10. Nervos em Geral-Terminações Nervosas -Nervos Espinhais Flashcards

1
Q

O que são nervos?
Qual a classificação?
Qual a função ?

A

Nervos são cordões esbranquiçados constituídos
por feixes de fibras nervosas, reforçadas por tecido
conjuntivo, que unem o sistema nervoso central aos
órgãos periféricos.

Podem ser espinhais ou cranianos,
conforme esta união se faça com a medula espinhal
ou com o encéfalo.

A função dos nervos é conduzir,
através de suas fibras, impulsos nervosos do sistema
nervoso central para a periferia (impulsos eferentes) e
da periferia para o sistema nervoso central (impulsos
aferentes).

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2
Q

Quais as características das fibras nervosas que constituem os nervos?
Quais as exceções na composição?
Quais as três bainhas conjuntivas que entram na constituição de um nervo?

A

As fibras nervosas que constituem os nervos são, em geral, mielínicas com neurilema. Entretanto, o nervo óptico, no qual a glia mielinizante é o oligodendrócito, é constituído somentepor fibras mielínicas sem neurilema; no nervo olfatório, as fibras são
amielínicas com neurilema (fibras de Remak).

Fibras
deste tipo existem também no sistema nervoso autónomo e entram em pequeno número na composição da maioria dos nervos periféricos.

São três as bainhas conjuntivas que entram na constituição de um nervo:
epineuro, perineuro e endoneuro, como já descrito no
Capítulo 3, item 5.

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3
Q

Nervos
características da vascularização e sensibilidade
Descreva o que ocorre após a amputação de um membro.

A

Os nervos são muito vascularizados, sendo percorridos longitudinalmente por vasos que se anastomosam, o que permite a retirada do epineuro em um trecho de até 15 cm sem que ocorra lesão nervosa

Por outro lado, os nervos são quase totalmente desprovidos de sensibilidade. Se um nervo é estimulado ao longo de seu trajeto, a sensação geralmente dolorosa é sentida não no ponto estimulado, mas no território sensitivo que ele inerva.

Assim, quando um membro é amputado, os cotos nervosos irritados ; podem originar impulsos nervosos que são interpretados pelo cérebro como se fossem originados no membro retirado, resultando na chamada dor fantasma, pois o indivíduo sente dor em um membro que não existe.
Durante seu trajeto, os nervos podem se bifurcar ;
ou se anastomosar. Nesses casos, entretanto, não há |
bifurcação ou anastomose de fibras nervosas, mas apenas um reagrupamento de fibras que passam a constituir dois nervos ou que se destacam de um nervo para seguir outro. Contudo, próximo à sua terminação, as fibras nervosas motoras ou sensitivas de um nervo em geral ramificam-se muito.

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4
Q

O que é origem real e uma origem aparente?

A

Costuma-se distinguir em um nervo uma origem
real e uma origem aparente. A origem real corresponde ao local onde estão localizados os corpos dos neurônios que constituem os nervos, como a coluna anterior da medula, os núcleos dos nervos cranianos ou os gânglios sensitivos, no caso de nervos sensitivos. A origem aparente corresponde ao ponto de emergência ou entrada do nervo na superfície do sistema nervoso central. No caso dos nervos espinhais, esta origem está nos sulcos lateral anterior e lateral ; posterior da medula.
Alguns consideram ainda uma origem aparente no esqueleto que, no caso dos nervos espinhais, está nos forames intervertebrais e, no caso dos nervos cranianos, nos vários orifícios existentes na base do crânio.

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5
Q

Como ocorre a condução dos impulsos nervosos
sensitivos?
Qual a morfologia das células?
Qual a diferença do prolongamento central e do periférico?

A

Nos nervos, a condução dos impulsos nervosos
sensitivos (ou aferentes) se faz através dos prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos. Convém recordar que estes neurônios têm seu corpo localizado nos gânglios das raízes dorsais dos nervos espinhais e nos gânglios de alguns nervos cranianos.

São células pseudounipolares, com um prolongamento periférico que se liga ao receptor e um prolongamento
central que se liga a neurônios da medula ou do tronco
encefálico.
O prolongamento periférico é morfologicamente um axônio, mas conduz o impulso nervoso centripetamente, sendo, pois, funcionalmente um dendrito.

Já o prolongamento central é um axônio no sentido morfológico e funcional, uma vez que conduz centrifugamente.

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6
Q

Como são conduzidos os impulsos nervosos sensitivos e motores?

A

Os impulsos nervosos sensitivos são conduzidos do prolongamento periférico para o central, e admite-se que não passam pelo corpo celular.

Os impulsos nervosos motores são conduzidos do
corpo celular para o efetuador (Figura 1.5). Contudo,
pode-se estimular experimentalmente um nervo isolado que, então, funciona como um fio elétrico nos dois sentidos, dependendo apenas da extremidade estimulada.

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7
Q

Qual a velocidade de condução nas fibras nervosas?

Quais fatores influenciam?

A

A velocidade de condução nas fibras nervosas varia de 1 m a 120 m por segundo, e depende do calibre da fibra, sendo maior nas fibras mais calibrosas.

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8
Q

Qual a classificação das fibras dos nervos?

A

Levando-se em conta certas características eletrofisiológicas, mas sobretudo a velocidade de condução, as fibras dos nervos foram classificadas em três grupos principais: A, B e C, que correspondem às fibras de grande, médio e pequeno calibres.

As fibras A correspondem às fibras ricamente mielinizadas dos nervos mistos e podem, ainda, ser divididas, quanto à velocidade de condução, em alfa, beta e gama.

No grupo B, estão as fibras pré-ganglionares, que serão vistas a propósito do sistema nervoso autónomo.

No grupo C estão as fibras pós-ganglionares não mielinizadas do sistema autónomo e algumas fibras responsáveis por impulsos térmicos e dolorosos.

Os axônios de tamanhos equivalentes que inervam
os músculos e tendões são chamados de grupos I,II,III
e IV. O grupo IV contém fibras amielínicas.

As fibras C e IV conduzem com velocidade de 0,5 m/s a 1 m/s por segundo.

Nas fibras A alfa, a velocidade pode atingir 120 m/s e, nas Abeta, 75 m/s.

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9
Q

Aspectos gerais do traumatismo de nervos periféricos.

A

Os nervos periféricos são frequentemente traumatizados, resultando em esmagamentos ou secções que trazem como consequência perda ou diminuição da sensibilidade e da motricidade no território inervado.
Os fenômenos que ocorrem nesses casos orientam a
conduta cirúrgica a ser adotada e são de grande importância para o médico.

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10
Q

Quais as áreas de degeneração do neurônio?

O que é cromatólise? Quais fatores influenciam?

A

Tanto nos esmagamentos como nas secções, ocorrem degenerações da parte distal do axônio e sua bainha de mielina (degeneração Walleriana). No coto proximal, há degeneração apenas até o nó de Ranvier mais próximo da lesão.

No corpo celular há cromatólise, ou seja, diminuição da substância cromidial, que atinge o máximo entre sete e 15 dias.

O grau de cromatólise é inversamente proporcional à distância da lesão ao corpo celular. As alterações do corpo celular podem ser muito intensas, levando à desintegração do neurônio mas, em geral, ocorre recuperação

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11
Q

O que é o cone de crescimento e qual sua aplicação clínica?

A

Em cada coto proximal, a membrana plasmática é
rapidamente reconstituída. Essa extremidade se modifica, dando origem a uma expansão denominada cone de crescimento, semelhante à que existe em axônios em crescimento durante o desenvolvimento do sistema nervoso.

O cone de crescimento é capaz de emitir expansões semelhantes a pseudópodos, em cujas membranas há moléculas de adesão como integrinas, que se ligam a moléculas da matriz extracelular, como a laminina, presente em membranas basais.

Essa união se desfaz quando ocorrem novas expansões da membrana e novas adesões, o que permite o progressivo alongamento dos axônios. No cone de crescimento há, também, receptores para fatores neurotróficos, os quais são endocitados e transportados ao corpo celular, ativando as vias metabólicas necessárias ao processo de
regeneração.
Os fatores neurotróficos sâp essenciais à sobrevivência e diferenciação de neurônios durante o desenvolvimento. Após essa fase, continuam sendo essenciais para a manutenção dos neurônios e regeneração de fibras nervosas lesadas.

Entre eles estão duas importantes famílias de polipeptídios: a família das neurotrofinas, cujo protótipo é o fator de crescimento neural, e a família do fator neurotrófico derivado’da glia.

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12
Q

Quais os fatores envolvidos na regeneração axonal?

Qual a importância das células de Schwann?

A

Há outros fatores importantes para a regeneração axonal, como o fator de crescimento fibroblástico básico. A produção de um dado fator neurotrófico não se limita à célula ou local de sua descoberta. Por exemplo, o fator de crescimento derivado da glia é produzido por músculo esquelético, sendo importante na regeneração de fibras nervosas motoras. O fator de crescimento neural e outras neurotrofinas são importantes para neurônios sensoriais derivados da crista neural e para os neurônios do sistema autonômico simpático.
De modo geral, as células-alvo da inervação secretam fatores neurotróficos mas, como podem estar longe
do local da lesão do nervo, é importante o papel das
células de Schwann. Essas células são ativadas por citocina secretada por macrófagos que invadem o local
da lesão para remoção da bainha de mielina e de restos celulares.

