Hanseníase e Tuberculose Flashcards
Qual a forma capaz de evoluir espontaneamente para a cura?
Indeterminada
Qual a forma naturalmente combatida pelo sistema imunológico?
Tuberculóide
Complicações devido à lesão neural
- Primárias: comprometimento sensitivo e motor: mão em garra, mão caída;
- Os troncos nervosos mais acometidos: nervo ulnar, o nervo mediano e o nervo radial, tronco tibial, fibular, ramo zigomático do nervo facial. Ex. mão em garra, mão caída, garra dos artelhos e perda de sensibilidade da
região plantar, pé caído, lesão do ramo zigomático do nervo facial causa paralisia da musculatura orbicular, com consequente impossibilidade de oclusão das pálpebras, levando ao lagoftalmo. - Secundárias: comprometimento neural. Ex. perda da sensibilidade autonômica e úlceras plantares.
- Requer um segundo componente causador. Este é o caso da úlcera plantar (alteração de sensibilidade da região plantar, necessita de uma força de fricção e trauma). Perda da sensibilidade autonômica, que
inerva as glândulas sebáceas sudoríparas, leva à perda da pliabilidade da pele, deixando-a seca e frágil ao trauma.
Quando realizar a avaliação de incapacidade física?
- No diagnóstico
- Na ocorrência de estados reacionais
- Na alta por cura
Avaliação da função neural
- no início do tratamento;
- a cada três meses durante o tratamento se não houver queixas;
- sempre que houver queixas, tais como: dor em trajeto de nervos, fraqueza muscular, início ou piora de queixas parestésicas;
- no controle periódico de doentes em uso de corticoides por estados reacionais e neurites;
- na alta do tratamento;
- no acompanhamento pós-operatório de descompressão neural com 15, 45, 90 e 180 dias.
HANS: Investigação Epidemiológica de Contatos
Avaliação dermatoneurológica ao mínimo 1x/ano, por pelo menos 5 anos, de todos os contatos que não foram identificados como casos de hanseníase na avaliação
inicial, independentemente da classificação operacional do caso notificado – paucibacilar (PB) ou multibacilar (MB).
Teste de Schimer
- Ressecamento da córnea (teste < 10mm)
- Falha na irrigação
- SINAIS E SINTOMAS: ardor, sensação de corpo estranho (“areia”), prurido, lacrimenjamento, olho vermelho crônico, diminuição da acuidade visual
- TRATAMENTO: lubrificação com colírio e pomadas, piscar frequentemente
Reação Hansênica do Tipo 1 ou Reversa
PB
REAGUDIZAÇÃO COM INTENSIFICAÇÃO DOS SINTOMAS E DECLÍNIO PROGRESSIVO
* Aparecimento de novas lesões dermatológicas (manchas ou placas), infiltração;
- Reagudização de lesões antigas
- Dor espontânea nos nervos periféricos
- Aumento ou aparecimento de áreas hipo ou anestésicas
- Processo de hiper-reatividade imunológica, em
resposta ao antígeno (bacilo ou fragmento bacilar) - Edema de mãos e pés; aparecimento brusco de
mão em garra e “pé caído” - Início antes do tratamento com poliquimioterapia (PQT) ou nos primeiros 6 meses do tratamento;
- Lenta; podem ocorrer sequelas neurológicas e complicações, como abcesso de nervo
TRATAMENTO: Prednisona + Dexametasona
Reação tipo 2 ou reação de eritema
nodoso hansênico
MB
- Nódulos subcutâneos dolorosos, acompanhados ou não de febre, dores articulares e mal-estar generalizado, com
ou sem espessamento e neurite. - As lesões preexistentes permanecem inalteradas.
