CLM 7 - Síndrome Da Pneumonia Típica E Atípica Flashcards

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1
Q

Quais são as fisiopatologias da pneumonia adquirida na comunidade (PAC)?

A
  • Microaspiração:
    • Do microorganismo que coloniza a nasofaringe
    • É a principal
  • Inalação:
    • De gotículas/aerossóis.
  • Hematogênica:
    • Clássico: partículas de vegetação de endocardite
  • Extensão direta:
    • Do tórax/pleura
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2
Q

Etiologias gerais da pneumonia (em ordem de prevalência)?

A
  • Pneumococo (típico^)
  • Micoplasma (atípico^^)
  • Vírus
  • Chlamydia pneumoniae (atípico)
  • Haemophilus
  • Legionela^^^

^ Tende a corar bem pelo gram e responder bem a betalactâmico
^^ Atípico: não cora bem pelo gram e não responde bem a betalactâmico
^^^ A 6ª, quando a pessoa tem PAC e precisa ser internada

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3
Q

Sobre o Pneumococo fale: bacterioscopia, diagnóstico, radiografia, mecanismo de resistência.

A
  • Streptococcus pneumoniae
  • Mais prevalente
  • Típico
  • Diplococo gram (+)
  • Diagnóstico: antígeno urinário
  • Pode causar^:
    • Derrame pleural
    • Pneumonia redonda “pseudotumoral”
  • Mecanismo de resistência:
    • Mutação genética do gene da PBP (proteína ligadora de penicilina)

^ Pode causar qualquer coisa

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4
Q

Sobre o Mycoplasma pneumoniae fale: bacterioscopia, clínica, complicações, e tratamento.

A
  • Atípico (não tem parede celular)^
  • Síndrome gripal mais:
    • Miringite bolhosa (vesículas na membrana timpânica)^^
    • Anemia hemolótica (por criogloaglutininas)
    • Aumento de IgM (“M”de “micoplasma”)
    • Stevens-Johnson (Eritema multiforme major) 7%
    • Tratamento: Macrolídeo (claritromicina, eritromicina)

^ Mas pode se apresentar como coco gram (+)
^^ Pode ser apresentar como otalgia ou odinofagia (?) na prova

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5
Q

Sobre o Haemophilus influenzae fale: bacterioscopia e qual situação é mais comum.

A
  • Típico
  • Cocobacilo gram (-)
  • Mais comum (bacteriano) da DPOC^

^ Maior que pneumococo aqui

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6
Q

Sobre Klebisiella pneumoniae fale: bacterioscopia, em quem causa quadro grave e qual complicação vista na radiologia.

A
  • Típico
  • Bacilo gram (-)
  • Quadro grave em:
    • Etilista e diabético^
  • Pode causar:
    • Pneumonia do lobo pesado^^ (pneumonia de Friedlander)

^ Marcar se não tiver pneumococo, ou escarro com gram (-). Porém, o principal é pneumococo.
^^ O padrão radiológico depende da interação do bicho com o pulmão e não do agente etiológico em si.
^^ A pneumonia devido à infecção pela Klebsiella pneumoniae tende a formar um exsudato inflamatório volumoso e denso que produz uma consolidação homogênea do parênquima e um abaulamento de uma fissura interlobar.

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7
Q

Sobre a Legionella fale: bacterioscopia, clínica, diagnóstico, tratamento, epidemiologia.

A
  • Atípico
  • Bacilo gram (-)
  • Quadro TÍPICO grave +
    • Sinal de Faget^
    • Diarreia, dor abdominal
    • Hiponatremia^^, aumento de transaminases
  • Diagnóstico: antígeno urinário
  • Tratamento: macrolídeo
  • Comum em pessoas que trabalham em local com ar condicionado.

^ Febre sem aumento da FC. Três provocam: febre tifoide, legionella, febre amarela.
^^ Secreção inapropriada de ADH.

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8
Q

Sobre o Staphylococcus aureus fale: bacterioscopia, em quem causa quadro grave, complicações vistas no exame radiológico.

