Tosse Crônica Não-Pulmonar Flashcards

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1
Q

Sobre a Tosse:

  • Qual a definição de tosse crônica?
  • Qual a prevalência?
  • Qual sexo e idade predomina?
A
  • Tosse > 8 semanas.
  • 12-16% da população.
  • Mulheres (2:1)
  • Após 50 anos
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Q

Sobre o Arco Reflexo da Tosse:

  • Quais os dois tipos de estímulos de receptores da tosse?
  • Onde se localizam a maior parte dos receptores da tosse?
  • Qual o principal nervo da aferência do estímulo da tosse?
  • Quais locais (2) ocorrem a primeira sinapse no SNC?
  • Cite 2 tipos de fibras nervosas sensitivas vagais.
  • Qual dessas fibras está relacionado a capsaicina e mediadores inflamatórios?
  • A via eferente envolve tres nervos. Quais são?
A

Iniciado por estímulos MECÂNICOS (partículas, corpos estranhos, massas tumorais) ou QUÍMICOS (gases, irritantes, agentes infecciosos) que deflagram receptores.

Via aferente:

  • A maioria dos receptores se localizam na LARINGE, CARINA e BIFURCAÇÃO DOS BRÔNQUIS PRINCIPAIS (VAGO). Também há receptores associados a nervos sensitivos nas regiões paranasal (n. trigêmio), faríngea (glossofaríngeo), canal auditivo externo e membrana timpânica (vago), esôfago, estômago e pleura (vago), diafragma e pericárdio (frênico).
  • Esses nervos sensoriais AFERENTES transmitem informação via nervo VAGO até o tronco cerebral (1° sinapse), principalmente TRATO SOLITÁRIO e NÚCLEO PARATRIGEMINAL (portanto é um reflexo mediado via SNC). Há ativação de redes corticais e subcorticais, o que rapidamente inicia o reflexo da tosse.

Subtipos de nervos aferentes sensitivos vagais:

  • Fibras-C (não-mielinizados), por toda via respiratória, sensíveis a capsaicina: extrato de pimenta “chilli”) através da ativação do receptor TRPV1 e outros irritantes. Também responde a calor, acidez e mediadores inflamatórios.
  • Fibras Aδ (mielinizadas subepiteliais), mais em vias aéreas proximais, respondem a estímulos mecânicos, osmolaridade e acidez. Não expressam TRPV1, sendo insensíveis a capsaicina e mediadores inflamatórios.

Vias EFERENTES:

  • No tronco cerebral começa o reflexo da tosse fazendo com que os nervos ativem reflexos neurais (vias EFERENTES pelo nervo VAGO, FRÊNICO e nervos ESPINHAIS C3 a S2, ativando diafragma, músculos intercostais, da laringe, abdominais, pélvicos).
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3
Q

Sobre as Fases da Tosse:

  • Quais as 3 fases e os eventos que ocorrem?
A
  • INSPIRATÓRIA (encher pulmões de ar)
  • COMPRESSIVA (fechamento da laringe e supraglote associado a contração de músculos expiratórios, aumentando pressão na via aérea inferior e subglótica).
  • EXPIRATÓRIA (abertura do esfíncter laríngeo, explosão do ar sobre pressão, manutenção da compressão dos músculos expiratórios e rápido fluxo aéreo, associada a compressão de 80% da luz da traquéia).
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4
Q

Quais as 3 principais etiologias de tosse não-pulmonar?

A

Em indivíduos não-tabagistas, sem uso de IECA e radiografia de tórax normal:

  • 1) DRGE e RFL (tosse em 40% dos casos, visto com mais detalhes a seguir).
  • 2) ASMA ATÍPICA (ocorre sem broncoespasmo e dispneia, apenas com tosse seca inespecífica. Diagnóstico auxiliado por redução de 20% do VEF1 associado a melhora com broncodilatador na espirometria. Se espirometria negativa, pode ser feito testeterapêutico com corticoide inalatório por 4-8 semanas).
  • 3) GOTEJAMENTO NASAL POSTERIOR (rinites e rinossinusites, flashcards de rinologia).

Obs: muitas vezes é multifatorial.