- Processo de hiper-reatividade imunológica, em resposta ao antígeno (bacilo ou fragmento bacilar)
- É frequente; presença de febre, astenia, mialgias, náuseas (estado toxêmico) e dor articular
- Edema de extremidades (irite, epistaxes, orquite, linfadenite, neurite); comprometimento gradual dos troncos nervosos
- Pode ser a primeira manifestação da doença
- Evolução rápida; o aspecto necrótico pode ser contínuo,
durar meses e apresentar complicações graves
TRATAMENTO: Talidomida
3 principais troncos nervosos periféricos acometidos pela Hanseníase
- FACE – Trigêmeo e Facial: podem
causar alterações na face, nos olhos e
no nariz; - BRAÇOS – Radial, Ulnar e Mediano:
podem causar alterações nos braços e
nas mãos; - PERNAS – Fibular e Tibial: podem
causar alterações nas pernas e nos pés.
Teste de Sensibilidade Térmica
- Realizado nas áreas SUSPEITAS:
- áreas de hiposensibilidade
- manchas, placas e nódulos
- evitar calosidades
- territórios dos nervos ulnar (4° e 5° dedo da mão), radial (dorso da mão até o 3° dedo), fibular (lateral da perna e dorso do pé) e tibial (plantar) - Tubos quentes e gelados
- Aplicar nas áreas e questionar quanto a sensibilidade pelo paciente
- Alteração de temperatura nas lesões circundada por áreas com temperatura normal? Confirmado o diagnóstico, nem precisa realizar os demais (dolorosa - com a agulha de insulina - e tátil - monofilamento Semmes - Weinstein verde 0,5g/ estesiômetro)
Qual é a primeira sensibilidade perdida na Hanseníase?
É a das fibras mais finas que se referem ao calor e dor. A tátil é a última a ser perdida.
Critérios para Graduação da Força Muscular
- FORTE - 5 - Movimento completo contra resistência
- DIMINUÍDA
- 4: movimento completo, resistência parcial
- 3: movimento completo sem resistência
- 2: movimento parcial - PARALISADA
- 1: contração muscular sem movimento
- 0: paralisia
Nervo Trigêmio
- LOCAL/ TÉCNICA: Fio dental na íris e lateral do nariz
- FUNÇÃO: Sensibilidade da córnea e nariz
- CONSEQUÊNCIA: Irritabilidade, triquíase (cílio dentro do globo), úlcera na córnea, diminuição da visão
Nervo Facial
- LOCAL/ TÉCNICA: Mímica, eleva as sobrancelhas, abre e fecha os olhos
- FUNÇÃO: Expressão facial, proteção ocular, glândulas lacrimais, salivares e nasais
- CONSEQUÊNCIA: logoftalmo (paresia ocular), ressecamento e ulceração, diminuição da visão
Nervo Auricular
- LOCAL/ TÉCNICA: lateralização da cabeça, hiperextensão do esternocleidomastoideo
- FUNÇÃO: (?)
- CONSEQUÊNCIA: espessamento e dor do nervo
Nervo Radial
- LOCAL/ TÉCNICA: póstero - inferiro à região de inserção do deltóide
- FUNÇÃO: sensibilidade da mão até o 4° dedo, anterior do braço, extensão dos dedos e punho
- CONSEQUÊNCIA: mão caída
Nervo Ulnar
- FUNÇÃO: sensibilidade da face medial do braço, 5° e metade medial do 4° dedo, adução e abdução dos dedos
- CONSEQUÊNCIA: diminuição da força e sensibilidade, mão em garra
Nervo Mediano
- LOCAL/ TÉCNICA: região do punho nos tendões flexores para avaliar a dor
- FUNÇÃO: sensibilidade do antebraço, palmar, polegar, 2°, 3° e metade lateral do 4° dedo, oponência e abdução do polegar
- CONSEQUÊNCIA: mão em garra, atrofia, diminuição da sensibilidade
Nervo Fibular Comum
- LOCAL/ TÉCNICA: joelho em flexão, palpação 2cm abaixo da cabeça da fíbula
- FUNÇÃO: sensibilidade e função da parte lateral da perna e do pé
- CONSEQUÊNCIA: alteração motora e de sensibilidade dos dedos e dorso do pé, alterando a dorsiflexão
Nervo Tibial Posterior
- LOCAL/ TÉCNICA: pés no chão, palpação na metade ao terço anterior da linha entre a inserção do tendão calcanear e o maléolo medial
- FUNÇÃO: sensibilidade da região plantar
- CONSEQUÊNCIA: alteração da adução e abdução dos dedos, dedos em garra
Paciente com diagnóstico de hanseníase compareceu a UBS com deficiência secundária em virtude do não tratamento da doença. Qual seria essa complicação?
