Trauma Flashcards
Como se dá a distribuição trimodal de mortes no trauma?
- segundos a minutos (50%): não tem o que fazer, causa é apneia (TCE/TRM), lesão cardíaca de aorta
- minutos até 24h (30%): tem potencial de cura. Traumas que se bem conduzidos podem salvar o doente. ATLS
- > 24h (20%): complicações da internação como sepse, TEP, disfunção orgânica
Como se dá a triagem de acordo com a quantidade de vítimas?
- capacidade de atender todas as vítimas: atende mais graves primeiro
- incapacidade de atender todas as vítimas: atende quem tem mais chance de sobreviver primeiro
Quais são os índices de trauma existentes?
- trauma score revisado (RTS)
- índice de severidade da injúria (ISS)
- TRIS
O que RTS avalia?
- avalia PA, FR, ECG
- mortalidade precoce
O que o ISS avalia?
- avalia AIS: escore anatômico de gravidade das lesões
- leva em conta dados de exame físico, radiologia, cirurgia e autópsia
- avalia mortalidade tardia
O que o TRIS avalia?
- RTS + ISS + idade ≤ 54 anos + mecanismo do trauma
- usado pelo colégio americano de cirurgiões
Como fazer o atendimento inicial?
- 1ºpasso: garantir a segurança da cena
- 2ºpasso: fazer ABCDE
O que avaliar no A? O que fazer?
Coluna cervical:
- estabilização com colar, prancha rígida , coxins laterais
Perviedade de via aérea:
- fonação: se preservada mostra perviedade
- pérvea: oferecer O2 10-12L/min
- impérvea: afastar corpo estranho e pensar em via artificial
Quais as indicações de via aérea artificial?
- apneia
- proteção contra aspiração
- incapaz de manter oxigenação
- TCE grave: ECG ≤ 8
Quais os tipos de via aérea artificial?
- definitiva: protege via aérea, possui balonete inflado dentro da traquei
- temporária: não protege via aérea
Quais os tipos de via aérea definitiva? Como fazer IOT? Como confirmar o sucesso? O que fazer se não melhora ou piora?
- IOT, INT, TQT, cricotireoidostomia cirúrgica
- IOT em sequência rápida com 0,3mg/kg de etomidato e 1mg/kg de succinilcolina
- Manobra de Sellick para evitar broncoaspiração
- Confirmar localização com exame físico, capnografia e rx
- Lembrar do DOPE
Qual a principal indicação de TQT no trauma?
- fratura de laringe com dificuldade na passagem do tubo
Quais são as vias aéreas temporárias?
- máscara laríngea (ML), comitubo (CT), crico por punção
O que fazer se não tiver ML, CT ou não conseguir intubar?
Quais as principais situações?
- crico cirúrgica ou punção (sufoco ou < 12 anos)
- fraturas extensas de face com sangramento profuso
Como fazer a crico por punção? Quais as limitações? E as complicações precoces e tardias?
- punção com agulha e O2 15L/min 1:4 segundos de ins/ex
- é temporário, pode ficar somente 30 minutos pelo risco de retenção de CO2 e carbonarcose
- precoce: lesão de esôfago ou sangramento
- tardia estenose subglótica
Como avaliar o B e quais as pegadinhas?
- exame físico, saturimetria, oferecer O2 10-12L/min
- pneumotórax hipertensivo e aberto, hemotórax maçico
O que fazer no C? Como controlar PA? E diurese?
Avaliar circulação + controle da hemorragia:
- 2 AVP calibrosos, 1L cristaloide aquecido ou 20mL/kg
- fazer hipotensão permissiva
- monitorar diurese: > 0,5mL/kg/min no adulto e 1mL/kg/min na criança
- comprimir ferida ou torniquete
O que fazer se não conseguir AVP?
- pega central, dissecção de safena ou intra-ósseo (< 6 anos é segunda opção)
Como classificar o choque? Quando indicar sangue?