As células de Schwann ativadas abandonam a fibra nervosa lesada e proliferamnoníveldo coto proximal. Secretam novas membranas basais e uma glucoproteína, a laminina, e assumem a função de produzir fatores neurotróficos que tinham no desenvolvimento. Sua própria superfície, e sobretudo suas membranas basais, são ricas emmoléculas que fornecem o substrato necessário para a adesão dos cones de crescimento e o crescimento dos axônios em direção ao seu destino.
Na verdade, as células de Schwann, com suas membranas basais, formam numerosos compartimentos ou tubos extracelulares circundados por tecido conjuntivo do endoneuro, dentro dos quais o axônio se regenera.

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13
Q

O que ocorre no processo de regeneração do neurônio?

A

Cabe assinalar que, no início do processo de regeneração, cada axônio emite numerosos ramos, o
que aumenta a chance de eles encontrarem o caminho
correto até seu destino. Para se conseguir melhor recuperação funcional, as extremidades de um nervo seccionado devem ser ajustadas com precisão, tentando-se obter a justaposição das bainhas perineurais, com o auxílio de microscópio cirúrgico. Em casos de secção com afastamento dos dois cotos, as fibras nervosas em crescimento, não encontrando o coto distai, crescem desordenadamente no tecido cicatricial, constituindo os neuromas, formados de tecido conjuntivo, células de Schwann e um emaranhado de fibras nervosas “perdidas”. Nesses casos, para que haja recuperação funcional, deve-se fazer a remoção do tecido cicatricial e o ajustamento dos cotos nervosos por sutura de elementos conjuntivos.

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14
Q

Aspectos da regeneração das fibras nervosas da parte periférica.

A

As fibras nervosas da parte periférica do sistema
nervoso autónomo são também dotadas de grande ca¬
pacidade de regeneração. Assim, verificou-se que, na
doença de Chagas experimental, em cuja fase aguda
há destruição quase total da inervação simpática e parassimpática do coração, ocorre, na maioria dos casos, total reinervação depois de algum tempo.1
Ao contrário do que ocorre no sistema nervoso periférico, as fibras nervosas do sistema nervoso centra dos mamíferos adultos não se regeneram quando lesadas, ou apresentam crescimento muito limitado. Isso dificulta consideravelmente a recuperação funcional de muitos casos neurológicos. Entretanto, verificou-se que, quando se enxerta um pedaço de nervo periférico na medula de um animal, os axônios seccionados da medula crescem ao longo do nervo enxertado, mas quando os axônios em crescimento entram cm contato novamente com o tecido do sistema nervoso central, há retração do cone de crescimento e parada do processo de regeneração. Assim, os axônios no sistema nervoso central são potencialmente capazes de regeneração, mas não há substrato adequado à regeneração em adultos, embora não faltem fatores neurotróficos. Ao contrário do que ocorre no desenvolvimento, no sistema nervoso central de mamíferos adultos a regeneração é inibida. Essa inibição se deve sobretudo a dois fatores:
1 -a cicatriz astrocitária, que constitui barreira mecâni¬
ca e também química pela presença de proteoglicanas,
como sulfato de condroitina; 2 -presença de inibidores
associados àbainha de mielina do sistema nervoso cen¬
tral.2 Do que foi visto, pode-se concluir que a regene¬
ração de fibras nervosas resulta da interação de fatores
morfológicos e bioquímicos e é bem mais complicada
do que se pensava até pouco tempo atrás.

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15
Q

Quais fatores inibem a regeneração do SNC de mamíferos adultos?

A

Ao contrário do que ocorre no desenvolvimento, no sistema nervoso central de mamíferos adultos a regeneração é inibida. Essa inibição se deve sobretudo a dois fatores:
1 -a cicatriz astrocitária, que constitui barreira mecânica e também química pela presença de proteoglicanas,
como sulfato de condroitina;
2 -presença de inibidores associados à bainha de mielina do sistema nervoso central.
2 Do que foi visto, pode-se concluir que a regeneração de fibras nervosas resulta da interação de fatores
morfológicos e bioquímicos e é bem mais complicada
do que se pensava até pouco tempo atrás.

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16
Q

Aspectos gerais das extremidades periféricas, tipos de terminações nervosas.

A

Em suas extremidades periféricas, as fibras nervo¬
sas dos nervos modificam-se, dando origem a forma¬
ções ora mais, ora menos complexas, as terminações
nervosas, que podem ser de dois tipos: sensitivas ou
aferentes3 e motoras ou eferentes. As terminações sen¬
sitivas, quando estimuladas por uma forma adequada
de energia (mecânica, calor, luz etc.), dão origem a im¬
pulsos nervosos que seguem pela fibra em direção ao
corpo neuronal. Estes impulsos são levados ao sistema
nervoso central e atingem áreas específicas do cérebro,
onde são “interpretados”,resultando em diferentes for¬
mas de sensibilidade.As terminações nervosas motoras
existemnaporção terminal das fibras eferentes e são os elementos pré-sinápticos das sinapses neuroefetuadoras, ou seja, inervam músculos ou glândulas.

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17
Q

0 que é um receptor?

Qual sua função?

A

O termo receptor sensorial refere-se à estrutura
neuronal ou epitelial capaz de transformar estímulos fí¬
sicos ou químicos em atividade bioelétrica (transdução
de sinais) para ser interpretadano sistema nervoso cen¬
tral. Pode ser um terminal axônico ou células epiteliais
modificadas conectadas aos neurônios, como as células
ciliadas da cóclea

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18
Q

Qual a CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA

DOS RECEPTORES?

A

Distinguem-se dois grandes grupos: os receptores
especiais e os receptores gerais.
Os receptores especiais são mais complexos, re¬
lacionando-se com um neuroepitélio (retina, órgão de
Corti etc.) e fazem parte dos chamados órgãos espe¬
ciais do sentido: visão, audição e equilíbrio, gustação e
olfação, todos localizados na cabeça. Serão estudados
no Capítulo 29 (as grandes vias aferentes).
Os receptores gerais ocorrem em todo o corpo, fa¬
zem parte do sistema sensorial somático, que responde
a diferentes estímulos, tais como tato, temperatura, dor
e postura corporal oupropriocepção

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19
Q

Por que os receptores possuem classificações distintas? Qual sua denominação?

A

Especificidade dos receptores
Durante muito tempo discutiu-se se um mesmo re¬
ceptor poderia ser ativado por vários estímulos ou se
cada receptor seria ativado por um estímulo específi¬
co. Graças, sobretudo, a pesquisas neurofisiológicas
envolvendo a tomada de potenciais bioelétricos em fi¬
bras nervosas isoladas, a especificidade dos receptores
é hoje geralmente aceita. Aparentemente, isso está em
contradição com o fato de os receptores denominados
livres, por serem terminações nervosas não associadas
a epitélios ou formações conjuntivas, serem respon¬
sáveis por vários tipos de sensibilidade (temperatura,
dor, tato).Na verdade,um determinado receptor livre é
responsável apenas por uma dessas formas de sensibi¬
lidade. Assim, sob a denominação de receptores livres
existem, de fato, do ponto de vista fisiológico, vários
tipos de receptores. Especificidade significa dizer que
a sensibilidade de um receptor é máxima para deter¬
minado estímulo, ou seu limiar de excitabilidade é mínimo para esta forma de energia, embora possam ser
ativados com dificuldade por outras formas de energia.
Além da forma de energia, um determinado receptor é
mais sensível a uma faixa restrita desta forma de ener¬
gia. Exemplo: um fotorreceptor é sensível a determina¬
do comprimento de onda correspondente ao vermelho.
Usando-se como critério os estímulos mais adequa¬
dos para ativar os vários receptores, estes podem ser
classificados como a) quimiorreceptores - são receptores sensíveis a
estímulos químicos, como os da olfação e gus¬
tação e os receptores do corpo carotídeo capa¬
zes de detectar variações no teor do oxigénio
circulante;
b) osmorreceptores-receptores capazes de detec¬
tar variação de pressão osmótica;
c) fotorreceptores - receptores sensíveis à luz,
como os cones e bastonetes da retina;
d) termorreceptores -receptores capazes de de¬
tectar frio e calor. São terminações nervosas
livres. Alguns se localizam no hipotálamo e
detectam variações na temperatura do sangue,
desencadeando respostas para conservar ou
dissipar calor;
e) nociceptores (do latim nocere = prejudicar) —
são receptores ativados por diversos estímulos
mecânicos, térmicos ou químicos, mas em in¬
tensidade suficiente para causar lesões de teci¬
dos e dor. São terminações nervosas livres;
f) mecanorreceptores - são receptores sensíveis
a estímulos mecânicos e constituem o grupo
mais diversificado. Aqui situam-se os recepto¬
res de audição e de equilíbrio do ouvido inter¬
no; os receptores do seio carotídeo, sensíveis a
mudanças napressão arterial(barorreceptores);
os fusos neuromusculares e órgãos neurotendinosos, sensíveis ao estiramento de músculos e
tendões; receptores das vísceras, assim como
os vários receptores cutâneos responsáveispela
sensibilidade de tato, pressão e vibração. Eles
serão detalhados mais adiante neste capítulo.

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20
Q

Quais as classificações dos receptores?

A

b) osmorreceptores-receptores capazes de detec¬
tar variação de pressão osmótica;
c) fotorreceptores - receptores sensíveis à luz,
como os cones e bastonetes da retina;
d) termorreceptores -receptores capazes de de¬
tectar frio e calor. São terminações nervosas
livres. Alguns se localizam no hipotálamo e
detectam variações na temperatura do sangue,
desencadeando respostas para conservar ou
dissipar calor;
e) nociceptores (do latim nocere = prejudicar) —
são receptores ativados por diversos estímulos
mecânicos, térmicos ou químicos, mas em in¬
tensidade suficiente para causar lesões de teci¬
dos e dor. São terminações nervosas livres;
f) mecanorreceptores - são receptores sensíveis
a estímulos mecânicos e constituem o grupo
mais diversificado. Aqui situam-se os recepto¬
res de audição e de equilíbrio do ouvido inter¬
no; os receptores do seio carotídeo, sensíveis a
mudanças napressão arterial(barorreceptores);
os fusos neuromusculares e órgãos neurotendinosos, sensíveis ao estiramento de músculos e
tendões; receptores das vísceras, assim como
os vários receptores cutâneos responsáveispela
sensibilidade de tato, pressão e vibração. Eles
serão detalhados mais adiante neste capítulo.

