Laringites (Crônicas) Flashcards

1
Q

Cite as principais Laringites Crônicas (6).

A

Principais:

  • Sífilis
  • Tuberculose
  • Hanseníase
  • Candidíase
  • Paracoccidioidomicose
  • Leishmaniose

Outras:

  • Actinomicose
  • Rinoscleroma
  • Rinosporidiose
  • Histoplasmose
  • Aspergilose
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2
Q

Quando considero uma laringite crônica?

A

Se duração superior a 3 MESES.

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3
Q

Qual o nome do processo inflamatório característico das laringites crônicas e sua definição?

A
  • Granuloma

É um grupo de células epitelioides (macrófagos que sofreram transformação morfológica) envolvidas por linfócitos, e células multinucleares gigantes (células de Langhans), resultantes da fusão de macrófagos ativos.

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4
Q

Sobre a Tuberculose Laríngea:

  • Qual a importância?
  • Qual seu agente?
  • Qual sexo e idade predomina?
  • Qual sua situação no Brasil?
  • Como é sua transmissão?
A

Conceitos:

  • Causa mais frequente de lesão granulomatosa da laringe.
  • Mycobacterium tuberculosis (bactéria aeróbia, bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) e relevante especialmente em pacientes imunodeprimidos).
  • Sexo masculino e idosos (raramente na infância).

Brasil:

  • Redução da morbimortalidade no Brasil e no mundo com surgimento das medicações tuberculostáticas, porém retorno do aumento com o HIV. O Brasil está entre os 30 países com maior prevalência da doença no mundo, embora as taxas tenham caído em 30% em 2012, em resposta a DOTS (directly observed therapy short course) que instituiu a vigilância do tratamento a partir de 1999.~

Transmissão:

  • Mais comum é INOCULAÇÃO DIRETA (da forma pulmonar bacilífera, desenvolvendo-se em 40% dos pacientes, sendo comum achado de cavitações pulmonares). Disseminação hematogênica e linfática são raras.
  • A TBC LARÍNGEA ISOLADA É RARA (mais comum se houver infecção pulmonar avançados ou coinfecção por paracoco).
  • A forma laríngea é ALTAMENTE CONTAGIOSA.
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5
Q

Sobre a Tuberculose Laríngea:

  • Qual o quadro clínico?
  • Quais as 3 formas de lesões na laringoscopia?
  • Qual outro achado pode ser visto na laringoscopia, caso infecção pulmonar acometa mediastino?
A

Quadro clínico:

  • Disfonia e disfagia são mais observados em adultos.
  • Estridor e dispneia são mais observados em crianças.

Padrões na laringoscopia:

  • VEGETANTE (tumoração endurecida, especialmente em pregas vestibulares e comissura anterior. Histologicamente com proliferação de tecido conjuntivo e infiltrado linfocítico).
  • INFILTRANTE (aumento do volume por infiltrado linfocítico sem lesão de mucosa. Intenso infiltrado linfocítico).
  • ULCERANTE (ulceração com necrose da mucosa).

Dica: “VIU”

Outro achado:

  • Paralisia de prega vocal unilateral (acometimento de nervo laringeo recorrente, principalmente esquerdo, pode ocorrer se infecção disseminar para mediastino).
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6
Q

Sobre a Tuberculose Laríngea:

  • Quais exames importantes para serem solicitados além da laringoscopia (5)?
  • Quais os principais diagnósticos diferenciais?
  • Qual conduta devo realizar para todo caso suspeito?
A

Exames fundamentais:

  • Biópsia da lesão suspeita (fundamental, devido ás formas diferentes de lesões, para afastar câncer e outros diagnósticos)
  • Imagem de tórax (Rx ou TC)
  • Baciloscopia do escarro (Pesquisa do bacilo de Koch). Apesar de importante nos adultos, crianças com tuberculose pulmonar geralmente são NEGATIVAS em baciloscopia.
  • Teste tuberculínico (PPD, positivo em > 90% dos casos) para triagem inicial
  • Sorologia anti-HIV (fundamental sempre que manifestações extrapulmonares).

