toxilogia II Flashcards

1
Q

Nesta fase inicial, o fluxo sanguíneo tem grande influência na distribuição, mas o que predomina com o
tempo é a afinidade entre o

A

xenobiótico e o tecido. E mesmo os tecidos com baixa circulação sanguínea
podem acumular grande quantidade do toxicante, se a afinidade entre ambos for elevada.

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2
Q

Biotransformação é definida como toda

A

Biotransformação é definida como toda

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3
Q

Os principais mecanismos de bioativação (intoxicação) são as reações

A

de hidrólise,
redução e oxidação, ao passo que os de detoxificação (desintoxicação) são as reações
de metilação, acetilação, sulfatação e conjugação com glutationa e aminoácidos.

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3
Q

O processo de biotransformação ocorre geralmente em duas fases:

A
  • Fase I:são reações de hidrólise, redução e oxidação, que resultam em aumento da hidrossolubilidade
    da molécula por inserção de grupos carboxila, amina, hidroxila e sulfidrila. Estas alterações podem
    aumentar a toxicidade da substância original, pois deixam a molécula mais reativa. Este fenômeno é
    denominado bioativação;

* Fase II: são reações nas quais são incorporados componentes endógenos às moléculas já modificadas
pela Fase I por reações de metilação, acetilação, sulfatação e conjugação com glutationa e aminoácidos. Esta fase, ao contrário da Fase I, geralmente diminui a toxicidade do xenobiótico e, por
este motivo, é denominada também de fase de detoxificação

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4
Q

A eliminação (ou excreção) de xenobióticos ocorre geralmente

A

com estes em formas hidrossolúveis
modificados pela biotransformação. As vias mais importantes das formas hidrossolúveis são a renal e a
gastrointestinal, esta última excretando as substâncias ingeridas e não absorvidas e as eliminadas pela bile

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5
Q

A sudorese e a descamação cutânea também exercem seu papel, mas

A

muito pequeno

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6
Q

A via pulmonar
elimina os gases e os vapores, que podem

A
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7
Q

A via pulmonar
elimina os gases e os vapores, que podem

A

ser excretados no ar exalado

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8
Q

Se a mutação ocorrer em uma célula somática, pode causar um crescimento celular
alterado

A

(por exemplo, câncer) ou morte da célula afetada na pessoa exposta

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8
Q

tipos de excreções

A

a) Excreção renal: a via renal excreta as substâncias solúveis em água (íons e orgânicas polares) e é a
mais eficiente via de eliminação de toxicantes do organismo, seja por filtração glomerular ou secreção
pelos túbulos proximais.

b) Excreção gastrointestinal: é a via mais importante depois da renal. Muitos xenobióticos podem ser
encontrados nas fezes, mas, em grande parte, não se trata verdadeiramente de excreção, mas sim
de não absorção de substâncias ingeridas. A absorção gastrointestinal do mercúrio metálico, por
exemplo, é desprezível, saindo nas fezes praticamente 100% da dose ingerida.

c) Excreção pelo ar exalado: as substâncias em forma de gases na temperatura corporal podem ser
excretadas pelos pulmões. A eliminação de líquidos também pode ser por esta via, mas depende de
sua volatilidade: quanto mais volátil o líquido, melhor será sua excreção por esta via. A solubilidade
da substância no sangue também influi, pois, se for pouco solúvel no sangue, mais rápida será sua
eliminação.

d) Outras vias: leite, suor, saliva, lágrimas e, ainda, a descamação cutânea também podem ser vias de
eliminação de toxicantes. O leite tem grande importância, pois pode levar o xenobiótico absorvido
pela mãe ao lactente durante a amamentação.

