Dor torácica/pré-cordial Flashcards

pág 1101 - Braunwald Tratado de Doenças Cardiovasculares 9ª ed 2013.pdf

1
Q

Quais são os 5 principais grupos de etiologias de dor torácica?

A
  1. Musculoesquelética
  2. Gastrointenstinal
  3. Cardíaca (doença arterial coronariana - anginas e IAM - e não coronarianas - DAA e etc.)
  4. Psiquiátrica
  5. Pulmonar
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2
Q

Qual a diferença principal da clínica da dor torácica cutânea/superficial e da visceral/profunda?

A
  • cutânea/superficial:
    • exatidão na localização
  • visceral/profunda
    • imprecisa
    • pode ser referida (compartilhamento de inervação de diferentes órgãos)
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3
Q

Além da SCA (síndrome coronariana aguda), outras condições potencialmente fatais devem ser descartadas inicialmente em casos de dor torácia. Cite 5.

A
  1. dissescção aguda de aorta (DAA)
  2. Tromboembolismo pulmonar (TEP)
  3. Pneumotórax hipertensivo
  4. tamponamento cardíaco
  5. perfuração/ruptura esofagoiana
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4
Q

Cite 3 causas musculoesqueléticas primarias e 3 secundárias de dor torácica.

A
  • Primárias:
    • Costocondrite;
    • Síndrome de Tietze: tipo específico de costocondrite;
    • fibromialgia
  • Secundárias:
    • Síndrome da parede torácica superior (desfiladeiro torácico);
    • Subluxação esternoclavicular espontânea;
    • neoplasias
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5
Q

Cite 4 características clínicas da dor torácica que falariam a favor de causas musculoesqueléticas.

A
  1. Paciente consegue precisar a localização da dor
  2. Pode ser desencadeada pela compressão do local pelo examinador
  3. Surge com movimentos ventilatórios, dos braços e pescoço
  4. História de atividade física repetitiva ou não usual
  5. Lesões de pele - herpes zoster
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6
Q

Cite 3 causas gastroesofágicas de dor torácica.

A
  1. Refluxo gastroesofágico (RGE);
  2. Esofagite;
  3. Desordens de motilidade: acalasia ou megaesôfago;
  4. Pancreatite:
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7
Q

Cite 3 características clínicas da dor torácica que falariam a favor de causas gastroesofágicas.

A

A apresentação clínica do paciente frequentemente não oferece substrato adequado para se distinguir a dor cardíaca da esofágica!

  1. pirose (sobretudo em decúbito, com melhora ao levantar)
  2. regurgitação
  3. disfagia
  4. dor pós-prandial persistente por mais de uma hora e aliviada pela ingestão de antiácidos
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8
Q

O alívio da dor com o uso de nitratos indica necessariamente a origem cardíaca de uma dor torácica?

A

NÃO

Em alguns casos de espasmo esofágico, a dor pode ser aliviada por nitroglicerina, o que dificulta o diagnóstico.

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9
Q

Se um paciente com dor torácia não responde a IBPs podemos excluir as causas gastrointestinais?

A

Não

se ainda percistir a suspeita: Proceder com pHmetria ou endoscopia digestiva alta (EDA) se não houver resposta com o uso de IBP.

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10
Q

Cite 4 causas cardíacas (não coronarianas) de dor torácica.

A
  1. Dissecção aguda de aorta
  2. valvulopatias
  3. pericardite
  4. miocardite
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11
Q

Cite 3 características clínicas da dor torácica que falariam a favor de dissecção aguda de aorta (DAA).

A
  • Dor:
    • início abrupto
    • excruciante
    • terebrante (profunda)
    • pico máximo no início
  • Localização em tórax anterior e posterior;
  • Irradiação para o pescoço, mandíbula e garganta com caráter migratório;
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12
Q

Cite 3 achados do exame físico da dor torácica que falariam a favor de dissecção aguda de aorta (DAA).

A
  1. assimetria de pulso e de PA
  2. sopro de regugitação aórtico
  3. sinais de IC
  4. má perfusão tecidual
  5. RX com contorno aortico anormal e mediastino aumentado
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13
Q

estenose aórtica e mitral cursam com dor torácica? se sim, como as diferenciamos?

A

lesões da valva aórtica e da mitral raramente cursam com dor torácica, mas para buscar esse quadro devemos auscutar o paciente com busca de sopros e fazer ECG

  • Estenose aórtica:
    • presença do sopro sistólico é o que chama mais atenção nesse quadro;
  • Estenose mitral:
    • sopro diastólico (ruflar diastólico);
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14
Q

Cite 3 características clínicas da dor torácica que falariam a favor de pericardite

A
  1. Dor súbita em fincada ou opressiva, tipo pleurítica (ventilatório-dependente) no tórax anterior
  2. piora na posição sentada e durante os movimentos
  3. Irradiação para região do músculo trapézio;
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15
Q

Cite 1 achado no exame físico e 1 no ECG que falariam a favor de pericardite em caso de dor torácica?