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5
Q

Sobre o Refluxo Laringofaríngeo (RFL):

  • Qual a prevalência?
  • Quais tipos de refluxo existem?
  • Quais os 2 mecanismos da tosse envolvidos?
A

Prevalência:

  • Cerca de 12% na população em geral.
  • Esôfago de Barret: risco 30x maior de CA esofágico.
  • Relação com distúrbios do sono.

Refluxos:

  • Ácido (mais comum e mais importante na DRGE).
  • Não-Ácido (menos comum, suspeitar em sintomas persistentes em pacientes que fazem uso de IBP).

Porque gera tosse:

  • Reflexo esôfago-traquebrônquico.
  • Microaspiração de conteúdo gástrico.
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6
Q

Sobre o Refluxo Laringofaríngeo (RFL):

  • Qual as duas classificações usadas para DRGE?
  • Qual a diferença entre DRGE e DRFL?
A

Classificação da DRGE:

  • NÃO-EROSIVA: forma MAIS FREQUENTE, em que a EDA tem baixa sensibilidade (sem erosões, portanto menos de 50% são diagnosticados no exame), teste terapêutico é útil para diagnosticar.
  • EROSIVA: forma clássica, sintomatologia clínica, presença de erosões ao exame endoscópico. Cerca de 80-90% com recidiva após 6 meses do tratamento (necessitam manutenção).

DRGE e DRFL:

  • DRGE (Sintomas típicos): Pirose e regurgitação.
  • DRLF (Sintomas atípicos): necessidade de limpar a garganta, sensação de corpo estranho, bolus, pigarro, disfonia e tosse (predominantemente diurnas).

Observação: refluxo costuma ser causa mais comum de dor torácica após afastada etiologia cardíaca, podendo corresponder a 50% dos casos

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7
Q

Sobre o Refluxo Laringofaríngeo (RFL):

  • Cite seus mecanismos fisiopatológicos.
A
  • Relaxamento ou redução do tônus do EEI
  • Baixa depuração esofágica
  • Baixa resistência do epitélio esofágico
  • Conteúdo refluído agressivo
  • Esvaziamento gástrico lento
  • Alterações anatômicas
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8
Q

Sobre o Refluxo Laringofaríngeo (RFL):

  • Cite as principais alterações laríngeas na laringoscopia.
A

Principais achados

  • Laringite posterior (edema e hiperemia, principalmente de aritenoides).
  • Alteração interaritenóidea (edema, eritema ou espessamento).
  • Edema e hiperemia de bandas ventriculares ou pregas vocais.
  • Pseudossulco vocal (edema na face subglótica das pregas vocais).
  • Leucoplasias
  • Granulomas
  • Pólipos
  • Úlceras
  • Tumores
  • Estenose da glote posterior
  • Estenose subglótica
  • Laringomalácia
  • Papilomatose

Estatísticas:

  • Cerca de 80-90% da população tem sinais atribuídos a refluxo.
  • Cerca de 52% apresenta espessamento de comissura posterior
  • Cerca de 50-70% teve edema ou hiperemia de aritenoides.
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9
Q

Sobre o Refluxo Laringofaríngeo (RFL):

  • Quais os sinais demonstrados em cada imagem abaixo?
A

Nas imagens:

  • (a) Laringe normal (comparação)
  • (b) Hiperemia interaritenóidea
  • (c) Espessamento interaritenóideo
  • (d) e (f) Granulomas
  • (g), (h), (i) Edema e degeneração polipóide
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10
Q

Sobre o Refluxo Laringofaríngeo (RFL):

  • Cite 5 sinais de alarme relacionados a RFL.
A
  • Anemia
  • Hemorragia digestiva
  • Emagrecimento
  • Disfagia ou odinofagia
  • Sintomas de grande intensidade (principalmente os que tem início recente em idosos ou com história familiar de câncer).
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11
Q

Sobre o Refluxo Laringofaríngeo (RFL):

  • Cite 5 testes diagnósticos.
  • Qual deles é indicado em todos os pacientes com suspeita ou diagnóstico, antes de iniciar tratamento?
  • Quando é indicado biopsia?
  • Qual achado de biópsia?
  • Qual exame é bom para crianças e manifestações respiratórias atípicas?
  • Qual exame permite localizar o EEI (antes da pHmetria) e é usado também antes de pré-operatórios?
  • Qual exame é o padrão-ouro?
  • O que é impedancio-pHmetria?
  • O uso de IBP interfere na impedancio-Phmetria?
A

Teste diagnóstico-terapêutico:

  • Pacientes < 45 anos com sintomas típicos e sem sinais de alarme.
  • Pode vir negativo porque muitos necessitam altas doses e tempo mais prolongado.

