MMII criança Flashcards
O que é a sinovite transitória do quadril?
sinovite reacional que acomete crianças entre 3 e 6 anos relacionada a infecções de vias aéreas superiores (patognomônico). Não há espessamento sinovial e não são encontradas muitas alterações em exames de imagem
Qual o quadro clínico da sinovite transitória do quadril?
- História de infecção de VAS
- Início agudo
- Claudicação
- Limitação da rotação interna (liquido se acumula no acetábulo de forma que dificulta a rotação interna)
- Atitude de rotação externa
Qual o diagnóstico diferencial da sinovite transitória do quadril?
Artrite séptica do quadril. porém, não há febre e bloqueio articular, hemograma sem sinais de infecção
Qual o tratamento da sinovite transitória do quadril?
Repouso e sintomáticos
O que é epifisiólise?
Escorregamento da epífise proximal do fêmur, com acometimento da camada hipertrófica da placa fisária.
- adolescentes, meninos, negros
Qual a classificação temporal da epifisiólise?
- Aguda: < 3 semanas (trauma)
- Crônica: > 3 semanas (quadro arrastado, queixa de claudicação)
Qual o quadro clínico da epifisiólise?
- marcha com rotação externa
- sinal de drenam: PATOGNOMÔNICO. na flexão passiva do quadril do pct, a partir de certo ponto ocorrerá abdução e rotação externa do quadril
Como é o diagnóstico radiográfico da epifisiólise?
- RX AP do quadril
- Linha de Klein: ao traçar uma linha na articulação do quadril passando pelo colo do fêmur, ela tangencia e não corta a cabeça do fêmur.
- RX simples de pelve AP em posição de batráquio: deslizamento parcial inferior da cabeça do fêmur, reabsorção óssea, rarefação metafisária
Qual o tratamento para epifisiólise?
CIRURGIA!
- Epifisiodese: interrupção do deslizamento da epífise femoral. É colocado um parafuso perpendicular à cabeça do fêmur onde ela se encontra, impedindo que continue deslizando. manter por 6-8 semanas, o tempo que leva para estabilizar a epífise
Quais as possíveis complicações da cirurgia da epifisiólise?
- Necrose da cabeça do fêmur
- Condrólise
O risco é o parafuso lesar os vasos circunflexos femorais. Ou o parafuso pode lesar a cartilagem do acetábulo
O que é legg-perthes?
Necrose avascular da cabeça do fêmur da criança, de etiologia idiopática.
- Meninos brancos
- 2-12 anos
- < 6 anos é mais grave
Como é o quadro clínico da necrose avascular da cabeça do fêmur?
- Claudicação
- Dor do quadril que irradia para o joelho
- 20% bilateral
- Autolimitada
Quais as fases da necrose avascular da cabeça do fêmur?
- Necrose
- Fragmentação e revascularização
- Reossificação
- Remodelamento
essas fases ocorrem simultaneamente em várias partes da cabeça do fêmur
Como é feito o diagnóstico radiográfico da necrose avascular da cabeça do fêmur?
- RX de quadril
- Sinal do crescente: linha radiotransparente, indicando fragmentação e revascularização da área
- Colapso da cabeça do fêmur, áreas achatadas, áreas mais opacas (reossificação), áreas fragmentadas
- O pct precisas ser observado pelo risco de evoluir com incongruência articular permanente
Como é o tratamento da necrose avascular da cabeça do fêmur?
O objetivo é manter a cabeça do fêmur estável no acetábulo e esférica
- Conservador: órtese em abdução (modifica o local em que a cabeça do fêmur recebe carga, facilitando a resolução e evitando o colapso) ou tração
- Cirúrgico: osteotomia, que trata as sequelas (colapso)
O que é a displasia do desenvolvimento do quadril?
Luxação do fêmur do acetábulo, geralmente detectada ao nascer. Mais comum em meninas e do lado esquerdo.
Quais os fatores de risco para DDQ?
- Apresentação pélvica
- Oligodrâmnio
- Gemelaridade
Quais são as apresentações da DDQ?
- Displasia: anormalidade de tamanho, morfologia, orientação anatômica ou organização da cabeça do fêmur e/ou acetábulo
- Subluxação
- Luxação
Quais os tipos de DDQ?
- Típica
- Teratológica (artrogripose, mielomeningocele)
Quais condições congênitas estão associadas com a DDQ?
- Torcicolo congênito
- Pé torto
Como é observada a DDQ na clínica?