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9
Q

Um agente mutagênico

A

é aquele que induz a alterações permanentes e transmissíveis no material genético
de células. Essas mudanças podem envolver um único gene ou segmento, um bloco de genes ou
cromossomos. A genotoxicidade é semelhante à mutagenicidade, exceto pelo fato de os efeitos genotóxicos
não
serem necessariamente sempre associados a mutações: todos os mutagênicos são genotóxicos, no
entanto, nem todas as substâncias genotóxicas são mutagênicas

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9
Q

Mutações podem ocorrer em células ___

A

germinativas ou células somáticas

As células germinativas são células especializadas responsáveis pela formação de gametas, ou seja, células reprodutivas como óvulos e espermatozoides

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10
Q

Novamente, a mutagênese é um processo em que há alteração

A

Novamente, a mutagênese é um processo em que há alteração

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11
Q

As mutações também podem ocorrer em função de agressores externos, denominados

A

genotóxicos. Radicais
livres de oxigênio ou espécies reativas de oxigênio (reactive oxygen species – ROS) também são fontes de
lesões ao DNA, agentes mutagênicos estes que podem alterar o pareamento das bases e mesmo criar
ligações entre diferentes fitas do DNA.

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12
Q

Carcinogênicos são agentes aos

A

quais a exposição pode causar câncer. Podem ser químicos, físicos ou
biológicos:

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13
Q

osagentes carcinogênicos físicos são basicamente as

A

radiações ionizantes e a radiação ultravioleta (UV);

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14
Q

os químicos podem ser substâncias das mais variadas naturezas, como

A

metais, solventes, gases, subprodutos
de processos industriais, praguicidas, corantes, medicamentos entre outros;

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14
Q

os biológicos podem ser

A

os biológicos podem ser

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15
Q

A carcinogênese pode ser consequência de

A

modos de ação (MOAs) diversos que podem envolver
primariamente ou não a mutação do DNA, sendo esta questão de grande importância na avaliação da
toxicidade de carcinogênicos e na elaboração de limites de exposição pelas agências de regulação. O MOA
de um carcinogênico pode ser não genotóxico ou genotóxico.

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15
Q

Os não genotóxicos são caracterizados por levar a alterações da expressão dos genes

A

por outros fatores
que não a mutação

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16
Q

Assim, o MOA não genotóxico envolve principalmente mecanismos ligados à

A

citotoxicidade (irritação, inflamação e necrose), proliferação celular, processos mediados por sinalizadores
celulares (ligações com proteínas, hormônios), alterações toxicocinéticas (induções enzimáticas, saturação
de vias metabólicas e metabólitos formados somente em doses elevadas

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17
Q

O MOA genotóxico, por sua vez, afeta o material

A

genético

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17
Q

O MOA genotóxico, por sua vez, afeta o material genético Hoje, há o conceito de que há diferentes MOAs
genotóxicos. Basicamente podem ser divididos em dois grupos: os genotóxicos primários (ou diretos) e os
secundários:

A

a) primários ou diretos: genotóxicos que interagem diretamente com o DNA, como alquilantes
(eletrófilos que formam adutos com o DNA) e intercalantes (que ligam as duas fitas do DNA), entre
outros;

b) secundários ou indiretos: genotóxicos que agem indiretamente no DNA, como estresse oxidativo,
inibição da topoisomerase, inibição das enzimas de reparação do DNA, interferência no processo de
mitose, entre outros

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17
Q

b) MOAs secundários ou indiretos:

A

genotóxicos que agem indiretamente no DNA, como estresse oxidativo,
inibição da topoisomerase, inibição das enzimas de reparação do DNA, interferência no processo de
mitose, entre outros

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17
Q

a) primários ou diretos:

A

genotóxicos que interagem diretamente com o DNA, como alquilantes
(eletrófilos que formam adutos com o DNA) e intercalantes (que ligam as duas fitas do DNA), entre
outros;

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17
Q

Existem entidades que se dedicam a estabelecer classificações para os diversos agentes estudados em
relação à carcinogênese humana. A classificação mais conhecida é a estabelecida pela Internacional Agency
of Research on Cancer
(IARC), denomidada Classificação IARC, que divide os carcinogênicos em 4 grupos:

IARC

A

1
Há provas suficientes de que seja carcinogênico a humanos, ou comprovadamente carcinogênico
para humanos

2A É provável que seja carcinogênico a humanos.

2B É possível que seja carcinogênico a humanos.

