7. Anatomia Macroscópica do Telencéfalo Flashcards

1
Q

O que é o telencéfalo?
Quais os componentes do telencéfalo?
Quais as subdivisões dos hemisférios?

A

O telencéfalo compreende os dois hemisférios cerebrais e a lâmina terminal situada na porção anterior do III ventrículo (Figura 23.1).

Os dois hemisférios cerebrais são unidos por uma larga faixa de fibras comissurais, o corpo caloso (Figura 7.1).

Os hemisférios cerebrais possuem cavidades, os ventrículos laterais direito e esquerdo, que se comunicam com o III ventrículo pelos forames interventriculares (Figuras 7.2 e 7.3).

Cada hemisfério possui três polos:
frontal, occipital e temporal;

e três faces: face dorsolateral, convexa; face medial, plana; e face inferior ou base do cérebro,
muito irregular, repousando anteriormente nos andares
anterior e médio da base do crânio, e posteriormente na tenda do cerebelo.

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2
Q

Qual a definição de sulcos e giros, quais os sulcos mais importantes?

A

A superfície do cérebro do homem e de vários animais apresenta depressões denominadas sulcos, que
delimitam os giros cerebrais.

A existência dos sulcos permite considerável aumento de superfície sem grande aumento do volume cerebral e sabe-se que cerca de dois terços da área ocupada pelo córtex cerebral estão “escondidos” nos sulcos.

Muitos sulcos são inconstantes e não recebem qualquer denominação; outros, mais constantes, recebem denominações especiais e ajudam a delimitar os lobos e as áreas cerebrais.

Em cada hemisfério cerebral, os dois sulcos mais importantes são o sulco lateral(de Sylvius) e o sulco central (de Rolando), também chamados de fissuras, e que serão descritos a seguir

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3
Q

Onde se inicia o sulco lateral? Quais são seus ramos?

O que ele separa?

A

a) sulco lateral (Figuras 7.4 e 7.5)
-Inicia-se na base do cérebro, como uma fenda profunda que, separando o lobo frontal do lobo temporal, dirige-se para a face dorsolateral do cérebro,
onde termina dividindo-se em três ramos: ascendente, anterior e posterior (Figura 7.5).
Os ramos ascendente e anterior são curtos e penetram no lobo frontal; o ramo posterior é muito mais longo, dirige-se para trás e para cima, terminando no lobo parietal. Separa o lobo temporal, situado abaixo, dos lobos frontal e parietal, situados acima (Figura 7.4);

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4
Q

O que é o sulco central? Qual seu trajeto? Onde ele se inicia? Quais giros os ladeiam?

A

b) sulco central(Figuras 7.4 e 7.5)
É um sulco profundo e geralmente contínuo, que percorre obliquamente a face dorsolateral do hemisfério, separando os lobos frontal e parietal. Inicia-se na face medial do hemisfério, aproximadamente no meio de sua borda dorsal e, a partir deste ponto, dirige-se para diante e para baixo, em direção ao ramo posterior do sulco lateral, do qual é separado por uma pequena prega cortical. É ladeado por dois giros paralelos, um anterior, giro pré-central, e outro posterior, giro pós-central. O giro pré-central relaciona-se com motricidade, e o pós-central com sensibilidade

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5
Q

Qual a função geral do giro pré-central e pós-central?
Qual a função dos sulcos?
Quais são os lobos?

A

O giro pré-central relaciona-se com motricidade, e o pós-central com sensibilidade

Os sulcos ajudam a delimitar os lobos cerebrais, que recebem sua denominação de acordo com os ossos do crânio, com os quais se relacionam.

Assim, temos os lobos frontal, temporal, parietal e occipital. Além destes, existe a ínsula, situada profundamente no sulco lateral e que não tem, por conseguinte, relação imediata com os ossos do crânio (Figura 7.6).

A divisão em lobos, embora de grande importância clínica, não corresponde a uma divisão funcional, exceto pelo lobo occipital, que está todo, direta ou indiretamente, relacionado com a visão.

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6
Q

Onde se localiza o lobo frontal?

A

O lobo frontal localiza-se acima do sulco lateral e
adiante do sulco central (Figura 7.4 A).

