CLM 12 - Dispneia Flashcards
Qual a relação entre o tromboembolismo pulmonar (TEP) e o tromboembolismo venoso (TVP)?
- TEP sempre deriva de TVP (com ou sem clínica).
- A principal fonte emboligênica são trombos proximais^ em MMII.
^ Maior risco de embolização.
†Cirurgias que causam mais TVP: ortopédicas -> neurocirurgias -> cirurgias vasculares.
Qual a clínica do TEP (não maciço)?
- Evento súbito!!!^
- Hemoptise.
- Sibilância.
- Taquipneia (PRINCIPAL SINAL)^^.
- Dispneia (PRINCIPAL SINTOMA)^^^.
- Pode haver derrame pleural (35%) devido a inflamação da pleura pelo infarto pulmonar.
^ 48-72h após uma cirurgia (se o paciente já tiver TVP antes, esse período pode ser menor); >5 dias no trauma (?).
^^ Não costuma ter hipercapnia (tem hipocapnia), já que o CO2 é muito difundido na membrana alvéolo-capilar.
^^^ Graus variados de hipoxemia (baixa perfusão).
Qual a clínica do TEP maciço?
- GRAVE!!!^
- Hipotensão (choque obstrutivo).
- Cor pulmonale^^ (insuficiência de VD por alteração pulmonar.
- Detalhe: aumento de BNP e troponina^^^.
^ A maioria das mortes ocorre nas primeiras horas.
^^ Bloqueio de ramo direito no ECG e sinais de sobrecarga do VD.
^^^ Compressão mecânica da parede do VD por excesso de volume.
Qual o padrão no ECG mais específico do TEP? E o mais comum?
- Padrão S1Q3T3^:
- “S” em D1/“Q” em D3/“T” invertida em D3^^.
- Mais comum: taquicardia sinusal.
^ É a mais específica porém não dá diagnóstico.
^^ A onda positiva é sempre a R. Se tiver negativa antes é a Q; se tiver negativa depois é a S.
Quais os possíveis achados no Rx de tórax no TEP?
- Sinal de Westermark^:
- Oligoemia localizada (preto no Rx; área sem perfusão, mas ventilada).
- Corcova de Hampton^:
- Hipotransparência triangular periférica.
! Pode ser normal (maioria); com achados inespecífico como atelectasia, infiltrados parenquimatosos ou imagem compatível com derrame pleural (não são incomuns); ou o mais específicos (raros).
^ Mais específicos do TEP.
Qual o achado no ecocardiograma relacionado a um pior prognóstico no TEP?
- Disfunção de VD.
Quais marcadores podem ser utilizados em relação ao TEP?
- Aumento de BNP/ troponina:
- Pior prognóstico.
- Atenção: D-dímero^^.
^ Alcalose respiratória. Aumento do gradiente alvéolo-capilar.
^^ Fragmento de fibrina (do coágulo).
Quais os critérios diagnósticos de Wells para TEP (e suas pontuações)?
1) Clínica de TVP: 3 pontos.
2) Sem outro diagnóstico mais provável): 3 pontos.
3) FC>100: 1,5 pontos.
4) Imobilização ou cirurgia recente: 1,5 pontos.
5) Episódio prévio de TVP/TEP: 1,5 pontos.
6) Hemoptise: 1 ponto.
7) Malignidade: 1 ponto.
- Regra mnemônica EMBOLIA:
- Episódio prévio.
- Malignidade.
- Batata inchada.
- Outro diagnóstico.
- Lung bleeding.
- Imobilização.
- Alta FC.
Como é o algoritmo diagnóstico do TEP?
- Suspeita baixa (Wells =<4):
- D-dímero normal -> sem TEP.
- D-dímero alto -> imagem.
- Suspeita alta (Wells >4^):
- Imagem -> positiva -> TEP.
- Imagem -> negativa -> sem TEP.
- Imagem:
1º) AngioTC^^.
2º) Cintilografia^^^.
3º) Doppler MMII.
4º) Arteriografia^^^^.
! Inicia-se a terapia na suspeita: se imagens vierem negativas, muda o tratamento.
^ >6 é muito alta.
^^ TC helicoidal com contraste IV. Perde a sensibilidade em ramos subseguimentares (das artérias pulmonares). Nesses casos, a angiografia tem mais sensibilidade.
^^^ Cintilografia de ventilação/perfusão é a primeira escolha na grávida.
^^^^ Só paro a investigação quando chegar na arteriografia.
Como é feito o tratamento do TEP?
- Anticoagulação por 3 meses (a princípio). Opções principais:
1) Heparina^ + warfarin: 5 mg/dia (começam juntos…)
* Suspender heparina com 2 INRs entre 2-3.
2) Heparina 5 dias, depois dabigatran 150 mg, 2x/dia.
3) Rivaroxabana 15mg 2x/dia (sem heparina). - Se TEP maciço (instabilidade, IVD):
- Trombolisar em até 14 dias (rtPA, estreptoquinase)
- Filtro de veia cava inferior^^:
- Contraindicação (ex: sangramento ativo)
- Falha na anticoagulação.