- Assimetria de pregas glúteas
- Telescopagem: ao tracionar o membro inferior da criança, é como se ele estivesse solto
- Sinal de Galeazzi: criança em decúbito dorsal, com quadril e joelho fletidos, pés no chão, observamos que um joelho fica mais baixo (o luxado) que o outro
- Manobra de Barlow e Ortolani
Como é a manobra de Ortolani?
Testa um quadril luxado - tentativa de redução
- Flexão e abdução do quadril
Como é a manobra de Barlow?
Testa um quadril luxável - tentativa de tirar o fêmur do acetábulo
- Flexão pouco acentuada e adução
Como é o diagnóstico por imagem da DDQ?
- Radiografia (7-9 meses): ao traçar 4 quadrantes (quadrantes de Ombredane) com uma linha vertical que passa pelo bordo externo do acetábulo (linha de Perkins) e uma horizontal que passa pelo centro de cartilagem trirradiada (linha de Hilgenreiner), o quadril normal deve estar no quadrante ínfero-medial
- USG: fecha o diagnóstico
Qual o tratamento da DDQ para crianças até 18 meses?
- Tirante de Pavlik (até 6 meses): mantem bb em flexão e abdução do quadril. Após 6 meses, deve ser utilizado gesso.
- Redução incruenta: por volta de 1 ano
- Tenotomia adutora
Qual o tratamento da DDQ para crianças após 18 meses?
Cirúrgico
- Redução cruenta: tenotomia dos adutores
- Osteotomias pélvicas
O que é a anteversão femoral?
Alteração rotacional dos MMII, onde estes ficam rotados medialmente. A cabeça femoral encontra-se mais anteriorizada.
Qual a etiologia e quando é feito o diagnóstico de anteversão femoral
- Associada a uma frouxidão ligamentar - crianças que sentam na posição em W
- Diagnóstico após os 2 anos, as crianças ao nascer naturalmente possuem uma maior anteversão, que vai sendo corrigida ao longo do tempo
Como é a clínica de quem tem anteversão femoral?
- Marcha desajeitada
- MMII rotados medialmente
- História de sentar em w da infância
- Pct em decúbito ventral, com quadris estendidos, é observada a rotação
- Torção tibial externa compensatória
Como é o tratamento para anteversão femoral?
- Em 80% dos casos há correção espontânea até os 8 anos.
- Desde cedo, estimular criança a sentar de pernas cruzadas
- Se o ângulo de anteversão for > 50 graus após 8 anos, com rotação externa nula, pode ser feita correção cirúrgica (osteotomia)
Considerações sobre genuvaro infantil
- Toda criança até 18 meses possui genuvaro fisiológico
- Crianças com peso elevado e que começaram a andar precocemente desenvolvem doença de Blout: tíbia recebe uma grande sobrecarga em sua fise medial, podendo causar morte das células epifisárias, comprometendo seu crecimento (tíbia vara)
Quais os fatores associados a doença de Blout (tíbia vara)? Formas?
- Raça negra
- Sobrepeso
- Início precoce da marcha
- Forma infantil: até 4 anos
- Forma juvenil: 4-10 anos
- Forma do adolescente: a partir dos 10 anos
- Assintomático
Como é o diagnóstico por imagem da doença de Blout?
- RX do joelho em AP e perfil acima de 3 anos
- é traçada uma linha pelo eixo da tíbia e outra perpendicular a este. Depois, traçar uma linha oblíqua passando pela fise, que gera um ângulo metafísio-diafisário (MD). Se for > 16 graus, é Blout
Como é o tratamento da doença de Blout?
- Órtese corretiva
- Cirurgia
Considerações sobre o genovalgo?
É fisiológico que crianças dos 18 meses até 6-7 anos apresentem genovalgo. Depois costuma normalizar
Quando o genovalgo infantil é considerado patológico?
- História familiar
- Baixa estatura para idade
- Raquitismo
- Fratura da metáfises proximal
- Displasia metafisária
O que é importante ver no exame físico do genovalgo infantil?
Distância intermaleolar
Acima dos 3 anos, é fisiológico até 8cm
É patológico se DIM > 7,5 a 10 cm aos 10 anos
Como é o tratamento do genovalgo patológico na criança/adolescente?
- Hemiepifisiodese (bloqueio da fise)
DIM > 12,5 ou pct acima de 13 anos, é feito grampeamento fisário no fêmur e na tíbia
O que é a doença de Osgood-Schlatter?
Ocorre por uma tração excessiva do tendão patelar sobre uma inserção epifisária imatura, causando fraturas microlaceradas (tendão “puxa” o centro de ossificação).
- Ocorre dos 9 aos 14 anos em meninos e 8 aos 12 em meninas
- Em geral, unilateral
- Mais comum em meninos
- Associada a exercício físico
Como é o quadro clínico da doença de Osgood-Schlatter?
