CLM 15 - Epilepsia E Fraqueza Muscular Flashcards
Qual a causa da neurocisticercose (explique os ciclos do verme)?.
i. Larva da Taenia solium (porco);
ii. Ingestão do OVO (verduras, água…)
iii. Ciclo:
1. Teníase:
a. Carne com cisticerco —> Intestino —> Verme adulto —> ovos nas fezes —> ambiente —> porco contaminado (a larva vai para o músculo do corpo).
b. Porco é hospedeiro intermediário.
2. Cisticercose:
a. Pessoa consome ovos —> ingere o cisticerco —> perfura o intestino —> Cérebro com cisticerco (local mais comum).
b. Humano é hospedeiro intermediário.
Qual a clínica da neurocisticercose?
i. Variada (fraqueza, hidrocefalia…);
ii. Crises epilépticas (mais comum).
Como fazer o diagnóstico de neurocisticercose?
i. Imagem (TC ou RM):
1. TC: cistos com um ponto branco (cabeça do parasito) na fase aguda; granuloma calcificado (crônico).
2. Na criança: calcificação + epilepsia (sem atraso do desenvolvimento†).
ii. Testes imunológicos
iii. Líquor: eosinofilia.
† Diagnóstico diferencial com infecções congênitas.
Como é feito o tratamento da neurocisticercose?
i. Albendazol e/ou Praziquantel† +
ii. Corticoide (1 dia antes do anti-helmíntico)∆.
† Mais de duas lesões é bom usar os dois.
∆ Reduzir a resposta inflamatória (edema) intra-craniana.
Qual a definição de epilepsia?
i. ≥ 2 crises não provocadas†.
ii. 1 crise não provocada com alta chance de recorrência.
iii. Síndrome epiléptica.
† Sem causa secundária.
O que é uma crise epiléptica? Qual o conceito de convulsão?
i. Atividade neuronal cerebral anormal excessiva.
ii. Convulsão?
1. Não faz parte de nenhuma classificação. É um termo informal.
Quais as principais etiologias da epilepsia nas diferentes faixas etárias?
i. Distribuição bimodal (criança e idoso);
ii. Neonatal: anóxia, doenças congênitas;
iii. 6 meses a 5 anos: crise febril;
iv. 5-12 anos: genética;
v. Adulto: TCE, neurocisticercose;
vi. Idoso: AVE.
Qual a classificação de epilepsia pelo ILAE-2017?
i. Início focal† (um hemisfério):
1. Focal perceptiva (parcial simples) = sem perda da consciência.
2. Focal disperceptiva (complexa) = com perda da consciência.
3. Focal evoluindo para tônico-clônico bilateral (generalização secundária).
ii. Início generalizada∆ (dois hemisférios):
1. Motoras = Mioclônica^; tônico-clônica®; atônica…
2. Não motoras = ausência.
† Antigamente: parcial.
∆ Todo mundo perde a consciência (atinge SARA).
^ Pode manter a consciência (parece que ela está levando sustos, cavalgando).
® Inicia-se bruscamente com contração tônica dos músculos de todo o corpo (ativação neuronal generalizada). Após 10 a 20 segundos, o quadro evolui para a fase clônica, produzida pela superposição de períodos de relaxamento muscular contração (tentativa dos neurônios inibitórios de conter a onda de despolarização). Quando há inicio focal, aquela região pode ficar inibida por um certo tempo no pós-ictal, gerando uma paresia, a paresia de Todd.
Como é feito o diagnóstico de epilepsia?
i. Anamnese
ii. EEG/VídeoEEG (complexo ponta-onda)†.
iii. RM (no adulto é obrigatório; na criança não; nesta só peço se houver suspeita).
† Só algumas derivações alteram na parcial. Na generalizada, todas alteram.
Como é feito o tratamento da epilepsia? Quando indicar o tratamento medicamentoso, como iniciar quando parar e qual usar?
i. Medidas comportamentais®;
ii. Medicamentos:
1. Quando indicar? A partir da 2ª crise ou da 1ª crise com lesão cerebral.
2. Como iniciar? Monoterapia em dose baixa (coma aumento progressivo); só associo quando chega em dose máxima com nível sérico bom.
3. Quando parar? Mais de 2 anos sem crise (redução gradual).
4. Qual usar? Depende da crise.
a. TCG: VALPROATO†/lamotrigina/levetiracetam.
b. Focal: carbamazepina/lamotrigina/valproato/levetiracetam.
c. Mioclônica/Atônica: valproato/lamotrigina
d. Ausência: ETOSSUXIMIDA/valproato/lamotrigina.
® Evitar gatilhos idiossincráticos.
† Não pode em grávidas (teratogênico).
