Laringites (Agudas) Flashcards

1
Q

Quanto tempo em média dura uma laringite aguda?

A

Duram em média 8 dias

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2
Q

Como em geral se manifestam as laringites agudas?

A

Laringite aguda tem evolução autolimitada e benigna na maioria dos casos, sendo a maioria virais.

  • Nas crianças, pode haver evolução mais rápida e progressiva, com predomínio de quadros obstrutivos, sendo em geral menos grave nos adultos, predominando disfonia.
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3
Q

Cite 4 características anatômicas da laringe que favorecem quadros mais graves nas crianças.

A
  • Laringe mais alta (C3-C4).

Só vai atingir C6 por volta de 5 anos e C7 por volta de 15-20 anos.

  • Menor proporção glótica (1:1), assim como nas mulheres.

Em adultos (homens) é 1,3 (maior área fonatória).

  • Epiglote mais volumosa e em forma de ômega (mais estreita).

Configuração normal do adulto apenas na puberdade.

  • Diferenças histológicas: a lâmina própria do RN é UNILAMINAR, só passa a ser trilaminar com 6 anos, e bastante espessa em relação ao tamanho das pregas vocais, apesar de bastante frouxa e flexível. O músculo vocal tem predomínio de fibras tipo II (contração rápida, justificando quadros de laringoespoasmos) enquanto no adulto predomina fibras tipo I (contração lenta e prolongada). O ligamento vocal, no entanto, está presente desde o nascimento.
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4
Q

Sobre a Laringite Alérgica Aguda:

  • Qual seu conceito?
  • É prevalente?
  • Quais os macenismos?
  • Como é feito o diagnóstico?
  • O que é Edema Angioneurótico Hereditário (e como diagnosticar)?
  • Qual o tratamento indicado?
A

Conceitos:

  • Quadro de edema laríngeo agudo, sem outro fator etiológico (exclusão de outras causas), podendo ser discreta rouquidão até quadro intenso com dispneia.
  • Bastante prevalente (dos pacientes com disfonia crônica que se submeteram a prick test, 63% deram positivo).
  • Associada a aumento de secreção nas vias aéreas, redução da função pulmonar e alterações mucosas nasofaríngeas.

Diagnóstico:

  • Anamnese alergológica demonstra sinais de alergia.
  • Laringoestroboscopia pode mostrar edema de pregas vocais, congestão venosa submucosa e fenda irregular.
  • Diagnóstico dificil devido a quadros coexistentes serem frequentes (refluxo faringolaróngeo, tabagismo, abuso vocal), sendo os quadros agudos alérgicos isolados ainda mal definidos (suspeitar nos quadros de RFL que não melhoram com IBP).

Edema Angioneurótico Hereditário (foto):

  • Edema muito grave da laringe, de cunho alérgico.
  • Diagnóstico pode ser feito pela AUSÊNCIA DE INIBIDOR DA C1-ESTERASE pesquisada por IMUNODIFUSÃO.

Tratamento:

  • Tratamento alérgeno-específico (a resposta ao quadro alérgico deve ter efeito concomitante à melhora dos achados de laringoscopia e dos sintomas vocais).
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5
Q

Sobre a Epiglotite:

  • Qual seu sinônimo?
  • Qual seu agente?
  • Qual idade e sexo predomina?
  • Qual época do ano ocorre?
  • Qual o quadro clínico?
  • Qual postura o paciente pode assumir?
A

Conceitos:

  • Supraglotite (inflamação de toda supraglote).
  • Haemophilus influenza do tipo B (tipável).
  • Sexo masculino e 2-7 anos.
  • Final do inverno e início da primavera

Devido a presença da vacina no calendário do programa de saúde pública, esse agente no grupo pediátrico vem reduzindo e surgindo outros agentes (pneumococo, s.aureus, pseudomonas, n. meningitidis, klebsiella, candida). Também vem AUMENTANDO INCIDÊNCIA EM ADULTOS, especialmente imunodeprimidos.

Manifestações:

  • Quadro rápido (evolução em 4-8 horas) de obstrução de via aérea, dispneia ao deitar, irritação, pico febril, dor de garganta intensa, disfagia, sialorreia e “voz de batata quente”.