A
  • Típico
  • Coco gram (+)
  • Quadro grave em: (“fatores de risco”)
    • Neonatos, lactentes, pós-influenza
    • Usuários de drogas IV
    • Fibrose cística (mucoviscidose)
    • Bronquiectasias
  • Pode causar:
    • Pneumatoceles (complicação: piopneumotórax)
    • Derrame pleural
    • Pneumonia necrosante (<2cm)^ ou abscesso (>=2cm)

^ “Bolinha”com nível <2cm.

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9
Q

Sobre a Pseudomonas aeruginosa fale: bacterioscopia e em quem causa quadro grave.

A
  • Típico
  • Bacilo gram (-)
  • Quadro grave em: (“fatores de risco”)
    • Fibrose cística (mucoviscidose)^
    • Bronquiectasia
    • Neutropênicos
    • Corticoide

^ É mais comum em Pseudomonas do que em Estafilo.

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10
Q

Fale como é a bacterioscopia das bactérias vistas até agora.

A
  • Staphylococcus aureus:
    • Coco gram (+)
  • Streptococcus pneumoniae:
    • Diplococo gram (+)
  • Haemophilus influenzae:
    • Cocobacilo gram (-)
  • Pseudomonas aeruginosa:
    • Bacilo gram (-)
  • Klebsiella pneumoniae:
    • Bacilo gram (-)
  • Legionella:
    • Atípico (bacilo gram (-))
  • Mycoplasma pneumoniae:
    • Atípico (mas pode se apresentar como coco gram (+))
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11
Q

Quando e como procurar por agentes etiológicos das pneumonias?

A
  • Quando?^
    • Refratários
    • Graves/UTI
  • Como?
    • Escarro: exame direto e cultura
    • Hemocultura
    • Antígeno urinário: pneumococo, legionella
    • Testes moleculares (idosos?)

^ A maioria vai tratar empiricamente

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12
Q

Diferencie pneumonia típica e atípica por: clínica, radiografia e agente etiológico mais comum.

A
  • Esses termos têm caído em desuso, porém é importante saber
  • “Pneumonia típica”:
    • Febre, tosse, dispneia, dor torácica (tipicamente pleurítica)
    • Crepitações (teleinspiratórias), aumento do frêmito toracovocal, broncofonia
    • Rx: broncopneumonia X pneumonia lobar
    • Mais comum: pneumococo^
  • Pneumonia “atípica”^^:
    • Febre baixa, tosse
    • Exame respiratório pobre
    • Rx: intersticial
    • Mais comum: micoplasma

^ Pode ser “atípico” no imunossuprimido.
^^ “Gripão”.

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13
Q

Como é feito o diagnóstico da pneumonia? Preciso fazer radiografia de controle?

A
  • Clínica + imagem:
  • Radiografia de tórax PA e perfil
  • USG de tórax^:
    • Sensibilidade e especificidade > do que a radiografia
  • TC de tórax:
    • Mais sensível que USG
  • O diagnóstico pode se clínico (se quadro muito típico) se não tiver Rx, mas pedir sempre que puder (me ajuda no diagnóstico e mostra se tem complicações)
  • Rx deve ser repetido em 4-6 semanas nos pacientes com maior chance de CA broncogênico adjacente (tabagista >50 anos e persistência dos sintomas -> pneumonia pós-obstrutiva?
  • O Rx demora de 4-6 semanas para melhorar após tratamento, então não mudo antibiótico se o paciente estiver melhorando clinicamente.

^ Derrames pequenos ou suspeitos de loculação

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14
Q

Como definir o local de tratamento da PAC (ambulatório X enfermaria X UTI)?

A
  • CURB-65 (interno?) e IDSA-ATS (precisa de UTI?)
  • CURB-65:
    C) Confusão mental (1 ponto)
    U) Ureia >=43 (50) mg/dL (1 ponto)
    R) Respiratório: FR >=30 (1 ponto)
    B) “Baixa” PA: PAS < 90 ou PAD =< 60 (1 ponto)
    65) >=65 anos (1 ponto)
    • 0-1: ambulatório
    • 2: considerar internação (diretriz brasileira)
    • > =3: internação
    • 4-5: UTI. Porém, há outros fatores: vômitos, socioeconômicos…
- Definindo UTI (IDSA/ATS):
  Critérios maiores:
   * Necessidade de ventilação mecânica 
   * Choque séptico 
  Critérios menores:
   * CURB (cada letra 1 ponto)
   * Temperatura <36
   * Relação P/F =< 250
   * Acometimento multilobar
   * Leucócitos <4.000
   * Plaquetas <100.00
  1 maior ou 3 menores: UTI.
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15
Q

Como é feito o tratamento da PAC?