Qual a clínica da síndrome de hipersensibilidade relacionada a drogas (DRESS – Drug Reaction with Eosinophilia and Sistemic Symptoms) e quais as drogas mais implicadas?
- Lesões cutâneas, anormalidades hematológicas (eosinofilia, linfocitose à custas de linfócitos atípicos, linfadenopatia e envolvimento visceral
- Longa latência entre a exposição à droga e o aparecimento da doença.
- Principais drogas implicadas†:
a. Carbamazepina (aromático);
b. Fenitoína (aromático);
c. Fenobarbital (aromático);
d. Lamotrigina;
e. Alopirinol. - Reativação de vírus da família herpesvírus é considerado achado específico de DRESS.
† Alternativas: valproato, topiramato…
Quais os principais efeitos adversos da fenitoína?
a. HIPERPLASIA GENGIVAL, linfadenopatia, HIRSUTISMO, osteomalácia, rash cutâneo;
b. Para-efeito neurológico: tontura, diplopia, ATAXIA, incoordenação e confusão mental.
Quais os principais efeitos adversos do fenobarbital?
a. Rash cutâneo, hipotensão†;
b. Para-efeito neurológico: tontura, sedação, prejuízo cognitivo e da concentração.
† Ele é um barbitúrico.
Quais os principais efeitos adversos da carbamazepina?
a. Hiponatremia, neutropenia;
b. Para-efeito neurológico: diplopia, visão turva;
Quais os principais efeitos adversos do ácido valproico?
a. Insuficiência hepática, ganho de peso alopécia.
Quais os principais efeitos adversos da lamotrigina?
a. RASH CUTÂNEO;
b. Para-efeito neurológico: cefaleia, diplopia, astenia e ansiedade.
O que é a epilepsia do lobo temporal?
i. Síndrome epiléptica mais comum do adulto.
ii. Causa: esclerose hipocampal (esclerose mesial† temporal).
† Hipocampo + amígdala + giro para-hipocampal.
Qual a clínica da epilepsia do lobo temporal?
i. Crises focais disperceptivas (parciais complexas):
1. A aura mais comum é o mal estar epigástrico;
2. Parada comportamental (manifestação mais comum);
3. Crise é contralateral à lesão e automatismo é ipsilateral.
ii. Manifestações: comportamento, memória (pode evoluir para TCG).
Como é feito o diagnóstico da epilepsia do lobo temporal?
i. Diagnóstico: RM (esclerose) e EEG (nas derivações temporais).
Como é feito o tratamento da epilepsia do lobo temporal?
i. Tratamento: carbamazepina (comum em prova).
Epidemiologia da ausência infantil (ou pequeno mal)?
i. Idade: 5 a 8 anos.
Fator desencadeante da ausência infantil?
i. Hiperventilação.
Diagnóstico da ausência infantil?
i. EEG com ponta-onda de 3Hz (lento). (Pode acontecer várias vezes ao dia, queixa comum de piora na escola); sem pós-octal.
Tratamento da ausência infantil?
i. Tratamento: etossuxumida na prova (2ª opção: ácido valproico; Mulheres na menacme: lamotrigina).
1. Drogas ineficazes: fenitoína e fenobarbital;
2. Drogas que pioram os sintomas: carbamazepina, gabapentina, vigabatrina e tiagabina..
Epidemiologia da epilepsia mioclônica juvenil (síndrome de Janz)?
i. Idade: 13 a 20 anos;
Clínica da epilepsia mioclônica juvenil (síndrome de Janz)?
i. Crises mioclônicas principalmente ao despertar;
ii. Fator desencadeante: privação do sono;
Diagnóstico da epilepsia mioclônica juvenil (síndrome de Janz)?
i. EEG com ponta onda de 4-6Hz.
Clínica da síndrome de West?
i. Menores de 1 ano;
ii. Espasmos + EEG hipsarritmia: retardo do desenvolvimento;
Tratamento da síndrome de West?
i. ACTH, vigabatrina (este é mais recente).
O que é o Panayiotopoulos?
i. Epilepsia benigna na infância;
ii. Crises autonômicas com foco epileptogênico no lobo temporal.
Epidemiologia da Epilepsia Benigna da Infância com Espículas Centrotemporais (BECTS)
i. Epilepsia rolândica da infância;
ii. 10-20% de todas as epilepsias da infância;
iii. 3-13 anos (pico 7-9 anos)
Clínica da Epilepsia Benigna da Infância com Espículas Centrotemporais (BECTS)?
i. Crise focal acometendo face e orofaringe (sialorreia, disfagia, discurso arrastado, fraqueza facial), sem comprometimento da consciência (quando ocorre na vigília);
ii. ¾ das crises ocorrem à noite (durante o sono) ou ao acordar;