4. Anatomia Macroscópica da Medula Espinhal e seus Envoltórios Flashcards

1
Q

o que significa medula? qual sua definição

A

o Medula significa miolo e indica o que está dentro.
o Assim, temos medula óssea dentro dos ossos; medula suprarrenal, dentro da glândula do mesmo nome, e medula espinhal, dentro do canal vertebral.
o A medula espinhal é uma massa cilindroide, de tecido nervoso, situada dentro do canal vertebral, sem entretanto ocupá-lo completamente.

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2
Q

Qual a medida da medula? Qual seu limite?

A

o No homem adulto, mede aproximadamente 45 centímetros, sendo um pouco menor na mulher.
o Cranialmente, a medula limita-se com o bulbo, aproximadamente ao nível do forame magno do osso occipital.
o O limite caudal da medula tem importância clínica e, no adulto, situa-se geralmente na 2a vértebra lombar (L2).
o A medula termina afilando-se para formar um cone, o cone medular, que continua com um delgado filamento meníngeo, o filamento terminal (Figura 4.1).

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3
Q

Qual a forma da medula? Quais suas características morfológicas e aspectos

A

A medula apresenta forma aproximadamente cilíndrica, sendo ligeiramente achatada no sentido antero posterior.
Seu calibre não é uniforme, pois apresenta duas dilatações denominadas intumescência cervical
e intumescência lombar, situadas nos níveis cervical e lombar, respectivamente. (que formam plexo lombossacral e braquial)

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4
Q

Quais as intumescências da medula? Qual sua função? Por que ela se forma?

A

Estas intumescências correspondem às áreas em que fazem conexão com a medula as grossas raízes nervosas que formam os plexos braquial e lombossacral, destinadas à inervação dos membros superiores e inferiores, respectivamente.
A formação destas intumescências se deve à maior | quantidade de neurônios e, portanto, de fibras nervosas | que entram ou saem destas áreas e que são necessárias | para a inervação dos membros.

Esta interpretação encontra apoio na anatomia comparada: o estudo de canais vertebrais de dinossauros mostrou que estes animais, dotados de membros anteriores diminutos e membros posteriores gigantescos, praticamente não possuíam intumescência cervical, enquanto a intumescência lombar rivalizava em tamanho com o próprio encéfalo.

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5
Q

Quais os sulcos longitudinais presentes na superfície da medula ?

A

A superfície da medula apresenta os seguintes sulcos longitudinais, que a percorrem em toda a extensão:
sulco mediano posterior; fissura mediana anterior; sulco lateral anterior e sulco lateral posterior.

Na medula cervical existe, ainda, o
sulco intermédio posterior, situado entre o mediano posterior e o lateral posterior, e que continua em um septo intermédio posterior no interior do funículo posterior.

Nos sulcos lateral anterior
e lateral posterior fazem conexão, respectivamente, as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais, que serão estudados mais adiante.

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6
Q

Onde se localiza a substância cinzenta na medula? Qual seu formato?
Quais as três colunas?

A

Na medula, a substância cinzenta localiza-se por
dentro da branca e apresenta a forma de uma borboleta ou de um H.

subs cinzenta - canal da medula
subs branca - fibras mielínicas

Nela distinguimos, de
cada lado, três colunas que aparecem nos cortes como cornos e que são as colunas anterior, posterior e lateral
(Figura 4.2).

A coluna lateral, entretanto, só aparece na medula torácica e parte da medula lombar.
No centro da substância cinzenta localiza-se o canal central da medula (ou canal do epêndima),resquício da luz do tubo neural do embrião.

entra pela POSTERIOR aferente DORSAL
sai pela ANTERIOR eferente VENTRAL

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7
Q

Qual a composição da substância branca?

Quais funículos agrupam as fibras?

A

A substância branca é formada por fibras, a maior parte delas mielínicas, que sobem e descem na medula e podem ser agrupadas de cada lado em três funículos ou cordões (Figuras 4.1e 4.2), a saber:
a) funículo anterior -situado entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior;
b) funículo lateral-situado entre os sulcos lateral
anterior e lateral posterior;
c) funículo posterior — entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior, este último ligado à substância cinzenta pelo septo mediano posterior. Na parte cervical da medula, o funículo posterior é dividido pelo sulco intermédio posterior em fascículo grácil e fascículo cuneiforme

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8
Q

Como as informações entram no encéfalo?

