Distonias, Mioclonias e Tremores Flashcards

1
Q

Sobre as Distonias:

  • Qual o conceito?
  • São rítimicas ou arrítimicas?
  • São tarefa-dependentes?
  • Desaparecem ao sono?
A
  • Contrações musculares INVOLUNTÁRIAS da musculatura laríngea.
  • São ARRÍTIMICAS por natureza, mas alguns casos de distonia de adução podem ter rítimo, sendo chamadas de tremores distônicos (deve ser diferenciado do tremor essencial).
  • São TAREFA-DEPENDENTES (induzidas quando fazemos alguma ação específica).
  • TENDÊNCIA A DESAPARECER DURANTE O SONO (ou reduzir).
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2
Q

Sobre as Distonias:

  • Qual o principal desencadeador?
  • Podem ser consideradas psicogênicas?
  • Existe prevalência por sexo?
A
  • Cerca de 1/3 se inicia APÓS EPISÓDIO TRAUMÁTICO e podem se agravar com estresse ou emoções (PORÉM NÃO É CONSIDERADA PSICOGÊNICA)
  • SEXO FEMININO é mais acometido
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3
Q

Sobre as Distonias:

  • Como são classificadas de acordo com etiologia?
A

Classificação etiológica:

  • PRIMÁRIAS (mais frequentes, podendo ser esporádicas após eventos traumáticos nos adultos, ou generalizadas por herança autossômica dominante nas crianças)

Obs: o prognóstico quando diagnosticada na infância é pior do que nos adultos.

  • SECUNDÁRIAS (se houver etiologia específica como afecções neurológicas, doenças metabólicas ou medicamentos como neurolépticos, antidepressivos, antieméticos ou anticonvulsivantes).

Observação: alguns estudos com RM demonstraram anormalidades do córtex e cerebelo, assim como redução de receptores de dopamina nos pacientes distônicos.

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4
Q

Sobre as Distonias:

  • Como são classificadas de acordo com distribuição anatômica?
A

Classificação anatômica:

  • FOCAL (grupo muscular específico)
  • SEGMENTAR (grupos musculares próximos)
  • MULTIFOCAL (grupos musculares não contíguos).
  • HEMIDISTONIA (hemicorpo)
  • GENERALIZADA (todo o corpo)

Síndrome de Meige:

  • Distonia segmentar com espamos de regiões próximas (blefaroespamos e disfonia oromandibular).
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5
Q

Sobre as Distonias:

  • Como são classificadas de acordo com o padrão de acometimento laríngeo (e qual é a mais comum)?
A

Classificação quanto ao acometimento laríngeo:

  • ADUÇÃO (80%)
  • ABDUÇÃO
  • MISTA
  • RESPIRATÓRIA
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6
Q

Sobre a Distonia de Adução:

  • Qual seu sinônimo?
  • Qual o padrão vocal esperado?
  • Prejuízo é maior em sons vozeados ou não vozeados?
  • A voz é melhor ou pior nos agudos (riso, sussuro e falsete)?
  • Como é feito o diagnóstico?
  • Quais seus 4 principais diagnósticos diferenciais?
  • Descreva o tratamento indicado e qual o músculo alvo.
A

Conceitos:

  • Mais comum (80% dos casos).
  • Sinônimo: ESPASMÓDICA (fortes contrações involuntárias dos músculos adutores durante a fonação).

Padrão vocal:

  • VOZ TENSA-ESTRANGULADA.
  • QUEBRAS DE SONORIDADE
  • PREJUÍZO MAIOR EM VOGAIS E CONSOANTES SONORAS (VOZEADAS).

Obs: Consoante/vogal sonora (vozeada) temos íntimo contato de prega vocal com a outra (“Z” sustentado). Consoante/vogal surda (não-vozeado) não há contato das pregas vocais (“S” sustentado).

  • SEM PREJUÍZO NO RISO, SUSSURO E FALSETE (geram pregas levemente afastadas. Portanto a voz é melhor nos agudos). Por isso esses pacientes chegam no consultorio falando em falsete (voz fina).

Diagnóstico:

  • CLÍNICO, complementado com fibronasoendoscopia (contrações arrítimicas durante a adução).
  • Eletromiografia não tem sinais patognomônicos (não é fundamental para diagnóstico, mas se feita mostra aumento de amplitude do TIREOARITENÓIDEO (TA) e prolongamento da atividade elétrica pré e pós fonatória).

Diagnóstico diferencial:

  • Tremor distônico (é rítimico).
  • Mioclonia (é rítimica).
  • Difonia psicogênica
  • Síndromer da Tensão Músculo-Esquelética.