Diagnósticos diferenciais:

  • Sífilis, sarcoidose, infecções fúngicas, neoplasias, wegener

Para todo caso suspeito:

  • Notificação compulsória da doença e busca ativa por contactantes para investigação clínica e laboratorial.
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7
Q

Sobre a Tuberculose Laríngea:

  • Cite o esquema básico de tratamento.
  • Com quanto tempo do início do tratamento para de haver transmissão?
  • Qual a conduta se baciloscopia positiva (BAAR) no final do segundo mês de tratamento?
  • Pode ser utilizado corticoesteroide?
  • Cite 4 complicações laríngeas da tuberculose.
A

Esquema de tratamento:

  • Fase intensiva (RIPE) por 2 meses.
  • Fase de manutenção (RI) por 4 meses

(R) Rifampicina
(I) Isoniazida
(P) Pirazinamida
(E) Etambutol

Esse tratamento é igual para tuberculose pulmonar e extrapulmonar (exceto meningoencefalites) e acompanhado em centros de referência.

Interrupção da transmissão:

  • A eliminação de bacilos tende a diminuir e atingir níveis insignificantes após 15 DIAS DE INÍCIO DE TRATAMENTO (PARA DE TRANSMITIR).

Se BAAR positiva no segundo mês de tratamento:

  • Cultura e antibiograma (pode haver micobactéria resistente).

Corticoterapia:

  • Preconizado por alguns autores diante do DOR INTENSA OU COMPROMETIMENTO DE VIA AÉREA, na TENTATIVA DE EVITAR ESTENOSE laringotraqueal.

Complicações:

  • Estenose laríngea
  • Fixação da articulação cricoaritenóidea
  • Erosão ou amputação da epiglote
  • Lesões cicatriciais de pregas vocais

Outras complicações não laríngeas citadas são Enterite Tuberculosa (deglutição de saliva contaminada, bastante frequente) e Meningite (pacientes com HIV).

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8
Q

Sobre a Hanseníase:

  • Qual seu principal agente?
  • Como é feita a transmissão?
  • Qual faixa etária é mais susceptível à transmissão?
  • Como o agente é em relação a infecciosidade, patogenicidade e virulência?
  • Cite suas duas classificações pela OMS, e suas diferenças (Teste de Mitsuda, Índice Baciloscópico e Formas de Lesão).
  • Qual a mais associada a comprometimento otorrinolaringológico?
A

Agente e transmissão:

  • Mycobacterium leprae (BAAR)
  • Afeta qualquer idade ou sexo, sendo crianças mais susceptíveis.
  • Transmitido por secreções nasais, de orofaringe ou ferimento de pele em pacientes bacilíferos. Afeta qualquer idade ou sexo, sendo crianças mais susceptíveis.
  • Alta infecciosidade
  • Baixa patogenicidade
  • Baixa virulência
  • Acometimento laríngeo por INOCULAÇÃO DIRETA (bacilos do nariz e boca).

Classificações:

  • PAUCIBACILAR (Mitsuda positivo e índice baciloscópico < 2. Forma mais frequente e benigna, abrange tipos tuberculoide e indeterminado da doença).
  • MULTIBACILAR (Mitsuda negativo, índice baciloscópico igual ou maior a 2. Abrage tipos virchowiano e dimorfo). ESSA FORMA É MAIS COMUM DE ACOMETIMENTO NA ORL.

Dica: “PTI” (paucibailar, tuberculoide, indeterminado)

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9
Q

Sobre a Hanseníase:

  • Qual o período de incubação?
  • Como se dissemina pelas vias aéreas e laringe?
  • Qual a sintomatologia laríngea?
  • Quais os 4 aspectos laríngeos?
  • Cite 2 formas de avaliar sensibilidade laríngea.
A

Incubação:

  • Incubação longa, de 3-5 anos (e requer longo período de exposição).

Evoluação:

  • Tem CARÁTER DESCENDENTE (nariz > boca > laringe).
  • Também é descendente na laringe (epiglote > pregas vocais)

Acometimento laríngeo:

  • Sintomatologia laríngea é inespecífica, podendo haver discreta aspereza na voz, tosse não produtiva ou sensação de corpo estranho na garganta. Quadros mais tardios e graves pode se associar a afonia, hemoptise e dispneia.
  • Aspecto laríngeo variável, podendo ter aspecto (F)ibrótico, (U)lcerativo, (N)odular, (G)ranulomatos(O).