O que são os filamentos radiculares?

A

FILAMENTOS RADICULARES –> RAÍZES VENTRAL E DORSAL –> NERVOS ESPINHAIS –> GÂNGLIO ESPINHAL

A medula é o maior condutor de informações que sai e entra no encéfalo através dos nervos espinhais.

Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior, fazem conexão pequenos filamentos nervosos denominados filamentos radiculares, que se unem para formar, respectivamente, as raízes ventral e dorsal dos nervos espinhais.

As duas raízes, por sua vez, se unem para
formar os nervos espinhais, ocorrendo essa união em um ponto situado distalmente ao gânglio espinhal que existe na raiz dorsal (Figuras 4.3 e 10.7).
A conexão com os nervos espinhais marca a segmentação da medula que, entretanto, não é completa, uma vez que não existem septos ou sulcos transversais separando um segmento do outro.

Considera-se segmento medular de um determinado nervo a parte da medula onde fazem conexão os filamentos radiculares que
entram na composição deste nervo.

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9
Q

Quantos pares de nervos espinhais existem na medula? Qual sua divisão?

A
Existem 31 pares de nervos espinhais, aos quais correspondem 31 segmentos medulares assim distribuídos: 
8 12 5 5 1
oito cervicais,
12 torácicos, 
cinco lombares, 
cinco sacrais 
% geralmente, um coccígeo.

Existem oito pares de nervos cervicais, mas somente sete vértebras. O primeiro par cervical (Cl) emerge acima da Ia vértebra cervical,
portanto entre ela e o osso occipital.
Já o 8 par (C8)
emerge abaixo da 7a vértebra, o mesmo acontecendo com os nervos espinhais abaixo de C8, que emergem, de cada lado, sempre abaixo da vértebra correspondente

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10
Q

Como se dá a formação da medula? Por que ocorre a formação da cauda equina?

A

Até o quarto mês de vida
intrauterina, medula e coluna crescem no mesmo ritmo. Por isso, a medula ocupa todo o comprimento do canal vertebral, e os nervos, passando pelos respectivos forames intervertebrais, dispõem-se horizontalmente, formando com a medula um ângulo aproximadamente reto (Figura 4.5). Entretanto, a partir do quarto mês, a
coluna começa a crescer mais do que a medula, sobretudo em sua porção caudal. Como as raízes nervosas mantêm suas relações com os respectivos forames intervertebrais, há o alongamento das raízes e diminuição do ângulo que elas fazem com a medula. Estes fenômenos são mais pronunciados na parte caudal da medula,
levando à formação da cauda equina. O modelo esquemático da Figura 4.5 mostra como o fenômeno se dá.

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11
Q

Qual a importância do médico conhecer a correspondência entre
vértebra e medula? Por que ocorre essa diferença?

A

Ainda como consequência da diferença de ritmos de
crescimento entre coluna e medula, há um afastamento
dos segmentos medulares das vértebras correspondentes (Figura 4.4). Assim, no adulto, as vértebras Til e T12 não estão relacionadas com os segmentos medulares de mesmo nome, mas sim com segmentos lombares.
O fato é de grande importância clínica para diagnóstico, prognóstico e tratamento das lesões vértebro medulares.
Assim, uma lesão da vértebra T12 pode afetar a medula lombar. Já uma lesão da vértebra L3 irá afetar apenas as
raízes da cauda equina, sendo o prognóstico completamente diferente nos dois casos.

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12
Q

Qual a regra prática para estabelecer a correspondência entre vértebra e medula?

A

Para isso, existe a seguinte regra prática (Figura 4.4): entre os níveis das vértebras C2 e TIO, adiciona-se 2 ao número do processo espinhoso
da vértebra e tem-se o número do segmento medular subjacente. Assim, o processo espinhoso da vértebra C6
está sobre o segmento medular C8; o da vértebra TIO sobre o segmento T12. Aos processos espinhosos das vértebras Til e T12 correspondem os cinco segmentos lombares, enquanto ao processo espinhoso de LI correspondem os cinco segmentos sacrais. Esta regra não é muito exata, sobretudo nas vértebras logo abaixo de C2,
mas na prática ela funciona bastante bem.

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13
Q

Qual a regra prática para estabelecer a correspondência entre vértebra e medula?