Tratamento:

  • TOXINA BOTULÍNICA NO TA (Tireoaritenóideo) é o tratamento de escolha.
  • Tem a vantagem de não ser definitiva, mas por isso mesmo a desvantagem da necessidade de aplicações periódicas.
  • Pico do benefício até 6ª semana. Duração varia entre 3-6 meses. Após várias aplicações, o efeito permanece, assim como o grau de satisfação dos pacientes. Pode haver voz soprosa, levemente rouca e disfagia leve para líquidos após aplicação, especialmente nas duas primeiras semanas.
  • Pode ser UNILATERAL (6-10 UI) ou BILATERAL (2-3 UI). Estudos apontam para melhores resultados e menos efeitos colaterais com o uso unilateral.
  • VIA PERCUTÂNEA ATRAVÉS DA MEMBRANA CRICOTIREOIDEA COM AUXILIO DE ELETROMIOGRAFIA É A PREFERENCIAL (mais rápida, confortável e sem necessidade de anestesiar a laringe). Mas essa pode ser feita também com auxilio de fibronaso e anestesia.

(O tremor essencial também pode ser tratado com toxina no TA, em doses mais baixas que para distonias).

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7
Q

Sobre a Distonia de Abdução:

  • É mais ou menos comum que a de adução?
  • Compromete mais ou menos a voz?
  • Qual o padrão vocal esperado?
  • Prejuízo é maior em sons vozeados ou não vozeados?
  • A voz é melhor ou pior nos agudos (riso, sussuro e falsete)?
  • Como é feito o diagnóstico?
  • Quais seus 3 principais diagnósticos diferenciais?
  • Descreva o tratamento indicado e qual o músculo alvo.
A

Conceitos:

  • Menos comum e COMPROMETE MENOS A VOZ que a distonia de adução.

Padrão vocal:

  • ESCAPES DE AR
  • SOPROSIDADE INTERMITENTE (VOZ AERADA), com quebras de sonoridades.
  • PREJUÍZO MAIOR (PROLONGAMENTO) DE SONS SURDOS (NÃO-VOZEADAS)
  • PIORA NO RISO, SUSURRO E FALSETE (voz é melhor nos graves, sendo inverso da distonia de adução).

Diagnóstico:

  • CLÍNICO, complementado com fibronasoendoscopia (contrações involuntárias afastando pregas vocais, mais em sons vozeados).
  • Eletromiografia não tem sinais patognomônicos (não é fundamental para diagnóstico, mas se feita mostra aumento de amplitude do CRICOARITENÓIDEO POSTERIOR (CAP).

Diagnóstico diferencial:

  • Distonia de adução
  • Distonia mista
  • Distonia psicogênica

Tratamento:

  • TOXINA BOTULÍNICA NO CAP (Cricoaritenóideo Posterior) é o tratamento de escolha.
  • Também percutânea sob auxilio de eletromiografia.
  • UNILATERAL (8-10 UI)
  • A injeção bilateral deve ser evitada, ou caso opte por fazer, não deve ser realizada no mesmo tempo devido à possibilidade de comprometimento respiratório e não deve ultrapassar doses de 2,5u de Botox.
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8
Q

Sobre a Distonia Mista (adução e abdução:

  • Como são as manifestações?
  • Como deve ser feito o tratamento?
A

A forma mista tem envolvimento, com repercussão clínica, de musculatura adutora e abdutora na fonação, com emissão focal variada (depende do grau de envolvimento de cada grupo muscular). É tratada com toxina botulínica, devendo o músculo ser individualizado conforme a forma que predominar.

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9
Q

Sobre a Distonia Respiratória:

  • É comum?
  • Ocorre por qual mecanismo?
  • Há disfonia?
  • Ocorre dessaturação?
  • Qual manobra é fundamental na fibronasoendoscopia?
  • Quais os diangósticos diferenciais?
  • Qual o tratamento e músculo alvo?
A

Conceitos:

  • É MUITO rara.
  • Ocorre MOVIMENTO PARADOXAL DAS PREGAS VOCAIS DURANTE A INSPIRAÇÃO (se fecham, quando deveriam abrir).

Padrão Vocal:

  • ESTRIDOR INSPIRATÓRIO PERSISTENTE, com pausas respiratórias inapropriadas e fadiga.
  • NÃO HÁ DISFONIA (porém pode haver fadiga vocal).
  • MAIORIA SEM DESSATURAÇÃO de SatO2.