3 Não classificável como carcinogênico a humanos

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18
Q

Substâncias sensibilizantes são consideradas como sem limiar9 definido

A

Elas têm o potencial de causar
sensibilização do indivíduo exposto em um primeiro contato, e os subsequentes provocam uma reação
alérgica, ou seja, para a reação ocorrer, deve ser uma sensibilização prévia.

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18
Q

A Vigilância em Saúde

A

envolve exames médicos a fim de detectar possível aparecimento de alterações
relacionadas ao(s) efeito(s) do(s) xenobiótico(s) a que os trabalhadores estão expostos. Estas alterações
podem ser consequências de hipersuscetibilidade individual ou da falta de controle da exposição por parte
da empresa.

18
Q

Uma vez ocorrida a sensibilização, a reação pode ser desencadeada por substâncias de estrutura química
similar.

A

As reações alérgicas podem acometer a pele, causando dermatites, as mucosas, levando a
conjuntivites, rinites etc., ou as vias respiratórias, causando asma.

18
Q

Os sensibilizantes podem ser formados por complexos agregados de macromoléculas orgânicas com alto
peso molecular, que funcionam diretamente como antígenos, como

A

pólen, farinha de trigo, poeira de couro
etc. Quando são substâncias de baixo peso molecular, podem reagir com proteínas, modificando-as,
funcionando assim como haptenos. Muitos metais também são sensibilizantes, como os compostos de
níquel, cromo e cobalto, por exemplo.

18
Q

Uma vez havido a sensibilização, a resposta imunológica

A

pode ocorrer com concentrações muito baixas da
substância. Curvas dose-resposta em populações expostas geralmente não são obtidas, razão pela qual se
assume que a reação alérgica não possui uma reação dose-resposta e que, de certa forma, não estaria no
campo da toxicologia.

19
Q

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) considera como principal objetivo dos exames médicos
ocupacionais a avaliação da efetividade das medidas de controle do ambiente de trabalho.
Além do escopo principal, complementa com outros objetivos:

A

a) detecção de anormalidades clínicas ou pré-clínicas em um momento em que uma intervenção é
benéfica à saúde dos indivíduos;

b) prevenção de futura deterioração da saúde dos trabalhadores;

c) reforço do aconselhamento referente aos métodos de trabalho seguros e de manutenção da saúde;

d) avaliação da aptidão para um determinado tipo de trabalho, sendo a preocupação presente a
adaptação do local de trabalho para o trabalhador

19
Q

Dentro dessa perspectiva, os trabalhadores expostos a riscos químicos devem ser monitorizados com o
objetivo de verificar se a exposição está controlada e se sua saúde está sendo afetada pelo(s) agente(s)
químico(s). Há alguns conceitos de monitoramento que merecem destaque.

A

*Monitoramento: atividade sistemática, contínua ou repetitiva, planejada para implementar, se
necessário, medidas corretivas relacionadas à saúde;

*Monitoramento do ambiente: consiste na avaliação de agentes no ambiente de trabalho para
quantificar a exposição dos trabalhadores e avaliar o risco à saúde, comparando os resultados com
referências apropriadas;

* Monitoramento biológico (MB): consiste na avaliação de agentes químicos ou seus metabólitos em
tecidos, secreções, excreções, ar exalado ou qualquer combinação destes para avaliar o risco à saúde
quando comparados com referências apropriadas;

* Vigilância à saúde: consiste no exame médico periódico de trabalhadores expostos com o objetivo
de proteger a saúde e prevenir o aparecimento de doenças relacionadas ao trabalho. A detecção de
doenças já instaladas está fora do escopo desta definição

19
Q

Não obstante ser complementar, o MB da exposição apresenta uma série de vantagens em relação ao
monitoramento ambiental, entre as quais se pode citar a identificação de:

A

a) exposição relativa em uma jornada de trabalho maior que a normal;
b) exposição resultante da movimentação do trabalhador no ambiente de trabalho;
c) absorção de uma substância através de várias vias de absorção e não apenas por inalação;
d) exposição global decorrente de várias fontes de exposição, seja ocupacional, seja ambiental;
e) quantidade da substância absorvida pelo trabalhador em função de outros fatores, como atividade
física no trabalho e fatores climáticos; e
f) quantidade da substância absorvida pelo trabalhador em função de fatores individuais (idade, sexo,
características genéticas, condições funcionais dos órgãos relacionados com a biotransformação e a
eliminação do agente tóxico).