- Dor da região anterior do joelho, na tuberosidade da tíbia, sem história de trauma
- Edema local
- Ossificação na região de cartilagem tibial, formando um osso com forma de língua
Como é o diagnóstico por imagem da doença de Osgood-Schlatter?
- RX em AP e perfil do joelho
Um osso em forma de língua na região tibial é patognomônico, se associado a dor na tuverosidade da tíbia e atividade física fecha o diagnóstico de certeza.
Como é o ttmto da doença de Osgood-Schlatter?
SEMPRE CONSERVADOR
- AINEs
- Restrição da atividade física
- Imobilização com talas em casos de muita dor
O que é o pé plano?
- Pés com arcos plantares acentuadamente baixos ou ausentes quando submetidos a carga
- Toda criança apresenta um pé plano valgo flexível até os 3 anos. A formação do arco ocorre entre 5 e 6 anos devido a diminuição da elasticidade ligamentar e maturação do esqueleto
- Patológico: pé plano congênito
Quais as características clínicas do pé plano?
- Eversão excessiva do complexo subtalar
- Talus em flexão plantar e desviado medialmente
- posição em valgo do calcanhar
- antepé abduzido e supinado
- Navicular abduzido e dorsofletido em relação ao talus
- Encurtamento da coluna lateral
- Se for fisiológico, desaparece quando fica na ponta dos pés
O que é o teste de Jack?
Com o pé no chão, é feita uma extensão passiva do hálux, puxando-o para cima e para trás. Se o pé plano for flexível, o arco irá se formar. Se patológico, não aparece
Como é o pé plano congênito?
- Pé talo vertical ou pé em mata-borrão
- Contratura do tendão de Aquiles, fibulares e anteriores do tornozelo
- Associado a genocurvato, luxação de quadril e agenesia vertebral
Como é o pé plano desenvolvimental?
- Ocorre na pré-adolescência
- Causa dor incapacitante, limitação da inversão, espasmo dos eversores (dor ao ficar na ponta do pé)
- Cuasado por barras ósseas de fusão calcaneonaviculares e subtalares
- RX/TC pra diagnóstico
Uma terceira classificação para pé torto congênito é por desequilíbrio muscular. que doenças podem causar?
Paralisia cerebral, poliomielite, TRM, lesão de nervos periféricos
Qual o tratamento conservador do pé plano?
Observação, pq no pé plano flexível costuma formar o arco espontaneamente
Como é o tratamento cirúrgico do pé plano?
- No congênito, ou seja, mata-borrão, é sempre cirúrgico.
- Pés dolorosos, com falha no tratamento conservador e após 10 anos
- Artrodese (barras talocalcâneas)
- Ressecção de barra
- osteotomia do calcâneo
O que é o pé torto congênito?
Deslocamento plantar medial intra-uterino das articulações talocalcaneonavicular e calcâneocuboide, com contratura de partes moles.
- Mais comum em meninas
- 50% bilateral
- Idiopático
Como é o quadro clínico do pé torto congênito?
- Ponta e porção mediana do pé invertida
- Borda lateral do pé convexa
- Borda medial do pé côncava
- Musc tibial anterior e posterior ativos e contraídos (mantém o pé em varo)
- Tríceps sural contraído (mantém o pé equino)
- Musc fibulares fracos e alongados
- Extensores dos dedos normais
- Ponta do pé não faz abdução nem eversão
- Articulação do tornozelo não faz dorsiflexão para posição neutra
- Avaliar presença de alterações vasculares
Como fazer a avaliação radiológica do pé torto
- RX em AP e perfil
Traçar linha em eixo talocalcâneo, medir ângulo talocalcâneo
Quais as metas no tratamento do pé torto congênito?
- Conseguir alinhamento anterior normal
- Estabelecer equilíbrio muscular
- Fornecer pé móvel
Encaminhar pro ortop. o mais rápido possível!!
Como é o tratamento conservador do pé torto congênito?
- Manipulação seriada dos pés: forçar/alongar o pé um pouco a cada semana, ganhando aos poucos a posição correta
- Aparelhos gessados (método ded Ponseti)
- Corrige primeiro o pé em varo e dps o pé equino
Se não houver resolução com o tratamento conservador, qual a conduta do pé torto?
- Redução aberta
Quais as complicações do ttmto do pé torto?
- Recidiva: fibrose, desequilíbrio dinâmico da musculatura
- Rotação interna
- Desequilíbrio dinâmico da musculatura
Quais as associações que podem estar presentes com o pé torto?
- Espinha bífida
- Displasia de Streeter (banda amniótica de constricção congênita)