Mal perfurante plantar, caracterizado por
* alteração de sensibilidade e motricidade do pé
* perdas sensitivas
* fraqueza
* paralisia da musculatura
Para a vigilância de novos casos entre a população vivendo nas antigas ex-colônias de isolamento, recomenda-se:
Exame de Coletividade
Quais são os pacientes com maior risco de transmissibilidade da Tuberculose?
- Não diagnosticados
- Início do tratamento (a partir de 2 semanas deixam de transmitir)
Suspeitar de Reação Hansênica do Tipo 1, quando:
REAGUDIZAÇÃO DO QUADRO
- as lesões de pele da hanseníase se tornarem mais avermelhadas e inchadas; e/ou
- os nervos periféricos ficarem mais dolorosos; e/ou
- houver piora dos sinais neurológicos de perda de sensibilidade ou perda de função muscular; e/ou
- as mãos e pés ficarem inchados; e/ou
- houver surgimento abrupto de novas lesões de pele até 5 anos após a alta medicamentosa.
Suspeitar de reação hansênica tipo 2 (eritema nodoso hansênico) se houver:
- manchas ou “caroços” na pele, quentes, dolorosos e avermelhados, às vezes ulcerados; e/ou
- febre, “dor nas juntas”, mal-estar; e/ou
- ocasionalmente dor nos nervos periféricos (mãos e pés); e/ou
- comprometimento dos olhos; e/ou
- comprometimento sistêmico (anemia severa aguda, leucocitose com desvio à esquerda, comprometimento do fígado, baço, linfonodos, rins, testículos, suprarrenais).
Na radiografia de tórax, são alterações sugestivas de atividade de tuberculose:
cavidades, nódulos, consolidações, massas, derrame pleural e alargamento de mediastino.
Na leitura do Teste Tuberculínico (PPD), Indivíduos vacinados com BCG nos últimos dois anos podem apresentar…
10 mm ou mais na leitura do PPD.
Somente a prova tuberculínica positiva confirma o diagnóstico de TB?
prova tuberculínica é um exame complementar e não é suficiente para o diagnóstico da doença. O diagnóstico é feito com base na avaliação clínica, exames de imagem e microbiológicos, como a baciloscopia e a cultura.
No exame físico do pulmão afetado com derrame pleural é possível identificar…?
o acúmulo de líquido na cavidade pleural pode afetar a transmissão do som, levando ao abafamento ou diminuição do murmúrio vesicular na ausculta pulmonar.
A partir dos cinco anos de idade, nenhuma pessoa deve ser vacinada com BCG (mesmo profissionais de saúde e/ou grupos com maior vulnerabilidade), exceto…?
pessoas contatos de hanseníase.
Para a vigilância de novos casos entre a população vivendo nas antigas ex-colônias de isolamento para hanseníase, recomenda-se:
exame de coletividade
Qual a função da Dosagem Sanguínea de Interferon-Gama (IGRA)?
diagnnosticar infecção latente pelo M. Tuberculosis.
Qual a diferença entre imunodepressão e imunossupressão?
- Imunodepressão: é uma diminuição da resposta imune devido a certas doenças, como o HIV, doença renal crônica e o câncer, por exemplo.
- Imunossupressão: é uma diminuição da resposta imune devido ao uso de algumas medicações, como corticoides e agentes imunoterápicos (usados em doenças autoimunes).