No adulto geralmente causa dor cervical anterior, adenopatia, febre, odinofagia e disfagia, mas estridor inspiratório e dispneia é raro.

Postura adotada pela criança:

  • Postura de HIPEREXTENSÃO da cabeça, com boca ABERTA e queixo ELEVADO, com corpo ligeiramente INCLINADO para frente, respiração lenta e ESTRIDOR INSPIRATÓRIO (posição do tripé).
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6
Q

Sobre a Epiglotite:

  • Como é feito o diagnóstico, qual o principal exame e quais os principais achados?
  • Caso haja risco de piorar a obstrução, quais 2 opções de exames podem ser solicitados no seu lugar?
  • Cite medidas de suporte (5).
  • Cite esquemas de ATB (3).
A

Quadro clínico associado a laringoscopia indireta ou fibronasolaringoscopia, que demonstra:

  • Hiperemia (VERMELHO-CEREJA) e edema (celulite) principalmente da FACE LINGUAL DA EPIGLOTE e PREGAS ARIEPIGLÓTICAS, e das demais estruturas da supraglote.

Atenção: glote e subglote não SÃO comprometidas.

Qualquer manobra diagnóstica que possa aumentar a agitação do paciente deve ser evitada pois pode piorar a obstrução respiratória.

Diante de condição clinica que não permite realizar fibronaso ou laringoscopia indireta (devido ao risco de piora da obstrução respiratória), podem ser solicitadas:

  • LARINGOSCOPIA DIRETA (ambiente de centro cirurgico com estrutura para respiração mecânica)
  • RADIOGRAFIA SIMPLES LATERAL DO PESCOÇO (“SINAL DO POLEGAR”).

Faz diagnóstico diferencial com laringotraqueíte, corpo estranho e aspiração.

Tratamento de suporte:

  • Garantir via aérea
  • Monitorização de oxigênio
  • Nebulização com epinefrina (de 30-30min)
  • Hidratação com solução hipotônica
  • Dexametasona (efeito antinflamatório mais potente e vida longa maior que a hidrocortisona. Pode ser associado inalação com budesonida também).

Esquemas de antibioticoterapia:

  • 1) Cefuroxima 60mg/Kg/dia (esquema mais utilizado, cefalosporina de segunda geração).
  • 2) Ceftriaxona 50mg/Kg/dia (cefalosporina de terceira geração).
  • 3) Ampicilina e Clorafenicol (50-100 mg/Kg/dia, 6/6h).

O sucesso no tratamento se baseia no rápido diagnóstico e suiporte clínico e tratamento adequados.

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7
Q

Sobre a Laringotraqueite Viral:

  • Qual seu sinônimo?
  • Quais locais da VAS afeta?
  • Qual o principal agente?
  • Qual idade e sexo predomina?
  • Quais épocas do ano predomina?
  • Qual o quadro clínico?
A

Conceitos:

  • Crupe Verdadeiro
  • Acomete com a mesma proporção laringe, traqueia e brônquios.
  • Parainfluenza I (50-70%).

Mas pode ser causado por outros agentes como adenovírus, varicela, rinovírus, cocksackie, herpes, enterovírus, influenzae A e B).

  • Entre 3 meses e 5 anos (maioria crianças com 18 meses).
  • Sexo Masculino (2:1)
  • Outono e inverno (poluição também é fator importante contribuinte)

Quadro clínico:

  • PRÓDROMOS virais (2-6 dias). Evolui depois com com febre baixa, tosse rouca (ladrante), intensa, persistente
  • ESTRIDOR INSPIRATÓRIO QUE SE TORNA BIFÁSICO COM A PROGRESSÃO.
  • Quadros grave poderão ter taquipneia, retrações supraesternais e supraclaviculares em quadros severos.
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8
Q

Sobre a Laringotraqueite Viral:

  • Quais os achados laringoscópicos?
  • Qual o achado radiográfico?
  • Qual o tratamento indicado?
A

Fibronasolaringoscopia:

  • Não há nenhum sinal específico. Costuma apresentar sinais inflamatórios inespecíficos e difusos, mas é util para monitoramento da infecção e quando há respiração ruidosa ou alteração do choro.

Radiografia:

  • SINAL DA TORRE DE IGREJA (ou ponta de lápis). Representa estreitamento subglótico (LOCAL MAIS AFETADO É SUBGLOTE).

