Espondiloartropatia Soronegativas + Hérnia Discal Flashcards

1
Q

Quais as espondiloartropatias soronegativas e por que são agrupadas juntas?

A

EA, ARe, AP, artropatia enteropática. Acometimento de ênteses, articulações axiais, lesões sistêmicas, superposição de formas clínicas, ausência do FR, HLA-B27 e hereditariedade.

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2
Q

O que são as ênteses?

A

São os locais nos ossos de uma articulação em que se inserem os tendões, ligamentos, aponeuroses e cápsulas articulares.

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3
Q

O que é a EA?

A

É uma doença inflamataória crônica que acomete sempre a articulação sacroilíaca e ascende para a coluna vertebral –> articc do esqueleto axial.

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4
Q

Qual a epidemiologia da EA?

A

Homens (3:1) jovens. Muito raro incidir em > 40a.

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5
Q

Qual a importância do HLA-B27 na EA?

A

90% dos portadores de EA apresentam esse gene, porém não tem relação com gravidade do quadro (prognóstico?),

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6
Q

Qual a patogenia da EA?

A

Há, por algum motivo desconhecido, um processo inflamatório crônico nas ênteses, promovendo erosão do osso adjacente e estímulo para o reparo crônico desse osso (neoformação óssea), que gera proeminências ósseas com evolução para a anquilose (fusão).

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7
Q

Quais as articulações acometidas pela EA?

A

Fundamentalmente há acometimento das sacroilíacas e, posteriormente, da coluna vertebral de forma ascendente, porém, qualquer articulação do corpo pode ser acometida, como a do calcâneo, sínfise púbica, patela, …

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8
Q

Como é o acometimento da EA no esqueleto axial?

A

SEMPRE se inicial pelas sacroilíacas promovendo uma sacroileíte e, então, migra para a coluna lombossacra, torácica e cervical (acometimento ascendente). Na coluna vertebral, o acometimento se inicia na parte anterior da coluna (inserção do disco intervertebral), promovendo neoformação óssea com proeminências chamadas de sindesmófitos, que acabam fazendo uma “ponte” entre as vértebras e reduzindo a mobilidade. Com o evoluir da doença (após vários anos de atividade), a coluna pode se fundir inteira na forma da coluna em bambu (acentuação da cifose torácica e perda da lordose lombar). Pode haver osteoporose difusa.

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9
Q

Quais as diferenças entre a EA e a AR?

A
  1. Infecção avançada pelo HIV pode desencadear EA e melhorar AR. 2. AR - erosões no osso articular; EA neoformação óssea. 3. EA - histopatologia da membrana sinovial com neutrófilos/macrófagos/hipervasc; AR - linfócitos, lining cells (hiperplasia das céll de revestimento). 4. EA - ausência de citrulinização proteica.
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10
Q

Quais as manifestações articulares da EA?

A

Inicia-se com dor lombar (pode ser unilateral) pela sacroileíte e rigidez matinal (ou após longos períodos de inatividade). Evolui, com os meses, para bilateral e redução na amplitude dos movimentos da lombar (AP e LL). Há, também, hipersensibilidade óssea (dor desencadeada pela digitopressão). pode haver artrite periférica, sendo geralmente assimétrica. Pode haver manifestações sistêmicas (fadiga, anorexia, perda ponderal, …). Pode haver redução da expansibilidade torácica e dor torácica (coluna torácica) e torcicolo de repetição (cervical).

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11
Q

Como avaliar o comprometimento da mobilidade da coluna lombar? E da sacroilíaca?

A

Lombar: Schober . Sacroilíaca: Fabere.

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12
Q

Explique o teste de Schober.

A

Pcte em pé > marca o processo espinhoso da 5a vértebra lombar (nível das espinhas ilíacas) e outra 10 cm acima > flexão da coluna > distância > 15 cm (normal) ou < 15 cm (comprometimento funcional da coluna lombar).

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13
Q

Quanto tempo, geralmente, leva para ocorrer a forma estereotipada da EA (posição do esquiador)?

A

Cerca de 10 anos de atividade da doença, ou seja, a minoria dos pacientes com EA apresentam isso.

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14
Q

Qual dado é de extrema importância no prognóstico da EA?

A

A idade do início da doença, sendo que quanto mais jovem, maior a chance de ser uma doença mais grave.

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15
Q

Como a dor na coluna evolui com o passar do tempo?

