Neoplasias de pulmão, tireoide, próstata e bexiga Flashcards
O que é o nódulo pulmonar solitário e qual sua importância?
- Lesão ≤3 cm envolta de parênquima normal
- Pode representar a detecção em fase precoce de câncer de pulmão
Quais as característica que sugerem malignidade? Dessas, qual as principais?
- > 2 cm (alguns autores colocam > 8mm)
- contorno irregular e espiculado
- ≥35 anos, tabagistas
- PRINCIPAIS: padrão de calcificação a TC e crescimento em 2 anos
Quais são os padrões de calcificação e o que sugerem?
- Central em olho de boi e pipoca: benigna
- Salpicada e excêntrica: maligna
Qual a conduta mediante nódulo pulmonar solitário?
- Se padrão de calcificação não benigno ou crescimento em 2 anos, segue investigação:
- < 8mm e > 8mm baixo risco: TC seriada
- > 8mm risco intermediario: PET, se normais TC seriada, se alterado ressecção e biópsia
- > 8mm e alto risco: ressecção e biópsia
Como fazer rastreio de CA de pulmão?
- TC anual de baixa dose em tabagistas ou ex-tabagistas que pararam dentro de 15 anos de 50-80 anos com carga ≥ 20 anos-maço
- interromper após 15 anos de rastreio
Quais são os tipos histológicos?
- adenocarcinoma
- epidermoide
- Grandes células (anaplásico)
- Oat-cell ou pequenas células
Quais as características do adenocarcinoma? E qual a variante? (5)
- Tem se tornado o mais comum com redução do tabagismo
- Possui relação com tabagismo, mas menos que o epidermoide
- Pega paciente típico e atípico (mulheres jovens, não tabagistas)
- distribuição periférica com derrame pleural
- variante bronquiloalveolar: cresce ao longo do alveolo, bem diferenciado, melhor prognóstico, TC com vidro fosco
Quais as características do epidermoide? (4)
- Classicamente relacionado ao tabagismo
- Pega paciente típico: idoso, fumante inveterado, homem
- Distribuição central e pode ter cavitação
- 2º mais comum
Quais as características do células gigantes? (2)
- 3ºmais comum
- apresentação periférica
Quais as características do oat-cell?
- menos comum e mais agressivo
- apresentação central
- origem neuroendócrina, produz substâncias que geram sindrome paraneoplasica
Quais as manifestações clínicas relacionadas ao crescimento tumoral?
- tosse, hemoptise, dispneia, dor torácica
- síndrome de pancoast (epidermoide)
- síndrome da veia cava superior (oat-cell)
Como identificar a síndrome de pancoast?
Tumor em ápice que
- comprime a porção inferior do plexo braquial: causando dor e parestesia em face ulnar
- comprime os gânglios simpáticos cervicais causando síndrome de Horner (ptose, miose e anidrose)
Como identificar a síndrome de veia cava superior?
- cefaleia, pletora, turgência jugular, edema de face e MMSS
Quais as síndromes paraneoplásicas que podem ocorrer e qual tipo histológico mais comum?
- epidermoide: hipercalcemia (QT-curto, queda de sensório) pela produção de PTH-like
- adenocarcinoma: osteoartropatia pulmonar periférica
- oat-cell: síndrome miastênica, Cushing (produz ACTH),, SIADH
Como fazer o diagnóstico? Quais técnicas podem ser empregadas?
- Histopatologia
- Tumores centrais: broncoscopia, USG endoscópica, citologia do escarro
- Tumores periféricos: core biópsia percutânea, toracoscopia ou toracotomia
Como fazer o estadiamento T dos tumores do tipo não pequena células?
T:
- T1: nódulo pulmonar solitário ≤ 3cm
- T2: massa > 3cm ou pega bronquio fonte (sem carina)
- T3: > 5cm e pega parede torácica, pleura, pericárdio ou nódulo satélite no mesmo lobo
- T4: > 7cm, pega esôfago, grandes vasos, vértebra ou nódulo satélite em outro lobo ipsilateral
Como fazer o estadiamento N e M dos tumores do tipo não pequena células?