Na face medial do cérebro, o limite anterior do lobo occipital é o sulco parietoccipital (Figura 7.4B).

Em sua face dorsolateral, este limite é arbitrariamente situado em uma linha imaginária que une a terminação do sulco parietoccipital, na borda superior do hemisfério, à incisura pré-occipital, localizada na borda infero lateral, a cerca de 4 cm do polo occipital(Figura 7.4 A). Do meio desta linha, parte uma segunda linha imaginária em direção ao ramo posterior do sulco lateral e que, juntamente com este ramo, limita o lobo temporal do lobo parietal (Figura 7.4A).

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7
Q

Quais os sulcos do telencéfalo?

A

sulco central
sulco lateral
sulco parieto occipital

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8
Q

Quais os lobos do telencéfalo?

A
lobo frontal (do sulco central pra frente) 
lobo parietal (do sulco central pra posterior)
lobo temporal ( do sulco lateral pra inferior)  
lobo occipital

ínsula (Interno) –> fazer afastamento do lobo lateral para encontrá-lo

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9
Q

Quais as 3 faces do telencéfalo?

A

face súperolateral: referência é o sulco central
face medial
face inferior

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10
Q

Quais os polos do telencéfalo?

A

3 Polos: Frontal; Occipital; Temporal.

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11
Q

FACE DORSOLATERAL

COMPONENTES

A

A face dorsolateral do cérebro, ou face convexa, é
a maior das faces cerebrais, relacionando-se com todos
os ossos que formam a abóbada craniana. Nela estão representados os cinco lobos cerebrais, que serão estudados a seguir

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12
Q

Quais os sulcos principais do Lobo frontal ?

face dorsolateral

A

a) sulco pré-central-mais ou menos paralelo ao
sulco central e muitas vezes dividido em dois
segmentos;
b) sulco frontal superior — inicia-se geralmente na
porção superior do sulco pré-central e tem direção aproximadamente perpendicular a ele;
c) sulco frontal inferior-partindo da porção inferior do sulco pré-central, dirige-se para frente e para baixo.

Entre o sulco central, já descrito no item 2.0 b, e
o sulco pré-central, está o giro pré-central, onde se
localiza a principal área motora do cérebro.
Acima do sulco frontal superior, continuando, pois, na face medial do cérebro, localiza-se o giro frontal superior.
Entre os sulcos frontal superior e frontal inferior, está o giro frontal médio; abaixo do sulco frontal inferior o girofrontal inferior. Este último é subdividido, pelos ramos anterior e ascendente do sulco lateral, em três partes: orbital, triangular e opercular. A primeira
situa-se abaixo do ramo anterior, a segunda entre este ramo e o ramo ascendente, e a última entre o ramo ascendente e o sulco pré-central (Figuras 7.4 e 7.5).
O giro frontal inferior do hemisfério cerebral esquerdo é denominado giro de Broca, e aí se localiza, na maioria dos indivíduos, uma das áreas de linguagem do cérebro

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13
Q

Quais os sulcos principais do Lobo temporal ?

face dorsolateral

A

a) sulco temporal superior - inicia-se próximo
ao polo temporal e dirige-se para trás, paraleamente ao ramo posterior do sulco lateral, terminando no lobo parietal;
b) sulco temporal inferior - paralelo ao sulco temporal superior, é geralmente formado por duas ou mais partes descontínuas.

Entre os sulcos lateral e temporal superior está o
giro temporal superior; entre os sulcos temporal superior e o temporal inferior situa-se o giro temporal médio; abaixo do sulco temporal inferior, localiza-se o giro temporal inferior, que se limita com o sulco occípito-temporal, geralmente situado na face inferior do hemisfério cerebral. Afastando-se os lábios do sulco lateral, aparece seu assoalho, que é parte do giro temporal superior. A porção posterior deste assoalho
é atravessada por pequenos giros transversais, os giros temporais transversos, dos quais o mais evidente,
o giro temporal transverso anterior (Figura 7.6), é
importante, já que nele se localiza a área da audição.