20
Q

Por sua vez, o monitoramento biológico (MB)

A

da exposição ocupacional a agentes químicos é uma atividade
que faz parte do monitoramento da saúde de expostos a agentes químicos, mas não se confunde com ele,
sendo diferenciado da Vigilância à Saúde.

21
Q

da exposição ocupacional a agentes químicos é uma atividade
que faz parte do monitoramento da saúde de expostos a agentes químicos, mas não se confunde com ele,
sendo diferenciado da Vigilância à Saúde.

A

profissionais de saúde no trabalho e constitui
fundamentalmente um complemento das atividades de vigilância ambiental. Objetiva verificar a absorção
da substância monitorada e não tem relação com detecção de alterações clínicas, tarefa esta da Vigilância à Saúde. Utiliza-se de indicadores biológicos10 específicos que têm relação com as exposições nos ambientes
de trabalho

21
Q

No Brasil, para fins de monitoração biológica ocupacional dos trabalhadores, por expressa determinação da
NR 07 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, adota-se os seguintes indicadores
biológicos:

A

a) Indicadores Biológicos de Exposição Excessiva (IBE/EE)*: são indicadores de exposição excessiva (EE)
aqueles que não têm caráter diagnóstico ou significado clínico. Avaliam a absorção dos agentes por todas as vias de exposição e indicam, quando alterados, após descartadas outras causas não
ocupacionais que justifiquem o achado, a possibilidade de exposição acima dos limites de exposição
ocupacional. As amostras devem ser colhidas nas jornadas de trabalho em que o trabalhador
efetivamente estiver exposto ao agente a ser monitorado.

**b) Indicadores Biológicos de Exposição com Significado Clínico (IBE/SC)*: **indicadores biológicos com
significado clínico (SC) evidenciam disfunções orgânicas e efeitos adversos à saúde.

21
Q

Indicador biológico ou biomarcador pode ser conceituado como

A

toda a substância, estrutura ou processo
passível de ser quantificado no organismo ou nos seus meios biológicos e que influencia ou prediz a
incidência de um acontecimento ou de uma doença.

22
Q

Muitas vezes, a nomenclatura de contaminantes no ar utilizada nas fontes de dados causa confusão. Por este
motivo, há necessidade de padronização das denominações das diferentes formas em que os agentes
químicos podem aparecer nos ambientes de trabalho conforme segue (esses conceitos são importantes
inclusive para interpretação dos LEOs publicados):

A

1) Gases e vapores: são formados por moléculas das substâncias dispersas no ar.

2) Particulados (aerodispersóides): na literatura, muitas vezes são denominados “aerossóis”,
independentemente de serem sólidos ou líquidos. Entretanto, importante destacar as seguintes
subdivisões dessa classe de contaminantes:

22
Q

Os particulados, sejam eles sólidos ou líquidos, são divididos em:

A
  • particulado inalável: fração de material particulado suspenso no ar constituída por
    partículas de diâmetro aerodinâmico menor que 100 μm, capaz de entrar pelas
    narinas e pela boca, penetrando no trato respiratório durante a inalação. É apropriado
    para avaliação do risco ocupacional associado a partículas que exercem efeito adverso
    quando depositadas no trato respiratório como um todo.

*particulado torácico: fração de material particulado suspenso no ar constituída por
partículas de diâmetro aerodinâmico menor que 25 μm, capaz de passar pela laringe,
entrar pelas vias aéreas superiores e penetrar nas vias aéreas dos pulmões. É
apropriado para avaliação do risco ocupacional associado a partículas que exercem
efeito adverso quando depositadas nas regiões traqueobronquial e de troca de gases.