N: - N1: hilar ipsilateral - N2: medistinais ipsilaterais, subcariniais - N3: contralateral, supraclavicular M: M1: derrame pleural ou pericárdico neoplásico e metástase a distância M2: 1 orgão acometido M3: mais de 1 orgão
Como fazer o tratamento do não pequenas células ?
De acordo com o estagio:
- 1A: ressecção
- 1B ou 2: ressecção + QT
- 3 ressecável: ressecção + QT
- 3 irressecável: QT + RT
- 4: QT paliativa
Como Fazer o tratamento e estadiamento do pequenas células?
- Limitado (restrito a 1 hemitórax): QT + RT com intenção de cura
- Avançado (ultrapassa 1 hemitórax): paliação
Como investigar um nódulo de tireoide?
- Anamnese e exame físico
- TSH
- cintilografia (se TSH suprimido):
- nódulo quente: adenoma tóxico
- nódulo frio: pode ser câncer, investiga igual se tivesse TSH normal
Qual o próximo passo em pacientes com TSH normal ou suprimido com nódulo frio?
USG de tireoide:
- < 1 cm: seguimento ultrassonográfico
- ≥ 1 cm ou suspeito: faz PAAF
> 1,5cm se totamente cístico: faz PAAF tambem
O que diz que o nódulo é suspeito na clínica e USG?
- HF+
- rouquidão
- irradiação prévia do órgão
- < 30 ou > 60 anos
- microcalcificações, nódulo sólido e irregular
- CHAMMAS IV e V (padrão de vascularização central)
Como analisar a PAAF?
Através do Bethesda:
- 1: insatisfatória, repete a PAAF
- 2: benigno, seguimento
- 3: atipia indeterminada, repete a PAAF
- 4: folicular, faz cirurgia (pode fazer analise genetica e se for baixo risco pode fazer seguimento)
- 5: suspeito, faz cirurgia
- 6: maligno, faz cirurgia
Quais as características epidemiológicas do carcinoma papilífero, fatores de risco e associações genéticas?
- é o mais comum
- pega mulheres jovens 20-40
- excelente prognóstico
- disseminação linfática
- FR: irradiação da glândula
- oncogene RAS
- corpos psamomatosos
Como diagnosticar o carcinoma papilífero? Qual o aspecto?
- PAAF: células em formato de papila e corpos psamomatosos
Como tratar o carcinoma papilífero? Quais situações sempre indicam tireoidectomia total?
- < 1 cm: tireoidectomia parcial
- > 1 cm: tireoidectomia total
- Se < 15 anos o história de irradiação do órgão, faz total pelo risco de lesões multicêntricas
Quais as características epidemiológicas do carcinoma folicular de tireoide, fatores de risco?
- 2º mais comum
- Mulheres 40-60 anos
- Bom prognóstico
- Disseminação hematogênica
- FR: carência de iodo
Como diagnosticar o carcinoma folicular de tireoide?
- Histopatológico: Bethesda 4 não dá o diagnóstico
Como tratar o carcinoma folicular de tireoide?
- < 2 cm: tireoidectomia parcial. Se o histopatológico falar que carcinoma, retira o resto
- > 2cm: tireoidectomia total
Como fazer o seguimento do carcinoma de tireoide (folicular e papilífero)?
- supressão do TSH com levotiroxina
- USG 6 meses
- tireoglobulina: se >1-2 ng/dL ou cintilografia positiva, ficou um pouco de tireoide, deve fazer a ablação com iodo para retirar o resto
Quais as características do carcinoma medular de tireoide (CMT)? Qual gene está associado e o que fazer se positivo?
- desenvolve a partir das céluas C
- Mais indiferenciado, pior prognóstico
- marcador: calcitonina
- associado ao proto-oncogene RET. Se + em parente de 1º grau, faz tireoidectomia profilática
Quais as apresentações do CMT?
- esporádico 80% dos casos
- familiar: associado a NEM do tipo 2
- NEM 2A: CMT + feocromocitoma + hiperparatireoidismo
- NEM 2B: CMT + feocromocitoma + neuromas
Como tratar e fazer o seguimento?
- tireoidectomia total + linfadenectomia
- Seguimento com calcitonina
Quais as características do carcinoma anaplásico de tireoide?