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14
Q

Quais os sulcos principais do Lobo parietal e occipital?

face dorsolateral

A

a) sulco pós-central - quase paralelo ao sulco
central, é frequentemente dividido em dois
segmentos, que podem estar mais ou menos
distantes um do outro;
b) sulco intraparietal — muito variável e geralmente perpendicular ao pós-central, com o qual
pode estar unido, estende-se para trás para terminar no lobo occipital.

Entre os sulcos central e pós-central fica o giro
pós-central, onde se localiza uma das mais importantes áreas sensitivas do córtex, a área somestésica.

O sulco intraparietal separa o lóbulo parietal superior
do lóbulo parietal inferior. Neste último, descrevem-
-se dois giros: o giro supramarginal, curvado em torno
da extremidade do ramo posterior do sulco lateral; e o giro angular, curvado em tomo da porção terminal e
ascendente do sulco temporal superior.
O lobo occipital ocupa uma porção relativamente
pequena da face dorsolateral do cérebro, onde apresenta pequenos sulcos e giros inconstantes e irregulares

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15
Q

Quais os sulcos principais da Ínsula?

face dorsolateral

A

Afastando-se os lábios do sulco lateral, evidencia-se ampla fossa no fundo da qual está situada a
ínsula (Figura 7.6), lobo cerebral que, durante o
desenvolvimento, cresce menos que os demais, razão pela qual é pouco a pouco recoberto pelos lobos
vizinhos, frontal, temporal e parietal. A ínsula tem
forma cónica e apresenta alguns sulcos e giros. São
descritos os seguintes (Figura 7.6): sulco circular
da ínsula, sulco central da ínsula, giros curtos e giro
longo da ínsula.

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16
Q

FACE MEDIAL

COMPONENTES

A

Para se visualizar completamente esta face, é necessário que o cérebro seja seccionado no plano sagital mediano (Figura 7.1), o que expõe o diencéfalo e algumas formações telencefálicas inter-hemisféricas, como
o corpo caloso, o fórnix e o septo pelúcido, que serão descritos a seguir:

17
Q

O que é o corpo caloso?

A

O corpo caloso, a maior das comissuras inter-hemisféricas, é formado por grande número de fibras mielínicas, que cruzam o plano sagital mediano e penetram de cada lado no centro branco medular do cérebro, unindo áreas simétricas do córtex cerebral de cada hemisfério.

Em corte sagital do cérebro (Figura 7.1), aparece como uma lâmina branca arqueada dorsalmente, o tronco do corpo caloso, que se dilata posteriormente no esplênio do corpo caloso e se flete anteriormente em direção à base do cérebro para constituir o joelho do corpo caloso.

Este afila-se para formar o rostro do corpo caloso, que termina na comissura anterior, uma das comissuras inter-hemisféricas.

Entre a comissura anterior e o quiasma óptico temos a lâmina terminal, delgada lâmina de substância branca que também une os hemisférios e constitui o limite anterior do III ventrículo (Figura 7.1).

18
Q

O que é o fórnix?
qual sua constituição?
o que constitui o corpo?

A

Emergindo abaixo do esplênio do corpo caloso
(Figura 7.7) e arqueando-se em direção à comissura anterior está o fórnix, feixe complexo de fibras que, entretanto, não pode ser visto em toda a sua extensão em um corte sagital de cérebro.

É constituído por duas metades laterais e simétricas, afastadas nas extremidades e unidas entre si no trajeto abaixo do corpo caloso.

A porção intermédia em que as duas metades se unem constitui o corpo do fórnix; as extremidades que se afastam são, respectivamente, as colunas do fórnix, anteriores, e as pernas do fórnix, posteriores (Figura 7.7).

As colunas do fórnix terminam no corpo mamilar correspondente, cruzando a parede lateral do III ventrículo (Figura 7.7).

As pernas do fórnix divergem e penetram de cada lado no como inferior do ventrículo lateral, onde se ligam ao hipocampo (Figura 7.3).

19
Q

O que é o septo pelúcido?

A

Entre o corpo caloso e o fórnix estende-se o septo pelúcido (Figura 7.1), constituído por duas delgadas lâminas de tecido nervoso. Ele separa os dois ventrículos laterais (Figura 7.3).
A seguir serão descritos os sulcos e giros da face
medial dos hemisférios cerebrais, estudando-se inicialmente o lobo occipital e, a seguir, em conjunto, os lobos frontal e parietal.