A

1) Hígido (ambulatorial):
* Macrolídeo^ OU Doxiciclina^^ OU Beta-lactâmico^^^

2) Comorbidades/ATB prévio/+grave:
* (Beta-lactâmico^^^^+ Macrolídeo) OU quinolona respiratória

3) Alergia a Beta-lactâmico/Macrolídeo:
* Quinolona respiratória: mexi/levo/gemifloxacino (cipro não); atenção para o risco de tendinite; neuropatia; aneurisma de Ao abdominal (principalmente em idosos)

4) Internação em enfermaria:
* Quinolona respirtória OU (macrolídeo + beta-lactâmico^^^^^).

4) Internação em UTI:
* (Beta-lactâmico + azitromicina) OU (beta-lactâmico + quinolona respiratória)

^ Azitromicina (3-5 dias)/Claritromicina (5 dias).
^^ Macrolídeo e doxiciclina são 1ª escolha na literatura estadunidense, mas o pneumoco brasileiro é resistente à doxiciclina.
^^^ A diretriz brasileira permite o uso de Amoxicilina +- clavulanato (no whitebook fala amoxicilina isolada).
^^^^ Na aula ele falou cefa de 2ª ou 3ª, no whitebook está amoxicilina+clavulanato.
^^^^^ Ampicilina+sulbactam OU cefa de 2ª ou 3ª.

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16
Q

O que é considerado falha clínica na pneumonia?

A
  • 48-72h sem melhora clínica.
17
Q

Qual a clínica e diagnóstico da infecção por influenza e como é definida a síndrome respiratória aguda grave?

A
  • Síndrome gripal^:
    • Febre + tosse seca + fadiga + “algias”.
  • Síndrome respiratória aguda grave (SRAG): Síndrome gripal +
    • Dispneia; SatO2<95%; aumento da FR; redução da PA; piora na doença de base
    • Imediata internação hospitalar.
  • Diagnóstico:
    • Swab nasofaríngeo + PCR (rtPCR)

^ Febre (mesmo que referida) + tosse ou dor de garganta com duração inferior a 7 dias + pelo menos 1 dos seguintes: mialgia, cefaleia, artralgia, dispneia, conjuntivite, mal estar ou perda de apetite.

18
Q

Tratamento e profilaxia da infecção por influenza?

A
  • Osetalmivir^/Zanamivir (diminuir o tempo de evolução da doença)
  • Para SRAG ou risco alto
  • Risco alto:
    • Idade <5a, >=60a
    • Imunodeprimido/comorbidades
    • Indígena
    • IMC >= 40
    • Gestante e puérpera

^ 75mg 2x/dia por 5 dias, preferencialmente nas primeiras 48h do início dos sintomas
^^ PNI: a vacina é trivalente (2 do A e 1 do B); a maioria das epidemias no Brasil foi causada pelo tipo A e este causa doença mais grave em crianças.
^^^ Pneumonia por influenza é grave
^^^^ Pneumonia bacteriana secundária: agentes mais comuns são pneumococo, S. aureus e hemófilo.

19
Q

Quais são fatores de risco para pneumonia por anaeróbios? O que é o sopro anfórico?

A
  • Dentes em mal estado^ (muito anaeróbio na nasofaringe) +
    • Macroaspiração^^: etilista; redução da consciência; distúrbio da deglutição
  • Sopro anfórico: ressonância do ar em cavidade oca; indica presença de cavitação pulmonar

^ Se for endêntule não tem colonização por anaeróbio (fator de proteção)
^^ Pode causar abscesso/cavitação

20
Q

Local anatômico mais comum da pneumonia por anaeróbios e a evolução, conduta é indicação de cirurgia?