Usa PA, FC, FR e estimativa de perda de volêmica
- Classe 1: tudo normal, não indica sangue
- Classe 2: FC 100-120, PA normal, FR 20-30, talvez faz sangue
- classe 3: FC ≥120, FR > 30, PA baixa, faz sangue
- classe 4: FC ≥ 140, FR ≥ 40, PA baixa, transfusão maciça
Como fazer transfusão maciça? Quando indicar?
- > 10 UI em 14 horas
- > 4 UI em 1 hora
- faz O negativo até tipagem
- faz para choque classe IV ou ABC ≥2 pontos (PAS < 100, FC > 120, FAST +, lesão penetrante
Quando indicar ácido tranexâmico? Como fazer?
- paciente com sangramento intenso não compressível
- 1g nas primeiras 3 horas e reforço com 1g em 8 horas
Quando não sondar? O que fazer primeiro?
- uretrorragia, bexigoma, hematoma perineal e fratura de pelve
- fazer uretrocistografia retrógrada primeiro para afastar lesão de uretra
Como avaliar o D e o E? O que é o X-ABCDE?
- D: escala de glasgow, pupilas e extremidades
- E: expor o paciente e prevenir a hipotermia
- no PHTLS 9ª edição fala que se paciente estiver exsanguinando comprimir antes de ver via aérea
Qual a clínica do pneumotórax hipertensivo?
- murmúrio vesicular reduzido ou abolido
- hipertimpanismo
- desvio mediastinal e de traqueia contralateral
- turgência jugular por desvio dos vasos da base e hipotensão (choque obstrutivo)
Como fazer o diagnóstico? Quais exames pedir?
- diagnóstico clínico não pedir exames de imagem
- se disponível a beira-leito pode fazer USG
Qual a conduta imediata?
- toracocentese de alívio: punção entre 4º e 5º EIC entre linha axilar anterior e média
- 2º EIC na LHC na criança
Qual a conduta definitiva? Onde fazer? Quando retirar?
- drenagem torácica em selo de água
- tambem no mesmo lugar da punção
- reexpansão pulmonar, sem borbulhamento no frasco coletor
O que fazer se foi refratário a drenagem? Qual lesão pensar? Qual conduta imediata e definita?
- avaliar posição do dreno
- deve haver lesão de grande via aérea: passar 2º dreno, IOT com tubo seletivo para o lado bom
- definitivo: toracotomia, broncoscopia a depender da experiência do serviço
O que é o pneumotórax aberto? E o oculto, o que fazer?
- grande lesão na parede torácica > 2/3 do diâmetro da traqueia que se torna o local de passagem de ar com menos resistência enchendo o espaço pleural
- somente é visto na TC. Observar
Qual a conduta imediata? E a definitiva?
- curativo em 3 pontas
- drenagem em selo de água e depois rafia da lesão
Quais as indicações de drenagem de pneumotórax espontâneo? E de cirurgia?
- transporte aéreo, se vai acoplar a VM, grande tamanho (>20-30% do hemitórax)
- quadros persistentes, recorrentes e naquelas que estão ocorrendo do lado contralateral a episódio anterior
Qual a definição de tórax instável?
- fraturas em ≥ 2 arcos costais seguidos em ≥ 2 pontos em cada arco
Qual a clínica?
- dor intensa que dificulta ventilação
- respiração paradoxal: o seguimento retrai na inspiração e abaula na expiracão
Qual o tratamento?
- analgesia e suporte (O2)
Qual associação deve ser feita mediante achado de consolidações em paciente com tórax instável? Qual o principal diagnóstico diferencial?
- contusão pulmonar: tipicamente após 24h
- atelectasia
Qual o risco e como tratar?
- risco de hipoxemia
- igual do tórax instável
- IOT se hipoxemia persistente: Sat < 90% e PaO2 < 60 mmHg