Trauma Raquimedular Flashcards

1
Q

Até que nível vertebral a medula se estende?

A

L2. Em seguida há o cone medular e a cauda equina

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2
Q

Raízes cervicais saem acima da vértebra correspondente. E as torácicas e lombaares?

A

As raízes torácicas e lombares saem abaixo das vértebras correspondentes

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3
Q

O que é o cone medular?

A
  • Terminação caudal da medula espinhal

- Contém os mielômeros (esclerótimo+dermátomo+miótomo) sacrais e coccígeo.

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4
Q

O que é a cauda equina?

A

Raízes motoras e sensoriais dos mielômeros lombossacrais (formam plexo lombossacro). São menos prováveis de sofrer lesão por terem mais espaço dentro do canal

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5
Q

Quais as principais etiologias do TRM?

A
  • Acidente automobilístico (>50%)
  • PAF
  • Mergulho em água rasa: estresse em hiperflexão cervical
  • Queda da própria altura
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6
Q

Epidemiologia do TRM

A
  • 80% tem lesões multissistêmicas: politraumatizados
  • 41% tem TCE
  • 17% morrem durante a hospitalização inicial
  • Idade média: 25-29 anos
  • Sexo masculino
  • Cervical > lombar > torácica
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7
Q

Ausência de anormalidades radiológicas em traumas de crianças exclui TRM?

A

Não, devido a alta complacência do esqueleto jovem. Se demonstrarem alterações neurológicas no exame físico devem ser tratados como TRM

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8
Q

Quais são as lesões medulares primárias?

A
  • Concussão ou neuropraxia: ruptura fisiológica sem alterações anatômicas. Posterior recuperação
  • Contusão: hemorragia e inflamação dos tecidos, potencialmente reversível. Se nada for feito, pode evoluir para lesão secundária.
  • Laceração (neurotimese): quebra da continuidade dos elementos estruturais medulares.
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9
Q

De que tipos podem ser as lesões primárias? importante

A
  • Completa: ausência de função motora ou sensitiva caudal ao nível da lesão após o retorno do reflexo bulbocavernoso
  • Incompleta: persiste alguma função neurológica caudal ao nível da lesão após o retorno do reflexo bulbocavernoso
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10
Q

O que é o choque medular?

A

A medula para de responder temporariamente após um trauma de grande energia, sem lesão anatômica por cerca de 24-48h. Isso se chama choque medular. Ele mascara o exame físico neurológico.

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11
Q

O que é o reflexo bulbocavernoso?

A

É o primeiro reflexo que retorna quando a medula sai do choque medular. Se ele estiver presente, indica que a medula saiu do choque ou está se recuperando.
- Apertar glande/clitóris e observar se há contração do esfíncter anal (raízes S2, S3 e S4). A medula dificilmente é lesionada nesse nível.

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12
Q

O que é a tríade sacral?

A

Corresponde a:
- Sensibilidade perianal
- Função motora retal (contração do esfíncter anal)
- Flexão do primeiro pododáctilo
Avalia os últimos níveis neurológicos da medula. Deve ser testada até ter certeza que o paciente saiu do choque medular.

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13
Q

O que a preservação sacral denota?

A

A presença da tríade sacral total ou parcial indica haver comunicação entre a medula e o córtex cerebral.
Os testes da tríade sacral diferenciam lesão medular completa ou incompleta. Se não houver preservação sacral após certeza de que o pct saiu do choque medular, a lesão é completa.

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14
Q

Quais são as lesões medulares secundárias?

A

Evolução de lesões primárias que não foram tratadas, cursando com lesões estruturais anatômicas.

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15
Q

Nível neurológico x nível sensorial x nível motor

A
  • Nível neurológico: segmento medular mais caudal com função sensorial e motora normal
  • Nível sensorial: segmento mais caudal com função sensorial normal
  • Nível motor: segmento mais caudal com função motora normal
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16
Q

Como é feita a avaliação inicial do TRM?