A
  • Local anatômico^:
    • Parte POSTERIOR do lobo SUPERIOR (paciente a 0º)
    • Parte SUPERIOR do lobo INFERIOR (cabeceira elevada 30º)
  • Evolução lenta, polimicrobiana (anaeróbio + aeróbio)
  • Conduta:
    • Clindamicina ou Amoxicilina+clavulanato (21 dias)
  • Cirurgia:
    • Sem melhora (da febre) em 7-10 dias ou abscesso >6-8cm (controverso)

^ Mais comuns na macroaspiração.

21
Q

Qual o primeiro passo quando a pneumonia complica com derrame pleural?

A
- Toracocentese e análise do líquido pleural:
A) Derrame parapneumônico (exsudato):
   * Líquido não purulento (“clarinho”)
   * SIMPLES: exsudato “estéril” (critérios de Light no próximo flashcard)
   * COMPLICADO: exsudato “contaminado”:
      - Bacteriologia positiva
      - Glicose <40-60 mg/dL
      - pH <7,2
      - LDH > 1.000
B) Empiema:
   * Pus!!!
22
Q

Quais são os critérios de Light para definição de exsudato?

A
  • Proteína líquido/soro: >0,5
  • LDH líquido/soro: >0,6
  • LDH líquido > 200

^ Pelas questões parece que um presente já configura exsudato.

23
Q

Quando considero que um derrame pleural é puncionável por toracocentese?

A
  • Rx perfil com altura >5cm
  • Lawrell^ com altura >1cm^^
  • Ocupa 20% do hemitórax
  • O USG também pode ser usado

^ Rx com decúbito lateral (raios oblíquos?)
^^ Se o derrame não mover: USG; se for septado: pleuroscopia.

24
Q

Qual a conduta frente ao derrame pleural?

A
  • Derrame simples:
    • Manter ATB
  • Derrame complicado/empiema:
    • Manter ATB + drenagem (por toracostomia)
    • Atenção se não melhorar: pleuroscopia + lise de aderências^

^ Empiema multiloculado (os septos são de fibrina).

25
Q

Definições, diagnóstico e principais etiologias da pneumonia hospitalar? Quando preciso pesquisar o agente etiológico?

A
  • Definições:
    • Nosocomial ou adquirida no hospital: >=48h de internação.
    • Associada a Ventilação Mecânica (PAVM): >48-72h
  • Diagnóstico:
    • Infiltrado pulmonar (novo ou progressivo) + 2 sinais de infecção (febre; leucocitose ou leucopenia; secreção purulenta; piora da oxigenação.
  • Principais etiologias:
    • Pseudomonas aeruginosa
    • Staphylococcus aureus
    • MRSA (resistente a meticilina/oxicilica)
    • Germes MDR (multidroga resistente)
  • Sempre pesquiso o agente etiológico: para guiar o tratamento e para saber a colonização do hospital (CCIH).
26
Q

Como fazer o tratamento da pneumonia hospitalar?

A
  • 7 dias de ATB
  • Qual ATB? Depende da colonização do hospital, mas antes das culturas, posso fazer terapia empírica.
  • Terapia empírica:
    1) SEM risco para MDR/MRSA, BAIXA mortalidade:
    • Cefepime OU piperaciclina-tazobactam OU Imi/meropenem
      2) Risco para gram negativo MDR?^
    • Alto crescimento de bacilos gram (-) nas amostras OU Fibrose cística OU Bronquiectasias.
    • ADICIONAR: aminoglicosídeo OU cipro/levofloxacino (cobertura de Pseudomonas)
      3) Risco para MRSA?
    • > 20% de MRSA na unidade OU prevalência de MRSA na unidade é desconhecida (até sair o resultado da cultura)
    • ADICIONAR: vancomicina OU linezolida.
      4) ALTO risco de mortalidade:
    • Choque séptico OU suporte ventilatório OU ATB IV nos últimos 90 dias?
    • ESCOLHER 1 DE CADA GRUPO ACIMA.

^ Na PAVM: uso de ATB nos últimos 90 dias; choque séptico associado; SRAG precedendo a PAVM; >=5 dias de internação antes da PAVM; diálise antes da PAVM