^ Paciente com risco de sangramento alto: usar heparina não fracionada porque ela tem antídoto, o sulfato de protamina. Este não funciona bem para HBPM. O PTTa deve ser feito a cada 6h até anticoagulação estabelecida (entre 1,5-2) e mantida.
^^ Impedir a propagação da embolia.
^^^ 48h após a cirurgia é possível usar heparina não fracionada.
Causa consequente clínica da embolia gordurosa?
- Fraturas de ossos longos e pelve^:
- Micropartículas de gordura na circulação (doença da microcirculação)
- Obstrução^^ + vasculite^^^ (início em 12-72h).
- Tríade:
1) Pulmão (hipoxemia)
2) SNC (alteração neurológica)
3) Pele (rash petequial)
^ Raramente após osteomielite, pancreatite aguda, anemia falciforme, lipoaspiração, by-pass cardiopulmonar e infusão parenteral de lipídeos.
^^ Não é tão súbito quanto no TEP.
^^^ Capilarite pulmonar induzida por ácidos graxos livres na circulação.
Tratamento da embolia gordurosa?
- Suporte.
^ Metilprednisolona (?) -> não tem comprovação.
^^ Prevenção: tratamento ortopédico precoce.
Como calcular a PaO2 ideal do paciente?
- PaO2=100 - 0,33xidade (em anos)
Como interpretar os valores do gradiente alvéolo-capilar?
- Serve para diferenciar de maneira mais precisa a insuficiência ventilatória da insuficiência respiratória hipoxêmica.
- P(A-a)O2 corresponde à diferença entre a pO2 alveolar (PAO2) e a pO2 arterial (PaO2). Essa diferença varia com a FiO2, sendo normal até 15mmHg para uma FiO2 de 21% até 150mmHg para uma FiO2 de 100%.
- Ou seja, sob uma FiO2 de 21% (ar ambiente), teremos, na insuficiência ventilatória isolada, uma P(A-a)O2=<10mmHg. Já na insuficiência respiratória hipoxêmica (shunt ou distúrbio V/Q), a P(A-a)O2 será >10-15mmHg.
- A PaO2 é obitida através da gasometria e a PAO2=FiO2x(pressão atmosférica - 47) - PaCO2/R.
Como são os padrões de doença pulmonar obstrutiva e restritiva na espirometria forçada?
- VEF1: volume expiratório forçado do 1º segundo.
- CVF: capacidade vital forçada.
- Obstrutivo:
- VEF1 muito baixo. CVF baixo. VEF1/CVF (Tiffenau) baixo: <70%=doença obstrutiva (asma ou DPOC).
- Asma^ é reversível. DPOC^^ é irreversível.
- Prova broncodilatadora: positiva se VEF1>200mL e >12% -> ASMA.
- Restritivo:
- VEF1 baixo. CVF baixo. VEF1/CVF variável (geralmente está normal).
- Pneumopatias Intersticiais Difusas (PID).
^ Se parece asma, mas o exame físico e a espirometria são normais: teste broncoprovocativo (metilcolina, histamina ou carbacol). Asma se obstrução significativa (ex: queda >20% no VEF1).
^^ O GOLD recomenda que a espirometria seja repetida em 3 semanas para fechar o diagnóstico (principalmente com VEF1 entre 60-80% do previsto).
Qual a fisiopatologia da pneumoconiose?
- “Doença pulmonar por inalação de partículas no trabalho” (ex: silicose/asbestose/beniliose).
- Inalação de micropartículas -> inflamação (alveolite) -> até 10 anos depois -> fibrose (restrição).
Como é feito o diagnóstico da asbestose?
- História ocupacional (de exposição ao amianto^) + Rx^^.
- Doença pulmonar intersticial
- Doença pleural pelo asbesto (manifestação mais comum dessa pneumoconiose): placas de calcificação ou espessamento pleural, geralmente unilateral.
^ Construção civil; demolição; mineração.
^^ TC também é bom; biópsia (padrão-ouro) a céu aberto ou videotoracostopia.
Qual maior fator de risco para mesotelioma e como é a radiografia?
- Fator de risco: exposição ao asbesto (amianto).
- Tumor primário mais comum da pleura.
- Apenas 20% dos casos de mesotelioma apresentam sinais concomitantes de asbestose (doença intersticial) no parênquima pulmonar.
- Rx: hipotransparência “de fora para dentro”, com sinal da silhueta^.
^ Sinal da silhueta: é quando a hipotransparência apaga os bordos da estrutura adjacente. Se ela estivesse localizada atrás ou na frente, veríamos os bordos da estrutura adjacente, pois haveria sobreposição das sombras.
Como é feito o diagnóstico da silicose?
- História ocupacional (exposição à silica^) + Rx:
- Infiltrado micronodular em zonas superiores.
- Fibrose em zonas superiores;
- Linfonodo com calcificação em casca de ovo (“egg shell”)
^ Mineração, pedreira, jateamento de vidro.