A

Na maioria das vezes, enquanto está ocorrendo a anquilose, há dor. Porém uma vez instalada a anquilose (fusão completa da coluna) a dor cessa.

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16
Q

Quais as possíveis complicações da EA?

A

Fraturas vertebrais (pela osteoporose), principalmente cervical.

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17
Q

Qual o prognóstico da EA?

A

Geralmente esses pacientes possuem menor sobrevida que a população geral, principalmente pelas fraturas vertebrais, insuficiência aórtica, respiratória, nefropatia e inerentes ao tratamento.

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18
Q

Qual a manifestação extra-articular mais comum da EA? Explique.

A

A uveíte anterior aguda. Pode preceder a espondilite. Quase sempre unilateral: dor, lacrimejamento, fotofobia e turvação da visão.

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19
Q

Quais outras manifestações extra-articulares da EA?

A

Fibrose pulmonar dos lobos superiores, insuficiência aórtica, BAVT, amiloidose, nefropatia por IgA, sd da cauda equina, DII.

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20
Q

Quais as manifestações da sd da cauda equina?

A

perda sensorial nos dermátomos sacrais - anestesia perineal em sela -, dor e fraqueza dos MMII, com hiporreflexia e flacidez e perda do tônus dos esfíncteres retal e urinário.

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21
Q

Como fazer dx de EA?

A

Através de critérios:

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22
Q

Qual espondiloartropatia soronegativa é praticamente indistinguível da EA? Explique.

A

A artrite enteropática, em que há uma espondilite extremamente semelhante à EA, porém a diferença é que os pacientes com artrite enteropática apresentam Crohn.

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23
Q

Quais as alterações nos exames de imagem na EA?

A

Inicialmente é normal. Borramento na imagem nas aritculações sacroilíacas. Sindesmófitos bilaterais e de caráter uniforme na coluna e ascendente.

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24
Q

Qual incidência radiográfica é a melhor para avaliar a articulação sacroilíaca?

A

Incidência de Ferguson (inclinação cefálica de 30°).

