CLM 1 - Síndrome Ictérica Flashcards

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1
Q

Qual o nível sérico está relacionado com a icterícia (sequência de aparecimento no corpo da icterícia)?

A
  • Bilirrubina > 2,5 já vejo icterícia, primeiro na esclera, depois na mucosa jugal.
  • Bilirrubina > 5 ja consigo ver na pele.
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Q

Como ocorre a formação da bilirrubina?

A
  • Globina (haptoglobina carreia - “raptoglobina”)
  • Heme:
    • Ferro (reaproveitado)
    • Protoporfirina -> Biliverdina -> Bilirrubina (carreada pela albumina por isso o rim não consegue excretar)
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3
Q

Como é feita a metabolização da bilirrubina?

A
  • BI (Albumina leva até o hepatócito) -> Captação -> Conjugação (glucoronil transferase) -> BD (solúvel) -> Excreção (etapa mais sensível) -> Fezes.
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4
Q

Quais são as condições associadas a aumento de Bilirrubina Indireta e Direta? (Falar qual etapa do metabolismo da bilirrubina foi perdido).

A
  • Aumento de BI:
    • Hemólise (Captação)
    • Metabolismo (Conjugação)
  • Aumento de BD
    • Colestase (Excreção)
    • Hepatite^

^ Na hepatite, a primeira etapa perdida é a excreção (tem o maior gasto energético). Em casos avançados, pode perder as etapas anteriores, ou seja, aumenta BI também.

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5
Q

Como diferenciar as causas de aumento de Bilirrubina Indireta?

A
  • Hemólise:
    • Anemia
    • Aumento de LDH
    • Redução de haptoglobina (o exame mede haptoglobina livre)
  • Distúrbio do metabolismo da bilirrubina:
    • Sem anemia
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6
Q

Como diferenciar as causas de aumento de Bilirrubina Direta?

A
  • Acolia fecal, colúria, prurido (só na colestase, por aumento importante de sais biliares).
  • Hepatite:
    • TGO(AST) / TGP(ALT) > 10x (aumento da pressão no leito biliar)
    • FA/GGT - “Tocadas”
    • Se TGO/TGP > 1000 mg/dL = Viral (TGP>TGO)
    • TGO>TGP (2x)^ = Alcoólica
  • Colestase:
    • FA/GGT > 4x
    • Transaminases “tocadas”

^ B6 (piridoxina) é precursor de TGP e o alcoolista é desnutrido.

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7
Q

Sobre a Síndrome de Gilbert explique: o que é, epidemiologia, desencadeantes, tratamento, benefício da doença.

A
  • Distúrbio do metabolismo da bilirrubina
  • Aumento de bilirrubina indireta
  • Glucoronil transferase “preguiçosa” (só aumenta BI em situações de estresse)
  • > 8% da população (adulto-jovem masculino)
  • Precipitado: jejum, estresse, álcool, exercício…
  • Melhora: Fenobarbital (estimula citocromo P450), dieta hipercalórica.
  • Esse pequeno aumento da BI age como antioxidante: Reduz RCV e de CA.
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8
Q

Sobre a Síndrome de Criggler-Najjar explique: o que é, epidemiologia, classificação e tratamento.

A
  • Distúrbio do metabolismo da bilirrubina
  • Aumento de bilirrubina indireta
  • Glucoronil transferase deficiente
  • Sintomas até o 3º dia de vida
  • I: Total (BT 18-45) -> Kernicterus -> Transplante
  • II: Parcial (BT 6-25) -> Fenobarbital
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9
Q

Duas doenças que cursam com aumento de BD por distúrbio do metabolismo da Bilirrubina?

A
  • Dubin-Johnson
  • Rotor
  • Problema na excreção de bilirrubina (benigno)
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10
Q

Divisão cronológica das hepatites virais e sua relação com o sistema imune?

A
  • Aguda (imunidade normal): < 6 meses.
  • Crônica (baixa imunidade): > 6 meses.
  • Fulminante (MUITA imunidade): encefalopatia em < 8 semanas
  • A clínica da hepatite depende da resposta imunológica contra o hepatócito
  • A hepatite C não ativa imunidade, ou seja, cronifica muito e quase nunca fulmina.
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11
Q

Como é a linha do tempo das hepatites virais?