Dica: “FUNGO”

Avaliando sensibilidade laríngea:

  • Inalação de ácido cítrico a 10%
  • Avaliar reflexo da tosse (naso flexível).
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10
Q

Sobre a Hanseníase:

  • Como é suspeitada?
  • Quais exames posso solicitar nos quadros atípicos?
  • Como é feito o tratamento?
A

Suspeita:

  • Lesão geralmente granulomatosa na laringe com sinais da lesão de pele (única ou múltipla, em geral hipopigmentada) com perda de sensibilidade e baciloscopia positiva à biópsia (áreas afetadas de pele ou mucosa).

Exames (quadros atípicos):

  • Prova da histamina
  • Prova da pilocarpina
  • Baciloscopia
  • Exame histológico
  • Exame citológico
  • Teste PCR
  • Sorologia
  • Reação de glicolipídeo fenólico 1

Tratamento:

  • Esquema RIFAMPICINA, DAPSONA e CLOFAZIMINA.
  • Acompanhado em centros de referência.

Dica: “CLO FAZ a MINA RI DA PERSONA com HANSENÍASE”

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11
Q

Sobre a Sífilis Laríngea:

  • Qual seu agente?
  • Qual a transmissão?
  • Quais suas duas associações?
  • Qual fase acomete a laringe?
  • Cite as manifestações das fases da forma adquirida e congênita.
A

Conceitos:

  • Treponema pallidum
  • Relação sexual ou Transplacentária
  • Associação com HIV (25%) e crack
  • TODAS AS FASES PODEM ACOMETER LARINGE.

Adquirida:

  • PRIMÁRIA (o cancro primário surge 10 a 90 dias após inoculação. Lesão ulcerada, de bordas elevadas. É mais frequente nas regiões genital, anal ou oral. RARO NA LARINGE (evolução semelhante, some sem deixar sequelas).
  • SECUNDÁRIA (4 a 10 semanas após a primária) temos lesões orais, faríngeas e laringeas, causando DISFAGIA e DISFONIA. Podem ser ENANTEMAS difusos, EROSÕES da mucosa e processo inflamatório do tipo HIPERPLASIA. Lesões são RICAS em treponemas e altamente CONTAMINANTES.
  • TERCIÁRIA (3 a 15 anos após a infecção inicial) temos predileção de EPIGLOTE e LARINGE POSTERIOR. Tem polimorfismo de lesões em diversos estágios evolutivos. Pode haver POLIMORFISMO DE LESÕES, com infiltração, goma, goma ulcerada e hiperplasia (os 4 tipos de lesões), com risco de ESTENOSE laringotraqueal.

Congênita:

  • Precoce (ate segundo ano de vida): choro fraco ou rouco, com algumas lesões de mucosa brônquica ou pneumonite intersticial).
  • Tardia (segundo ano de vida): muitos sintomas da ORL (semelhantes à forma terciária).
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12
Q

Sobre a Sífilis Laríngea:

  • Cite 4 características altamente sugestivas de sífilis laríngea.
  • Como é confirmado o diangóstico?
A

Suspeição:

  • Localização preferencial em epiglote e pregas vocais.
  • Recidivas frequentes
  • Alteração de mucosas de outras regiões (faringea, oral)
  • Adenite satélite (única na sífilis primária e múltipla na secundária).

Diagnóstico:

  • Pesquisa direta em campo escuro (ou imunofluorescência direta com anticorpos antitreponêmicos), indicado no cancro duro.
  • Testes sorológicos: VDRL (triagem e acompanhamento pós-tratamento) e FTA-ABS (confirmação diagnóstica, sendo mais específico).
  • Biópsia com anatomopatológico (coloração pela prata, bem visualizado nas lesões primárias ou secundárias).