20
Q

Quais os sulcos principais do Lobo OCCIPITAL?

face MEDIAL

A

a) sulco calcarino -inicia-se abaixo do esplênio
do corpo caloso e tem um trajeto arqueado em
direção ao polo occipital. Nos lábios do sulco
calcarino localiza-se a área visual, também
chamada área estriadaporque o córtex apresen¬
tauma estria branca visível a olho nu;
b) sulcoparietoccipital-muito profundo, separa
o lobo occipital do parietal e encontra, em ân¬
gulo agudo, o sulco calcarino.

Entre o sulco parietoccipital e o sulco calcarino
situa-se o cúneus, giro complexo, de forma triangular.
Abaixo do sulco calcarino situa-se o giro occípito-temporal medial, que continua anteriormente com o giro
para-hipocampal, já no lobo temporal

21
Q

Quais os sulcos principais do Lobo FRONTAL E PARIETAL?

face MEDIAL

A

a) sulco do corpo caloso - começa abaixo do
rostro do corpo caloso, contorna o tronco e o
esplênio do corpo caloso, onde continua, já no
lobo temporal, com o sulco do hipocampo.
b) sulco do cíngulo -tem curso paralelo ao sul¬
co do corpo caloso, do qual é separado pelo
giro do cíngulo. Termina posteriormente, di¬
vidindo-se em dois ramos: o ramo marginal,
que se curva em direção à margem superior
do hemisfério, e o sulco subparietal, que con¬
tinua posteriormente na direção do sulco do
cíngulo.

Destacando-se do sulco do cíngulo, em direção à
margem superior do hemisfério, existe quase sempre o
sulcoparacentral, que se delimita com o sulco do cíngu¬
lo e seu ramo marginal, o lóbuloparacentral, assim de¬
nominado emrazão de suas relações com o sulco central,
cuja extremidade superior termina aproximadamente no
seumeio.Nas partes anterior e posterior do lóbulo para¬
central localizam-se, respectivamente, as áreas motora e
sensitiva,relacionadas com a perna e o pé.
Aregião situada abaixo do rostro do corpo caloso e
adiante da lâmina terminal é a área septal. Esta área é
considerada um dos centros do prazer do cérebro (veja
o Capítulo 28).

22
Q

FACE INFERIOR COMPONENTES

A

A face inferior oubase do hemisfério cerebralpode
ser dividida em duas partes: umapertence ao lobo fron¬
tal e repousa sobre a fossa anterior do crânio; a outra,
muito maior, pertence quase toda ao lobo temporal e
repousa sobre a fossa média do crânio e a tenda do cerebelo

23
Q

Quais os sulcos principais do Lobo TEMPORAL?

face INFERIOR

A

A face inferior do lobo temporal apresenta três sulcos principais (Figura 7.7), de direção longitudinal, e que
são da borda lateral para aborda medial (Figura 7.7):
a) sulco occípito-temporal;
b) sulco colateral;
c) sulco do hipocampo.

O sulco occípito-temporal limita-se com o sul¬
co temporal inferior, o giro temporal inferior,
que quase sempre forma a borda lateral do
hemisfério; medialmente, este sulco se limita
com o sulco colateral, o giro occípito-temporal
lateral(ou giro fusiforme).
Osulco colateralinicia-sepróximo ao polo occi¬
pital e se dirige para frente, fazendo delimitação
com o sulco calcarino e o sulco do hipocampo,
respectivamente, ogiro occípito-temporalmedial
e o giro para-hipocampal, cuja porção anterior
se curva em tomo do sulco do hipocampo para
formar o úncus (Figura 7.7). O sulco colateral
pode ser contínuo com o sulco rinal, que separa
aparte mais anterior do giropara-hipocampal do
resto do lobo temporal. O sulco rinal e a parte
mais anterior do sulco colateral separam áreas de
córtex muito antigas (paleocortex), situadas me¬
dialmente, de áreas corticais mais recentes (neocórtex) localizadas lateralmente (Figuras 7.7 e
7.8). O sulco do hipocampo origina-se na região do esplênio do corpo caloso, onde continua com
o sulco do corpo caloso e se dirige para o polo
temporal, onde termina separando o giro para-
-hipocampal do úncus.