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25
Quais doenças promovem sindesmófitos simétricos e assimétricos?
Simétricos: EA e artrite enteropática. Assimétricos: ARe e Reiter.
26
Qual o tto da EA e qual a indicação de cada modalidade?
Hábitos de vida (todos os pacientes): evitar fumo, dormir em decúbito dorsal e colchão firme, coluna ereta, atividade física com pouco impacto (natação) e fisioterapia. Farmacológico: AINEs (1a escolha - qualquer um, talvez indometacina ou coxibes), GC intra-articular (para sintomatologia), Sulfassalazina (paceintes com artrite periférica), neutralizadores do TNF-alfa (doença ativa sem resultados com o uso de pelo menos 2 aines). \*\*Os GC sistêmicos NÃO DEVEM SER USADOS na EA, pois além de não modificarem a HND, pioram a osteoporose do paciente.
27
O que é a ARe?
É uma inflamação articular ESTÉRIL que ocorre por um processo infeccioso à distância.
28
Quais os principais locais envolvidos na gênese da ARe?
O TGI (diarreia infecciosa) e a genitália (uretrite/cervicite).
29
O que é a Sd de Reiter?
É uma ARe que se apresenta como uma tríade uretrite (origem do processo) + artrite + conjuntivite.
30
Quais os principais agentes etiológicos envolvidos na Sd Reiter?
Shigella e Clamídia trachomatis.
31
Qual o nome da artrite em que não se encontram indícios de infecção?
Espondiloartrite indiferenciada.
32
Qual a importância do HLA-B27 na ARe?
Assim como as outras espondiloartropatias soronegativas, a maioria dos pacientes com ARe possuem esse gene. Além disso, a presença dele está relacionada com pior prognóstico.
33
Quais as formas de ARe?
Forma epidêmica: pós-disentérica -\> ocorre geralmente em surtos epidêmicos. Forma endêmica: pós-venérea.
34
Qual a epidemiologia da ARe?
Forma epidêmica: ambos os sexos e crianças (surtos disentéricos). Forma endêmica: homens, terceira década de vida.
35
Quais os principais agentes etiológicos envolvidos na gênese de cada forma da ARe?
Epidêmica: Shigella, Salmonella, Campylobacter e Yersinia (diarreia mucossanguinolenta com pus). Endêmica: Shigella e Clamídia tracomatis.
36
Após quanto tempo se desenvolve a ARe?
Após 1-4 semanas da diarreia ou da relação sexual que transmitiu a doença venérea.
37
Qual é uma manifestação comum na ARe?
Os sintomas constitucionais: fadiga, mal-estar, febre, perda ponderal.
38
Como é a artrite da ARe tipicamente? Quais outras manifestações reumatológicas podem estar presentes?
Oligoartrite, assimétrica e aditiva, preferencialmente em MMII (joelho). Outras: artralgia, dactilite, tendinite do Aquiles, fasciíte plantar e sacroileíte e acometimento ascendente da coluna vertebral (confusão com EA).
39
Explique a dactilite.
Também chamado de "dedo em salsicha", é um edema inflamatório difuso em DEDO ISOLADO (mão ou pé).
40
Qual é um dos incômodos mais relatados dos pacientes que foram acometidos por ARe ou Sd Reiter (SR)?
Doe crônica no calcanhar.
41
Quais as manifestações associadas à ARe/SR?
Balanite circinada, ceratoderma blenorrágico, úlceras orais, uveíte anterior e dactilite.
42
Comente sobre as úlceras orais e balanite.
São indolores e ocorrem em até 1/3 dos pacientes.
43
Comente sobre o ceratoderma blenorrágico.
São pápulas escamosas com crostas, podendo acometer o corpo inteiro (a balanite circinada é o ceratoderma na glande). Não ocorre na forma pós-disentérica e pode ser indiferenciável da psoríase
44
Quais os achados laboratoriais da ARe?
Aumento de VHS e anemia. É raro encontrar o microrganismo causador da ARe presente, pois muitas vezes já houve cura.
45
Como diferenciar a espondiloartrite pela ARe da EA?
Na ARe são assimétricas e podem se iniciar em qualquer região da coluna (não possui aquele aspecto ascendente da EA).
46
Qual a relação do HIV com a ARe?
Não aumenta a incidência, porém torna mais provável as formas graves e refratárias.
47
Como é feito o dx de ARe?
Clínico e de exclusão --\> oligoartrite inflamatória com histórico de doença intestinal ou venérea.
48
Qual um importante ddx da ARe? Como diferenciar?
A gonococcemia: esta envolve MMSS e MMII (ARe MMII pref), promove lrash eritematopustuloso, cultura das lesões positiva para gonococo e sem dor lombar.
49
Qual o uso de pedir HLA-B27 na ARe?
Não possui uso dx, mas sim prognóstico.
50
Qual o tto da ARe e quais as indicações de cada?
AINEs (1a escolha - indometacina por pelo menos 2s), GC sistêmicos (apenas se não houve resposta a pelo menos 2 AINEs), GC intra-articular (pode ser usado), sulfassalazina (refratariedade às medicações anteriores) e inibidores TNF-alfa (sem resposta em AINE + GC + sulfassalazina ou CI à sulfassalazina). ATB apenas se infecção ativa.
51
Qual o prognóstico da ARe?