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21
Q

Qual a nomenclatura da classificação pautada na localização?

A

Outra maneira de classificar os receptores, propos¬
ta inicialmente por Sherrington, leva em conta a sua
localização, o que define a natureza do estímulo que os
ativa. Combase nesse critério, distinguem-se três cate¬
gorias de receptores: exteroceptores,proprioceptores e
interoceptores.
Os exteroceptores localizam-se na superfície exter¬
na do corpo, onde são ativados por agentes externos
como calor, frio, tato, pressão, luz e som.

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22
Q

proprioceptores

qual a localização?

A

Os proprioceptores localizam-se mais profunda¬
mente, situando-se nos músculos, tendões, ligamentos
e cápsulas articulares. Os impulsos nervosos originados
nesses receptores, impulsos nervosos proprioceptivos,
podem ser conscientes e inconscientes. Estes últimos
não despertam nenhuma sensação, sendo utilizados
pelo sistema nervoso central para regular a atividade
muscular por meio do reflexo miotático ou dos vários
centros envolvidos na atividade motora. Os impulsos
proprioceptivos conscientes atingem o córtex cerebral
e permitem a um indivíduo, mesmo de olhos fechados,
ter percepção de seu corpo e de suas partes, bem como
da atividade muscular e do movimento das articula¬
ções. São,pois,responsáveis pelos sentidos de posição
e de movimento
A capacidade de perceber posição emovimento, ou
seja, a propriocepção consciente, depende basicamen¬
te das informações levadas ao sistema nervoso central
pelos fusos neuromusculares e órgãos neurotendinosos,
sendo possível, entretanto, que os receptores das articu¬
lações tenham pelo menos um papel subsidiário nessa
função.

23
Q

interoceptores

qual a localização?

A

Os interoceptores (ou visceroceptores) localizam-
-se nas vísceras e nos vasos e dão origem às diversas
formas de sensações viscerais, geralmente pouco loca¬
lizadas, como a fome, a sede e a dor visceral. Grande
parte dos impulsos aferentes originados em interocep¬
tores é inconsciente, transmitindo ao sistema nervo¬
so central informações necessárias à coordenação da
atividade visceral, tais como o teor de 02, a pressão
osmótica do sangue e a pressão arterial. Tanto os exteroceptores como os proprioceptores transmitem impul¬
sos relacionados ao ‘soma’, ou parede corporal, sendo,
pois, considerados receptores somáticos. Os interocep¬
tores transmitem impulsos relacionados às vísceras e
são,por conseguinte, viscerais.
Pode-se, ainda, dividir a sensibilidade em superfi¬
cialeprofunda, aprimeiraoriginando-se emexteroceptores e a segunda emproprioceptores e interoceptores.

24
Q

Quais os receptores somáticos da pele?

Quais as principais características?

A

A maioria deles é mecanorreceptor ou quimiorreceptor.
Se algo toca a pele, podemos perceber o local, a
pressão, a textura, se um objeto é pontiagudo ou rom¬
bo, a duração precisa do toque e o deslocamento do
estímulo sobre apele, mesmo na ausência da visão. Um
único receptor pode codificar várias características do
estímulo, como intensidade, duração e posição. Mas
geralmente um estímulo ativa vários receptores. Cabe
ao sistema nervoso central a geração das percepções.

25
Q

mecanorreceptores

A

Os mecanorreceptores sensíveis a vibração, pres¬
são e toque, os pelos puxados ou curvados e estas
modalidades de energia são percebidos pela maioria
dos receptores, que variam sua preferência quanto à
frequência de estímulo, pressão e tamanho do campo
receptivo. Mecanorreceptores estão presentes também
em vasos e vísceras, e percebem pressão, estiramento
de órgãos digestivos, bexiga, força de contato dos den¬
tes etc Em sua maioria, apresentam uma estrutura mais
simples que a dos receptores especiais, podendo, do
ponto de vista morfológico, ser classificados em dois
tipos: livres e encapsulados, conforme tenham ou não
uma cápsula conjuntiva.

26
Q

O que são os receptores gerais livres? O que os causa³?

Quais seus tipos?

A

Os receptores gerais livres são as terminações das
fibras nervosas sensoriais que perdem a bainha de mielina, preservando o envoltório de células de Schwann
até asproximidades daponta de cada fibra(Figura10.1
A). São, sem dúvida, os mais frequentes. Ocorrem, por
exemplo, em toda a pele, emergindo de redes nervosas
subepiteliais e ramificando-se entre as células da epi¬
derme. São de adaptação lenta e veiculam informações
de tato grosseiro, dor, temperatura e propriocepção.
Algumas terminações livres, relacionadas com o tato,
enrolam-se nabase dos folículospilosos e detectamum
simples toque ou deslocamento de umpelo.

27
Q

O que são os discos de Merkel ?

A

Na categoria de terminações livres estão também
os discos de Merkel e os nociceptores.
Discos de Merkel: são pequenas arborizações das
extremidades das fibras mielínicas que terminam em
contato com células epiteliais especiais. Estão envolvi¬
dos em tato e pressão contínuos;

28
Q

O que são os Nociceptores?

O que os ativa?

A

Nociceptores: são terminações nervosas livres, não
mielinizadas, que sinalizam que o tecido corporal está
sendo lesado ou em risco de lesão. Sua via para o encéfalo é distinta da via dos mecanorreceptores, e sua
ativação seletiva leva à experiência consciente de dor.

Podem ser ativados por estimulação mecânica intensa, temperaturas extremas, falta de oxigénio e exposição a produtos químicos. O lactato liberado no metabolismo anaeróbico pode levar à dor muscular; picadas de insetos estimulam mastócitos que liberam histamina que ativa os nociceptores. A maioria dos nociceptores é
polimodal, ou seja, respondem amais de um tipo de estímulo, mas existem aqueles que são unimodais, mecânicos térmicos ou químicos.
Estão presentes na maioria
dos tecidos corporais, incluindo ossos, órgãos internos, vasos, coração. No encéfalo, estão ausentes, sendo encontrados somente nas meninges. Os nociceptores podem ficar mais sensíveis e causar hiperalgia em razão da liberação de substâncias que modulam sua excitabi¬
lidade, como a bradicinina, histamina, prostaglandinas
e a substânciaP. AsubstânciaP é produzidapelos nociceptores e causa sensibilização dos mesmos ao redor da
lesão. As informações são levadas à medula por fibras
A gama ouC e estabelecem sinapses comneurônios da
região da coluna posterior. Os nociceptores das vísce¬
ras entramnamedulapelo mesmo caminho dos exteroceptores, e as duas formas de informação se misturam,
dando origem ao fenômeno de dor referida, na qual a
ativação de um nociceptor visceral dá origem a uma
sensação cutânea. O exemplo mais comum é o do infarto do miocárdio, em que o nociceptor está no coração,
mas a dor é localizada na parede torácica superior ou
no braço esquerdo. Os mecanismos por meio dos quais
o encefálico pode controlar a dor serão abordados no
Capítulo 29.

29
Q

Termorreceptores

A

Termorreceptores: sensações não dolorosas de ca¬
lor ou frio. Estão acolados a fibras A gama ou C, fazem
sinapse dentro da substância gelatinosa da coluna pos¬
terior e ascendem na medula por caminho semelhante
à via da dor.

30
Q

O que são os Receptores encapsulados?

A

Estes receptores são em geral mais complexos que
os livres e, na maioria deles, há intensa ramificação da
extremidade do axônio no interior de uma cápsula con¬
juntiva. Estão compreendidos aqui os corpúsculos sen¬
sitivos da pele, descritos na histologia clássica, além
dos fusos neuromusculares e neurotendíneos. Para
descrição mais detalhada da morfologia dessas termi¬
nações, devem ser consultados os textos de histologia.
A seguir faremos uma rápida caracterização das termi¬
nações nervosas encapsuladas mais importantes para a
neuroanatomia funcional:

31
Q

Quais os receptores encapsulados mais importantes?

