DPOC Flashcards
DEFINIÇÃO
Doença comum, prevenível e tratável, caracterizada por sintomas respiratórios persistentes e limitação ao fluxo aéreo, que é devido às alterações nas vias aéreas e nos alvéolos causadas por exposição significativa a partículas e gases nocivos
FENÓTIPOS DA DPOC
- Enfisema
- Bronquite crônica
EPIDEMIOLOGIA
੦ 3ª causa de morte no mundo
੦ 5ª causa de morte no Brasil
–> condição que apresentou o maior aumento percentual de mortalidade no Brasil nos últimos 20 anos
FATORES DE RISCO
- Tabagismo
- Cachimbo, narguilé e maconha
- Poder ter suscetibilidade genética
INFLUÊNCIA DO CIGARRO
- Atrai células inflamatórias
- Estimula liberação de elastase
- Inativa a α-1-antitripsina
DEFICIÊNCIA DE ALFA 1 ANTITRIPSINA
- Mutação genética hereditária
- Enfisema em jovens e não fumantes
- Lesão hepática
ALTERAÇÕES NA PATOGENIA DA DPOC
- Contração do músculo liso*
- Inflamação*
- Hiperplasia glandular*
- Hipersecreção de muco*
- Perda de conexões alveolares (enfisema)**
[**irreversível] [*reversível]
FATORES DE RISCO
- Idade
- Tabagismo
- Biomassa
- Exposição ocupacional a poeiras/produtos químicos
SINTOMAS
- Mais pela manhã
- Dispneia:
** progressiva, persistente e piora com esforço
** busca ajuda - Tosse crônica:
** pode ser intermitente e seca
** primeiro sintoma a surgir: “tosse matinal do fumante” - Expectoração crônica:
** pode estar presente e com variações
EXAME FÍSICO DO TÓRAX NA DPOC
- Pode ser normal
- Tórax em tonel = formas avançadas
- Sibilos e roncos, principalmente nas exacerbações
- Hipertimpanismo à percussão
- Expansibilidade reduzida
- ESTERTORES AUSENTES
RADIOGRAFIA DE TÓRAX NO DPOC
–> Normal não exclui a presença de doença
“O normal é ser normal”
- Hiperinsuflação somente em doença avançada
- Excluir outras condições diferenciais ou associadas
DIAGNÓSTICO
Sinais e sintomas + Fatores de risco
–> ESPIROMETRIA
(VEF1/CVF pós-broncodilatador < 0,70
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS PUMONARES
- Asma
- Bronquiectasias
- Tuberculose
- TEP crônico
- Fibrose pulmonar
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS EXTRAPUMONARES
- Insuficiência cardíaca diastólica
- Insuficiência cardíaca sistólica
- Disfunção de corda vocal
ETAPAS PARA O DX E TTO - GOLD 2021
Etapa 1: espirometria – diagnosticar a DPOC e determinar a gravidade da obstrução do fluxo aéreo (escala GOLD 1 a 4)
Etapa 2: determinar a classificação GOLD A-D e subsequente tratamento farmacológico mais apropriado, através da avaliação dos sintomas e histórico de exacerbações (incluindo hospitalizações)
ESCALA GOLD 1-4 2021
ESCALA // VEF1 (%PRED.)
1 = ≥ 80
2 = 50-79
3 = 30-49
4 = < 30
CLASSIFICAÇÃO GOLD A-D 2021
Histórico de exacerbações:
- ≥ 2 ou ≥ 1 com hospitalização
- 0 ou 1 sem hospitalização
Sintomas:
????
TRATAMENTO INICIAL
GRUPO A = UM BRONCODILATADOR (LAMA, LABA, SABA)
GRUPO B = UM BRONCODILATADOR DE LONGA AÇÃO (LABA OU LAMA)
GRUPO C = LAMA
GRUPO D = LAMA OU LAMA+LABA* OU ICS+LABA**
–> CI para grupo D com eosinófilo maior que 300
- Considerar se muito sintomático
** Considerar se eosinófilos ≥ 300
DIFERENÇA ENTRE O TTO DA ASMA
Asma = corticoide
DPOC = broncodilatador
–> XANTINAS NÃO USA MAIS
PRINCIPAIS MEDCIAÇÕES USADAS E SEU EFEITO COLATERAL - LABA
(beta-2-agonista de longa ação): formoterol, salmeterol e indacaterol
–> Efeitos colaterais: taquicardia e tremores
PRINCIPAIS MEDCIAÇÕES USADAS E SEU EFEITO COLATERAL - LAMA
(anticolinérgico ou antagonista muscarínico de longa ação): tiotrópio e glicopirrônio
–> Efeitos colaterais: boca seca, retenção urinária, glaucoma agudo
PRINCIPAIS MEDCIAÇÕES USADAS E SEU EFEITO COLATERAL - CI
Budesonida, mometasona e fluticasona
–> Efeito colateral: monilíase oral, rouquidão e PNM
OBJETIVO DO TTO FARMACOLÓGICO
- Reduzir exacerbações
- Tratar sintomas
- Melhorar tolerância ao exercício
–> NÃO ALTERA A MORTALIDADE!