O giro para-hipocampal se liga posteriormente ao
giro do cíngulopor meio de um giro estreito, o istmo do
giro do cíngulo. Assim, úncus, giro para-hipocampal,
istmo do giro do cíngulo e giro do cíngulo constituem
uma formação contínua que circunda as estruturas
inter-hemisféricas e por muitos considerada como um
lobo independente, o lobo límbico. Aparte anterior do
giro para-hipocampal é a área entorrinal, importante
para amemória e uma das primeiras regiões do cérebro
a serem lesadas na doença de Alzheimer.

24
Q

Quais os sulcos principais do Lobo FRONTAL?

face INFERIOR

A

A face inferior do lobo frontal (Figura 7.8) apresenta um único sulco importante, o sulco olfatório, profundo e de direção anteroposterior. Medialmente ao sulco olfatório, continuando dorsalmente como giro
frontal superior, situa-se o giro reto. O resto da face
inferior do lobo frontal é ocupado por sulcos e giros
muito irregulares, os sulcos e giros orbitários.
A seguir serão descritas algumas formações existentes na face inferior do lobo frontal, todas elas relacionadas com a olfação e por isso consideradas como pertencendo ao chamado rinencéfalo (de rhinos=nariz).
O bulbo olfatório é uma dilatação ovoide e achatada de substância cinzenta que continua posteriormente
com o trato olfatório, ambos alojados no sulco olfatório (Figura 7.8). O bulbo olfatório recebe os filamentos que constituem o nervo olfatório, I par craniano.
Estes atravessam os pequenos orifícios que existem na lâmina crivosa do osso etmoide e que geralmente se rompem quando o encéfalo é retirado, sendo, pois,
dificilmente encontrados nas peças anatômicas usuais.
Posteriormente, o trato olfatório se bifurca, formando as estrias olfatórias lateral e medial, as quais delimitam uma área triangular, o trígono olfatório. Atrás do
trígono olfatório e adiante do trato óptico localiza-se
uma área contendo uma série de pequenos orifícios
para a passagem de vasos, a substância perfurada anterior (Figura 7.8).

25
Q

Morfologia dos ventrículos laterais

A

Os hemisférios cerebrais possuem cavidades revestidas de epêndima e contendo líquido cerebroespinhal,
os ventrículos laterais esquerdo e direito, que se comunicam com o III ventrículo pelo respectivo forame interventricular.

Exceto por este forame, cada ventrículo é uma cavidade completamente fechada, cuja capacidade varia de um indivíduo para outro, e apresenta sempre uma parte central e três cornos que correspondem
aos três polos do hemisfério.

As partes que se projetam nos lobos frontal, occipital e temporal são, respectivamente, os cornos anterior, posterior e inferior (Figura 7.2). Com exceção do como inferior, todas as partes do ventrículo lateral têm o teto formado pelo corpo caloso, cuja remoção (Figura 7.3) expõe amplamente a cavidade ventricular.

26
Q

MORFOLOGIA DAS PAREDES

VENTRICULARES

A

Os elementos que fazem proeminência nas paredes
dos ventrículos laterais serão descritos a seguir, considerando, respectivamente, o como anterior, a parte
central e os cornos posterior e inferior.
O corno anterior (Figuras 7.2 e 7.3) é a parte do
ventrículo lateral que se situa adiante do forame inter¬
ventricular. Sua parede medial é vertical e constituída
pelo septo pelúcido, que separa o como anterior dos
dois ventrículos laterais. O assoalho, inclinado, forma
também a parede lateral e é constituído pela cabeça do
núcleo caudado, proeminente na cavidade ventricular
(Figura 7.3). O teto e o limite anterior do como ante¬
rior são formados pelo corpo caloso.
Aparte central do ventrículo lateral (Figura 7.3)
estende-se dentro do lobo parietal, do nível do forame
interventricular para trás, até o esplênio do corpo ca¬
loso, onde a cavidade se bifurca em comos inferior e
posterior, na região denominada trígono colateral. O
teto da parte central é formado pelo corpo caloso, e a
parede medial pelo septo pelúcido. O assoalho, incli¬
nado, une-se ao teto no ângulo lateral, e apresenta as
seguintes formações: fómix, plexo corioide, parte la¬
teral da face dorsal do tálamo, estria terminal e núcleo
caudado (Figura 7.3).