A

a) corpúsculos de Meissner (Figura 10.1 B) -
Ocorrem nas papilas dérmicas, sobretudo nas
da pele espessa das mãos e dos pés. São recep¬
tores de tato, pressão e estímulos vibratórios
mais lentos que os percebidos pelos corpúscu¬
los de Paccini;
b) corpúsculos de Vater-Paccini (Figura 10.1 C)
- são os maiores receptores, têm distribuição
muito ampla, ocorrendo sobretudo no tecido
conjuntivo subcutâneo das mãos e dos pés ou
mesmo em territórios mais profundos, como
nos septos intermusculares e no periósteo. São
responsáveis pela sensibilidade vibratória, ou
seja, a capacidade de perceber estímulos me¬
cânicos rápidos e repetitivos. Os corpúsculos
de Paccini são mais sensíveis a vibrações em
torno de 200 Hz ou 300 Hz, ao passo que os de Meisser respondem melhor a 50 Hz. Ambos
são importantes para a percepção de texturas;
c) corpúsculos deRuffini (Figura 10.1D)-ocor¬
remnas papilas dérmicas, tanto da pele espessa
das mãos e dos pés (pele glabra), como na pele
pilosa do restante do corpo. São receptores de
tato e pressão;
d) fusos neuromusculares (Figura 10.2) - são
pequenas estruturas em forma de fuso, situa¬
das nos ventres dos músculos estriados es¬
queléticos, dispondo-se paralelamente com
as fibras destes músculos {fibras extrafusais).
Cada fuso é constituído de uma cápsula con¬
juntiva que envolve de duas a dez pequenas fi¬
bras estriadas denominadasfibras intrafusais.
Cada uma dessas fibras possui uma região
equatorial, não contrátil, e duas regiõespola¬
res dotadas de miofibrilas,portanto contráteis.
O fuso neuromuscular recebe fibras nervosas
sensitivas que se enrolam em tomo da região
equatorial das fibras intrafusais, constituindo
as terminações anuloespirais. As fibras in¬
trafusais estão ligadas à cápsula do fuso que,
por sua vez, se liga direta ou indiretamente ao
tendão do músculo. Isso significa que a ten¬
são e o comprimento das fibras intrafusais au¬
mentam quando o músculo é tracionado, por
exemplo, por ação da gravidade, e diminuem
quando o músculo se contrai. O estiramen¬
to e alongamento das fibras intrafusais cau¬
sam deformações mecânicas das terminações
anuloespirais que são ativadas. Originam-se,
assim, impulsos nervosos que penetram na
medula através de fibras aferentes e terminam
fazendo sinapse diretamente com os grandes
neurônios motores situados na coluna ante¬
rior da medula {motoneurônios alfa) (Figura
1.5). Os axônios desses neurônios trazem os
impulsos nervosos de volta ao músculo, termi¬
nando em placas motoras situadas nas fibras
extrafusais, que se contraem. Esse mecanis¬
mo constitui o reflexo miotáíico, ou de esti¬
ramento, muito importante para a manutenção
reflexa do tônus muscular. Reflexos desse tipo
ocorrem continuamente em todos os múscu¬
los, e são nítidos sobretudo nos extensores. O
reflexo miotático pode ser desencadeado arti¬
ficialmente, provocando-se o estiramento de
um músculo esquelético por percussão de seu
tendão. Isso ocorre, por exemplo, no reflexo
patelar (Figura 1.5), descrito no Capítulo 1. Os
fusos neuromusculares têm também uma inervação motora, representada pelas chamadas fibras eferentes gama, que se originam em pe¬
quenos neurônios motores, situados na coluna
anterior da medula (motoneurônios gama). As
libras gama inervam as duas regiões polares
das fibras intrafusais e causam sua contração,
o que aumenta a tensão da região equatorial,
onde se enrolam as terminações anuloespirais. O fuso torna-se assim mais sensível ao
estiramento causado pela contração do mús¬
culo. Por esse mecanismo, o sistema nervoso
central pode regular a sensibilidade dos fusos
neuromusculares, o que é importante para a re¬
gulação do tônus muscular. Por outro lado, se não houvesse um mecanismo ativo de contra¬
ção das fibras intrafusais, elas perderiam sua
tensão e o fuso seria desativado logo no início
da contração do músculo. Assim, a ativação
dos motoneurônios gama permite que os fu¬
sos neuromusculares continuem a mandar in¬
formações ao sistema nervoso central durante
todo o processo de contração do músculo;
e) órgãos neurotendinosos - são receptores en¬
contrados na junção dos músculos estriados
com seu tendão. Consistem de fascículos tendinosos em tomo dos quais se enrolam as fibras
nervosas aferentes, sendo o conjunto envolvido por uma cápsula conjuntiva. São ativados pelo
estiramento do tendão, o que ocorre tanto quan¬
do há tração passiva do músculo, por exemplo,
por ação da gravidade, como nos casos em que
o músculo se contrai. Nisso eles diferem dos
fusos neuromusculares, que tendem a ser de¬
sativados durante a contração muscular. Ou¬
tra diferença é que os órgãos neurotendinosos
são desprovidos de inervação gama. Os órgãos
neurotendinosos informam o sistema nervoso
central da tensão exercida pelos músculos em
suas inserções tendinosas no osso, e permitem,
assim, avaliação da força muscular que está
sendo exercida.

32
Q

corpúsculos de Meissner

A

a) corpúsculos de Meissner (Figura 10.1 B) -
Ocorrem nas papilas dérmicas, sobretudo nas
da pele espessa das mãos e dos pés. São recep¬
tores de tato, pressão e estímulos vibratórios
mais lentos que os percebidos pelos corpúscu¬
los de Paccini;

33
Q

corpúsculos de Vater-Paccini

A

b) corpúsculos de Vater-Paccini (Figura 10.1 C)
- são os maiores receptores, têm distribuição
muito ampla, ocorrendo sobretudo no tecido
conjuntivo subcutâneo das mãos e dos pés ou
mesmo em territórios mais profundos, como
nos septos intermusculares e no periósteo. São
responsáveis pela sensibilidade vibratória, ou
seja, a capacidade de perceber estímulos me¬
cânicos rápidos e repetitivos. Os corpúsculos
de Paccini são mais sensíveis a vibrações em
torno de 200 Hz ou 300 Hz, ao passo que os de Meisser respondem melhor a 50 Hz. Ambos
são importantes para a percepção de texturas;

34
Q

corpúsculos deRuffini (

A

c) corpúsculos deRuffini (Figura 10.1D)-ocor¬
remnas papilas dérmicas, tanto da pele espessa
das mãos e dos pés (pele glabra), como na pele
pilosa do restante do corpo. São receptores de
tato e pressão;

35
Q

Fusos neuromusculares

A

d) fusos neuromusculares (Figura 10.2) - são
pequenas estruturas em forma de fuso, situa¬
das nos ventres dos músculos estriados es¬
queléticos, dispondo-se paralelamente com
as fibras destes músculos {fibras extrafusais).
Cada fuso é constituído de uma cápsula con¬
juntiva que envolve de duas a dez pequenas fi¬
bras estriadas denominadasfibras intrafusais.
Cada uma dessas fibras possui uma região
equatorial, não contrátil, e duas regiõespola¬
res dotadas de miofibrilas,portanto contráteis.
O fuso neuromuscular recebe fibras nervosas
sensitivas que se enrolam em tomo da região
equatorial das fibras intrafusais, constituindo
as terminações anuloespirais. As fibras in¬
trafusais estão ligadas à cápsula do fuso que,
por sua vez, se liga direta ou indiretamente ao
tendão do músculo. Isso significa que a ten¬
são e o comprimento das fibras intrafusais au¬
mentam quando o músculo é tracionado, por
exemplo, por ação da gravidade, e diminuem
quando o músculo se contrai. O estiramen¬
to e alongamento das fibras intrafusais cau¬
sam deformações mecânicas das terminações
anuloespirais que são ativadas. Originam-se,
assim, impulsos nervosos que penetram na
medula através de fibras aferentes e terminam
fazendo sinapse diretamente com os grandes
neurônios motores situados na coluna ante¬
rior da medula {motoneurônios alfa) (Figura
1.5). Os axônios desses neurônios trazem os
impulsos nervosos de volta ao músculo, termi¬
nando em placas motoras situadas nas fibras
extrafusais, que se contraem. Esse mecanis¬
mo constitui o reflexo miotáíico, ou de esti¬
ramento, muito importante para a manutenção
reflexa do tônus muscular. Reflexos desse tipo
ocorrem continuamente em todos os múscu¬
los, e são nítidos sobretudo nos extensores. O
reflexo miotático pode ser desencadeado arti¬
ficialmente, provocando-se o estiramento de
um músculo esquelético por percussão de seu
tendão. Isso ocorre, por exemplo, no reflexo
patelar (Figura 1.5), descrito no Capítulo 1. Os
fusos neuromusculares têm também uma inervação motora, representada pelas chamadas fibras eferentes gama, que se originam em pe¬
quenos neurônios motores, situados na coluna
anterior da medula (motoneurônios gama). As
libras gama inervam as duas regiões polares
das fibras intrafusais e causam sua contração,
o que aumenta a tensão da região equatorial,
onde se enrolam as terminações anuloespirais. O fuso torna-se assim mais sensível ao
estiramento causado pela contração do mús¬
culo. Por esse mecanismo, o sistema nervoso
central pode regular a sensibilidade dos fusos
neuromusculares, o que é importante para a re¬
gulação do tônus muscular. Por outro lado, se não houvesse um mecanismo ativo de contra¬
ção das fibras intrafusais, elas perderiam sua
tensão e o fuso seria desativado logo no início
da contração do músculo. Assim, a ativação
dos motoneurônios gama permite que os fu¬
sos neuromusculares continuem a mandar in¬
formações ao sistema nervoso central durante
todo o processo de contração do músculo;

36
Q

órgãos neurotendinosos

A

e) órgãos neurotendinosos - são receptores en¬
contrados na junção dos músculos estriados
com seu tendão. Consistem de fascículos tendinosos em tomo dos quais se enrolam as fibras
nervosas aferentes, sendo o conjunto envolvido por uma cápsula conjuntiva. São ativados pelo
estiramento do tendão, o que ocorre tanto quan¬
do há tração passiva do músculo, por exemplo,
por ação da gravidade, como nos casos em que
o músculo se contrai. Nisso eles diferem dos
fusos neuromusculares, que tendem a ser de¬
sativados durante a contração muscular. Ou¬
tra diferença é que os órgãos neurotendinosos
são desprovidos de inervação gama. Os órgãos
neurotendinosos informam o sistema nervoso
central da tensão exercida pelos músculos em
suas inserções tendinosas no osso, e permitem,
assim, avaliação da força muscular que está
sendo exercida.