Tratamento:

  • Penicilina G Benzatina 2,4 milhões UI em dose única (primária, secundária ou latente até 1 ano de evolução).
  • Penicilina G Benzatina 2,4 milhões UI em 3 doses com intervalo semanal (latente após 1 ano de evolução, sífilis terciária ou duração desconhecida).
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13
Q

Sobre a Paracoccidioidomicose:

  • Qual o agente?
  • Predomina em qual sexo e idade?
  • Qual fator de risco relacionado a trabalho?
  • Após inalação do esporo e formação do complexo pulmonar, quais as 3 possibilidades?
  • Cite suas duas formas clínicas.
  • Como ocorre disseminação para laríngea?
  • Acometimento laríngeo é comum?
A
  • Paracoccidioides brasiliensis
  • SEXO MASCULINO (90%)
  • Por volta de 30-50 anos (raro na infância)
  • Trabalhadores rurais (inalação de esporos)

Após inalação e formação do complexo pulmonar primário:

  • Imunidade celular e bloqueio do complexo primário.
  • Disseminação linfohematogênica transitória e focos metastáticos em múltiplos órgãos.
  • Evolução progressiva aguda da doença pulmonar ou em órgãos.

Formas clínicas:

  • Aguda/subaguda: mais indivíduos jovens e gera linfadenomegalia (cervical, mesentérica, medistinal) e sintomas gerais (febre e emagrecimento). Confunde com neoplasias.
  • Crônica: MAIS COMUM, com lesões mucosas e pulmonares, com evolução arrastada por anos e histórico de reagudizações.

Acometimento laríngeo:

  • Ocorre por disseminação LINFO-HEMATOGÊNICA da infecção pulmonar.
  • NA FORMA CRÔNICA, MAIS DE 50% DOS PACIENTES PODERÃO TER MANIFESTAÇÕES ORAIS E LARÍNGEAS.
  • Enantema difuso, com áreas de ulceração ou lesões vegetantes, perda de substância, sinéquias.
  • Também observa-se áreas da MUCOSA COM PONTILHADO HEMORRÁGICO descritas como “PICADA DE PULGA” semelhantes à lesão oral (estomatite moriforme de Aguiar Pupo).
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14
Q

Sobre a Paracoccidioidomicose:

  • Como é feito o diagnóstico?
A
  • Biópsia com anatomopatológico (diagnóstico de certeza. Evitar biopsiar áreas de necrose, infecção secundária e hiperqueratose). Pode apresentar achado característico de fungo em aspecto de “roda de leme” ou brotamento em “cabeça de mickey”
  • Sorologias: IMUNODIFUSÃO DUPLA (IDD), contraimunoeletroforese (CIE), imunofluorescência indireta (IFI), ensaio imunoenzimático (ELISA) e imunoblot (IB).

Tratamento:

  • Itraconazol 200mg por dia (6 a 9 meses ou 12 a 18 meses se leve ou moderado respectivamente).
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15
Q

Sobre a Paracoccidioidomicose:

  • Qual a principal droga indicada nas formas leves e moderadas da doença?
  • Como as formas graves são tradadas?
  • Qual a droga de escolha para acometimento do SNC?
A

Casos leves e moderados:

  • ITRACONAZOL 200mg por dia (6 a 9 meses ou 12 a 18 meses se leve ou moderado respectivamente).
  • Sulfametoxazol-trimetoprima como alternativa (bacteriostático que imobiliza a membrana do fungo e impede sua replicação).

Casos graves:

  • ANFOTERICINA B (1mg/Kg/dia) é a droga de escolha.
  • SMT-TMP EV como alternativa, com duas ampolas a cada 8h até que a melhora clínica permita introdução VO.

Neuroparacoccidioidomicose:

  • VORICONAZOL
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16
Q

Sobre a Candidíase laríngea:

  • Qual o principal agente?
  • Quais grupos de pacientes tem maior predisposição?
  • Candidíase larínge costuma se originar de quais outros 2 focos na via aérea?
  • Qual suas 2 classificações?
  • Quais suas 3 formas de lesões laríngeas?
  • Cite os principais diagnósticos diferenciais.
A

Agente

  • Candida albicans (endógena).

Pacientes submetidos a terapêutica avançada (idosos, transplantados, neoplasias) e nos casos de:

  • Antibioticoterapia
  • Corticoterapia
  • Radioterapia
  • Imunossupressores
  • Intubação prolongada
  • Pós-operatório de laringe
  • Doenças linfoproliferativas
  • Hipoparatireoidismo
  • Alcoolismo e tabagismo

Obs: alta relação com imunidade por linfócitos T (razão pela qual é mais comum também na AIDS).