*** particulado respirável: **fração de material particulado suspenso no ar constituída por
partículas de diâmetro aerodinâmico menor que 10 μm, capaz de penetrar além dos
bronquíolos terminais e se depositar na região de troca de gases dos pulmões,
causando efeito adverso nesse local.

* particulado total: material particulado total suspenso no ar coletado. A coleta de
particulado total deve ser utilizada somente quando não houver indicação específica
para coleta de particulado inalável, torácico ou respirável.

22
Q

2) Particulados (aerodispersóides): na literatura, muitas vezes são denominados “aerossóis”,
independentemente de serem sólidos ou líquidos. Entretanto, importante destacar as seguintes
subdivisões dessa classe de contaminantes

A

a) particulados líquidos: são constituídos de gotículas de líquidos dispersos no ar, podendo ser
névoas ou neblinas: névoas são geradas diretamente do líquido por uma ação mecânica
(borrifamento, borbulhamento) e podem conter as substâncias dissolvidas neste líquido;
neblinas são formadas por condensação de vapores em gotículas de líquidos e não contêm as
substâncias dissolvidas no líquido que as gerou;

b) Particulados sólidos: são poeiras e fumos. Poeiras são definidas como particulados sólidos
em suspensão no ar obtidos por pulverização mecânica de um material originalmente em
estado sólido. Fumos são misturas de particulados muito finos, fumaça e até gases e vapores,
liberados ao ar como resultado de uma transformação química decorrente de reações
químicas, de aquecimento ou de uma explosão, mas o termo se aplica mais para as partículas
sólidas da mistura. Especificamente fumos metálicos são particulados sólidos formados pela
evaporação de metais fundidos e pela oxidação destes pelo oxigênio do ar, seguida da
condensação pelo resfriamento ao encontrar temperaturas mais baixas na atmosfera. Já o tamanho da partícula11 influi na região da árvore respiratória que ela vai atingir, e isso tem
impacto na absorção de substâncias para efeitos tóxicos sistêmicos e/ou nos efeitos locais no
próprio aparelho respiratório, como irritação, fibrose ou câncer.

23
Q

Os gases asfixiantes são divididos em dois tipos em relação ao seu mecanismo básico de ação:

A

os asfixiantes
simples e os “químicos”

23
Q

Esses gases são inertes do ponto de vista de interação com os organismos vivos, podendo-se citar:

gases simples

A

metano
(CH4), hidrogênio (H2), nitrogênio (N2), etano (C2H6), argônio (Ar), hélio (He), dióxido de carbono (CO2),
acetileno (C2H2)

23
Q

São denominados simples porque não possuem

A

ação em um sítio-alvo do organismo, agindo por simples
substituição do oxigênio do ambiente quando estão em elevadas concentrações.

23
Q

Em geral só agem em situações específicas, principalmente em espaços confinados:

A

interior de tanques,
esgotos, minas subterrâneas, reatores, poços profundos, submarinos, aeronaves, tubulações, entre outros.
Todavia, os gases mais pesados que o ar podem se acumular em depressões ou poços e causar asfixia em
situações mesmo fora de espaços confinados.

24
Q

São alguns exemplos:

A

monóxido de carbono (CO), ácido cianídrico (HCN), cianeto (CN-
), ácido sulfídrico (H2S)
ou sulfeto de hidrogênio, agentes meta-hemoglobinizantes (substâncias capazes de oxidar o íon ferroso,
Fe2+), anilina ou fenilamina, nitrobenzeno etc.

24
Q

A concentração normal de oxigênio na atmosfera é de 21% e sua diminuição até 18% não causa alterações
significativas no organismo humano, mas à medida que se diminui a proporção desse gás, aparecem, e se
acentuam, os efeitos da hipóxia. Os efeitos dessa baixa concentração de oxigênio (percentagem em volume
de ar) são:

A

a) 16% a 13%: tonturas e dispneia aos esforços, taquicardia, respiração profunda e diminuição da
atenção;

b) 13% a 10%: além dos sintomas acima, agregam-se fadiga, confusão mental e labilidade emocional;

c) 10% a 6%: aparecem também náuseas e vômitos e dificuldade de movimentação dos membros;

d) < 6%: perda da consciência e paradas respiratória e cardíaca. Dependendo do grau de hipóxia e do
tempo do evento, em caso de sobrevivência, podem ocorrer sequelas no sistema nervoso central.