37
Q

fibras nervosas eferentes somática

FISIOLOGIA

A

As fibras nervosas eferentes somáticas rela¬
cionam-se com as fibras musculares estriadas es¬
queléticas por meio de estruturas especializadas
denominadas placas motoras (Figura 10.3). Ao
aproximar-se da fibra muscular, a fibra nervosa per¬
de sua bainha de mielina, conservando, entretanto,
o neurilema (Figura 3.1). Na placa motora, a termi¬
nação axônica emite finos ramos contendo pequenas
dilatações, os botões sinópticos (Figura 3.1), de onde
é liberado o neurotransmissor.
A ultraestrutura da placa motora, no nível de um
desses botões, é bastante semelhante à da sinapse interneuronal descrita no Capítulo 3 (item 1.7.2.2). O ele¬
mento pré-sináptico, formado pela terminação axônica,
apresenta-se rico em vesículas sinápticas agranulares que se acumulam próximo a barras densas, constituin¬
do zonas ativas, onde é liberado o neurotransmissor,
a acetilcolina (Figura 10.4). O elemento pós-sináptico
é constituído pelo sarcolema da fibra muscular, que
mantém sua membrana basal e tem sua área conside¬
ravelmente aumentada pela presença de pregueamento
característico (as pregasfuncionais). As cristas dessas
pregas apresentam densidades pós-sinápticas. O neu¬
rotransmissor acetilcolina, liberado nafenda sinóptica,
causa despolarização do sarcolema, o que desencadeia
a contração da fibra muscular. O excesso de acetilcoli¬
na liberado é inativado pela acetilcolinesterase, presen¬
te em grande quantidade na placa.

38
Q

fibras nervosas eferentes somática

FISIOLOGIA

A

Nas terminações nervosas viscerais dos mamíferos,
o mediador químico pode ser a acetilcolina ou a noradrenalina. Assim, as fibras nervosas eferentes somáticas são colinérgicas, ao passo que as viscerais podem ser colinérgicas ou adrenérgicas.
As terminações eferentes viscerais apresentam
mais dificuldades para estudo e são menos conhecidas
que as somáticas. Entretanto, pesquisas de microscopia
eletrónica e histoquímica têm esclarecido muitos as¬
pectos de sua estrutura e função.Especialmente valioso
foi o desenvolvimento de técnicas histoquímicas para
catecolaminas (noradrenalina, adrenalina, dopamina) que permitem visualizar os terminais adrenérgicos ao
microscópio de fluorescência (Figura 10.5). Verificou-
-se que nas terminações nervosas viscerais (Figura
23.4) não existem, como nas somáticas, formações ela¬
boradas, como as placas motoras.

Os neurotransmissores são liberados em um trecho bastante longo da parte
terminal das fibras (Figura 3.8) e não apenas em sua
extremidade, podendo a mesma fibra estabelecer contato com grande número de fibras musculares ou células glandulares.

As fibras terminais apresentam-se cheias de pequenas dilatações ou varicosidades (Figuras 10.5
e 3.8), ricas em vesículas contendo neurotransmissores, e constituem as áreas funcionalmente ativas das
fibras. A distância entre a varicosidade e o efetuador
(fibra muscular ou célula glandular), ou seja, a distância neurotransmissor para que ele possa
agir sobre o efetuador, varia de 20 nm (musculatura do
canal deferente) a 3.000 nm (musculatura intestinal).
Em alguns casos, a fibra nervosa relaciona-se muito in¬
fimamente com o efetuador (Figura 23.4) e, de modo
geral, não há modificações na membrana ou citoplasma
do efetuador próximo à zona de contato, como ocorre
na placa motora ou nas sinapses intemeuronais.
Nas terminações nervosas eferentes viscerais, o
microscópio eletrónico revelou dois tipos de vesícu¬
las sinápticas: granulares e agranulares. As vesículas
sinápticas granulares apresentam um grânulo em seu
interior (Figuras 3.8 e 10.6), enquanto as vesículas
sinópticas agranulares têm conteúdo claro (Figura 12.3). Essas vesículas têm sido objeto de grande nú¬
mero de pesquisas com técnicas morfológicas,bioquí¬
micas e farmacológicas. Verificou-se que as vesículas
agranulares das terminações colinérgicas armazenam
acetilcolina e se assemelham às vesículas sinápticas
das terminações somáticas. Já as vesículas granula¬
res podem ser grandes e pequenas, tendo em vista que
estas últimas ocorrem apenas nas fibras adrenérgicas
(Figuras 3.8 e 12.3). Seu grânulo contém noradrenalina e desaparece após tratamento com reserpina, droga
que causa liberação da noradrenalina do tecido ner¬
voso. Em condições fisiológicas, o impulso nervoso
dos terminais adrenérgicos causa liberação de nora¬
drenalina, que vai agir sobre o efetuador. O excesso
de noradrenalina liberado é captado novamente pela
fibra nervosa e armazenado nas vesículas granula¬
res. Isso explica o fato de que, quando se destrói a
inervação adrenérgica de um órgão (como nas simpatectomias), ele se toma muito mais sensível à ação
da noradrenalina injetada. Nesse caso, como foi des¬
truído o mecanismo de captação e inativação dessa
amina, ela permanece muito tempo em contato com
os efetuadores.

39
Q

fibras nervosas eferentes somática

FISIOLOGIA

A

Nas terminações nervosas viscerais dos mamíferos,
o mediador químico pode ser a acetilcolina ou a noradrenalina. Assim, as fibras nervosas eferentes somáticas são colinérgicas, ao passo que as viscerais podem ser colinérgicas ou adrenérgicas.
As terminações eferentes viscerais apresentam
mais dificuldades para estudo e são menos conhecidas
que as somáticas. Entretanto, pesquisas de microscopia
eletrónica e histoquímica têm esclarecido muitos as¬
pectos de sua estrutura e função.Especialmente valioso
foi o desenvolvimento de técnicas histoquímicas para
catecolaminas (noradrenalina, adrenalina, dopamina) que permitem visualizar os terminais adrenérgicos ao
microscópio de fluorescência (Figura 10.5). Verificou-
-se que nas terminações nervosas viscerais (Figura
23.4) não existem, como nas somáticas, formações ela¬
boradas, como as placas motoras.

Os neurotransmissores são liberados em um trecho bastante longo da parte
terminal das fibras (Figura 3.8) e não apenas em sua
extremidade, podendo a mesma fibra estabelecer contato com grande número de fibras musculares ou células glandulares.

As fibras terminais apresentam-se cheias de pequenas dilatações ou varicosidades (Figuras 10.5
e 3.8), ricas em vesículas contendo neurotransmissores, e constituem as áreas funcionalmente ativas das
fibras. A distância entre a varicosidade e o efetuador
(fibra muscular ou célula glandular), ou seja, a distância neurotransmissor para que ele possa
agir sobre o efetuador, varia de 20 nm (musculatura do
canal deferente) a 3.000 nm (musculatura intestinal).
Em alguns casos, a fibra nervosa relaciona-se muito in¬
fimamente com o efetuador (Figura 23.4) e, de modo
geral, não há modificações na membrana ou citoplasma
do efetuador próximo à zona de contato, como ocorre
na placa motora ou nas sinapses intemeuronais.
Nas terminações nervosas eferentes viscerais, o
microscópio eletrónico revelou dois tipos de vesícu¬
las sinápticas: granulares e agranulares. As vesículas
sinápticas granulares apresentam um grânulo em seu
interior (Figuras 3.8 e 10.6), enquanto as vesículas
sinópticas agranulares têm conteúdo claro (Figura 12.3). Essas vesículas têm sido objeto de grande nú¬
mero de pesquisas com técnicas morfológicas,bioquí¬
micas e farmacológicas. Verificou-se que as vesículas
agranulares das terminações colinérgicas armazenam
acetilcolina e se assemelham às vesículas sinápticas
das terminações somáticas. Já as vesículas granula¬
res podem ser grandes e pequenas, tendo em vista que
estas últimas ocorrem apenas nas fibras adrenérgicas
(Figuras 3.8 e 12.3). Seu grânulo contém noradrenalina e desaparece após tratamento com reserpina, droga
que causa liberação da noradrenalina do tecido ner¬
voso. Em condições fisiológicas, o impulso nervoso
dos terminais adrenérgicos causa liberação de nora¬
drenalina, que vai agir sobre o efetuador. O excesso
de noradrenalina liberado é captado novamente pela
fibra nervosa e armazenado nas vesículas granula¬
res. Isso explica o fato de que, quando se destrói a
inervação adrenérgica de um órgão (como nas simpatectomias), ele se toma muito mais sensível à ação
da noradrenalina injetada. Nesse caso, como foi des¬
truído o mecanismo de captação e inativação dessa
amina, ela permanece muito tempo em contato com
os efetuadores.

40
Q

O que são os nervos espinhais?