O corno posterior (Figura 7.3) estende-se para
dentro do lobo occipital e termina posteriormente em
ponta, depois de descrever uma curva de concavidade
medial. Suas paredes, em quase toda a extensão, são
formadas por fibras do corpo caloso.

O corno inferior (Figuras 7.2 e 7.3) curva-se infe¬
riormente e a seguir anteriormente, em direção ao polo
temporal, a partir do trígono colateral. O teto do como
inferior é formado pela substância branca do hemisfério e apresenta, ao longo de sua margem medial, a cau¬
da do núcleo caudado e a estria terminal, estruturas
que acompanham a curva descrita pelo como inferior
do ventrículo.Na extremidade da cauda do núcleo cau¬
dado (Figura 24.2), observa-se discreta eminência ar¬
redondada, às vezes pouco nítida, formada pelo corpo
amigdaloide ou amígdala cerebral, que faz saliênciana
parte terminal do teto do como inferior do ventrículo.
A maior parte da amígdala não tem relação com a su¬
perfície ventricular e só pode ser vista em toda a sua
extensão em secções do lobo temporal. Temimportante
função relacionada com as emoções, em especial com
o medo.
4.1 MORFOLOGIA DAS PAREDES
VENTRICULARES
O assoalho do como inferior do ventrículo apre¬
senta duas eminências alongadas, a eminência cola¬
teral, formada pelo sulco colateral, e o hipocampo,
situado medialmente a ela (Figura 7.3). O hipocampo
é uma elevação curva e muito pronunciada que se dis¬
põe acima do giro para-hipocampal e é constituído de
um tipo de córtex muito antigo (arquicórtex). Ele se
liga às pernas do fórnix por um feixe de fibras nervo¬
sas que constituem a fímbria do hipocampo situada
ao longo de sua borda medial (Figura 7.3). Ao longo
da margem da fímbria há uma fita estreita e denteada,
de substância cinzenta, o giro denteado (Figura 7.3).
O hipocampo se liga lateralmente ao giro para-hipo¬
campal através de uma porção de córtex denominada
subiculum (Figura 28.1) e que tem função relacionada
à memória.

27
Q

PLEXOS CORIOIDES DOS

VENTRÍCULOS LATERAIS

A

O plexo corioide da parte central dos ventrículos
laterais (Figura 7.3) continua com o do III ventrículo
através do forame interventricular e, acompanhando o
trajeto curvo do fómix, atinge o como inferior do ven¬
trículo lateral. Os comos anterior e posterior não pos¬
suem plexos corioides

28
Q

ORGANIZAÇÃO INTERNA DOS

HEMISFÉRIOS CEREBRAIS

A

Até aqui foram estudadas apenas as formações
anatômicas da superfície dos hemisférios cerebrais
ou das cavidades ventriculares. O estudo detalhado da
estrutura, conexões e funções das diversas partes do
telencéfalo será feito nos Capítulos 25, 26 e 27. Con¬
vêm, entretanto, que sejam estudados já agora alguns
aspectos da organização interna dos hemisférios cere¬
brais, visíveis mesmo macroscopicamente em cortes
horizontais e frontais de cérebro (Figura 32.1 a 32.9).
O estudo dessas secções é importante para a interpre¬
tação de “cortes” obtidos com as modernas técnicas
de neuroimagem. Além disso, este estudo mostra que
a organização interna dos hemisférios cerebrais, em
seus aspectos mais gerais, se assemelha à do cerebelo, sendo, pois, características do sistema nervoso
suprassegmentar. Assim, cada hemisfério possui uma
camada superficial de substância cinzenta, o córtex
cerebral, que reveste um centro de substância branca,
o centro branco medular do cérebro, no interior do
qual existem massas de substância cinzenta, os nú¬
cleos da base do cérebro.
O córtex cerebral, de estrutura muito mais com¬
plexa que o cerebelar, será estudado no Capítulo 27.
A seguir, serão feitas algumas considerações sobre os
núcleos da base e o centro branco medular do cérebro