A
  • Contágio -> Fase prodrômica* -> Fase ictérica** -> Convalescença.
  • Início dos sintomas, porém sinais e sintomas inespecíficos.
    • Some os sinais e sintomas da fase prodrômica e só ocorre em 30% das pessoas.
  • ** Para ser agua a fase clínica (prodrômica+ictérica+convalescência) devem durar < 6 meses.
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12
Q

Qual é a duração do período de incubação de cada hepatite viral?

A
  • A: 4 semanas (A=4)
  • E: 5-6 semanas (E=6)
  • C: 7 semanas
  • B-D: 8-12 semanas (B=8)
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13
Q

Quais são complicações/evoluções esperadas para cada hepatite viral?

A
  • Colestase: A
  • Fulminante: B
  • Recorrente: A/B/C
  • Crônica: B/C
  • Autoimune: B/C
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14
Q

Achado no hemograma e tipo de necrose do lóbulo hepático nas hepatites virais?

A
  • Leucopenia “com linfocitose”
  • Necrose Periportal*
  • Necrose Ponte**
  • A hepatite viral é uma resposta imune e o espaço porta é onde o sangue é derramado (concentra anticorpos).
    • Da a. hepática até a v. centrolobular (ataque grande)
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15
Q

Achado laboratorial, tipo de necrose do lóbulo hepático (e outras causas para o mesmo tipo de necrose) na hepatite alcoólica?

A
  • Leucocitose neutrofílica
  • Necrose centrolobular*
  • Também em: hepatite medicamentosa, isquêmica, congestiva…
  • Onde ficam os hepatócitos com mais citocromo P450, que metaboliza o álcool.
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16
Q

Quais são as sorologias relacionadas à hepatite B?

A
  • DNA-HBV (único que tem DNA - também indica replicação no exame)
  • HBsAg -> Anti-HBs
  • HBcAg (não tem exame) -> Anti-HBc (core-“contato”)
  • HBeAg (liberado durante a replicação) -> Anti-HBe
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17
Q

Quais são as sorologias que positivam em cada fase da Hepatite B?

A
  • Contágio
  • Incubação: HBsAg
  • Prodrômica: Anti-HBc IgM (logo no início)
  • Ictérica
  • Convalescença: Anti-HBs (logo no início)
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18
Q

Como interpreto as sorologias da Hepatite B?

A
  • HBsAg (+): tem hepatite (não sei se aguda ou crônica)
  • HBsAg (-): pode ser (baixos títulos) / pode não ser
  • Anti-HBc total (-): nunca teve hepatite B
  • Anti-HBc total (+): teve contato com o vírus
    • IgM (+): hepatite B aguda
    • IgM (-): hepatite B antiga (não sei se curou)
  • Anti-HBs (+): curou
  • Anti-HBs (-): teve e ainda tem (hepatite B crônica)
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19
Q

Como analiso um mutante pré-core da hepatite B, e quais os riscos associados a ele?

A
  • Falha na síntese de HBeAg
  • HBsAg (+) / Aumento de transaminases / HBeAg (-)
  • Confirmação: DNA-HBV muito alto
  • Aumenta risco de fulminância, cirrose, Câncer.
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20
Q

Como é a evolução da hepatite B?

A
  • Benigna: 95% cura
    • Assintomática / Anictérica / Ictérica
  • Ruim:
    • Fulminante (1% - resposta imune)
    • Crônica (Adultos: 1-5% / Crianças: 20-90% / RN: 90%
    • Cirrose: 20-50% dos crônicos
    • Carcinoma hepatocelular: 10% dos cirróticos (mas pode ir direto da fase crônica para CA)
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21
Q

A hepatite B pode estar relacionada com quais doenças?

A
  • Poliarterite nodosa (PAN)
  • Glomerulonefrite membranosa
  • Gianotti-Crosti (lesões papulares, eritematosas, não pruriginosas - parece acne mas não dá pústula).
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22
Q

Quais são os tipos de transmissão da hepatite B e como abordar a transmissão vertical?

A
  • Sexual (mais importante); vertical; percutânea
  • Vertical:
    • HBeAg (+): 90% / HBeAg (-): 15% (de transmissão)
    • Não há indicação de cesárea
    • O aleitamento é permitido
    • Sempre vacina + HBIG (12h) - Profilaxia pós-exposição
    • Mãe: tenofovir
  • A vacina é a melhor profilaxia PRÉ-exposição.
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23
Q

Como fazer a profilaxia pré-exposição na hepatite B? Quando e como usar o anti-HBs?