24
Q

Os gases asfixiantes “químicos” produzem

A

seus efeitos por interação em um ou mais sítio(s)-alvo no
organismo e assim podem provocar seus efeitos nocivos em baixas concentrações. Isso possibilita
exercerem, eventualmente, seus efeitos não só em espaços confinados, mas em locais com mera ventilação
deficiente

24
Q

As irritantes fracas ou relativas

A

são as que dependem de uma elevada concentração para provocar efeito
irritante e não causam muito mais que desconforto. Como exemplos, podem-se citar os vapores de solventes
orgânicos, como das cetonas, aromáticos, éteres etc.

24
Q

Existem muitas substâncias irritantes aos olhos e às vias aéreas, podendo-se dividi-las em irritantes

A

relativas
ou fracas e fortes ou absolutas.

25
Q

A maioria dos irritantes fortes tem seus efeitos confinados às vias respiratórias, mas alguns podem ter efeitos
sistêmicos, como o ácido fluorídrico (HF), ao qual a exposição crônica pode levar à fluorose, uma doença
sistêmica causada pela absorção do ânion fluoreto (F-
), independentemente da exposição ser à poeira de sais
de fluoreto ou de ácido fluorídrico (HF).

A
25
Q

As substâncias irritantes fortes

A

apresentam efeitos irritantes já em baixas concentrações e, em níveis mais
elevados, podem ocasionar graves danos ao aparelho respiratório, podendo inclusive levar à morte.

26
Q

Sua ação é

s irritantes fortes

A

direta nos tecidos por meio de oxidação, formação de radicais livres, alteração do pH do meio e
combinação desses efeitos.

27
Q

Os particulados sólidos, também denominados

A

aerossóis particulados, são gerados tanto por fontes
antropogênicas, como, por exemplo, a combustão de materiais fósseis ou a exploração mineral, como não antropogênicas, por exemplo, tempestades de areia, e a exposição humana a eles ocorre diuturnamente
durante todo ciclo de vida.

27
Q

Outra questão importante em relação à substância é sua solubilidade em água. Se muito solúvel em água,

A

os danos são mais importantes nos olhos e nas primeiras vias aéreas, como mucosa nasal, traqueia e
brônquios, podendo haver dano no trato respiratório inferior se em concentrações mais elevadas.

27
Q

O próprio oxigênio em concentrações elevadas é lesivo

A

aos pulmões pelo seu
efeito oxidante, razão pela qual sua administração no teor de 100% não pode ser mantida por períodos
prolongados, visto que, após doze horas, já podem ocorrer danos aos pulmões

28
Q

Se pouco hidrossolúvel,

A

o irritante não tem tropismo pelas mucosas úmidas das primeiras vias aéreas, e
assim pode exercer efeito mais intenso nas vias áreas inferiores e nos alvéolos e, por não ser claramente
percebido pela pouca ação nos olhos e nas vias áreas superiores, pode ser mais perigoso. Se for de
solubilidade intermediária, tende a lesionar ambos os territórios.

29
Q

O conhecimento relativo aos efeitos dessa exposição na saúde humana foi construído sobre dois pilares:

2.4.1 Particulados sólidos

A

estudos derivados de ambientes de trabalho e estudos acerca da poluição ambiental.
Dadas as particularidades de cada um deles, as consequências associadas nem sempre são coincidentes:
enquanto o conhecimento acumulado nos locais de trabalho levou ao entendimento dos processos de
autoimunidade, fibrogênese e câncer do sistema respiratório, os estudos sobre poluição ambiental
contribuíram para a compreensão de morbidade e mortalidade por doenças respiratórias na população
geral. Ambos, todavia, contribuíram para o entendimento de fatores de risco de neoplasias respiratórias.