A
  1. Atrito pericárdico à ausculta;
  2. ECG: Supra-desnivelamento de ST difuso em todas as derivações do ECG.
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16
Q

Cite 2 características clínicas da dor torácica que falariam a favor de Miocardite

A
  1. Febre
  2. mialgia, mal estar
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17
Q

Cite 3 causas psicogênicas de dor torácica

A
  1. Síndrome do pânico;
  2. Depressão;
  3. Hipocondria.
18
Q

Cite 3 características clínicas da dor torácica que falariam a favor de causas Psicogênicas

A
  1. discordância entre a intensidade da queixa e a observada pelo médico
  2. medo e apreensão
  3. Taquicardia; Hiperventilação; sudorese

EXCLUSÃO

19
Q

Cite 2 causas vasculo-pulmonares e 2 parenquimatosas de dor torácica e 2 de origem pelural

A

vasos pulmonares

  1. TEP → principal;
  2. Hipertensão pulmonar.

parênquima pulmonar

  1. infecções (ex: pneumonia)
  2. câncer

pleura

  1. infecções
  2. autoimunes (lúpus)
20
Q

Cite 3 características clínicas da dor torácica que falariam a favor de causas pulmonares

A
  1. Dispineia
  2. febre
  3. tosse
  4. perda de peso
21
Q

Cite 2 características clínicas da dor torácica que falariam a favor de TEP?

A
  1. dispineia
  2. dor torácica pleurítica
22
Q

Cite 3 características clínicas da dor torácica que falariam a favor de pneumotórax hipertensivo?

A
  1. Associado a insuficiência respiratória e/ou colapso cardiovascular, chamado de pneumotórax hipertensivo;
  2. Dispneia/taquipneia;
  3. Ausência de ruídos ventilatórios à ausculta.
23
Q

O que são as doenças arteriais coronarianas?

A

Doenças arteriais coronarianas: qualquer dano ou doença nos principais vasos sanguíneos do coração

24
Q

Qual a diferença entre doenca arterial coronariana e síndrome coronariana?

A
  • Doenças arteriais coronarianas: qualquer dano ou doença nos principais vasos sanguíneos do coração
  • alguns exemplos são:
    • Síndrome coronariana crônica (obstrução crônica): angina estável
    • Síndrome coronariana aguda (SCA):(obstrução aguda) angina instável e IAM
    • Angina microvascular
25
Q

O que é a dor anginosa?

A

Dor anginosa é aquela que advem de uma obstrução coronariana (de grau variável), levando à isquemia. Ela pode ocorrer em casos de:

  • angina estável
  • angina instável
  • IAM
26
Q

Quais características clínicas devem ser avaliadas para classificar a dor torácica (quanto a probabilidade de ser anginosa)?

4

A
  1. Localização
  2. Tipo
  3. Duração
  4. Fatores de piora ou alívio
27
Q

Descreva a dor anginosa quanto sua:

  • Localização
  • Tipo
  • Duração
  • Fatores de piora ou alívio
A
  • Localização:
    • retroesternal: tórax, próximo ao esterno
    • pré-cordial: porção central, mais à esquerda
    • minoria: cometer ou irradiar para
      mandíbula, pescoço, epigástrio, região interescapular e braços (mais comumente
      para o esquerdo, menos comumente para ambos ou para o braço direito - se direito, mais chance de ser IAM).
  • Tipo:
    • pressão, aperto ou peso
    • minoria: estrangulamento, compressão ou queimação
    • Pode ser acompanhado por dispneia, sudorese, náuseas ou síncope
  • Duração:
    • estável: < 10min
    • instável/ IAM: 10min
  • Fatores de melhora ou alívio:
    • estável: aparece com esforço físico
    • instável/ IAM: aparece em repouso e piora com esforço físico
    • desconforto por SCA não costuma se modificar com relação à respiração ou posição.
28
Q

Diferencia a dor de:

  • angina estável
  • angina instável
  • IAM
A
  • TODAS:
    • dor anginosa (pressão/peso/queimação retroesternal)
    • Irradiação ocasional para o pescoço, mandíbula, epigástrio, ombros ou membro superior esquerdo (MSE)
  • Angina estável
    • Precipitada pelo exercício, tempo frio ou estresse emocional.
    • duração: 2-10 minutos
  • Angina instável
    • dor pode ser mais intensa.
    • Menor tolerância para o esforço, ocorre em repouso
    • 10-20 minutos
  • IAM
    • dor mais intensa
    • Início súbito.
    • > 30 min
    • Associação com dispneia, fraqueza, náuseas e vômito.
29
Q

Quais as 4 classificações a dor torácica quanto a possibilidade de ser uma dor anginosa?

A
30
Q

Quando consideramos que um paciente possui alta probabilidade de possuir SCA (angina instável ou IAM)?

