AP: Uso Combinado de Antipsicóticos (Polifarmácia Antipsicótica) Flashcards
De forma geral, para todos os antipsicóticos, o que apontam as evidências para a eficácia do uso combinado?
Faltam evidências robustas de que a eficácia da combinação de medicamentos antipsicóticos seja superior ao tratamento com um único antipsicótico.
Uma meta-análise de 16 ensaios clínicos randomizados (RCTs) em esquizofrenia, comparando a potencialização com um segundo antipsicótico com a continuação da monoterapia antipsicótica, concluiu que….
a combinação de medicamentos antipsicóticos **carecia de evidências de alta qualidade/double-blind para eficácia geral. **
Em pacientes com esquizofrenia, quais os efeitos de uma mudança da polifarmácia antipsicótica de volta para a monoterapia, mesmo quando realizada de forma cuidadosa?
Os efeitos de uma mudança da polifarmácia antipsicótica de volta para a monoterapia, mesmo quando realizada de forma cuidadosa, são incertos.
Embora os achados de dois estudos randomizados tenham sugerido que a maioria dos pacientes pode ser transferida com sucesso da polifarmácia antipsicótica para a monoterapia sem perda do controle dos sintomas, outro estudo relatou aumentos maiores nos sintomas após seis meses naqueles participantes que haviam mudado para a monoterapia antipsicótica, embora a expectativa seja de que tais exacerbações possam ser gerenciadas com sucesso.
Evidências sobre a redução da hospitalização e mortalidade com polifarmácia antipsicótica na esquizofrenia
Um estudo não intervencionista na Hungria encontrou evidências de superioridade na monoterapia em relação a continuidade do tratamento, porém uma menor probabilidade de hospitalização e mortalidade na polifarmácia.
De forma semelhante, um estudo finlandes observacional de 20 anos, também encontrou ligeira redução do risco de hospitalização em associações com clozapina e LAI.
A interpretação desses estudos é dificultada por viés de indicação e outros fatores de confusão.
É possível explicações alteranativas para esses achados (combinação de receptores diferentes, melhora da adesão ou do perfil de efeitos colaterais).
Uma explicação mais complicada e especulativa se relaciona à descoberta de que, na prática clínica, a clozapina e as preparações de antipsicóticos de ação prolongada (LAI) parecem ser as monoterapias mais eficazes para a prevenção de recaídas na esquizofrenia.
Assim, adicionar um segundo medicamento antipsicótico à clozapina ou a um antipsicótico LAI, na tentativa de mitigar os efeitos colaterais metabólicos (por exemplo, adicionando aripiprazol) ou gerenciar sintomas de agitação, ansiedade ou distúrbios do sono (por exemplo, adicionando olanzapina ou quetiapina) pode aumentar o engajamento do paciente em seu tratamento e melhorar a adesão ao tratamento antipsicótico eficaz que foi potencializado.
Evidências sobre os efeitos colaterais com combinação de APs (geral)
As evidências de possíveis danos com a combinação de medicamentos antipsicóticos **são talvez mais convincentes. **
Efeitos colaterais clinicamente significativos têm sido associados ao uso combinado de antipsicóticos,o que pode refletir em parte que tal regime é comumente uma prescrição de alta dose.
Há relatos de aumento na prevalência e gravidade de ….
- Efeitos extrapiramidais (EPS)
- Aumento dos efeitos colaterais metabólicos e diabetes
- Disfunção sexual
- Aumento do risco de fratura de quadril
- Íleo paralítico
- Crises convulsivas do tipo grand mal Prolongamento do QTc
- Arritmias.
A mudança da polifarmácia antipsicótica para a monoterapia tem mostrado levar a melhorias significativas no ….
funcionamento cognitivo.
As evidências relacionadas ao aumento da mortalidade com um regime contínuo de polifarmácia antipsicótica são …
inconsistentes.
Uso de medicamentos antipsicóticos combinados na prática clínica
O consenso geral entre as diretrizes de tratamento é que o uso de medicamentos antipsicóticos combinados para o tratamento de doenças psicóticas refratárias deve ser considerado apenas …
após outros tratamentos farmacológicos baseados em evidências, como a clozapina, terem sido esgotados.
Uso de medicamentos antipsicóticos combinados na prática clínica
Além do consenso nas práticas clínicas, deve-se notar que um teste de potencialização da ——- com ——— é uma prática potencialmente justificável.
clozapina
um segundo medicamento antipsicótico para aumentar a eficácia
Uso de medicamentos antipsicóticos combinados na prática clínica
Outra estratégia de polifarmácia antipsicótica com justificativas potencialmente válidas inclui…
A adição de aripiprazol para reduzir o peso corporal em pacientes que recebem clozapina e para normalizar os níveis de prolactina em pacientes em uso de haloperidol e risperidona LAI (embora não amisulprida).
A polifarmácia com aripiprazol em tais circunstâncias pode, portanto, representar uma prática válida e baseada em evidências, embora na ausência de ensaios regulatórios que demonstrem segurança. Em muitos casos, no entanto, o uso de aripiprazol isoladamente pode ser uma escolha mais lógica.
Alguns dos achados relatados acima podem ser considerados desafiadores ao consenso predominante de que a prescrição de mais de um medicamento antipsicótico é improvável de melhorar a eficácia e pode aumentar a morbidade médica.
No entanto, com base nas evidências atualmente disponíveis sobre a eficácia e o potencial de efeitos adversos graves, o uso rotineiro de combinações de medicamentos antipsicóticos….
, exceto clozapina, deve ser evitado.
Resumo e pontos principais
- Falta evidência robusta que apoie a eficácia de medicamentos antipsicóticos combinados, exceto clozapina.
- Há evidências substanciais do potencial de danos, e, portanto, o uso de medicamentos antipsicóticos combinados, que frequentemente envolve prescrição de alta dose, deve ser geralmente evitado.
- Medicamentos antipsicóticos combinados são comumente prescritos, e essa prática parece ser relativamente resistente à mudança.
- Como requisito mínimo, todos os pacientes que recebem medicamentos antipsicóticos combinados devem ser monitorados sistematicamente para efeitos colaterais (incluindo um ECG), e qualquer efeito benéfico nos sintomas da doença psicótica deve ser cuidadosamente documentado.
- Algumas estratégias de polifarmácia antipsicótica (por exemplo, combinações com aripiprazol) mostram benefícios em termos de tolerabilidade, mas não em termos de eficácia.