Diagnóstico:

  • CLÍNICO, complementado com fibronaso (a manobra que acarreta a abertura glótica é o “Sniff”, sendo FUNDAMENTAL para diagnóstico: presença de fechamento glótico na inspiração).
  • ELETROMIOGRAFIA é mais útil para esses casos, com aumento de amplitude dos músculos adutores, em especial o CRICOARITENÓIDEO LATERAL (CAL).

Diagnósticos diferenciais:

  • Paralisia laríngea bilateral
  • Refluxo faringolaríngeo
  • Asma

(Essas 3 condições causam movimento paradoxal).

Tratamento:

  • BOTOX NO CAL (ipsilateral)
  • BOTOX NO TA (contralateral)

A injeção isolada do TA não é suficiente para tratar a restrição respiratória, sendo feito botox no CAL ou preferencialmente em ambos os músculos, da forma citada acima.

  • Dose de 8-10 UI.

Em alguns casos pode ser necessária traqueostomia.

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10
Q

Sobre os Tremores Vocal:

  • Qual a principal diferença para as distonias?
  • Quais os 3 tipos mais comuns (em ordem)?
  • Qual a diferença do tremor de repouso e de ação?
  • Como diferenciar os dois principais tipos de tremor de ação?
  • Qual manobra é fundamental para essa diferenciação?
  • Qual o tratamento indicado?
  • A resposta é boa nos dois tipos de tremor de ação?
  • Betabloqueador pode ser usado?
A

Conceito:

  • Tremores são involuntários também, porém RÍTIMICOS (enquanto as distonias são arrítimicas).

Mais comuns:

  • ESSENCIAL (1º)
  • PARKINSONISMO (2º)
  • DISTÔNICO (3º)

Dica: “ES-PA-Da”

Repouso x Ação:

  • REPOUSO: tremor está presente em todo momento, seja em tarefas fonatórias, não fonatórias ou durante o sono. Ocorre no PARKINSONISMO.
  • AÇÃO: necessária alguma ação para acontecerem (são tarefa-dependentes). Ocorre no TREMOR ESSENCIAL e o TREMOR DISTÔNICO.

Tremor Essencial x Distônico:

  • TREMOR ESSENCIAL É OBSERVADO EM TODAS AS POSTURAS LARÍNGEAS (ATIVIDADES FONATÓRIAS OU NÃO). Ou seja, quando o paciente está abduzindo ou aduzindo, tanto faz.
  • TREMOR DISTÔNICO É UMA VARIANTE RÍTIMICA DA DISTONIA DE ADUÇÃO (SÓ OCORRE EM TAREFAS FONATÓRIAS). Ou seja, só ocorre durante adução.

Diagnóstico:

  • CLÍNICO, complementado com fibronaso (manobras).
  • A manobra que permite diferenciar o essencial do distônico é “ EMITIR O “S”OU “ASSOBIAR” (tarefas não fonatórias). Se presença de tremor durante essas atividades, sinaliza para tremor essencial (o distônico some).

Tratamento:

  • BOTOX NO TA (tanto no tremor essencial quanto no distônico, variando apenas doses).
  • Dose se essencial: 2-4 UI
  • Dose de distônico: 6-8 UI
  • Resposta É LIMITADA NO ESSENCIAL e MUITO BOA NO DISTÔNICO.

Importante:

  • O tremor essencial da laringe NÃO MELHORA COM BETABLOQUEADORES (PROPRANOLOL), diferentemente do tremor essencial de membros que costuma melhorar.
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11
Q

Sobre as Mioclonias:

  • Cite sua definição.
  • Qual a diferença clínica das mioclonias primárias e secundárias?
  • Qual é mais comum, a palatal ou laríngea?
  • Qual é vista durante o sono?
  • São fonatório-dependentes?
  • Qual cuidado devemos ter ao realizar oroscopia?
  • Qual a droga de escolha para tratamento?
A

Conceito:

  • Movimento involuntário, RÍTIMICO, SÚBITO e de CURTÍSSIMA DURAÇÃO (10-50ms).

Primária e Secundária:

  • Pode ser PRIMÁRIA (essencial ou idiopática). É comum haver “ZUMBIDO EM CLIQUE” (contração do tensor do véu palatino, inervado pelo trigêmeo) e os MOVIMENTOS DESAPARECEM DURANTE O SONO.
  • SECUNDÁRIAS: SÃO MAIS FREQUENTES (diferentemente das distonias). Doenças neurodegenerativas, de depósito, alterações do SNC ou sistema nervoso periférico e metasbólicas. ASSINTOMÁTICAS na maioria das vezes, porém os MOVIMENTOS SÃO VISTOS DURANTE O SONO (permanecem mesmo no repouso).
  • AMBAS NÃO SÃO FONATÓRIO-DEPENDENTES (não necessitam atividades fonatórias para ocorrer).