29
Q

Núcleos da base

A

Consideram-se como núcleos da base os aglomera dos de neurônios existentes na porção basal do cérebro.
Sendo assim, do ponto de vista anatômico, os núcleos
da base são (Figura 24.2): o núcleo caudado, o putâmen e o globo pálido, em conjunto chamados de núcleo
lentiforme, o claustrum, o corpo amigdaloide, o núcleo
accumbens.2

30
Q

Núcleo caudado

A

É uma massa alongada e bastante volumosa, de
substância cinzenta, relacionada em toda a sua extensão com os ventrículos laterais.
Sua extremidade anterior,
muito dilatada, constitui a cabeça do núcleo caudado,
que se eleva do assoalho do como anterior do ventrículo (Figura 7.3). Segue-se o corpo do núcleo caudado,
situado no assoalho da parte central do ventrículo lateral (Figuras 5.2 e 7.3), a cauda do núcleo caudado,
que é longa, delgada e fortemente arqueada, estendendo-se até a extremidade anterior do como inferior do
ventrículo lateral. Em razão de sua forma fortemente
arqueada, o núcleo caudado aparece seccionado duas
vezes em determinados cortes horizontais ou coronais
do cérebro (Figura 32.9). A cabeça do núcleo caudado
funde-se com aparte anterior do putâmen (Figuras 24.1
e 32.2). Os dois núcleos são, em conjunto, chamados
de estriado, e têm funções relacionadas sobretudo com
a motricidade.

31
Q

Núcleo lentiforme

A

Tem a forma e o tamanho aproximado de uma
castanha-do-pará. Não aparece na superfície ventricular, situando-se profundamente no interior do he¬
misfério. Medialmente relaciona-se com a cápsula
interna que o separa do núcleo caudado e do tálamo;
lateralmente, relaciona-se com o córtex da ínsula, do
qual é separado por substância branca e pelo claustrum (Figura 32.9).
O núcleo lentiforme é dividido emputâmen e glo¬
bopálido por uma fina lâmina de substância branca. O
putâmen situa-se lateralmente e é maior que o globo
pálido, o qual se dispõe medialmente. Nas secções não
coradas de cérebro, o globo pálido tem coloração mais
clara que o putâmen (daí o nome), em virtude da pre¬
sença de fibras mielínicas que o atravessam. O globo
pálido é subdividido, por outra lâmina de substância
branca, em uma porção lateral e outra medial (Figura
24.1), e tem função sobretudo motora. O núcleo cauda¬
do e o núcleo lentiforme constituem o chamado corpo
estriado dorsal.

32
Q

Claustrum

A

Éuma delgada calota de substância cinzenta situa¬
da entre o córtex da ínsula e o núcleo lentiforme. Se¬
para-se daquele por uma fina lâmina branca, a cápsula
extrema. Entre o claustrum e o núcleo lentiforme existe
outra lâmina branca, a cápsula externa.
Neste ponto o aluno deve estar em condições de
identificar todas as estruturas que se dispõem no inte¬
rior de cada hemisfério cerebral, vistas em um corte
horizontal, passando pelo corpo estriado (Figuras 24.1
e 32.9). São elas, da face lateral até a superfície ven¬
tricular: córtex da ínsula; cápsula extrema; claustrum;
cápsula externa; putâmen; parte externa do globo páli¬
do; parte interna do globo pálido; cápsula interna; tála¬
mo;IIIventrículo.

33
Q

Corpo amigdaloide ou amígdala

A

É uma massa esferoide de substância cinzenta de
cerca de 2 cm de diâmetro, situada no polo temporal
do hemisfério cerebral, em relação com a cauda do
núcleo caudado (Figura 24.2). Faz uma discreta sa¬
liência no teto da parte terminal do corno inferior do
ventrículo lateral e pode ser vista em secções fron¬
tais do cérebro (Figuras 32.3 e 32.4). Tem importante
função relacionada com as emoções, em especial com
o medo.

