Doença Inflamatória Pélvica (DIP) Flashcards
O que é a doença inflamatória pélvica (DIP)?
Trata-se de uma infecção ascendente; que ocorre como consequência da penetração e multiplicação de microorganismos da vagina e da porção externa do colo uterino no endométrio, nas trompas, nos ovários, no peritônio e nas estruturas contíguas.
Qual a etiologia da DIP?
Bactérias que estavam no colo da vagina e ascenderam para o útero; a exemplo de Chlamydia, Neisseria gonorrhea e polimicrobiana.
Quais os fatores de risco para DIP?
- Atividade sexual precoce
- Parceiros múltiplos
- Ectopia cervical: eversão do colo
- DST (parceiro)
- Uso de DIU
a) Controvérsia: o MS considera que paciente com DIU possui maior chance de desenvolver DIP cerca de 2-3x, o CDC afirma que apenas após as 3 semanas iniciais a paciente possui tal risco. - Procedimentos intrauterinos
- Pós-parto
Quais são os principais sinais e sintomas da DIP?
- Assintomática
- Dor ao toque vaginal (mobilização do colo e palpação dos anexos)
- Dispareunia
- Corrimento vaginal mucopurulento
- Queixas urinárias
- Sangramento intermenstrual
- Anorexia, náuseas, vômitos
- Febre maior que 38ºC (20-30% dos casos)
- Muitas pacientes são oligossintomáticas ou assintomáticas om sintomas sutis ou não específicos da parte ginecológica
- Sintomas atípicos: SUA, hipermenorreia, dispareunia, sintomas urinários.
Quais os principais diagnósticos diferenciais para DIP?
- Apendicite
- Gravidez ectópica
- Vaginites
- Cervicites
- Tuberculose
Quais são os sinais maiores para diagnóstico de DIP?
A) Dor abdominal
B) Sensibilidade anexial
C) Dor ao toque (mobilização do colo uterino)
Quais são os sinais menores para diagnóstico de DIP?
A) Temperatura acima de 38ºC
B) Corrimento muco-purulento
C) Aumento do PCR ou VHS
D) Massa pélvica
E) Leucocitose
Como é feito o diagnóstico de DIP?
Anamnese + Exame físico, identificando:
3 critérios maiores + 1 critério menor
OU
1 critério elaborado, de forma isolada.
Quais são os achados que podem estar presentes na DIP e confundem o diagnóstico?
- Sangramento uterino anormal em pouca quantidade (spotting)
- Dispareunia
- Corrimento vaginal
- Dor pélvica
- Dor no abdome inferior
- Dor à mobilização do colo do útero ao toque
Quais são os exames laboratoriais que auxiliam no diagnóstico da DIP?
- Hemograma
- USG
- EAS/Cultura
- Dosagem de Beta-HCG
- Laparoscopia
Existe padrão-ouro para diagnóstico de DIP?
Não, mas na vigência de complicações, alguns procedimentos são mais indicados, a exemplo da salpingite que preconiza a realização de videolaparoscopia (por ser o melhor avaliador dos acometimentos tubários e peritoneais) e da endometrite com o estudo histopatológico.
Quais os indicativos de evolução da DIP?
- Endocervicite
- Endometrite
- Salpingite
- Piossalpingite/hidrossalpinge
- Pelviperitonite: abscesso no fundo de saco posterior, tubo-ovariano, peri-hepatite (Sd FitzHuhg-Curtis, levando a aderências do tipo corda de violino, denotando uma fase crônica de DIP)
Quais são os sinais laparoscópicos na DIP aguda?
A) Hiperemia da superfície tubária
B) Edema da parede tubária
C) Exsudato purulento cobrindo a superfície tubária ou
extravasando pela extremidade fimbriada quando está pérvia
No estádio I (Salpingite aguda sem peritonite), como é realizado o tratamento?
Tratamento a nível ambulatorial, sendo que:
1. Se a paciente for usuária de DIU, remove (diferentemente do PCDT IST 2019)
2. Antibioticoterapia:
a)
Qual o estádio II da DIP?
Salpingite aguda com peritonite
Qual o estádio III da DIP?
Salpingite aguda com sinais de oclusão tubária ou abscesso tubofariano, sendo necessário tratar:
A) Internando
B) Terapia endovenosa
C) Na alta: manutenção do tratamento em nível ambulatorial com doxicilina 100mg VO a cada 12h até completar 14 dias de tratamento
Qual o estádio IV da DIP?
Sinais clínicos de ruptura de abscesso tubovariano (queda acentuada do estado geral, refratariedade ao tratamento clínico, febre persistentes, comprovação ultrassonográfica e abscesso acima de 10 cm.
Quando é indicado o tratamento cirúrgico da DIP?
O tratamento cirúrgico é indicado na falha do tratamento clínico, presença de massa pélvica (abscesso) que aumenta a despeito do tratamento clínico e na suspeita de ruptura do abscesso tubo-ovariano. Ou seja, mesmo com abscesso o tratamento cirúrgico não é a primeira opção!
Quais as complicações da DIP?
- Infertilidade
- Gravidez ectópica
- Abscessos pélvicos
- Dor pélvica crônica
Deve se tratar os parceiros sexuais na DIP?
As parcerias sexuais dos dois meses anteriores ao
diagnóstico, sintomáticas ou não devem ser tratadas
empiricamente para Neisseria gonorroeae e Chamydia trachomatis (ceftriaxona 500 mg IM + azitromicina 1g VO, ambas em dose única). (PCDT,2019)