Geralmente o 1° quadro dura 3-5 meses. Pode evoluir com quadro intermitente (surtos intempestivos de artrite) ou artrite crônica.
52
Qual investigação deve ser feita para todos os pacientes com ARe e para aqueles com AP que não respondem bem ao tto?
A investigação da presença do HIV.
53
O que é a artrite psoriásica?
É uma artrite crônica que ocorre em até 30% dos portadores de psoríase.
54
O que surge primeiro, a psoríase ou a artrite?
80% dos casos a psoríase surge antes. Nos outros casos a artrite surge antes ou em concomitância com as lesões de pele.
55
Em quais pessoas com psoríase surge mais comumente a AP?
Naqueles com formas cutâneas graves. Exceção: alguns pacientes podem nunca ter reparado as lesões (por estarem "escondidas") e desenvolverem a AP sem saber que tem psoríase.
56
Qual a epidemiologia da AP?
Ambos os sexos, adulto jovem (30-55a).
57
Qual a importância do HLA-B27 na AP?
Se relaciona com a ocorrência de sacroileíte e espondilite.
58
Qual a etiopatogenia da AP?
Não se sabe ao certo, mas parece envolver LyT CD8+.
59
Quais as manifestações clínicas da AP?
Pode se manfiestar de 5 formas clínicas distintas, podendo ocorrer em concomitância ou uma forma virar outra no decorrer da doença. São elas: poliartrite periférica simétrica (lembra AR), oligoartrite periférica assimétrica (lembra ARe), envolvimento das IFDs (padrão clássico), artrite mutilante (característico) e envolvimento do esqueleto axial (lembra EA).
60
Comente sobre a forma de poliartrite simétrica periférica da AP.
É o padrão mais frequente, acometendo principalmente as pequenas articulações das mãos sem "pegar" as IFDs (indistinguível de AR).
61
Qual o grande norteador da diferenciação entre AP e AR?
O fator reumatoide, estando negativo na AP e positivo na AR.
62
Qual a interpretação caso paciente tenha psoríase e desenvolve o quadro com poliartrite periférica simétrica (~AR)?
Caso o FR +: o diagnóstico é de AR com psoríase. Caso FR -: o diagnóstico é de AP.
63
Comente sobre a forma de oligoartrite assimétrica periférica da AP.
2° mais frequente, envolve, na maioria das vezes, o joelho. Dactilite costuma estar presente. Lembra a ARe.
64
Comente sobre a forma de envolvimento das IFDs.
É o padrão clássico da AP. Distribuição assimétrica e lesão concomitante nas unhas.
65
Quais as alterações ungueais da psoríase?
Depressões puntiformes (pitting/unha em dedal), cristas horizontais, onicólise/unhas quebradiças, unhas amareladas e hiperceratose distrófica.
66
Comente sobre a forma de artrite mutilante da AP.
Qualquer forma pode evoluir para essa forma, sendo raro começar já como mutilante. A artrite é destrutiva com intensa osteólise. Há a deformidade em ponta de lápis (clássico) e a deformidade em telescópio ou binóculo de teatro (destruição das falanges) ou engavetamento dos dedos.
67
Comente sobre a forma de envolvimento do esqueleto axial da AP.
Assimétricas e aleatórias (sindesmófitos aleatórios). Forte relação com a presença do HLA-B27 (50%).
68
Quais os achados laboratoriais da AP?
Aumento de VHS e hiperuricemia (pelo alto turn-over de células). Pode haver depleção de ferro e ácido fólico.
69
Como fazer o dx da AP?
Exclusão de outras condições (EA, ARe, AR, artrite enteropática) + psoríase.
70
Qual o tto da AP?
AINES, MTX (refratários aos AINEs), anti-TNF (refratários aos anteriores). \*\*GC sistêmico: não usar, pois são pouco eficazes e podem piorar as lesões durante o desmame.
71
O que são as artrites enteropáticas?
Artrite ocorrida por uma doença intestinal, podendo ser por DII (Crohn e retocolite), enterite infecciosa e doença celíaca.
72
Comente sobre as formas de artrite enteropática relacionadas às DIIs.
Pode ser uma artropatia periférica (sem relação com HLA-B27, com relação com a atividade da DII, tto controlando a DII, sem sequelas articulares) ou uma espondiloartropatia (com relação com HLA-B27, indiferenciável da EA, sem relação com atividade da DII e tto idem da EA).
73
Comente sobre a artrite enteropática por enterocolites infecciosas.
Idem ARe.
74
Comente sobre a doença de Whipple.
Também chamada de lipodistrofia intestinal, é raro e afeta principalmente homens de meia-idade. Há: artrite, serosite, diarreia, perda ponderal, hiperpigmentação cutãnea e linfadenopatia.
75
O que é a hérnia de disco?
É a herniação do núcleo pulposo vertebral, comprimindo as raízes nervosas que saem e chegam à medula.
76
Quais as localizações da hérnia de disco? Quais as consequências da principal localização?
Pode ocorrer em qualquer lugar da coluna vertebral, porém é mais comum na coluna lombar, originando o quadro de lombociatalgia (lombalgia com irradiação para MMII).
77