A

Para isso, existe a seguinte regra prática (Figura 4.4): entre os níveis das vértebras C2 e TIO, adiciona-se 2 ao número do processo espinhoso
da vértebra e tem-se o número do segmento medular subjacente. Assim, o processo espinhoso da vértebra C6
está sobre o segmento medular C8; o da vértebra TIO sobre o segmento T12. Aos processos espinhosos das vértebras Til e T12 correspondem os cinco segmentos lombares, enquanto ao processo espinhoso de LI correspondem os cinco segmentos sacrais. Esta regra não é muito exata, sobretudo nas vértebras logo abaixo de C2,
mas na prática ela funciona bastante bem.

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14
Q

Quais os envoltórios da medula? Quais suas classificações

A

Como todo o sistema nervoso central, a medula é envolvida por membranas fibrosas denominadas meninges, que são: dura-máter; pia-máter e aracnoide.

A dura-máter é a mais espessa, razão pela qual é também chamada paquimeninge.

As outras duas constituem a leptomeninge.

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15
Q

Quais as características da dura mater?

A

A meninge mais externa é a dura-máter, formada
por abundantes fibras colágenas que a tornam espessa e resistente.

A dura-máter espinhal envolve toda a medula, como se fosse um dedo de luva, o saco dural. Cranialmente, a dura-máter espinhal continua
com a dura-máter craniana, caudalmente termina em um fundo-de-saco no nível da vértebra S2.

Prolongamentos laterais da dura-máter embainham as raízes
dos nervos espinhais, continuando com o tecido conjuntivo (epineuro) que envolve estes nervos (Figura 4.3).

Os orifícios necessários à passagem de raízes ficam então obliterados, não permitindo a saída de
liquor

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16
Q

Quais as características da aracnoide?

A

A aracnoide espinhal se dispõe entre a dura-máter e a pia-máter (Figura 4.3). Compreende um folheto justaposto à dura-máter e um emaranhado de trabéculas, as trabéculas aracnóideas, que unem este folheto à pia-máter.

17
Q

Quais as características da pia-máter?

A

A pia-máter é a meninge mais delicada e mais interna. Ela adere infimamente ao tecido nervoso da superfície da medula e penetra na fissura mediana anterior. Quando a medula termina no cone medular, a pia-máter continua caudalmente, formando um filamento Esbranquiçado denominado filamento terminal.

Este filamento perfura o fundo-do-saco durai e continua caudalmente até o hiato sacral. Ao atravessar o saco dural, o filamento terminal recebe vários prolongamentos da dura-máter e o conjunto passa a ser denominado filamento da dura-máter espinhal (Figura 4.1). Este, ao inserir-se no periósteo da superfície dorsal do cóccix, constitui o ligamento coccígeo.

A pia-máter forma, de cada lado da medula, uma
prega longitudinal denominada ligamento denticulado, que se dispõe em um plano frontal ao longo de toda
a extensão da medula (Figuras 4.1 e 4.3). A margem medial de cada ligamento continua com a pia-máter da face lateral da medula ao longo de uma linha contínua que se dispõe entre as raízes dorsais e ventrais.

A margem lateral apresenta cerca de 21 processos triangulares, que se inserem firmemente na aracnoide e na dura-máter em pontos que se alternam com a
emergência dos nervos espinhais (Figura 4.3). Os dois ligamentos denticulados são elementos de fixação da
medula e importantes pontos de referência em certas cirurgias deste órgão

18
Q

Quais as meninges que envolvem a medula?

A

Em relação às meninges que envolvem a medula,
existem três cavidades ou espaços: epidural, subdural
e subaracnóideo (Figura 4.3).
O espaço epidural, ou
extradural, situa-se entre a dura-máter e o periósteo do canal vertebral. Contém tecido adiposo e um grande número de veias que constituem o plexo venoso vertebral
interno (Figura 4.3).

O espaço subdural, situado entre a dura-máter e a aracnoide, é uma fenda estreita contendo pequena quantidade de líquido, suficiente apenas
para evitar a aderência das paredes.

O espaço subaracnóideo é o mais importante e contém uma quantidade
razoavelmente grande de líquido cerebro espinhal ou
liquor.

19
Q

Qual a relação da anatomia do plexo venoso vertebral interno e infecções e metástases cancerosas?