- mais raro de todos
- pior prognóstico
- pega paciente idoso e em região de carência de iodo
- paciente chega em fase avançada, com rouquidão
- mutações do gene p53
Como diagnosticar e tratar?
- PAAF com células gigantes
- traqueostomia + QT/RT paliativa
O que é o carcinoma de células de Hurthle? Como são as células? Como tratar?
- variante mais agressiva e menos diferenciada do folicular
- células de grande tamanho com citoplasma eosinofílico e granular: os oncócitos
- trata com tireoidectomia total + linfadenectomia
Qual a fisiopatologia da HPB?
- Crescimento prostático da zona de transição secundária a redução dos níveis de andrógeno que ocorrem com a idade
- obstrução a passagem de urina e hipertrofia do detrusor
Qual o quadro clínico da HPB?
Prostatismo:
- sintomas obstrutivos: jato fraco e intermitente, sensação de esvaziamento incompleto
- sintomas irritativos: noctúria, urgência miccional, incontinência urinária
Quando tratar o paciente com HPB?
De acordo com o escore IPSS (mede o nivel de sintoma)
- ≥ 8: trata
- < 8 acompanha
Como tratar clinicamente a HPB?
Terapia combinada:
- alfa-bloqueador: doxasozina, tansulosina (relaxa musculatura lisa prostática
- inibidor da 5-alfa-redutase: finasterida (demora para fazer efeito, só se paciente com próstata grande
- anti-colinérgico: oxibutinina (para sintomas irritativos e doença mais grave)
Quando indicar cirurgia e quais modalidades?
- Em pacientes refratários ou com complicações (IRA pós renal, hidronefrose, retenção urinária
- RTU ou cirurgia aberta
Quais os fatores de risco para o câncer de próstata?
- idade avançada, HF+, negros, obesidade, dieta rica em carnes defumadas
Qual a clínica do câncer de próstata?
- geralmente é assintomático, pois o tumor periférico não causa clínica de obstrução
- pode apresentar sintomas obstrutivos, irritativos ou dor óssea em casos avançados
Deve-se fazer o rastreio?
- De acordo com MS não
- De acordo com SBU sim
Uma vez definido fazer o rastreio, como fazer?
- > 50 anos ou 45 em negros e HF+
- toque retal + PSA
Quando indicar biópsia com USG transrretal?
- toque suspeito: endurecimento, irregularidade, nodulações
- PSA ≥ 4ng/dL ou > 2,5 se < 60 anos
O que fazer em pacientes > 60 anos com PSA entre 2,5 e 4?
Fazer o refinamento do PSA:
- velocidade de aumento > 0,75 ng/dL em 1 ano
- densidade de PSA (PSA/peso da próstata) > 15
- fração livre < 25%
Como fazer o Gleason?
Após biópsia transretal: soma as duas histologias mais frequentes:
- ≤ 6: baixo risco, chance de evolução da doença é baixa
- 7: risco intermediário
- ≥8: alto risco de complicações
Como tratar?
Doença localizada:
- prostatectomia radical + linfadenectomia
- radioterapia
- vigilância ativa se Gleason ≤ 6 e PSA < 10
Doença metastática:
- Terapia de privação androgênica: orquiectomia ou agonistas do GnRh (leuprolide, goserelina)
- Se refratário: anti-androgênicos ou QT (docetaxel0
Quais os fatores de risco para câncer de bexiga?
- > 40 anos
- tabagismo (principal)
- sexo masculino
- exposição a hidrocarbonetos: sapateiro, frentista, pintor, indústria petroquímica
Qual a clínica do câncer de bexiga?
- paciente com > 40 anos + hematúria
Como fazer o diagnóstico?
- citologia urinária: negativo não exclui
- cistoscopia com biópsia (que retira camada muscular adjacente
Como fazer o tratamento?
Se não invadiu a camada muscular T1N0M0: - ressecção transuretral + seguimento de 3/3 meses - adjuvância com BCG Se invadiu a camda muscular ≥ T2 - QT neoadjuvante: 3 ciclos - cirurgia: cistectomia + linfadenectomia - QT adjuvante: 3 ciclos Se doença metastática: - Tenta QT para remissão completa - Pode ressecar lesões residuais