A

Nervos espinhais são aqueles que fazem cone¬
xão com a medula espinhal e são responsáveis pela
inervação do tronco, dos membros e partes da cabeça.
São emnúmero de 31pares, que correspondem aos 31
segmentos medulares existentes. São, pois, oito pares
de nervos cervicais, 12 torácicos, cinco lombares, cin¬
co sacrais, um coccígeo. Cada nervo espinhal é for¬
mado pela união das raízes dorsal e ventral, as quais
se ligam,respectivamente, aos sulcos lateralposterior
e lateral anterior da medula, através de filamentos radiculares (Figura 10.7). Na raiz dorsal localiza-se o
gânglio espinhal, onde estão os corpos dos neurônios
sensitivos pseudounipolares, cujos prolongamentos
central e periférico formam a raiz. A raiz ventral é
formada por axônios que se originam em neurônios
situados nas colunas anterior e lateral da medula. Da
união da raiz dorsal, sensitiva, com araiz ventral, mo¬
tora, forma-se o tronco do nervo espinhal, que funcio¬
nalmente é misto

41
Q

COMPONENTES FUNCIONAIS DAS

FIBRAS DOS NERVOS ESPINHAIS

A

A classificação funcional das fibras que cons¬
tituem os nervos está intimamente relacionada à classificação das terminações nervosas, estudadas
neste capítulo. Fibras que se ligam perifericamente
a terminações nervosas aferentes conduzem os im¬
pulsos centripetamente e são aferentes. As que se
originam em interoceptores são viscerais, as que se
originam em proprioceptores ou exteroceptores são
somáticas. As fibras originadas em exteroceptores,
onfibras exteroceptivas, conduzem impulsos origina-

dos na superfície, relacionados com temperatura, dor,
pressão e tato. Como foi visto no item B 2.2, asfibras
proprioceptivas podem ser conscientes ou inconscientes. Fibras que se ligamperifericamente a terminações
nervosas eferentes conduzem os impulsos nervosos
centrifugamente e são, por conseguinte, eferentes, po¬
dendo ser somáticos ou viscerais. As fibras eferentes
somáticas dos nervos espinhais terminam em múscu¬
los estriados esqueléticos; as viscerais, em músculos
lisos, cardíaco ou glândula, integrando, como será
visto mais adiante, o sistema nervoso autónomo.
A chave seguinte sintetiza o que foi exposto sobre
os componentes funcionais das fibras dos nervos espi¬
nhais:
Convém acentuar que esta classificação é válida
apenas para os nervos espinhais, já que os nervos crania¬
nos são mais complicados e apresentam os componentes
“especiais” que serão estudados no capítulo seguinte.
Do que foi visto, verifica-se que, do ponto de vista
funcional, os nervos espinhais são muito heterogéneos.
E emummesmo nervo, em determinado momento, po¬
dem existir fibras situadas lado a lado, conduzindo im¬
pulsos nervosos de direções diferentes para estruturas
diferentes, enquanto outras fibras podem estar inativas.
Isto é possívelpelo fato de as fibras nervosas que cons¬
tituem os nervos serem “isoladas” umas das outras e,
portanto, de funcionamento independente. A situação
é comparável a um cabo telefónico com centenas de
fios independentes, cada umligando um telefone a uma
parte específica do centro

42
Q

TRAJETO DOS NERVOS ESPINHAIS

A

O tronco do nervo espinhal sai do canal verte¬
bral pelo forame intervertebral e logo se divide em
um ramo dorsal e um ramo ventral (Figura 10.7),
ambos mistos. Com exceção dos três primeiros ner¬
vos cervicais, os ramos dorsais dos nervos espinhais
são menores que os ventrais correspondentes. Eles
se distribuem aos músculos e à pele da região dor¬
sal do tronco, da nuca e da região occipital. Os ramos
ventrais representam, praticamente, a continuação do
tronco donervo espinhal.Eles se distribuempelamus¬
culatura, pele, ossos e vasos dos membros, bem como
pela região anterolateral do pescoço e do tronco. Os
ramos ventrais dos nervos espinhais torácicos (nervos intercostais) têm trajeto aproximadamente paralelo,
seguindo cada um individualmente em seu espaço
intercostal. Guardam pois, no adulto, a disposição
metamérica observada em todos os nervos no início
do desenvolvimento. Entretanto, o mesmo não acon¬
tece com os ramos ventrais dos outros nervos, que se
anastomosam, se entrecruzam e trocam fibras, resul¬
tando na formação de plexos. Deste modo, os nervos
originados dos plexos sãoplurissegmentares, ou seja,
contêm fibras originadas em mais de um segmento
medular. Já os nervos intercostais são unissegmentares, isto é, suas fibras se originam de um só segmento
medular. O estudo da formação dos plexos, bem como
de seus ramos colaterais e terminais, é muito impor¬
tante na prática médica e deverá ser feito no estudo
da anatomia geral. Como exemplo, apresentamos um
esquema do plexo braquial (Figura 10.8), no qual se
representou a composição radicular do nervo media¬
no, visando objetivar o conceito de nervo plurissegmentar, em contraste com o de nervo unissegmentar,
representado na figurapelo segundo nervo intercostal.
De modo geral, os nervos alcançam seu desti¬
no pelo caminho mais curto. Entretanto, há exceções
explicadas por fatores embriológicos. Uma delas é o
nervo laríngeo recorrente, que contorna a artéria sub¬
clávia, à direita, ou o arco aórtico, à esquerda, antes de
atingir seu destino nos músculos da laringe.
O trajeto de um nervo pode ser superficial ou
profundo. Os primeiros são predominantemente sen¬
sitivos e, os segundos, predominantemente motores.
Entretanto, mesmo quando penetra em um músculo, o nervo não é puramente motor, uma vez que apre¬
senta sempre fibras aferentes que veiculam impulsos
proprioceptivos originados nos fusos neuromusculares. Do mesmo modo, os nervos cutâneos não são
puramente sensitivos, pois apresentam fibras eferentes viscerais (do sistema autónomo) para as glându¬
las sudoríparas, músculos eretores dos pelos e vasos
superficiais.

43
Q

TRAJETO DOS NERVOS ESPINHAIS

A

O tronco do nervo espinhal sai do canal verte¬
bral pelo forame intervertebral e logo se divide em
um ramo dorsal e um ramo ventral (Figura 10.7),
ambos mistos. Com exceção dos três primeiros ner¬
vos cervicais, os ramos dorsais dos nervos espinhais
são menores que os ventrais correspondentes. Eles
se distribuem aos músculos e à pele da região dor¬
sal do tronco, da nuca e da região occipital. Os ramos
ventrais representam, praticamente, a continuação do
tronco donervo espinhal.Eles se distribuempelamus¬
culatura, pele, ossos e vasos dos membros, bem como
pela região anterolateral do pescoço e do tronco. Os
ramos ventrais dos nervos espinhais torácicos (nervos intercostais) têm trajeto aproximadamente paralelo,
seguindo cada um individualmente em seu espaço
intercostal. Guardam pois, no adulto, a disposição
metamérica observada em todos os nervos no início
do desenvolvimento. Entretanto, o mesmo não acon¬
tece com os ramos ventrais dos outros nervos, que se
anastomosam, se entrecruzam e trocam fibras, resul¬
tando na formação de plexos. Deste modo, os nervos
originados dos plexos sãoplurissegmentares, ou seja,
contêm fibras originadas em mais de um segmento
medular. Já os nervos intercostais são unissegmentares, isto é, suas fibras se originam de um só segmento
medular. O estudo da formação dos plexos, bem como
de seus ramos colaterais e terminais, é muito impor¬
tante na prática médica e deverá ser feito no estudo
da anatomia geral. Como exemplo, apresentamos um
esquema do plexo braquial (Figura 10.8), no qual se
representou a composição radicular do nervo media¬
no, visando objetivar o conceito de nervo plurissegmentar, em contraste com o de nervo unissegmentar,
representado na figurapelo segundo nervo intercostal.
De modo geral, os nervos alcançam seu desti¬
no pelo caminho mais curto. Entretanto, há exceções
explicadas por fatores embriológicos. Uma delas é o
nervo laríngeo recorrente, que contorna a artéria sub¬
clávia, à direita, ou o arco aórtico, à esquerda, antes de
atingir seu destino nos músculos da laringe.
O trajeto de um nervo pode ser superficial ou
profundo. Os primeiros são predominantemente sen¬
sitivos e, os segundos, predominantemente motores.
Entretanto, mesmo quando penetra em um músculo, o nervo não é puramente motor, uma vez que apre¬
senta sempre fibras aferentes que veiculam impulsos
proprioceptivos originados nos fusos neuromusculares. Do mesmo modo, os nervos cutâneos não são
puramente sensitivos, pois apresentam fibras eferentes viscerais (do sistema autónomo) para as glându¬
las sudoríparas, músculos eretores dos pelos e vasos
superficiais.

44
Q

TRAJETO DOS NERVOS ESPINHAIS

A

O tronco do nervo espinhal sai do canal verte¬
bral pelo forame intervertebral e logo se divide em
um ramo dorsal e um ramo ventral (Figura 10.7),
ambos mistos. Com exceção dos três primeiros ner¬
vos cervicais, os ramos dorsais dos nervos espinhais
são menores que os ventrais correspondentes. Eles
se distribuem aos músculos e à pele da região dor¬
sal do tronco, da nuca e da região occipital. Os ramos
ventrais representam, praticamente, a continuação do
tronco donervo espinhal.Eles se distribuempelamus¬
culatura, pele, ossos e vasos dos membros, bem como
pela região anterolateral do pescoço e do tronco. Os
ramos ventrais dos nervos espinhais torácicos (nervos intercostais) têm trajeto aproximadamente paralelo,
seguindo cada um individualmente em seu espaço
intercostal. Guardam pois, no adulto, a disposição
metamérica observada em todos os nervos no início
do desenvolvimento. Entretanto, o mesmo não acon¬
tece com os ramos ventrais dos outros nervos, que se
anastomosam, se entrecruzam e trocam fibras, resul¬
tando na formação de plexos. Deste modo, os nervos
originados dos plexos sãoplurissegmentares, ou seja,
contêm fibras originadas em mais de um segmento
medular. Já os nervos intercostais são unissegmentares, isto é, suas fibras se originam de um só segmento
medular. O estudo da formação dos plexos, bem como
de seus ramos colaterais e terminais, é muito impor¬
tante na prática médica e deverá ser feito no estudo
da anatomia geral. Como exemplo, apresentamos um
esquema do plexo braquial (Figura 10.8), no qual se
representou a composição radicular do nervo media¬
no, visando objetivar o conceito de nervo plurissegmentar, em contraste com o de nervo unissegmentar,
representado na figurapelo segundo nervo intercostal.
De modo geral, os nervos alcançam seu desti¬
no pelo caminho mais curto. Entretanto, há exceções
explicadas por fatores embriológicos. Uma delas é o
nervo laríngeo recorrente, que contorna a artéria sub¬
clávia, à direita, ou o arco aórtico, à esquerda, antes de
atingir seu destino nos músculos da laringe.
O trajeto de um nervo pode ser superficial ou
profundo. Os primeiros são predominantemente sen¬
sitivos e, os segundos, predominantemente motores.
Entretanto, mesmo quando penetra em um músculo, o nervo não é puramente motor, uma vez que apre¬
senta sempre fibras aferentes que veiculam impulsos
proprioceptivos originados nos fusos neuromusculares. Do mesmo modo, os nervos cutâneos não são
puramente sensitivos, pois apresentam fibras eferentes viscerais (do sistema autónomo) para as glându¬
las sudoríparas, músculos eretores dos pelos e vasos
superficiais.