A
  • Colar cervical (philadelphia)
  • RX de coluna cervical
  • Mobilização em bloco
  • Exame neurológico: motricidade (força), sensibilidade, reflexos (bulbocavernoso!), escala de Frankel
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17
Q

Como é a escala de Frankel, que estratifica a gravidade da lesão? IMPORTANTE

A
  • A: ausência de motricidade e sensibilidade, provável lesão completa
  • B: sensibilidade presente, motricidade ausente
  • C: sensibilidade presente, força < 3
  • D: sensibilidade presente, força > 3
  • E: sensibilidade e motricidade normais
18
Q

Pontos de referência dos principais dermátomos

SABER!

A
  • Mamilos: T4
  • Apêndice xifoide: T7
  • Umbigo: T10
  • Inguinal: T12
  • Deltoide lateral: C5
  • Colo: C4
  • Região hipotenar: C8 (nervo ulnar)
19
Q

é essencial fazer os testes neurológicos de cada raiz principal para identificar o nível da lesão. Que são:

A
  • C5: região lateral do braço, abdução e flexão do cotovelo, reflexo biciptal
  • C6: lateral do antebraço, polegar e indicador; extensão do punho; reflexo estilo-radial
  • C7: dedo médio; flexão do punho e extensão dos dedos; reflexo triciptal
  • C8/T1: região medial do cotovelo; abdução e adução dos dedos
  • L2: flexores do quadril
  • L3: extensão do joelho
  • L4: inversão do pé; maléolo interno; reflexo patelar
  • L5: extensão do hálux; dorso do pé
  • S1: eversão do pé; maléolo lateral; reflexo aquileu
20
Q

Quais são as vias descendentes da medula?

A
  • Vias piramidais: trato corticoespinhal anterior e corticoespinhal lateral. Motricidade voluntária.
  • Vias extrapiramidais: tratos tecto-espinhal, vestíbulo-espinhal, rubro-espinhal e retículo-espinhal.
21
Q

Quais são as vias ascendentes do funículo posterior?

A
  • Fascículo grácil e cuneiforme: propriocepção, tato epicrítico, sensibilidade vibratória, estereognesia
22
Q

Quais são as vias ascendentes do funículo anterior?

A
  • Trato espinotalâmico anterior: tato protopático e pressão
23
Q

Quais são as vias ascendentes do funículo lateral?

A
  • Trato espinotalâmico lateral: temperatura e dor
  • Trato espinocerebelar posterior: propriocepção inconsciente
  • Trato espinocerebelar anterior: propriocepção inconsciente e controle da motricidade somática
24
Q

No que consiste a síndrome medular anterior?

A
  • Trato córtico-espinhal: perda motora bilateral

- Trato espino-talâmico lateral: perda de dor e temperatura bilateral.

25
Q

No que consiste a síndrome de Brown-Sequard (hemissecção medular)?

A
  • Trato corticoespinhal: Perda motora ipsilateral.
  • Trato espinotalâmico lateral: Perda de dor e temperatura contralateral.
  • Funículo posterior: Perda da propriocepção e sensibilidade especial ipsilateral.
26
Q

No que consiste a síndrome medular posterior?

A
  • Fascículo grácil e cuneiforme: perda da propriocepção, vibração e tato epicrítico.
27
Q

No que consiste a síndrome medular central?

A
  • Perda na motilidade MMSS (fascículos mais centrais) > MMII

- Mecanismo de hiperextensão

28
Q

Qual o tratamento farmacológico no TRM e qual seu objetivo?

A
  • Pulsoterapia com metilprednisolona: 3h após o trauma 30mg/kg (bolus) + 24h de 5,4mg/kg/h;
    3-8h após o trauma: 30mg/kg (bolus) + 48h de 5,4mg/kg/h;
    Após 8h do trauma, não há benefícios no uso da metilprednisolona
  • Evita que a lesão progrida de primária para secundária por inflamação, edema etc
29
Q

Quais as contraindicações para corticoide no TRM? IMPORTANTE

A
  • Ausência de déficit neurológico
  • Mais de 8h do trauma
  • Lesões abertas (PAF/arma branca)
  • < 14 anos: esqueleto imaturo
  • Gestantes
  • Imunossuprimidos
30
Q

Quais os tipos de fraturas da coluna vertebral?