O diagnóstico de caso de hanseníase é essencialmente…
clínico e epidemiológico, realizado por meio da análise da história e condições de vida do paciente, do exame dermatoneurológico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos (sensitivo, motor e/ou autonômico).
Quais são as fontes de infecção de hans?
O homem é considerado a única fonte de infecção da hanseníase.
A técnica de avaliação da sensibilidade com estesiômetro deve ser realizada…
com monofilamentos em ordem crescente.
Qual o período de incubação da hans?
2 - 7 anos (média 5 anos), podendo chegar até 10 anos (há casos de até 20 anos).
As lesões da hanseníase geralmente iniciam com …
hiperestesia, sensação de queimação, formigamento e/ou coceira no local, que evoluem para ausência de sensibilidade e, a partir daí, não coçam e o paciente refere dormência - diminuição ou perda de sensibilidade ao calor, a dor e/ou ao tato.
Entre as medidas para combater o estigma e a discriminação da hans, está a prevenção de incapacidades, que consiste em um conjunto de ações que visam:
evitar a ocorrência de danos físicos, emocionais e socioeconômicos
Na hans, recomenda-se a avaliação dermatoneurológica pelo menos…
uma vez ao ano, por pelo menos cinco anos, de todos os contatos domiciliares e sociais que não foram identificados como casos de hanseníase na avaliação inicial.
No processo de investigação de contatos assintomáticos de TB de adultos e adolescentes maiores de 10 anos, deve-se realizar…
a Prova tuberculínica (PT), se a mesma for maior ou igual a 5 mm, solicita-se o Raio X de tórax. Se o Raio X de tórax apresentar-se NORMAL, deve tratar como Infecção Latente da Tuberculose (ILTB).
As amostras recomendadas para realização do TRM-TB são:
escarro, escarro induzido, lavado broncoalveolar, lavado gástrico, líquor, gânglios linfáticos e outros tecidos.
A enfermeira do posto identificou um paciente, 39 anos, diagnosticado recentemente com tuberculose ativa, que iniciou tratamento por 20 dias e parou por conta própria. Com base na análise do caso, defina a situação clínica, indique o esquema de tratamento recomendado e a estratégia estabelecida pela enfermeira para melhora da adesão.
Caso novo ou virgem de tratamento, recomendado esquema básico de 2RHZE/4RH (2 meses – Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol; 4 meses – Rifampicina e Isoniazida), com indicação de tratamento diretamente observado.
Orientações para o paciente na coleta de escarro para TB
- Entregar o recipiente ao paciente, verificando se a tampa do pote fecha bem e se já está devidamente identificado (nome do paciente e a data da coleta no corpo do pote).
- Orientar o paciente quanto ao procedimento de coleta: ao despertar pela manhã, lavar bem a boca, inspirar profundamente, prender a respiração por um instante e escarrar após forçar a tosse. Repetir essa operação até obter três eliminações de escarro, evitando que ele escorra pela parede externa do pote.
- Informar que o pote deve ser tampado e colocado em um saco plástico com a tampa para cima, cuidando para que permaneça nessa posição durante o transporte até a unidade de saúde.
- Orientar o paciente a lavar as mãos após o procedimento.
- Na impossibilidade de envio imediato da amostra para o laboratório ou unidade de saúde, ela poderá ser conservada em geladeira comum até o dia seguinte.
Coleta de escarro induzido com nebulização
A técnica do escarro induzido, utilizando nebulizador ultrassônico e solução salina hipertônica (5 ml de NaCl 3% a 5%), pode ser usada em pacientes com forte suspeita de TB pulmonar que não conseguem coletar uma amostra adequada de material proveniente da árvore brônquica.
Para quais grupos será solicitado o RX no diagnóstico de TB?
- Contatos de TB pulmonar
- HIV +
- População privada de liberdade
- DM
- Profissionais de saúde
Qual a população vulnerável com maior risco de adoecimento por tuberculose?
Pessoas em situação de rua