A

As veias deste plexo são desprovidas de válvulas e têm comunicações com as veias das cavidades torácida, abdominal e pélvica.
Aumentos de pressão nestas cavidades, provocados, por exemplo, pela tosse, impelem o sangue no sentido do plexo vertebral.
Essa inversão do fluxo venoso explica a disseminação, para a coluna vertebral ou para a medula, de infecções e metástases cancerosas a partir de processos localizados primitivamente nas cavidades torácica, abdominal e pélvica.

Esse mecanismo é responsável pela ocorrência de lesões neurológicas causadas pela disseminação de ocos do Schistossoma mansoni, principalmente na medula espinhal, mas também em outras áreas do SNC. Lesões mais graves ocorrem quando o próprio verme migra para
o SNC e põe um grande número de ovos em um só lugar

20
Q

Quais as características do espaço subaracnóideo que facilitam sua exploração clínica?

A

O espaço subaracnóideo no nível da medula apresenta certas particularidades anatômicas da dura-máter
e da aracnoide na região lombar da coluna vertebral,
as quais facilitam sua exploração clínica.

Sabe-se que o saco dural e a aracnoide que o companha terminam em S2, ao passo que a medula termina mais acima, em L2. Entre estes dois níveis, o espaço subaracnóideo é maior, contém maior quantidade de liquor e nele se encontram apenas o filamento terminal e as raízes que formam a cauda equina (Figura 4.1). Não havendo perigo de lesão da medula, esta área é ideal para a introdução de uma agulha no espaço subaracnóideo (Figura
4.6), o que é feito com as seguintes finalidades:

21
Q

Quais as finalidades da introdução de agulha no espaço subaracnóideo?

A

a) retirada de liquor para fins terapêuticos ou de
diagnóstico nas punções lombares (ou raquidianas);
b) medida da pressão do liquor;
c) introdução de substâncias que aumentam o
contraste em exames de imagem, visando o
diagnóstico de processos patológicos da medulana técnica denominada mielografia;
d) introdução de anestésicos nas chamadas anestesias raquidianas, como será visto no próximo
item;
e) administração de medicamentos.

22
Q

Generalidades da anestesia nos espaços menígeos.

A

A introdução de anestésicos nos espaços meníngeos da medula, de modo a bloquear as raízes nervosas que os atravessam, constitui procedimento de rotina
na prática médica, sobretudo em cirurgias das extremidades inferiores, do períneo, da cavidade pélvica e
em algumas cirurgias abdominais. Em geral são feitas anestesias raquidianas e anestesias epidurais ou peridurais

23
Q

Quais as características das anestesias raquidianas?

A

Nesse tipo de anestesia, o anestésico é introduzido
no espaço subaracnóideo por meio de uma agulha que penetra no espaço entre as vértebras L2-L3,L3-L4 (Figura 4.6) ou L4-L5. Em seu trajeto, a agulha perfura sucessivamente a pele e a tela subcutânea, o ligamento interespinhoso, o ligamento amarelo, a dura-máter e a aracnoide (Figura 4.3). Certifica-se que a agulha atingiu o espaço subaracnóideo pela presença do liquor que goteja de sua extremidade

24
Q

Quais as características das anestesias epidurais (ou peridurais)?

A

São feitas geralmente na região lombar, introduzindo-se o anestésico no espaço epidural, onde ele se
difunde e atinge os forames intervertebrais, pelos quais passam as raízes dos nervos espinhais. Confirma-se que a ponta da agulha atingiu o espaço epidural quando se observa súbita baixa de resistência, indicando que ela
acabou de perfurar o ligamento amarelo. Essas anestesias não apresentam alguns dos inconvenientes das
anestesias raquidianas, como o aparecimento frequente de dores de cabeça, que resultam da perfuração da
dura-máter e de vazamento de liquor. Entretanto, elas
exigem habilidade técnica muito maior e hoje são usadas quase somente em partos.

25
Q

Espaço epidural (extradural)
Localização ?
Conteúdo?

A

entre a dura-máter e o periósteo do canal vertebral

Tecido adiposo e plexo venoso vertebral interno

26
Q

Espaço subdural
Localização ?
Conteúdo?

A

espaço virtual entre a dura-máter e a aracnoide

pequena quantidade de líquido cefalorraquidiano

27
Q

Espaço subaracnóideo
Localização ?
Conteúdo?

A

entre a aracnoide e a pia mater

LCR (MUITO)