Emergências oncológicas - Dor Flashcards
Dor total
passa por ver a dor como algo que tem uma base física, mas que também sofre influência de outros fatores, nomeadamente da parte espiritual e psicológica, da parte social e económica e ainda da cultura da pessoa
Neoplasias mais associadas a dor
- Mieloma Múltiplo (MM);
- Carcinoma da Mama e Carcinoma da Próstata avançados;
- Tumores da cabeça e do pescoço.
Dor nociceptiva
Ativação dos recetores nocicetivos
- Somática : constante ou intermitente, tipo moinhas, bom localizada - metástases ósseas, mucosites, ferida maligna
- Visceral: constante, dolorosa, tipo aperto, mal localizada, pode ser referida - metástases hepáticas, retenção urinária; ou tipo cólica - obstrução intestinal
Dor neuropática
Destruição tecidular, infiltração, compressão nervosa.
- Disestésica - Ardor constante; associada a hiperalgesia ou alodinia (dor perante um estímulo aparentemente inofensivo; distúrbio da perceção da dor). - invasão do plexo braquial
- Lancinante - dor lancinante episódica; paroxismo tipo choque - Invasão do nervo trigémio (V par craniano).
Dor mista
Várias características - recidiva pélvica do carcinoma do reto
Dor irruptiva
Define-se como sendo uma exacerbação transitória da dor, que ocorre quer espontaneamente quer, desencadeada por um fator específico (previsível ou imprevisível), apesar do relativamente estável e adequado controlo da dor basal.
início súbito e grande intensidade
- Antecedentes pessoais (AP): história de depressão, abuso de álcool ou drogas, antecedentes de úlcera péptica, etc.) → avalia prognóstico da dor.
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Escalas
Escala visual numérica
Escala Visual Analógica (EVA)
Escala verbal descritiva
Escala das faces
Princípios do tto farmacológico da dor:
- pela boca
- pelo relógio - intervalos fixos, antes que o efeito da dose anterior desapareça
- pela escada:
- > nível 1 (1 a 3/10): paracetamol, metalizol, AINEs
- > nível 2 (4 a 6/10): codeína, tramadol
- > nível 3 (7 a 10/10): morfina, metadona, fentanilo, petidina, brupenorfina, oxicodona, hidromorfina
Adjuvantes - antipiréticos e ACT e corticoides
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Efeitos secundários por opioides
nauseas, vómitos
sedação
obstipação
boca seca
supressão do eixo pituitário- hipotalamo
imunodepressão
Menos comuns: sudorese, prurido, neurotoxicidade, mioclonias, delirium, alucinações, alodinia/ hiperalgesia
Raros: depressão respiratória, adição e dependência
MORFINA
- Começar com doses baixas e subir devagar, de acordo com número de SOS, resposta, presença de efeitos
secundários:
Idoso que nunca tomou opióides antes → Morfina – 30 mg/24h (5 mg 4-4h); Jovem adulto → Morfina – 60 mg/24h (10 mg 4 -4h);
Dose em SOS - 1/6 a 1/10 da dose nas 24h. - Usar sempre laxantes, um ou associação, conforme resposta;
- Medicar inicialmente sempre com antiemético: Metoclopramida 10 mg 3id; se não for suficiente, Haloperidol 1mg 2xdia;
- Quando estabilidade de doses de morfina nas 24h, passar a formas de libertação retardada de mais fácil posologia;
- Manter medicamentos do primeiro escalão como poupadores de opióide. O preferível será o Paracetamol por ter menos efeitos secundários e ser mais seguro;
- Usar adjuvantes no caso de dor neuropática: anticonvulsivantes, antidepressivos, corticoides, antiepiléticos (efeito sinérgico e potenciador e modulador);
- Para passar morfina da via oral para parentérica, dividir por 1:2 ou 1.3. Ex.: morfina 60 mg oral nas 24 h= 30 mg em perfusão contínua subcutânea;
- A via parentérica a utilizar poderá será a subcutânea, por ser mais fácil, segura e cómoda (exceto se cateter implantado ou via endovenosa já disponível). Nota: nos cuidados paliativos usa-se muito a via subcutânea pois é menos dolorosa e segura de manipular em ambulatório.
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