Endoscopia digestiva alta:

  • PELO TRATADO, PEDIR PARA TODOS OS PACIENTES COM SUSPEITA OU DIAGNÓSTICO ANTES DE INICIAR TRATAMENTO (III Consenso Brasileiro Sobre Refluxo, de 2008).
  • Método de escolha para avaliar lesões causadas pelo refluxo (porém com SENSIBILIDADE BAIXA, em torno de 50%, devido número elevado de DRGE não-erosiva).
  • Classificação mais utilizada é a de LOS ANGELES (foto)
  • Avaliação de SINAIS DE ALARME.
  • BIOPSIA (indicada PARA COMPLICAÇÕES como Barret, úlcera ou estenose. Além disso, em pacientes refratários ao tratamento com IBP, a observação das dimensões do espaço intercelular do epitélio do esôfago distal aumenta a probabilidade de certeza diagnóstica e permite a análise da resposta terapêutica. Sugere DRGE se DILATAÇÃO DO ESPAÇO INTERCELULAR).

Cintilografia:

  • Cara, pouco disponível e utiliza Tecnécio-99.
  • Indicada em CRIANÇAS e MANIFESTAÇÕES ATÍPICAS RESPIRATÓRIAS.

Manometria esofágica:

  • Valor limitado na investigação inicial.
  • Indicada para LOCALIZAR O EEI (antes do exame pHmétrico) e PRÉ-OPERATÓRIO (afastar afastar acalasia, distúrbios de mobilidade, esclerose sistêmica, espasmo esofagiano difuso e outras cauisas de disfagia).

pHmetria de 24h (duplo probe):

  • PADRÃO-OURO (DRGE).
  • Dois sensores (EES e EEI). Ajuda a ver se o ácido sobe pra cima e se tem DRLF.
  • Indicada para registrar refluxo em pacientes com EDA negativa com sintomas típicos ou atípicos e que são refratários ao IBP, ou que estão sendo considerados para tratamento cirúrgico.
  • Indicada para controle de tratamento de IBP em pacientes com complicações (Barrett por exemplo).
  • Limitação é não determinar a quantidade de volume de ácido.

Impedancio-pHmetria:

  • Maior sensibilidade que a pHmetria isolada na detecção do DRGe pela capacidade de deterctar refluxo ÁCIDO e NÃO-ACIDO, avaliar sua composição.
  • É indicada para pacients com sintomas típicos e EDA negativa, a despeito de terapia adequada com IBP (importante frisar que A ACURÁCIA DESSE EXAME É AINDA MAIOR QUANDO PACIENTE ESTÁ EM USO DE IBP). Também pode ser indicada se dor torácia não cardíaca.

pHmetria sem fio (cápsula bravo):

  • Constitui um aperfeiçoamento da pHmetria de 24h, evitando algumas de suas limitações (como a dificuldade para a localização do eletrodo, possibilidade de deslocamento do cateter durante o período de exame, limitações físicas e dietéticas para o paciente.
  • Dispensa uso de cateteres (MAIS CONFORTÁVEL), pode registrar o pH por até 96h, ou seja, MAIOR TEMPO DE REGISTRO, e MAIOR ACURÁCIA para diagnóstico. Porém é um exame caro no nosso meio e pouco disponível.
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12
Q

Sobre o Refluxo Laringofaríngeo (RFL):

  • Quais as principais medidas clínicas antirrefluxo?
A

Medidas clínicas:

  • Elevação da cabeceira da cama (15 cm).
  • Moderação na ingestão dos seguintes alimentos, com observação à correlação com os sintomas: alimentos gordurosos, cítricos, café, chocolate, bebidas alcóolicas, carboidratos, hortelã, tomate e derivados.
  • Evitar deitar-se por 2 horas após as refeições.
  • Evitar refeições copiosas.
  • Cuidado com medicações de “risco”: anticolinérgicos, teofilia, antidepressivos tricíclicos, bloqueadores dos canais de cálcio, agonistas beta adrenérgicos e alendronato.
  • Redução drástica ou cessação do tabagismo.
  • Redução do peso corporal nos casos de sobrepeso e obesidade.
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13
Q