Quadros:

  • A MIOCLONA PALATAL É MAIS FREQUENTE QUE A LARÍNGEA e causar zumbido característico (porém podem ocorrer juntas).
  • A mioclonia laringea pode causar mudança de modulação da voz durante a fonação, mas também ser assintomática.

Diagnóstico:

  • Clínico associado a fibronaso (contrações rítimicas do palato, movimentos rítimicos de adução e abdução da laringe e às vezes até da faringe).
  • A MIOCLONIA PALATAL PODE SUMIR NA OROSCOPIA (deve ser avaliada por fibronaso).

Tratamento:

  • VALPROATO DE SÓDIO (1ªescolha).
  • Botox no TA (se envolvimento laríngeo sintomático. Porém com resultados limitados).
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12
Q

Sobre as Mioclonias:

  • A mioclonia palatal pode também indicar lesão do SNC em qual região, mais especificamente?
A

TRIÂNGULO DE GUILLAIN-MOLLARET (foto) no tronco encefálico ou cerebelo, afetando o circuito entre núcleo denteado, rubo e olivar inferior.

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13
Q

Sobre Síndrome Parkinsoniana:

  • Qual o padrão vocal?
  • Quais outros sintomas associados?
  • Qual a principal causa de morbimortalidade?
  • Qual achado da fibronaso?
  • Tremor vocal é comum?
  • Tratamento medicamentoso da síndrome ajuda na fala?
A

Quadro clínico:

  • Redução do laudness, soprosidade, FALA MONÓTONA, lentificada e menos articulada, com alguns trechos acelerados (JATOS DE FALA) e prolongamento do período de silêncio.
  • Disfagia pode ocorrer nos estágios mais avançados (risco de PNEUMONIA ASPIRATIVA, principal causa de morbimortalidade).

Fibronaso:

  • Na fibronaso há coaptação incompleta, FENDA fusiforme.
  • Tremor laríngeo pode ocorrer mas é pouco observado (apesar de frequente nos membros). Mesmo assim é mais comum que o distônico.

Tratamento:

  • Tratamento medicamentoso e estimulação cerebral não tem bons resultados na voz e na fala, sendo a FONOTERAPIA com treinamento de aumento do esforço, intensidade e articulação vocal importante.
  • Implante de materiais para melhorar a coaptação pode ser feita evitando pneumonia aspirativa.
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14
Q

Sobre a Esclerose Lateral Amiotrófica:

  • Qual o padrão vocal?
  • Quais outros sintomas associados?
  • Qual achado da fibronaso?
  • Quais os tratamentos?
A

Quadro clínico:

  • A voz pode ficar soprosa, tensa, com baixa intensidade e PITCH AGRAVADO.
  • A DISARTRIA é muito mais exuberante, que ocorre pela paralisia da língua e do palato, sendo a HIPERNASALIDADE muitas vezes o sinal mais evidente. A fala é pastosa, lenta e torna-se inteligível.
  • A disfagia é progressiva, com SIALORREIA EVIDENTE.

Fibronasoendoscopia:

  • Mostra configuração geralmente normal, com HIPERCONSTRIÇÃO SUPRAGLÓTICA, fechamento glótico completo ou incompleto, com fenda fusiforme.

Tratamento:

  • TRAQUEOSTOMIA em algum momento pode ser necessária.
  • CIRURGIAS DE REDUÇÃO SALIVAR.
  • Mortalidade costuma ocorrer entre 2-3 anos desde o início dos sintomas.
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15
Q

Sobre a Esclerose Múltipla:

  • Qual o quadro clínico?
  • Qual o tratamento?
A

Quadro clínico:

  • As alterações fonatórias não ocorrem comumente nos primeiros estágios da doença.
  • Pode haver DISARTRIA (comprometimento do cerebelo), e dependendo da desmielinização, pode ser flácida, espástica ou atáxica.
  • A voz pode ser tensa-estrangulada, com pouca inteligibilidade.
  • Pode haver todos os tipos de DISFAGIA, com risco importante de ASPIRAÇÃOdurante os surtos.

Tratamento:

  • AINE’s, corticoides, imunoglobulinas e plasmaférese de emergência podem ser usadas nas fases agudas.
  • Imunomoduladores e imunossupressores reduzem frequencia e severidade das crises.
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