45
Q

TERRITÓRIOS CUTÂNEOS
DE INERVAÇÃO RADICULAR.
DERMÁTOMO

A

Denomina-se dermátomo o território cutâneo inervado por fibras de uma única raiz dorsal. O dermátomo
recebe o nome da raiz que o inerva. Assim, temos o dermátomos C3, T5,L4 etc. O estudo da topografia dos
dermátomos é muito importante para a localização de
lesões radiculares ou medulares e, para isso, existem
mapas onde são representados nas diversas partes do
corpo (Figuras 10.9, 10.10 e 10.11).
Ao ter uma raiz seccionada, o dermátomo corres¬
pondente não perde completamente a sensibilidade,
visto que raízes dorsais adjacentes inervam áreas so¬
brepostas. Para a perda completa da sensibilidade em
todo um dermátomo, seria necessária a secção de três
raízes. Porém, no caso do herpes zoster, doença conhe¬
cida vulgarmente como cobreiro, o vírus acomete especificamente as raízes dorsais, causando o aparecimento
de dores e pequenas vesículas em uma área cutânea que
corresponde a todo o dermátomo da raiz envolvida.
No embrião, os dermátomos se sucedemnamesma
sequência das raízes espinhais, em faixas aproximadamente paralelas, disposição essa que, após o nasci¬
mento, se mantém apenas no tronco.Nos membros, em
virtude do grande crescimento dos brotos apendiculares
durante o desenvolvimento, a disposição dos dermáto¬
mos se toma irregular, havendo aposição de dermáto¬
mos situados em segmentos distantes, como C5 e Tl,
na parte proximal do braço (Figura 10.8). A Figura
10.11 mostra o limite entre os dermátomos cervicais,
torácicos, lombares e sacrais em posição quadrúpede.
As fibras radiculares podem chegar aos dermáto¬
mos através de nervos unissegmentares, como os intercostais, ou plurissegmentares, como o mediano, o
ulnar etc. No primeiro caso, a cada nervo corresponde
um dermátomo que se localiza em seu território de dis¬
tribuição cutânea. No segundo, o nervo contribui com
fibras para vários dermátomos, pois recebe fibras sen¬
sitivas de várias raízes. Assim, o nervo mediano tem
fibras sensitivas que contribuem para os dermátomos
C6, C7 e C8 (Figura 10.8). As Figuras 10.9 e 10.10
mostram os mapas dos territórios cutâneos de distri¬
buição dos nervos periféricos dos dermátomos. Mapas
como este permitem, diante de um quadro de perda de
sensibilidade cutânea, determinar se a lesão foi em um
nervo periférico, na medula ou nas raízes espinhais

46
Q

TERRITÓRIOS CUTÂNEOS
DE INERVAÇÃO RADICULAR.
DERMÁTOMO

A

Denomina-se dermátomo o território cutâneo inervado por fibras de uma única raiz dorsal. O dermátomo
recebe o nome da raiz que o inerva. Assim, temos o dermátomos C3, T5,L4 etc. O estudo da topografia dos
dermátomos é muito importante para a localização de
lesões radiculares ou medulares e, para isso, existem
mapas onde são representados nas diversas partes do
corpo (Figuras 10.9, 10.10 e 10.11).
Ao ter uma raiz seccionada, o dermátomo corres¬
pondente não perde completamente a sensibilidade,
visto que raízes dorsais adjacentes inervam áreas so¬
brepostas. Para a perda completa da sensibilidade em
todo um dermátomo, seria necessária a secção de três
raízes. Porém, no caso do herpes zoster, doença conhe¬
cida vulgarmente como cobreiro, o vírus acomete especificamente as raízes dorsais, causando o aparecimento
de dores e pequenas vesículas em uma área cutânea que
corresponde a todo o dermátomo da raiz envolvida.
No embrião, os dermátomos se sucedemnamesma
sequência das raízes espinhais, em faixas aproximadamente paralelas, disposição essa que, após o nasci¬
mento, se mantém apenas no tronco.Nos membros, em
virtude do grande crescimento dos brotos apendiculares
durante o desenvolvimento, a disposição dos dermáto¬
mos se toma irregular, havendo aposição de dermáto¬
mos situados em segmentos distantes, como C5 e Tl,
na parte proximal do braço (Figura 10.8). A Figura
10.11 mostra o limite entre os dermátomos cervicais,
torácicos, lombares e sacrais em posição quadrúpede.
As fibras radiculares podem chegar aos dermáto¬
mos através de nervos unissegmentares, como os intercostais, ou plurissegmentares, como o mediano, o
ulnar etc. No primeiro caso, a cada nervo corresponde
um dermátomo que se localiza em seu território de dis¬
tribuição cutânea. No segundo, o nervo contribui com
fibras para vários dermátomos, pois recebe fibras sen¬
sitivas de várias raízes. Assim, o nervo mediano tem
fibras sensitivas que contribuem para os dermátomos
C6, C7 e C8 (Figura 10.8). As Figuras 10.9 e 10.10
mostram os mapas dos territórios cutâneos de distri¬
buição dos nervos periféricos dos dermátomos. Mapas
como este permitem, diante de um quadro de perda de
sensibilidade cutânea, determinar se a lesão foi em um
nervo periférico, na medula ou nas raízes espinhais

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Q

TERRITÓRIOS CUTÂNEOS
DE INERVAÇÃO RADICULAR.
DERMÁTOMO

A

Denomina-se dermátomo o território cutâneo inervado por fibras de uma única raiz dorsal. O dermátomo
recebe o nome da raiz que o inerva. Assim, temos o dermátomos C3, T5,L4 etc. O estudo da topografia dos
dermátomos é muito importante para a localização de
lesões radiculares ou medulares e, para isso, existem
mapas onde são representados nas diversas partes do
corpo (Figuras 10.9, 10.10 e 10.11).
Ao ter uma raiz seccionada, o dermátomo corres¬
pondente não perde completamente a sensibilidade,
visto que raízes dorsais adjacentes inervam áreas so¬
brepostas. Para a perda completa da sensibilidade em
todo um dermátomo, seria necessária a secção de três
raízes. Porém, no caso do herpes zoster, doença conhe¬
cida vulgarmente como cobreiro, o vírus acomete especificamente as raízes dorsais, causando o aparecimento
de dores e pequenas vesículas em uma área cutânea que
corresponde a todo o dermátomo da raiz envolvida.
No embrião, os dermátomos se sucedemnamesma
sequência das raízes espinhais, em faixas aproximadamente paralelas, disposição essa que, após o nasci¬
mento, se mantém apenas no tronco.Nos membros, em
virtude do grande crescimento dos brotos apendiculares
durante o desenvolvimento, a disposição dos dermáto¬
mos se toma irregular, havendo aposição de dermáto¬
mos situados em segmentos distantes, como C5 e Tl,
na parte proximal do braço (Figura 10.8). A Figura
10.11 mostra o limite entre os dermátomos cervicais,
torácicos, lombares e sacrais em posição quadrúpede.
As fibras radiculares podem chegar aos dermáto¬
mos através de nervos unissegmentares, como os intercostais, ou plurissegmentares, como o mediano, o
ulnar etc. No primeiro caso, a cada nervo corresponde
um dermátomo que se localiza em seu território de dis¬
tribuição cutânea. No segundo, o nervo contribui com
fibras para vários dermátomos, pois recebe fibras sen¬
sitivas de várias raízes. Assim, o nervo mediano tem
fibras sensitivas que contribuem para os dermátomos
C6, C7 e C8 (Figura 10.8). As Figuras 10.9 e 10.10
mostram os mapas dos territórios cutâneos de distri¬
buição dos nervos periféricos dos dermátomos. Mapas
como este permitem, diante de um quadro de perda de
sensibilidade cutânea, determinar se a lesão foi em um
nervo periférico, na medula ou nas raízes espinhais