34
Q

Núcleo accumbens

A

Massa de substância cinzenta situada na zona de
união entre o putâmen e a cabeça do núcleo caudado
(Figura 24.3), integrando conjunto que alguns autores
chamam de corpo estriado ventral. É uma importante
área de prazer do cérebro.

35
Q

CENTRO BRANCO MEDULAR DO

CÉREBRO

A

É formado por fibras mielínicas, cujo estudo detalhado será feito no Capítulo 25.Distinguem-se dois grupos de fibras: de projeção e de associação. As primeiras
ligam o córtex cerebral a centros subcorticais; as segundas unem áreas corticais situadas em pontos diferentes do cérebro. Entre as fibras de associação, temos aquelas que atravessam o plano mediano para unir áreas simétricas dos dois hemisférios. Constituem as três comissuras telencefálicas: corpo caloso, comissura anterior (Figura 7.1), comissura do fórnix (Figura 7.3)
As fibras de projeção se dispõem em dois feixes:
o fórnix e a cápsula interna. O fórnix une o córtex do
hipocampo ao corpo mamilar e contribui pouco para a
formação do centro branco medular.
A cápsula interna contém a grande maioria das fibras que saem ou entram no córtex cerebral. Estas fibras formam um feixe compacto que separa o núcleo
lentiforme, situado lateralmente, do núcleo caudado e
do tálamo, situados medialmente (Figura 24.1). Aci¬
ma do nível destes núcleos, as fibras da cápsula inter¬
na passam a constituir a coroa radiada (Figura 30.1).
Distinguem-se,na cápsula interna, umaperna anterior,
situada entre a cabeça do núcleo caudado e o núcleo
lentiforme, e umaperna posterior, bem maior, locali¬
zada entre o núcleo lentiforme e o tálamo. Estas duas
porções da cápsula interna encontram-se formando um
ângulo que constitui ojoelho da cápsula interna (Figu¬
ras 24.1 e 32.9).

36
Q

CONSIDERAÇÕES SOBRE O PESO

DO ENCÉFALO

A

O peso do encéfalo de um animal depende de seu
peso corporal e da complexidade de seu encéfalo, expressa pelo chamado coeficiente de encefalização (K) Por outro lado, a complexidade cerebral geralmente depende da posição filogenética do animal. Em animais de mesma posição filogenética, como o gato e a onça, terá maior encéfalo o de maior peso corporal. Neste exemplo, o coeficiente de encefalização K foi o mesmo, variando o peso corporal. Poderíamos considerar ainda o exemplo de dois animais de mesmo peso corporal, como um homem e um gorila. Neste caso, terá encéfalo mais pesado o de maior K, ou seja, o homem.
De modo geral, o coeficiente de encefalização aumenta na medida em que se sobe na escala zoológica, sendo quatro vezes maior no homem que no chimpanzé.
No Pithecanthropus erectus, estudado por Dubois,
ele é duas vezes menor que o do homem atual. Contudo, não há diferença entre os diversos grupos étnicos atuais, no que se refere ao coeficiente de encefalização.

O peso do encéfalo de diferentes grupos étnicos não
se correlaciona com o estado cultural destes grupos.
Entretanto, como o peso corporal de alguns grupos
pode ser muito menor que o de outros (os pigmeus, por exemplo), o peso do encéfalo é também menor.

Pelo mesmo motivo, o peso do encéfalo da mulher é, em média, um pouco menor que o do homem. No brasileiro adulto normal, o peso do encéfalo do homem está em tomo de 1.300 gramas, e o da mulher, em tomo de 1.200 gramas.3 Admite-se que no homem adulto de estatura mediana, o menor encéfalo compatível com uma inteligência normal é de cerca de 900 gramas.

Acima deste limite, as tentativas de se correlacionar o peso do encéfalo com o grau de inteligência esbarraram em
numerosas exceções.4 Recentemente desenvolveu-se
uma nova técnica que permite avaliar o número total
de neurônios no encéfalo de mamíferos. Esta técnica
mostrou-se mais eficaz que o simples peso do encéfalo
para se correlacionar parâmetros quantitativos do en¬
céfalo com a capacidade intelectual das espécies. No
homem, o número total de neurônios do encéfalo é de
86 bilhões, o maior entre os primatas já estudados.5