 89
- HAS 1: 140 - 159 / 90 - 99
- HAS 2: 160 - 169/ 100 - 109
- HAS 3: > 180 > 110
HAS em crianças
- Todas devem ter PA aferida anualmente a partir dos 3 anos
- Menores de 3 anos com problemas que interfiram na PA podem ter aferições necessárias
- Maiores de 3 anos com problemas que interfiram na PA terão aferições em qualquer avaliação clínica
- Diagnóstico: Percentil > 95 em 3 visitas distintas
- META TERAPÊUTICA: < 13 anos - reduzir a PA para < P90, > 13 anos - manter abaixo de 130/80
HAS em Idosos
Saudáveis: 130 - 139 / 70 - 79 (limiar: < 140 < 90)
Frágeis: 140 - 149 / 70 - 79 (limiar: < 160 < 90)
Obs: a meta mais rígida (125-135 mmHg) pode ser obtida em casos selecionados, especialmente
em idosos motivados, < 80 anos, apresentando ótima tolerabilidade ao tratamento.
Metas HAS Adultos
- Risco Alto: 120 - 129 / 70 - 79
- Risco Baixo e Moderado: < 140 < 90
- DCV: < 130/80
- DM: < 130/80 MAS evitar valores < 120/70
Fatores de Risco DCV para Estratificação de Risco Cardiovascular
- Baixo Risco: HAS, Tabagismo, Obesidade, Sedentarismo, Sexo Masc., DCV prematura (< 55 anos p/ homens e < 65 anos p/ mulheres), ter +65 anos;
- Alto Risco: DM e eventos cardiovasculares/ lesões de órgãos alvo prévios.
- Tem SÓ UM risco ALTO mesmo tendo outros critérios de BAIXO risco? Então é ALTO RISCO
- Tem SÓ UM risco BAIXO e nada mais? Então é BAIXO RISCO
- Tem mais de um BAIXO RISCO? Então calcule
Seguimento Escore de Framinghan
- Baixo: < 10% - ANUAL
- Moderado: 10 - 20% - SEMESTRAL
- Alto: > 20% - TRIMESTRAL
A estratificação não é restrita aos diagnosticados com HAS e e tem como objetivo determinar o risco global de um indivíduo entre 30 e 74 anos de
desenvolver DCV nos próximos 10 anos.
Rastreamento da PA
CAB n° 37
- PA < 120 < 80: a cada 2 anos
- Pré HAS sem DCV: anualmente
- HAS 1 ou pré HAS com risco para DCV: em dois momentos com intervalo de 1 a 2 semanas
Seguimento HAS
AHA + 8° Diretriz
- Normal/ Ótima: avaliar anualmente e promoção de vida saudável;
- Elevada (AHA): mudança de estilo de vida + reavaliar em 3 - 6 meses
- Pré HAS e HAS 1: considerar Hipertensão Mascarada ou do Avental Branco, rodar MAPA ou MRPA, se anormal iniciar tratamento
- HAS 1 (AHA): estratificar o risco. Se < 10% mudança de estilo de vida + reavaliar em 3 - 6 meses. Se > 10% promover mudanças e iniciar tratamento. Atingiu as metas em um mês? Reavaliar em 3-6 meses. Não atingiu? Reavaliar medicamentos e acompanhar mensalmente até atingir.
- HAS 2 (AHA): iniciar tratamento com 2 medicamentos. Atingiu as metas em um mês? Reavaliar em 3-6 meses. Não atingiu? Reavaliar medicamentos e acompanhar mensalmente até atingir.
Qual a diferença entre Urgência e Emergência Hipertensiva?
Os parâmetros pressóricos são os mesmos (> 180 >110), PORÉM na Emergência temos lesão de órgão alvo e risco iminente de vida, com o tratamento sendo realizado em UTI.
Pseudocrises são subitos aumentos na PA resultantes de questões emocionais, não são urgências ou emergências e não conferem risco a vida.
Manejo Clínico de Urgências Hipertensivas
- Acomodar o paciente em leito de observação;
- Mantê-lo tranquilo e monitorizado;
- MEDICAMENTOS: captopril (pico de 60-90min) e clonidina (pico de 30 a 60min)
- NÃO USAR VASODILATADORES DE AÇÃO RÁPIDA - NIFEDIPINA - POIS PODEM CAUSAR ISQUEMIA TECIDUAL
Captopril é um IECA e Clonidina é Beta Adrenérgico
Manejo Clínico Emergências Hipertensivas
- UTI
- Evitar progressão de LOA
- Medicamentos EV
- Rebaixar os níveis pressóricos GRADUALMENTE
- PA média ≤ 25% na 1a hora;
- PA 160/100-110 mmHg nas próximas 2 a 6 h;
- PA 135/85 mmHg em um período de 24-48 h subsequentes.
Encefalopatia Hipertensiva
- Sinais e/ou sintomas de edema cerebral secundário à elevação súbita e/ou mantida da PA.
- Cefaleia, náuseas ou vômitos alterações do campo visual, fotopsia, visão turva, alucinações visuais, confusão mental, coma, crises convulsivas generalizadas e hiper-reflexia.
- Falência dos mecanismos de autorregulação da perfusão cerebral.
- O objetivo do tratamento consiste em diminuir a PA de forma lenta porque reduções intensas e rápidas podem provocar hipoperfusão cerebral e perda do mecanismo de autorregulação cerebral.
- Nitroprussiato de sódio (NPS)