A
  • Vacina: 3 doses 0, 1, 6 meses (universal)
  • Esquemas especiais (imunodeprimidos, DRC, Tx): 4 doses duplas
  • Uso o anti-HBs em profissionais de saúde e esquemas especiais:
    • Anti-HBs (-) em 1-2 meses da última dose: repetir o esquema vacinal.
    • Anti-HBs (-) após esquema completo há mais tempo (>= 2 meses): aplico mais uma dose (dose desafio); se anti-HBs (-) em 1-2 meses, completo o esquema
    • Se anti-HBs (-) após 2 esquemas completos: considero a pessoa suscetível (não respondedora)
24
Q

Como fazer a profilaxia pós-exposição da hepatite B?

A
  • HBIG
  • Infecção perinatal (HBIG + vacina em até 12h)
  • Vítimas sexuais e acidentes biológicos (não-vacinados)
  • Imunodeprimido exposto (mesmo vacinado)
25
Q

Explique as duas formas de hepatite D e com qual anticorpo está relacionada.

A
  • Só aparece se tiver HBV
  • Co-infecção:
    • D e B agudas
    • Não há aumento de risco de cronicidade
  • Super-infecção
    • B crônica
    • Aumenta risco de fulminante (20%) / Cirrose
  • Mediterrâneo / Amazônia
    • Associação com anti-LKM3
26
Q

Linha do tempo, sorologia, epidemiologia, tratamento e isolamento da hepatite A?

A
  • Contágio
  • Incubação: Alta carga viral no sangue e nas fezes
  • Prodômica:
    • Anti-HAV IgM (no início) -> IgG (não dá diagnóstico)
  • Ictérica: o tratamento é suporte / pode ter uma evolução com presença de colestase
  • Convalescença: Isolamento de 7-15 dias após icterícia
  • Prevalência no Brasil é de 40%.
  • O risco de fulminância no adulto é maior.
27
Q

Profilaxia pré/pós-exposição da hepatite A?

A
  • < 1 ano: Ig

- >= 1 ano: Vacina 12 e 18 meses (MS = 1 dose 15 meses)

28
Q

Como é a hepatite E e qual sua particularidade?

A
  • Igual hepatite A

- Grávidas: fulminante em 20%

29
Q

Sobre a hepatite C explique: transmissão, apresentação, associações e princípio básico do tratamento.

A
  • Transmissão parenteral
  • É a que mais cronifica (80-90% dos casos)
  • Não fulmina, já que não ativa muito o sistema imune
  • Outros achados:
    • Crioglobulinemia
    • GN mesângiocapilar
    • Líquen / porfiria
    • Associação com anti-LKM1
  • Tratamento (com antivirais): SEMPRE
30
Q

O que é, o que preciso descartar, manifestação extra-hepática, achado laboratorial, seus tipos e o tratamento da hepatite autoimune?

A
  • Agressão autoimune aos hepatócitos
  • Vírus, álcool e drogas (-)
  • Artralgia
  • Hipergamaglobulinemia policlonal
  • TIPO I:
    • FAN (+)^, anticorpo ANTI-MÚSCULO LISO (AML) (“hepetite auto-iMUSCULOLISO”)
  • TIPO II: (não cai)
    • Anti-LKM1, anticitosol hepátio 1 (ALC)
  • Tratamento:
    • Corticoide +- azatioprina

^ >= 1:40.

31
Q

O que é, epidemiologia, clínica, laboratório e tratamento da colangite biliar primária?

A
  • Agressão autoimune aos ductos biliares
  • Mulher de meia idade / fadiga
  • Colestase^:
    • Icterícia, prurido, hiperpigmentação (da pele), xantelasma^^
  • Disabsorção (bile emulsifica gordura):
    • Esteatorreia, redução de vitaminas ADEK
  • Aumento de FA/GGT / Anticorpo ANTIMITOCÔNDRIA
  • Tratamento:
    • UDCA / transplante

^ 1º sintoma: prurido. Tríade clássica: prurido, icterícia, hiperpigmentação da pele.
^^ Não consegue eliminar colesterol.

32
Q

Principais etiologias das síndromes colestáticas?

A
  • Doença calculosa biliar
  • Neoplasia maligna
  • Doença autoimune da via biliar
33
Q

Como é a anatomia das vias biliares?