Tratamento:

  • Quadro LEVE (tosse, sem sinais obstrutivos) podem ser tratados domiciliarmente.
  • Quadro MODERADO: observação hospitalar e nebulização com adrenalina racêmica (0,25 a 0,75 mL da solução a 2,25%).

O efeito da adrenalina é limitado a 2 horas, portanto observar em ambiente hospitalar por 3-4 horas para que não haja efeito rebote, com retorno dos sintomas com mesma gravidade.

  • Quadro GRAVE: internação (grande risco de IOT), realizar Dexametasona (0,6 mg/Kg) ou Inalação de 2mg de Budesonida em solução de nebulização.

Antibioticoterapia somente se suspeita de infeção bacteriana secundária.

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9
Q

Sobre a Laringite Estridulosa:

  • Quais seus sinônimos?
  • Qual a etiologia?
  • Qual o quadro clínico típico?
  • Como é feito o diagnóstico?
  • Qual o achado de laringoscopia?
  • Cite as principais medidas clínicas (8).
  • Quais os 2 fatores associados a recidiva?
A
  • Falso Crupe ou Crupe Espasmódico
  • Não é rara.
  • Etiologia mal definida, podendo ser multifatorial e relacionada a origem infecciosa viral ou bacteriana, obstrutiva, alérgica ou refluxo faringolaríngeo.

Quadro clínico:

  • Dispneia SÚBITA, geralmente NOTURNA, de grau variável (sufocação, tiragem supraesternal, respiração ruidosa com estridor, tosse rouca, sudorese intensa e agitação). NÃO HÁ PRÓDROMOS NEM FEBRE.
  • Os sintomas duram de MINUTOS A POUCAS HORAS e declinam progressivamente até a normalidade deixando apenas tosse rouca pos alguns dias.

Diagnóstico:

  • Clínico
  • Laringoscopia se realizada mostra EDEMA SUBGLÓTICO e edema discreto de pregas vocais.

Tratamento:

  • Umidificação do ar
  • Corticoide VO (crise)
  • Corticoide Inalatório (até resolver)
  • Agonistas Beta-Adrenérgicos (Salbutamol)
  • Anti-histamínicos (histórico de alergia)
  • Vasoconstritor nasal (obstrução nasal importante associada).
  • Nebulização com adrenalina (dispnéia importante e angústia respiratória).
  • IBP (suspeita de DRGE)
  • Antibioticoterapia (somente se suspeita de quadro secundário).

Recidivas associam-se a:

  • Rinite Alérgica
  • Refluxo Faringolaríngeo
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10
Q

Sobre a Laringite Catarral:

  • Qual a importância?
  • Quais os fatores predisponentes?
  • Quais as bactérias mais associadas (2)?
  • Qual o quadro clínico?
  • Qual o achado da laringoscopia?
  • Qual a tríade do tratamento?
A

Importância:

  • Forma MAIS COMUM de laringite aguda no geral (quando se inclui crianças e adultos. Na criança as causas virais são mais frequentes).

Fatores predisponentes:

  • Nasofaringite viral ou bacteriana prévia (evolução do quadro)
  • Abuso vocal
  • Tabagismo
  • Etilismo
  • Poluição
  • RFL

Bactérias mais associadas:

  • Branhamella catarrhalis
  • Haemophilus influenzae (não tipável).

Dica: “HÉ MÔ FI …. TEM CATARRO NA BRAHMA (foto)

Quadro clínico:

  • Piora do quadro prévio (tosse seca vira produtiva catarral ou mucocatarral), globus faríngeo, faringalgia, constrição e dor no pescoço, disfonia de diversos graus.
  • Comprometimento respiratório não é tão comum, pois essa doença pega uma faixa etária maior (adolescentes, jovens, adultos).

Laringoscopia (foto):

  • Hiperemia e edema difuso da mucosa laríngea (mais importante na região GLÓTICA) podendo haver secreção em ádito laríngeo.