  • Candidíase laríngea costuma ser consequência de infecção em OROFARINGE ou PULMÃO. Mas ausência de manifestações nessas regiões não afasta o comprometimento laríngeo.

Classificação:

  • Superficial (não passou membrana basal).
  • Invasiva (ultrapassa membrana basal).

Lesões laríngeas:

  • Enantema (forma aguda atrófica)
  • Placas brancas esparsas (forma pseudomembranosa, mais comum)
  • Vegetante (forma hiperplásica)

Diagnósticos diferenciais:

  • Forma pseudomembranosa (leucoplasias).
  • Forma hiperplásica (refluxo faringolaríngeo, carcinomas, papilomatose, tuberculose, sarcoidose, sífilis, micoses)
17
Q

Sobre a Candidíase laríngea:

  • Como é feito o diagnóstico?
  • Qual o tratamento indicado?
A

Diagnóstico:

  • É clínico.
  • Pode ser comprovado com micológico direto, cultura ou biópsia (raramente indicados).

Tratamento:

  • Suspensão de Nistatina em gargarejo e deglutição, 4x/dia (para formas superficiais).
  • Intraconazol, Fluconazol ou Anfotericina B (casos invasivos ou graves).
18
Q

Sobre a Leishmaniose Laríngea:

  • Qual o agente?
  • Qual o vetor?
  • Qual sexo e idade?
  • Como é a disseminação?
  • Lesões mucosas aparecem após quanto tempo de incubação?
  • Como se manifesta na laringe?
A

Agente:

  • Leishmania brasiliensis (existem ainda no Brasil a amazonensis e guyanensis)
  • Vetor: flebótomo Lutzomyia.
  • Sexo masculino (75%), acima dos 10 anos de idade.

Lesões mucosas:

  • Podem ser precoces, mas geralmente após 1-2 anos do início da infecção, quase sempre por disseminação HEMATOGÊNICA, afetando inicialmente septo nasal (infiltrado e eritema), depois lábio, palato, faringe e depois laringe.

Lesões Laríngeas:

  • Lesões infiltrativas, ulceradas, vegetantes, tumorais, com reabsorção de substância e até mesmo amputação das cartilagens.
  • Podem ser localizadas ou difusas e acometer qualquer parte da laringe, porém tem PREDILEÇÃO PELA SUPRAGLOTE (EPIGLOTE, PREGAS ARIEPIGLÓTICAS).
19
Q

Sobre a Leishmaniose Laríngea:

  • Como é feito o diagnóstico?
A

Diagnóstico:

  • Exames parasitológicos (demonstração do parasita, isolamento in vitro ou in vivo).
  • Exames imunológicos (ELISA é o mais usado, mas pode ser solicitado imunofluorescência indireta ou intradermoreação de Montenegro, embora esse último pode ser negativo até 2 meses após início da doença, em imunodeprimidos ou nas formas difusa e visceral. Montenegro acaba sendo bnom para controle evolutivo, refletindo estado imunológico do paciente, e não para diagnóstico).
  • Testes moleculares (PCR, anticorpos monoclonais)
21
Q

Sobre a Leishmaniose Laríngea:

  • Qual o tratamento?
A

Tratamento:

  • ANTIMONIAL PENTAVALENTE via IM ou EV (20mkg/dia) por um período mínimo de 28 dias (N-METIL-GLUCAMINA ou GLUCANTIME).
  • PENTOXIFILINA é indicada para ser associada ao Glucantime por atuar contra o TNF-alfa, importante agente inflamatório nessa doença, sendo feito 400mg VO de 8/8h também por 28 dias.

Alternativas:

  • ANFOTERICINA B com 1mg/Kg usado diariamente ou em dias alternados (até 20-40mg/kg) é segunda opção, porém pode causar trombocitopenia, redução da função tubular renal e hipocalcemia, sendo indicada a anfotericina B lipossomal no lugar, com bons resultados.
  • ISOTIONATO DE PENTAMIDINA (PENTACARINAT) em 2-4mg/kg
  • MITELFOSINA (em 2,5mg/kg/dia, antineoplásico de adminstração oral): indicado para pacientes com COMORBIDADES E OUTRAS DOENÇAS ASSOCIADAS (DRC, DM OU HAS DESCONTROLADA) e se uso das medicações acima apresentou recidiva/resistência