A
  • Ducto hepático E + Ducto hepático D = Ducto hepático comum
  • Ducto cístico + Ducto hepático comum = Ducto colédoco
  • Ducto pancreático principal + colédoco = Ampola de Vater (papila duodenal - esfíncter de Oddi) -> Segunda porção do duodeno.
34
Q

Qual primeiro exame pedir em uma síndrome colestática?

A
  • USG de abdome (localiza grosseiramente a obstrução)
35
Q

Diferencie os cálculos biliares por sua cor, composição, e fator de risco para sua existência.

A
  • Amarelo:
    • Vesícula. Mais comum
    • Composição: colesterol (radiotransparente^)
    • Risco: mulher^^, obesidade, doença ileal (Crohn, ressecção…)
  • Preto:
    • Vesícula
    • Composição: bilirrubinato de cálcio
    • Risco: hemólise (aumento de bilirrubina), cirrose, doença ileal.
  • Castanho:
    • Colédoco. Origem na via biliar (único)
    • Risco: colonização bacteriana por obstrução (cisto ou tumor) ou parasita^^^ (Clonorchis sinensis)

^ Por isso não faz Rx
^^ Estrogênio: aumenta liberação de colesterol na bile
^^^ Duodeno -> colédoco

36
Q

Quais são as doenças calculosas biliares?

A
  • Colelitíase
  • Colecistite aguda (> 6 horas)
  • Coledocolitíase
  • Colangite aguda
  • Pancreatite aguda
37
Q

O que é, clínica e diagnóstico de colelitíase?

A
  • Cálculos na vesícula biliar
  • Clínica:
    • Assintomático (80%)
    • Dor <6 horas E MAIS NADA (20%), após libação gordurosa
    • Não há icterícia (a obstrução é da VESÍCULA)
  • Diagnóstico:
    • USG abdominal: Imagem hiperecogênica + sombra acústica posterior^

^ Pólipo não dá sombra acústica posterior nem migra com o movimento do paciente

38
Q

Como é o tratamento da colelitíase?

A
  • Sintomático:
    • Colecistectomia laparoscópica
  • Quando operar o assintomático?
    • Vesícula em porcelana^
    • Associação com pólipo^
    • Cálculo > 2,5-3 cm^
    • Anemia hemolítica (crônica)^^

^ Aumenta risco de câncer
^^ Aumenta risco de recorrência de cálculo preto

39
Q

O que é e a clínica da colecistite aguda?

A
  • Inflamação por obstrução duradoura (>6 horas) da vesícula
  • Sinal local:
    • Dor > 6 horas + MURPHY^
    • SEM ICTERÍCIA (colédoco desobstruído)
  • Sinal sistêmico:
    • Febre^^, leucocitose, aumento de PCR

^ Murphy: interrupção súbita da inspiração profunda à palpação da vesícula.
^^ Inflamação + proliferação bacteriana (estase biliar -> meio de cultura para as bactérias)

40
Q

Como é feito o diagnóstico da colecistite aguda?

A
  • USG de abdome (1º)
  • Outros:
    • Cistilografia biliar^ (padrão ouro)
    • ColângioRM
    • TC
41
Q

Como é feito o tratamento da colecistite aguda? Quais são os critérios de Tóquio 2018 e as condutas baseadas em sua classificação?

A
  • Antibioticoterapia:
    • E. coli, klebsiella, enterobacter (são gram (-), inicialmente tem que cobrir esses), enterococo (gram (+))
  • Colecistectomia laparoscópica precoce:
    • Até 72h
  • Caso grave (sem condição cirúrgica):
    • Colecistostomia percutânea
  • Tóquio 2018: sinal local (exame físico), sinal sistêmico (inflamação), inflamação no exame de imagem.
    • Tóquio I (CCA leve)^: colecistectomia precoce + ATB
    • Tóquio II (CCA moderada)^^: inicia com ATB e suporte e indica CVL; se piorar enquanto aguarda cirurgia, fazer colecistostomia
    • Tóquio III (CCA grave)^^^: ATB e suporte para falência orgânica; a conduta cirúrgica é a colecistostomia

^ Não preenche critério para Tóquio II e III
^^ Sem disfunção orgânica
^^^ Com disfunção orgânica

42
Q

Quais são possíveis complicações da colecistite?