Tratamento:

  • Eliminação de fatores predisponentes (repouso vocal, tratar refluxo, reduzir tabagismo e etilismo, umidificação do ar)
  • Antibioticoterapia de amplo espectro (penicilinas, cefalosporinas, macrolídeos, quinolonas).
  • Corticoesteróides (usados de rotina, para reduzir edema de mucosa laríngea e pela ação antinflamatória, melhorando a qualidade vocal).
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11
Q

Sobre a Laringite Aguda no Profissional da Voz:

  • Qual sua fisiopatologia?
  • Quais as 4 etapas obrigatórias para diagnóstico?
  • Quais os achados de laringoscopia?
  • Onde fica a zona de turbilhonamento?
  • Onde predomina a úlcera de contato?
A

Fisiopatologia:

  • Reflexo de quadros de vias aéreas superiores. Acometimento da cavidade nasal, apesar de ser autolimitado, nesse perfil de paciente pode causar alteração da ressonância, aumento do esforço fonatório, constrições supraglóticas e hiperadução glótica. Secreção e inflamação podem irritar a mucosa laríngea, causando faringalgia, pigarro e tosse, resultando em lesões.

Diagnóstico:

  • Anamnese e exame físico
  • Análise perceptiva-auditiva
  • Videolaringoestroboscopia
  • Avaliação funcional do trato vocal com fibronasolaringoscopia flexível.

Laringoscopia:

  • Aumento de vascularização
  • Hiperemia e edema de pregas vocais
  • Úlceras de contato
  • Hemorragia e hematoma
  • Granuloma vocal
  • Redução da onda mucosa
  • Fenda e coaptação incompleta
  • Acúmulo de secreção no 1/3 médio de pregas vocais (ZONA DE TURBILHONAMENTO, na foto).

Úlcera de contato:

  • Decorrente do quadro hiperfuncional do abuso vocal e irritação mucosa.
  • Local mais comum é PROCESSO VOCAL da aritenóide (mas pode ocorrer também na porção membranosa da prega vocal).
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12
Q

Sobre a Laringite Aguda no Profissional da Voz:

  • Cite tratamentos indicados.
  • Quais os 2 efeitos colaterais de corticoterapia inalatória?
  • Cantores precisam suspender seu trabalho?
A

Tratamento:

  • Respouso vocal relativo ou absoluto.
  • Aumento da ingesta hídrica
  • CORTICOIDE ORAL (tratamento de escolha, podendo ser associado também inalatório dependendo da gravidade).
  • Antitussígenos
  • Vasoconstritores nasais
  • IBP (sinais de RLF associados)
  • Antibióticos (se necessário)

Efeitos colaterais do corticoide:

  • Candidíase faringolaríngea (nos casos de uso crônico inalatório, pode ocorrer após 30 dias de início, foto abaixo. Suspender uso e iniciar antifúngicos).
  • Disfonia por miopatia do músculo vocal
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13
Q

Sobre a Laringite Aguda no Profissional da Voz:

  • Qual cautela devemos ter em relação a antihistamínicos, descongestionantes orais e medicamentos que interferem na coagulação (AAS)?
A
  • Anti-histamínicos devem ser dados com cautela devido efeitos sedativos (pode piorar a performance do cantor).
  • Descongestionantes orais devem ser EVITADOS devido ressecamento de via aérea levando a aumento do esforço fonatório.
  • AAS e outros medicamentos que interferem na coagulação devem ser EVITADAS pelo risco de hematoma e hemorragias, como na foto abaixo (seus efeitos duram de 6-10 dias).
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14
Q

Sobre a Laringite Aguda no Profissional da Voz:

  • Cantores precisam suspender seu trabalho?
A
  • Não precisa, suspender suas atividades.

Pode voltar (respeitando o repouso vocal ao máximo até o momento da sua performance) devido ao tratamento precoce recuperar 85% dos casos. Se edema não reduzir, disfonia severa persistir e no caso de hemorragias subepiteliais extensas ou hematomas, devemos suspender o uso profissional da voz devido risco de piora e fonotrauma.

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15
Q

Sobre a Laringite Aguda no Profissional da Voz:

  • Fonoterapia e reabilitação vocal estão indicadas?
A
  • Fonoterapia pode ajudar a reduzir edema e recuperar onda mucosa, no fechamento glótico e melhjora da disfonia, com retorno profissional mais precoce.
  • Reabilitação ajuda equilibrar o uso da musculatura laríngea, que tende a desenvolver quadros compensatórios e constricções do trato vocal, postura inadequadas e contraturas em musculatura cervical.
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