30
Q

Define-se aerossol particulado sólido

A

como um conjunto de partículas sólidas em suspensão no ar cuja
composição depende do material que está sendo trabalhado. A métrica utilizada para sua caracterização é o
diâmetro aerodinâmico, calculado pelo produto da multiplicação do diâmetro físico pela raiz quadrada da
densidade da partícula.

31
Q

Partículas sólidas abaixo de ____ de diâmetro aerodinâmico podem ser inaladas e, à medida que o
diâmetro diminui, aumenta a probabilidade de penetração mais profunda no sistema respiratório:
particulados entre ____ ficam retidos na região nasal e faringe; abaixo de ____ podem atingir
as vias aéreas intratorácicas; e, abaixo de____, há aumento exponencial na probabilidade de deposição
alveolar

A

100 µm

100 µm e 10 µm

10 µm

2 µm

32
Q

A chamada “fração respirável” de um aerossol refere-se a particulados _____ de diâmetro aerodinâmico.

A

≤ 10 µm

32
Q

Além do diâmetro, a penetração e a deposição de particulados no sistema respiratório dependem

A

da
anatomia da árvore traqueobrônquica, da velocidade do fluxo aéreo, da turbulência do fluxo, da forma das
partículas e das cargas elétricas. A deposição se dá por mecanismos físicos de inércia, sedimentação e difusão
(particulados arredondados) e também por interceptação (notadamente para particulados fibrosos)

33
Q

O sistema respiratório possui um sofisticado sistema de defesa e remoção contra particulados que envolve:

A

transporte mucociliar, macrófagos alveolares e rede de linfáticos pulmonares. Estes mecanismos atuam de
forma independente, harmônica e complementar.

34
Q

O transporte mucociliar é o principal mecanismo, mas ocorre somente em vias aéreas que possuem epitélio
de revestimento ciliado (até os bronquíolos terminais). Além dos bronquíolos terminais, o principal
mecanismo é a

A

fagocitose, efetuada notadamente pelos macrófagos alveolares, que possuem mobilidade e
podem ou não migrar para os linfáticos ou para bronquíolos terminais, onde existem ilhotas de epitélio
ciliado. A complexa rede de linfáticos pulmonares drena para os gânglios regionais, hilares e mediastinais,
transportando macrófagos carregados de particulados fagocitados e também particulados em forma livre.

35
Q

Criada pela ACGIH, a PNOS (do inglês, Particles not otherwise specified) é uma categoria genérica para
particulados sólidos com determinadas características _____

A

e que não possuem (ainda) limites específicos
estabelecidos

36
Q

Para ser classificado como PNOS, o material particulado deve ter as seguintes características (ACGIH, 2017):

A

a) não possuir um TLV definido;

b) ser insolúvel ou pouco solúvel na água (ou preferencialmente no fluido pulmonar, se esta informação
estiver disponível);

c) ter baixa toxicidade, isto é, não ser citotóxico, genotóxico ou quimicamente reativo com o tecido
pulmonar, não ser emissor de radiação ionizante, não ser sensibilizante, não causar efeitos tóxicos
além de inflamação ou mecanismo de sobrecarga pulmonar.

37
Q

O potencial fibrogênico de um aerossol particulado tem implicações diretas nos cuidados referentes ao
ambiente de trabalho, ao trabalhador e ao meio ambiente. A análise isolada da fibrogenicidade é um ponto
de partida relevante para a avaliação de potencial perigo de exposição, mas essa informação deve ser
analisada em conjunto com a descrição do trabalho específico que está sendo realizado. Portanto, é
necessário que a exposição ocupacional seja conhecida para que as situações de perigo sejam reconhecidas.
Na avaliação do potencial fibrogênico de um particulado, devem-se levar em conta alguns critérios como:

A

dimensão média/mediana das partículas, a forma, as propriedades de superfície, a solubilidade e a carga de
exposição. A esses critérios, somam-se características da carga de trabalho que podem exigir maior esforço
físico e, consequentemente, aumento na ventilação pulmonar.

38
Q

os biológicos podem ser

A

microrganismos, como as infecções crônicas por alguns vírus (hepatites B e C, por exemplo), bactérias, como
o Helicobacter pylori, e vermes, como o Opisthorchis viverrini.