A
  • Empiema de vesícula:
    • Conteúdo purulento
  • Gangrena -> perfuração:
    • Livre (no abdome)
    • Fístula^ (outros órgãos)
  • Colecistite enfisematosa (homem diabético):
    • Bactéria anaeróbia (produz ar no metabolismo)
    • Clostridium: ar no interior e na parede (PATOGNOMÔNICO) da vesícula.

^ Por exemplo: duodeno -> o cálculo enorme sai da vesícula -> obstrução no íleo -> ÍLEO BILIAR

43
Q

O que é e a clínica da coledocolitíase?

A
  • Cálculo no colédoco:
    • Primária: 10% (cálculo castanho)
    • Secundária: 90% (cálculo preto ou amarelo que migrou da vesícula)
  • Quadro clínico:
    • Icterícia (colestática) intermitente^
    • Vesícula não palpável^^

^ Migração do cálculo (icterícia quando obstrui, melhora quando desloca)
^^ A flutuação da obstrução não permite que haja palpação da vesícula. Alem disso, a presença do cálculo na vesícula, reduz sua elasticidade.

44
Q

Como é feito o diagnóstico da coledocolitíase?

A
  • 1º: USG abdome
  • Melhores:
    • ColangioRM (sem contraste, pois a própria bile serve como contraste)
    • USG endoscópico
    • CPRE^ (conlangiopancreatografia retrógrada endoscópica)

^ Injeta contraste (risco de perfuração e pancreatite). Trata a causa, porém é invasivo

45
Q

Qual exame escolher quando há suspeita de coledocolitíase?

A
  • Obs.: também é feita no pré-op de colelitíase sintomática.
  • Probabilidade alta (1 dos 3): -> CPRE
    • USG com cálculo no colédoco
    • Colangite aguda (icterícia + febre)
    • Bilirrubina > 4 + colédoco dilatado (>0,6 cm)
  • Probabilidade moderada: -> ColangioRM / USG endoscópico / Colangiografia intraoperatória^
    • Idade > 55 anos
    • Colédoco dilatado
    • Bioquímica hepática alterada
  • Probabilidade baixa: -> não investigar via biliar
    • Nenhum preditor

^ Faz quando a pessoa vai operar colelitíase e a pessoa tem risco moderado

46
Q

Como é feito o tratamento da coledocolitíase?

A
  • Idealmente: CPRE
    • Esfincterotomia (esficter de Oddi)
    • Dilatação da papila com balão
    • Terapia intraductal (“litotripsia”)
47
Q

O que é e quais as manifestações da colangite aguda?

A
  • Obstrução (prolongada, por cálculo ou tumor) + infecção
  • Manifestações:
    (1) Não grave: TRÍADE DE CHARCOT
    • Febre + icterícia (colestática) + dor abdominal
      (2) Grave (sepse de origem biliar): PÊNTADE DE RAYNOLDS
    • Tríade de Charcot + hipotensão + redução do sensório
48
Q

Como é feito o tratamento da colangite aguda?

A
  • Antibiótico
  • Drenagem biliar:
    • Eletiva: não grave (espera atb diminuir a inflamação)
    • Imediata: grave
  • Obstrução baixa:
    • CPRE
  • Obstrução alta:
    • Drenagem transhepática percutânea

^ Se fizer uma manipulação do colédoco (uma coledocostomia, por exemplo), um dreno em T (de Kehr) é colocado para não deixar o colédoco fibrosar. O que determina sua retirada é uma colangiografia mostrando que o dreno está pérvio. O dreno de Penrose é colocado como sentinela de fístula biliar e só é retirado após o dreno de Kehr.

49
Q

Qual o quadro clínico dos tumores periampulares e suas etiologias em ordem de frequência?

A
  • Icterícia colestática progressiva + vesícula de Courvoisier^ + emagrecimento
  • CA de cabeça de pâncreas^^ -> CA de ampola de Vater -> Colangiocarcinoma -> Duodeno

^ Vesícula palpável e indolor
^^ Rastreio: HFAM, padrão ouro: USG endoscópico. TABAGISMO é o principal fator de risco para CA de pâncreas

50
Q

Diagnóstico, tratamento curativo dos tumores periampulares? Marcador do CA de cabeça de pâncreas e o tipo mais comum? Principal característica do CA de ampola de Vater.