SEGUIMENTO DO TRATAMENTO DIANTE DISPNEIA
LAMA ou LABA –> LAMA + LABA
SEGUIMENTO DO TRATAMENTO DIANTE EXACERBAÇÃO
Se eos maior ou igual à 300 =
–> LAMA+ LABA ou LABA + ICS
–> LAMA + LABA + ICS
–> Roflumilaste VEF1 < 50% e bronquite crônica
–> Azitromicina (em ex-fumantes)
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO - GRUPO A
ESSENCIAL = Parar tabagismo
RECOMENDADO = Atividade física
DEPENDE DAS DIRETRIZES LOCAIS = Vacina gripe, pneumocócica, covid
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO - GRUPO B, C, D
ESSENCIAL = Parar tabagismo + Reabilitação pulmonar
RECOMENDADO = Atividade física
DEPENDE DAS DIRETRIZES LOCAIS = Vacina gripe, pneumocócica, covid
O QUE É UMA EXACERBAÇÃO NA DPOC?
Evento agudo caracterizado pelo agravamento dos sintomas respiratórios
- deve ser mais do que variações normais do dia a dia
- deve resultar em mudanças na medicação
DIAGNÓSTICO DA EXACERBAÇÃO NA DPOC
AVALIAÇÃO CLÍNICA!!
੦ aumento da dispneia
੦ aumento da expectoração
੦ aumento da purulência do catarro = ATB!
FISIOPATOLOGIA DA EXACERBAÇÃO NA DPOC
Bactéria/Vírus/Poluentes –> MAIOR INFLAMAÇÃO DAS VA
–> Inflamação sistêmica + comorbidae cardiovascular –> exacerbação
–> Broncoconstrição, edema e muco –> limitação do fluxo expiratório –> exacerbação
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS DA EXACERBAÇÃO
- Pneumonia
- Pneumotórax
- TEP (não respondem ao tratamento e + graves)
- Depressão respiratória por fármacos
- IC, SCA, arritmias
- Ansiedade e pânico
TRATAMENTO DA EXACERBAÇÃO
ABCO = Antibiótico, Broncodilatador, Corticoide e Oxigênio
- O₂: 88%-92% e usar VNI se preciso
- BD: ar comprimido, O₂, NEBU, BOMBINHA
–> beta-2 agonista E/OU anticolinérgico = fenoterol 10 gotas e ipratrópio 40 gotas até de 4/4 horas
–> longa duração: sem evidências
PAPEL DO CORTICOIDE NA EXACERBAÇÃO
- Diminuem o tempo de recuperação
- Melhoram a função pulmonar (VEF1) e hipoxemia
(PaO₂) - Reduzir o risco:
੦ recaída precoce
੦ falha no tratamento
੦ duração de internação
–> Prednisona: 40 mg 5 a 7 dias
AGENTES MAIS COMUNS NA EXACERBAÇÃO
Haemophilus influenzae 20-30%
Streptococcus pneumoniae 10-15%
Moraxella catarrhalis 10-15%
Pseudomonas aeruginosa 5-10%
Chlamydophila pneumoniae 3-5%
Mycoplasma pneumoniae 1-2%
** Escarro purulento: bacteriana – ATB
FATORES DE RISCO PARA PSEUDOMONAS AERUGINOSA
- VEF1 < 50%
- ATB > 4 cursos/ano
- Hospitalização (> 2 dias nos últimos 90 dias)
- P. aeruginosa em exacerbação prévia
- Bronquiectasias
QUANDO FAZER VNI
Dispneia moderada à grave
੦ músculos acessórios
੦ movimento paradoxal abdominal
੦ retração dos espaços intercostais
pH < 7,35 e/ou PaCO₂ > 45 mmHg
FR > 25 irpm
PAPEL DA VNI
↓ IOT: 62%
↓ mortalidade: 47%
↓ dias de internação hospitalar/↓PAV
↑ pH, ↓PaCO₂
↓ trabalho respiratório
↓ FR