Qual a patogenia da hérnia discal?
Por motivos pouco esclarecidos, o anel fibroso que circunda o núcleo pulposo pode inflamar e até mesmo romper, promovendo a herniação do núcleo e promovendo compressão de raízes nervosas espinhais.
78
Quais os principais núcleos pulposos que herniam? Qual a consequência clínica disso?
O de L4-L5 e L5-S1. Como as raízes nervosas que saem desse local inervam os membros inferiores, frequentemente ocorre a lombalgia com irradiação para os membros inferiores (lombociatalgia = lombalgia + dor radicular).
79
Qual a raíz nervosa mais acometida pela hernia discal?
S1.
80
Qual o QC da hérnia discal (anamnese + EF)?
Lombalgia com irradiação, geralmente em choque, para a porção posterolateral do membro inferior (maioria unilateral), que é a lombociatalgia. A lombalgia costuma piorar com a flexão do tronco para a frente e a radiculopatia piora com a flexão do quadril. As alterações de exame físico mais frequentes são a redução da força, sensibilidade e dos reflexos de acordo com a raíz nervosa acometida.
81
Qual a manifestação e o EF de cada radiculopatia acometida pela hérnia discal?
* L1: dor inguinal, com redução da sensibilidade inguinal e fraqueza é rara (flexão do quadril). * L2, L3 e L4: dorsalgia que irradia para face anterior da coxa, com redução da sensibilidade neste local. Fraqueza à flexão e adução do quadril e extensão do joelho, com REDUÇÃO DO REFLEXO PATELAR. * L5: dorsalgia que irradia para nádega, face lateral da coxa e perna e dorso do pé e hálux, com redução da sensibilidade nesses locais. Fraqueza à abdução do quadril, flexão do joelho, dorsiflexão do pé, extensão do hálux, inversão e eversão do pé. * S1: dorsalgia, idem L5, porém planta do pé ao invés do dorso. Fraqueza à extensão do quadril, flexão do joelho e plantiflexão, com REDUÇÃO DO REFLEXO AQUILEU.
82
Quais achados de exame físico podem confirmar o diagnóstico de dor radicular? Explique.
* Lasègue: flexão da coxa sobre o abdome com a perna mantida em extensão (joelho reto). É positiva se há exacerbação da dor quando o ângulo está entre 10-60°. * Lasègue cruzado: elevação do membro inferior sadio trás dor no com a radiculopatia. Mais específico porém menos sensível. * Valsalva: exacerbação da dor radicular à Valsalva.
83
Qual uma outra forma clínica mais rara pode ocorrer na hérnia discal e quando ocorre?
A sd da cauda equina, ocorrendo quando há herniação do núcleo pulposo de forma central (em direção ao canal), comprimindo os feixes nervosos de vários nervos. O QC é de anestesia em sela, dor lombar baixa, retenção urinária com incontinência por transbordamento, incontinência fecal, paraparesia incompleta de MMII com perca de reflexos bulbocavernoso e esfincteriano anal.
84
Como dx a hérnia discal?
RNM (escolha) ou TC. A eletroneuromiografia pode ser complementar à RNM e serve para confirmar a suspeita dos achados na RNM além de indicar a cronicidade e fazer ddx com outras doenças. Ou seja: mais sensível é a RNM e mais específico é a eletroneuromiografia.
85
Quais as opções terapêuticas da hérnia discal?
Tratamento conservador, infiltração e tratamento cirúrgico.
86
Quando está indicado e como é feito o tratamento conservador da hérnia discal?
É indicado na maioria dos pacientes por evitar uma cirurgia. É feito com o REPOUSO (DD ou DL com travesseiros entre os membros), compressas de gelo (aliviar o espasmo muscular), analgésicos comuns, AINEs ou GC.
87
Quando está indicado e como é feito a infiltração da hérnia discal?
É a infiltração epidural com GC, anestésicos e opioides, podendo ser usado na refratariedade ao tratamento conservador.
88
Quando está indicado e como é feito o tratamento cirúrgico da hérnia discal?
Indicado em: fraqueza motora progressiva, distúrbio intestinal/vesical ou outro sinal de compressão da medula, dor recorrente e incapacitante apesar do tto conservador (6-8s) e sd da cauda equina (ÚNICA indicação emergencial de cirurgia). O procedimento é a hemilaminectomia parcial com excisão do disco herniado, não sendo necessária, geralmente, a fusão das vértebras. NÃO É CURATIVO!!!
89
O que é a lombalgia idiopática?
É a lombalgia mecânica, sendo a forma mais comum de lombalgia na população.
90
Por que ocorre a lombalgia idiopática?
Acredita-se que ocorra por espasmos dolorosos da musculatura dorsal.
91
Qual o QC da lombalgia idiopática?
Geralmente se limita à coluna lombar baixa e nádegas, raramente irradiando para as coxas, podendo aparecer subitamente pela manhã e haver escoliose antálgica. O episódio tem duração de cerca de 3-4 dias, retornando à normalidade com ou sem tto.
92
Qual o tto da lombalgia idiopática?
Repouso, analgésicos comuns e AINEs.