A
  • Coluna estável: sem potencial de causar dano neurológico. ttmto pode ser conservador
  • Coluna instável: risco de dano neural. estabilizar com cirurgia
31
Q

Quais são as colunas de Dennis?

A
  • Coluna anterior: metade anterior do corpo vertebral e ligamento longitudinal anterior.
  • Coluna média: metade posterior do corpo vertebral e ligamento longitudinal posterior.
  • Coluna posterior: pedículos, lâminas, processo espinhoso e complexo ligamentar interespinhoso.
32
Q

Quais são os critérios da coluna instável? IMPORTANTE

A
  • Lesão posterior ligamentar ou óssea: contém as raízes nervosas!
  • Lesão anterior
  • Acometimento de colunas de Dennis
  • Presença de cifose toracolombar > 20 graus
  • Angulação cervical > 11 graus
  • Angulação torácica > 5 graus
  • Angulação lombar > 22 graus
  • Translação > 3,5mm na cervical; > 2,5mm na torácica; > 4,5mm na lombar.
  • Canal medular ocupado > 50%
  • Depressão (achatamento) do corpo vertebral > 50%
  • Lesão neurológica (radicular/medular/cauda equina)
  • Lesão de articulação costocondral associada
33
Q

Em que região são as fraturas da coluna cervical alta?

A
  • Atlanto-axial (C1 e C2)
  • Occipital
    Perto do centro respiratório, potencialmente fatais
34
Q

Quais são as fraturas clássicas da coluna cervical alta?

A
  • Fratura de Jefferson (atlas): fratura do anel em 4 pontos, decorrente de trauma axial. Fazer radiografia transoral
  • Fratura do processo odontoide do axis: classificação de Anderson: fratura da ponta (pode ser estável, não precisa fixar), fratura do colo (mais prevalente), fratura de base (melhor tratamento). 25% lesão medular
35
Q

Quais são as fraturas da coluna cervical baixa (subaxial - C3-C7)?

A
  • Fratura do enforcado (hangman): listese traumática. Deslocamento posterior de C3 em relação a C2.
  • Fratura em explosão: corpo vertebral fica cominuto
  • Fratura de faceta
  • Fratura em cunha
  • Fratura de processos: espinhoso, transverso
36
Q

Considerações sobre hérnia discal traumática

A
  • Lesão medular por acometimento de partes moles (disco/ligamentos)
  • Suspeitar em caso de exame neurológico altrerado mas TC/RX normal
  • Indicação formal para RNM T2
37
Q

Qual é a séria trauma cervical?

A
  • RX AP de pescoço
  • RX perfil
  • RX transoral
    Precisa visualizar T1! –> tração dos ombros, incidência do nadador.
38
Q

Como são as fraturas da coluna toracolombar? (faixa etária, tratamento)

A
  • Mais raras
  • Costumam ser estáveis
  • Ttmto pode ser conservador
  • Jovens: alta energia
  • Idosos: baixa energia
39
Q

Quais os tipos de fratura da coluna toracolombar?

A
  • Compressão
  • Explosão
  • Lesão posterior óssea
  • Fratura de Chance
40
Q

Qual a conduta diante de uma fratura toracolombar tipo explosão?

A
  • Avaliar muro posterior (parte posterior do corpo vertebral)
  • Fazer imagem com corte axial, pelo risco de obliteração do canal medular
  • Canal medular > 50% ocupado: estabilização cirúrgica emergencial para descompressão medular
41
Q

Como é a fratura de Chance (lesão posterior ligamentar)?

A
  • Estresse em hiperflexão da coluna toracolombar (acidente com cinto de segurança de 1 tirante)
  • Energia se dissipa causando distração ligamentar (chance ligamentar ou de partes moles)
  • Se o traço da fratura passar pelo osso, é Chance ósseo
  • Fazer avaliação neurológica!
  • TC e RX normais, solicitar RNM!!