Sobre o Refluxo Laringofaríngeo (RFL):

  • Quais os principais medicamentos?
  • Quando usar dose plena e dobrada de IBP?
A

Medicamentos:

  • IBP (medicamentos de escolha, em ciclos de 6 a 12 semanas de tratamento para a fase aguda. Fase de manutenção tem doses inferiores. Em DOSE PLENA (tabela abaixo) para tratamento inicial e DOSE DOBRADA (dobro da tabela abaixo) para pacientes com complicações ou manifestações atípicas presentes há mais de 6 meses de tratamento. Em pacientes com RLF, o uso de IBPs levou a melhora dos sintomas em apenas 63% dos casos. Efeitos colaterais incluem diarreia, cefaleia, dor abdominal. Na gestação, evitar uso do Omeprazol (categoria C, diferentemente dos outros, que são B).
  • Bloqueadores dos receptores de H2 da histamina (cimetidina, ranitidina, famotidina, nizatidina): boa opção se escape noturno, alergia a IBP e ajudam na cicatrização da esofagite leve.
  • Alcalinos ou antiácidos (alginato, sulfacrato): neutralizar a secreção ácida gástrica e controle IMEDIATO dos sintomas (alívio pontual).
  • Procinéticos (metoclopramida, domperidona, bromoprida).
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14
Q

Sobre o Refluxo Laringofaríngeo (RFL):

  • Qual a cirurgia mais mais realizada para DRGE e qual sua indicação?
A
  • Fundoaplicadura de Nissen. Taxa de sucesso de 85%.
  • Refluxo que exige tratamento de manutenção, especialmente em pacientes com < 40 anos com presença de complicações, para evitar uso crônico de IBP.
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15
Q

Além de RFL, asma atípica e gotejamento posterior, cite outros 6 diagnósticos para tosse não-pulmonar.

A
  • Aspiração Crônica: pacientes idosos com queixa de tosse sempre após se alimentar. Risco de pneumonia aspirativa. Recomendados exames de disfagia e tratamentos para aspiração (flashcards a parte).
  • Neuropatia Vagal: pós-viral ou trauma. Diagnóstico pode ser auxiliado por ELETROMIOGRAFIA em 70% dos casos, mas geralmente é de exclusão. Pode ser tratada com GABAPENTINA (100-900mg ao dia, doses fracionadas) ou AMITRIPTILINA (10mg ao dia, á noite devido sonolência).
  • Tosse Induzida por IECA (trocar para BRA).
  • Coqueluche (Bordetella pertussis. Quadro de IVAS depois mantendo tosse incoercível com estridor inspiratório. Tosse em média dura 2-4 semanas mas pode durar meses. Cultura de secreção orofaríngea nas fases iniciais ou sorologia nas fases tardias. Tratada com macrolídeo ou sulfa, mas não muda curso da doença).
  • Tosse Pisicogênica (diagnóstico de exclusão, mais em crianças e adoslecentes. Tratada com psicoterapia e fonoterapia).
  • Corpo estranho na região faringolaríngea (cerca de 11% das urgências da ORL, mais comum em ouvido e cavidade nasal, ocorrendo em 13% na faringe e 0,3% na laringe. Incidência maior entre 0-3 aos de idade, mas pode ocorrer na vida adulta. Crianças pensar em alimentos, semenetes, objetos plásticos e adultos em espinhas e ossos, ou próteses dentárias. Quando mais DISTAL, menor a precisão da percepção do paciente. Principais exames complementares são videolaringoscopia, radiografia, TC, EDA e broncoscopia. Devemos garantir via aérea, localizar o corpo estranho, indicar antibioticoterapia, escolher método de remoção. SE BATERIAS, OBJETOS PÉRFURO-CORTANTES, INCAPACIDADE DE MANEJO DE SECREÇÕES OU OBSTRUÇÃO RESPIRATÓRIA, É CONSIDERADO EMERGÊNCIA DEVENDO SER FEITA REMOÇÃO EM ATÉ 6 HORAS. NAS DEMAIS SITUAÇÕES, É UMA URGÊNCIA COM REMOÇÃO EM ATÉ 24H)
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