A
  • Diagnóstico:
    • USG de abdome
    • Padrão ouro: TC de abdome (com contraste)
  • Tratamento curativo (raro)
    • Cirurgia de Whipple (duodenopancreatectomia)
    • Em geral o diagnóstico é tardio
  • CA cabeça de pâncreas:
    • CA 19.9 (marcador)
    • Adenocarcinoma ductal é o mais comum
  • CA ampola de Vater:
    • Necrose esporádica: alívio da icterícia^, melena^^

^ Confunde com coledocolitíase, mas tem melena
^^ A necrose é hemorrágica

51
Q

O que é, quadro clínico e diagnóstico do tumor de Klatskin?

A
  • Colangiocarcinoma perihilar
  • É o colangiocarcinoma mais comum
  • Quadro clínico:
    • Icterícia colestática progressiva
    • Emagrecimento
    • Não tem Courvoisier
  • Diagnóstico:
    • USG: vesícula murcha / dilatacão de via biliar intra-hepática
    • Confirmação: colangioRM e/ou TC
52
Q

Pra que serve a classificação de Bismuth e como é?

A
  • Classificação para tumor de Klatskin
  • TIPO I: Hepático comum
  • TIPO II: Junção dos hepáticos
  • TIPO IIIa: Hepático direito
  • TIPO IIIb: Hepático esquerdo
  • TIPO IV: Ambos os hepáticos
  • Quanto mais aproxima do fígado, maiores as chances de metástase
53
Q

Como é a doença hepática alcoólica ao longo do tempo?

A
  • Esteatose alcoólica:
    • Libação
  • Hepatite alcoólica:
    • Libação no bebedor crônico
  • Cirrose alcoólica:
    • Uso crônico
54
Q

Como é o metabolismo do álcool no fígado e como ele fica no bebedor crônico?

A
  • Estômago:
    • Álcool desidrogenase (ADH) metaboliza o etanol imediatamente, mas acaba rápido
  • Fígado:
    • Etanol -> ADH/P450 -> Acetaldeído (lesa o fígado) -> ALDH -> Acetato
  • O bebedor crônico produz muito ADH/P450 (com o tempo), por isso, numa libação alcoólica, muito acetaldeído é produzido
  • A ranitidina inibe o ADH no estômago (a pessoa fica bêbada mais rápido)
    • Os derivados imidazólicos (como o metonidazol) inibem o ALDH, ou seja, acumula acetaldeído (efeito antabuse)
55
Q

Clínica, laboratório e tratamento da hepatite alcoólica?

A

(1) Hepatite:
* Febre, icterícia, dor, TGO>TGP 2x (TGO até 400 U/L)
(2) Leucocitose:
* Reação leucemoide (acetaldeído é quimiotáxico para leucócitos)
- Tratamento:
* Grave (Maddrey >= 32): Corticoide por 28 dias^
* Alternativa: Pentoxifilina

^ Reduz mortalidade. O melhor é prednisolona porque é o fígado que converte prednisona em prednisolona.

56
Q

O que é e o tratamento da síndrome de Mirizzi?

A
  • Cálculo no ducto cístico causando efeito de massa no ducto hepático
  • Importância de prova:
    • Complicação da colecistite (colestase), não é mais uma colecistite pura e simples.
  • Tratamento:
    • Colecistectomia (aberta?^)

^ Mirizzi altera anatomia dos ductos, o que pode causar iatrogenia na CVL
* Há maior incidência de CA de vesícula nos casos de Mirizzi. Recomendação: fazer congelação durante a cirurgia para ver se há acometimento hepático.

57
Q

Quais são as semelhanças e diferenças das doenças autoimunes da via biliar? (Clínica, epidemiologia, associações, laboratório e tratamento).

A
  • Icterícia colestática + prurido / Cirrose (sal biliar)
  • Colangite biliar primaria (CBP):
    • Ductos do espaço porta
    • Mulher
    • AR, Sjögren, hashimoto
    • Antimitocôndria
  • Colangite esclerosante primária (CEP):
    • Grandes vias biliares
    • Homem
    • Retocolite ulcerativa (RCU) - muita associação
    • p-ANCA - o mesmo da RCU
  • Tratamento:
    • Retardar a evolução: Ácido ursodesoxicólico (CBP^XCEP)
    • Caso avançado: Transplante hepático

^ Benefício comprovado só aqui
^^ CEP: na CPRE pode ter vias biliares em contas de rosário.
^^^ RCU + colestase = CEP (na prova)