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Q

TERRITÓRIOS CUTÂNEOS
DE INERVAÇÃO RADICULAR.
DERMÁTOMO

A

Denomina-se dermátomo o território cutâneo inervado por fibras de uma única raiz dorsal. O dermátomo
recebe o nome da raiz que o inerva. Assim, temos o dermátomos C3, T5,L4 etc. O estudo da topografia dos
dermátomos é muito importante para a localização de
lesões radiculares ou medulares e, para isso, existem
mapas onde são representados nas diversas partes do
corpo (Figuras 10.9, 10.10 e 10.11).
Ao ter uma raiz seccionada, o dermátomo corres¬
pondente não perde completamente a sensibilidade,
visto que raízes dorsais adjacentes inervam áreas so¬
brepostas. Para a perda completa da sensibilidade em
todo um dermátomo, seria necessária a secção de três
raízes. Porém, no caso do herpes zoster, doença conhe¬
cida vulgarmente como cobreiro, o vírus acomete especificamente as raízes dorsais, causando o aparecimento
de dores e pequenas vesículas em uma área cutânea que
corresponde a todo o dermátomo da raiz envolvida.
No embrião, os dermátomos se sucedemnamesma
sequência das raízes espinhais, em faixas aproximadamente paralelas, disposição essa que, após o nasci¬
mento, se mantém apenas no tronco.Nos membros, em
virtude do grande crescimento dos brotos apendiculares
durante o desenvolvimento, a disposição dos dermáto¬
mos se toma irregular, havendo aposição de dermáto¬
mos situados em segmentos distantes, como C5 e Tl,
na parte proximal do braço (Figura 10.8). A Figura
10.11 mostra o limite entre os dermátomos cervicais,
torácicos, lombares e sacrais em posição quadrúpede.
As fibras radiculares podem chegar aos dermáto¬
mos através de nervos unissegmentares, como os intercostais, ou plurissegmentares, como o mediano, o
ulnar etc. No primeiro caso, a cada nervo corresponde
um dermátomo que se localiza em seu território de dis¬
tribuição cutânea. No segundo, o nervo contribui com
fibras para vários dermátomos, pois recebe fibras sen¬
sitivas de várias raízes. Assim, o nervo mediano tem
fibras sensitivas que contribuem para os dermátomos
C6, C7 e C8 (Figura 10.8). As Figuras 10.9 e 10.10
mostram os mapas dos territórios cutâneos de distri¬
buição dos nervos periféricos dos dermátomos. Mapas
como este permitem, diante de um quadro de perda de
sensibilidade cutânea, determinar se a lesão foi em um
nervo periférico, na medula ou nas raízes espinhais

49
Q

RELAÇÃO ENTRE AS RAÍZES
VENTRAIS E OS TERRITÓRIOS DE
INERVAÇÃO MOTORA

A

Denomina-se campo radicular motor o território
inervado por uma única raiz ventral. Há quadros si¬
nópticos indicando o território, vale dizer, os músculos
inervados por cada uma das raízes que contribuempara
a inervação de cada músculo, ou seja, a composição
radicular de cada músculo. Quanto a isso, os músculos
podem ser unirradiculares eplurirradiculares, conforme
recebaminervação de uma oumais raízes. Os músculos
intercostais são exemplos de músculos unirradiculares.
A maioria dos músculos, entretanto, é plurirradicular,
não sendo possível separar as partes inervadas pelas
diversas raízes. Contudo, no músculo reto do abdome,
a parte inervada por uma raiz é separada das inerva¬
das pelas raízes situadas abaixo ou acimapor pequenas
aponeuroses

50
Q

UNIDADE MOTORA E UNIDADE

SENSITIVA

A

Denomina-se unidade motora o conjunto consti¬
tuído por um neurônio motor com seu axônio e todas
as fibras musculares por ele inervadas. O termo aplica-
-se apenas aos neurônios motores somáticos, ou seja, à
inervação dos músculos estriados esqueléticos. As uni¬
dades motoras são as menores unidades funcionais do
sistema motor. Por ação do impulso nervoso’, todas as
fibras musculares da unidade motora se contraem aproximadamente ao mesmo tempo.
Quando, no início de uma “queda de braço”, au¬
mentamos progressivamente a força, fazemos agir um
número cada vez maior de unidades motoras do bíceps.
Entretanto, o aumento da força se deve também ao au¬
mento da frequência com que os neurônios motores
mandam impulsos às fibras musculares que eles inervam.Aproporção entre fibras nervosas e musculares nas
unidades motoras não é a mesma em todos os músculos.
Músculos de força como o bíceps, o tríceps ou o gastrocnêmio têm grande número de fibras musculares para
cada fibra nervosa (até 1.700 no gastrocnêmio). Já nos
músculos que realizam movimentos delicados, como na
mão, os interósseos e os lumbricais, esse número émuito
menor (96 por axônio, no primeiro lumbrical damão).
Por homologia com unidade motora, conceitua-se
tambémunidade sensitiva, que é o conjunto de umneurô¬
nio sensitivo comtodas as suas ramificações e seus receptores. Os receptores de uma unidade sensitiva são todos
de um só tipo mas, como há grande superposição de uni¬
dades sensitivas napele, diversas formas de sensibilidade
podem ser percebidas emuma mesma área cutânea.

51
Q

UNIDADE MOTORA E UNIDADE

SENSITIVA

A

Denomina-se unidade motora o conjunto consti¬
tuído por um neurônio motor com seu axônio e todas
as fibras musculares por ele inervadas. O termo aplica-
-se apenas aos neurônios motores somáticos, ou seja, à
inervação dos músculos estriados esqueléticos. As uni¬
dades motoras são as menores unidades funcionais do
sistema motor. Por ação do impulso nervoso’, todas as
fibras musculares da unidade motora se contraem aproximadamente ao mesmo tempo.
Quando, no início de uma “queda de braço”, au¬
mentamos progressivamente a força, fazemos agir um
número cada vez maior de unidades motoras do bíceps.
Entretanto, o aumento da força se deve também ao au¬
mento da frequência com que os neurônios motores
mandam impulsos às fibras musculares que eles inervam.Aproporção entre fibras nervosas e musculares nas
unidades motoras não é a mesma em todos os músculos.
Músculos de força como o bíceps, o tríceps ou o gastrocnêmio têm grande número de fibras musculares para
cada fibra nervosa (até 1.700 no gastrocnêmio). Já nos
músculos que realizam movimentos delicados, como na
mão, os interósseos e os lumbricais, esse número émuito
menor (96 por axônio, no primeiro lumbrical damão).
Por homologia com unidade motora, conceitua-se
tambémunidade sensitiva, que é o conjunto de umneurô¬
nio sensitivo comtodas as suas ramificações e seus receptores. Os receptores de uma unidade sensitiva são todos
de um só tipo mas, como há grande superposição de uni¬
dades sensitivas napele, diversas formas de sensibilidade
podem ser percebidas emuma mesma área cutânea.

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Q

UNIDADE MOTORA E UNIDADE

SENSITIVA

A

Denomina-se unidade motora o conjunto consti¬
tuído por um neurônio motor com seu axônio e todas
as fibras musculares por ele inervadas. O termo aplica-
-se apenas aos neurônios motores somáticos, ou seja, à
inervação dos músculos estriados esqueléticos. As uni¬
dades motoras são as menores unidades funcionais do
sistema motor. Por ação do impulso nervoso’, todas as
fibras musculares da unidade motora se contraem aproximadamente ao mesmo tempo.
Quando, no início de uma “queda de braço”, au¬
mentamos progressivamente a força, fazemos agir um
número cada vez maior de unidades motoras do bíceps.
Entretanto, o aumento da força se deve também ao au¬
mento da frequência com que os neurônios motores
mandam impulsos às fibras musculares que eles inervam.Aproporção entre fibras nervosas e musculares nas
unidades motoras não é a mesma em todos os músculos.
Músculos de força como o bíceps, o tríceps ou o gastrocnêmio têm grande número de fibras musculares para
cada fibra nervosa (até 1.700 no gastrocnêmio). Já nos
músculos que realizam movimentos delicados, como na
mão, os interósseos e os lumbricais, esse número émuito
menor (96 por axônio, no primeiro lumbrical damão).
Por homologia com unidade motora, conceitua-se
tambémunidade sensitiva, que é o conjunto de umneurô¬
nio sensitivo comtodas as suas ramificações e seus receptores. Os receptores de uma unidade sensitiva são todos
de um só tipo mas, como há grande superposição de uni¬
dades sensitivas napele, diversas formas de sensibilidade
podem ser percebidas emuma mesma área cutânea.

53
Q

ELETROMIOGRAFIA

A

O estudo da atividade elétrica dos músculos estria¬
dos esqueléticos durante a contração muscular se faz
pela eletromiografia. Para isso, colocam-se eletrodos
sobre a pele (no caso de músculos superficiais) ou, o
que é mais usual, inserem-se eletrodos sob a forma de
agulhas nos músculos a serem estudados. Desse modo,
pode-se registrar, em diversas situações fisiológicas, as
características dos potenciais elétricos que resultam da
atividade das unidades motoras do músculo em estu¬
do. O método permite avaliar o número de unidades
motoras sob controle voluntário existentes no múscu¬
lo, bem como o tamanho dessas unidades, visto que a
amplitude do potencial gerado em cada unidade é proporcional ao número de fibras musculares que ela con¬
tém. A eletromiografia é de grande valor no diagnóstico
diferencial das afecções que acometem as unidades
motoras, permitindo distinguir aquelas que afetam o
músculo (miopatias) daquelas que afetam nervos (neuropatias),raízes ou o neurônio motor.Em caso de lesão
de um nervo seguida de neurorrafia pode-se, por meio
de sucessivos exames eletromiográficos, acompanhar a
evolução do processo de reinervação de um músculo,
verificando-se o aumento do número de unidades mo¬
toras que reaparecem. Os anatomistas mais orientados
para estudos funcionais frequentemente usam a eletro¬
miografia em pesquisas, visando esclarecer o modo de
participação de músculos ou grupos musculares na exe¬
cução de movimentos.