A
    • > 2 fatores de risco*
      • ou DM
      • ou idade > 60a
      • ou doença aterosclerótica conhecida (DAC, doença carotídea e doença arterial obstrutiva periférica)
      • ou Alterações hemodinâmicas e de ECG durante a dor precordial.
  • *Fatores de risco: HA, DM, DLP, tabagismo, idade (>45 p/ H e >55 p/ M) e HF de DAC precoce (H < 55a ou M < 65a)
31
Q

Quando consideramos que um paciente possui média probabilidade SCA (angina instável ou IAM)?

A
  • _2 fatores de risco*_ (exceto DM) e idade < 60a
  • Dor associada a doença vascular extracardíaca
  • Depressão ST (infra de ST) de 0,5-1mm ou inversão de onda T > 1 mm não dinâmicas.
  • *Fatores de risco: HA, DLP, tabagismo, idade (>45 p/ H e >55 p/ M) e HF de DAC precoce (H < 55a ou M < 65a)
32
Q

Quando consideramos que um paciente possui baixa probabilidade SCA (angina instável ou IAM)?

A
  • 1 fator de risco* (Exceto diabetes ou >60a, pois entra no de probabilidade alta)
  • ECG normal ou com alterações inespecíficas​
  • Fatores de risco*: HA, DM, dislipidemia, tabagismo, idade (>45 p/ H e >55 p/ M) e HF de DAC precoce (H < 55a ou M < 65a)
33
Q

Qual a conduta inicial para todos os casos de dor torácica?

A
  • A triagem da dor torácica no serviço de emergência é baseada em uma breve história clínica, exame físico, ECG de 12 derivações em até 10min.
34
Q

Quais alterações de ECG dizem a favor de SCA?

A
  • ECG isquêmico:
    • supra ou infra de ST
    • bloqueio de ramo novo
    • onda Q patológica
    • FV e TV
35
Q

Quais marcadores de necrose cardíaca são usados no protocolo de dor torácica e como são analisados?

A
  • CK-MB massa** (sensiível) e **Troponinas I e T cardíacas (específicas)
    • (se não disponíveis: CK-MB atividade isolada + CK total)
    • (antes de 6h de sintomas: somente mioglobina ou troponina ultrassensível)
  • dosadas na admissão e de 3/3h** - avalia-se a **curva
36
Q

Cite outros marcadores de necrose cardíaca (pouco usados).

A
  • LDH (lactato desidrog. - injuria celular)
  • TGO
  • BNP/proBNP - indicam IC
    • peptídeo natriurético tipo B (BNP): hormônio secretado pelos ventrículos em resposta ao aumento das pressões de enchimento
    • NT-proBNP: peptídeo inativo
37
Q

Como a curva de marcadores de necroe cardíaca se comportam em caso de IAM? Como diferenciard e angina instável?

A
  • IMA: Aumento característico e queda gradual de troponina OU aumento e redução mais rápidos dos níveis de CKMB
  • Angina: troponina sobe menos e retorna mais rapido ao normal
38
Q

Qual a conduta frente a um paciente com baixo risco de SCA e dor C ou D?

A
  • Não necessitam de avaliação complementar para infarto miocárdico;
  • Pesquisa diagnósticos diferenciais (musculoesqueléticas, gastroesofágicas, pulmonares, cardíacas não coronarianas, psicogênica)
39
Q

Qual a conduta frente a um paciente com alto risco de SCA e dor tipo A ou B? (sem ECG sugestivo)

A

tratar como SCA

(tratamento inicial)

40
Q

Qual a conduta frente a um paciente com baixo risco de SCA e dor tipo A ou B?

A

PROTOCOLO DE DOR TORÁCICA:

  • Observação por 12h do início da dor
  • ECG de 3/3h a partir dos sintomas ou em caso de nova dor + curva de marcadores de necrose miocárdica de 3/3h
    • Protocolo positivo** (alteração ECG, marcadores positivos ou sinais de IC): tratar como **SCA = tratamento inicial
    • Protocolo negativo (sem dor ou sinais de IC e ECG/marcadores normais): não afasta SCA, porém afasta IAM
      • conduta: alta hospitalar com orientação para fazer teste não invasivo** (teste de esteira, cintilografia miocárdica, ECO stress ou angio-TC de coronárias) em até **72h** **ou** realiza-los em **ambiente hospitalar (se testes positivo tratar como SCA, se negativos dar alta)
41
Q

Cite 3 Testes não-invasivos indutores de isquemia miocárdica.

A
  • Teste ergométrico:
    • baixo custo.
    • podem fazer: obstrução coronariana ou doença aterosclerótica coronariana que não repercute com insuficiência cardíaca.
  • Cintilografia de perfusão miocárdica:
    • Cintilografia de repouso;
    • Cintilografia com estresse físico (TE) ou farmacológico (simula estresse físico com uso de medicamentos).
  • Ecocardiograma de estresse