Avaliação da Disfonia Flashcards
Explique os conceitos de eufonia e disfonia.
- Eufonia: associação harmoniosa de elementos vocais na emissão vocal que resulta em sons agradáveis para o ouvido
- Disfonia: toda e qualquer dificuldade na emissão vocal que impeça a produção natural e harmoniosa da voz.
Cite as duas escalas para avaliação perceptiva auditiva da voz, suas graduações e diferenças.
- GRBASI (mundial) e RASATI (brasileira).
- Graduação varia de 0 (ausente), 1 (leve), 2 (moderado), 3 (intenso) para cada parâmetro.
- A avaliação é subjetiva.
- Principal diferença é avaliar disfonia e irregularidade (GBARSI) ou rouquidão e aspereza (RASATI).
Como a disfonia é classificada em relação a:
- Tempo de Evolução
- Causas
- Topografia
Tempo de evolução:
- Agudas (até 14 dias)
- Crônicas (após 14 dias)
Causas da disfonia:
- Funcionais
- Organo-funcionais
- Orgânicas
Topografia:
- Glótica (Fonte)
- Ressonância (Filtro)
Ressonância (filtro) inclui todo o resto do trato aerodigestivo. Por isso é importante fazer também a fibronasoendoscopia junto da laringoestroboscopia.
Sobre as causas de disfonia:
- Explique a diferença entre as disfonias funcional, organo-funcionais e orgânicas.
- Onde se encaixam as alterações estruturais mínimase as lesões fonotraumáticas?
FUNCIONAIS (disfonia sem lesão).
- Psicogênica
- Uso inadequado da voz
- Inadaptações vocais (Alterações Estruturais Mínimas)
ORGANO-FUNCIONAIS (uso inadequado da voz causando lesão secundária).
- Lesões Fonotraumáticas.
ORGÂNICA (independentes do uso da voz).
- Laringites, papilomatose, câncer, paralisias, distonias, refluxo, doenças psiquiátricas.
Sobre a DISFONIA FUNCIONAL HIPERCINÉTICA (uma das causas de disfonia funcional na infância, associado a uso inadequado da voz):
- Qual seu conceito?
- Qual sua prevalência?
- Quais são os achados clínicos e endoscópicos?
- Qual o tratamento?
Conceito:
- Alteração no comportamento fonatório fazendo com que se use em excesso toda a musculatura da fonação. Uso exagerado ou inadequado da voz. Relacionado com recreações infantis e atividades esportivas.
- Sem lesões estruturais ou alterações laríngeas que justifiquem os sintomas.
- Representa 15% das disfonias em crianças.
Quadro clínico:
- Esforço vocal
- Pitch mais grave
- Incoordenação vocal
- Ataque vocal brusco
- Voz soprosa
- Voz tensa
- Fadiga vocal
- Períodos de afonia
- Pigarro e odinofagia
- Tensão musculoesquelética
Laringoscopia:
- Acúmulo de secreção catarral
- Fenda triangular médio-posterior
- Hipertrofia e avanço das das bandas ventriculares
- Constrição supraglótica anteroposterior
Tratamento:
- Fonoterapia (escolha).
Sobre as AEM:
- Podem causar repercussão respiratória e deglutitória?
- Quais são seus 7 tipos?
Conceitos:
- Quando causam sintomas, afetam EXCLUSIVAMENTE A FONAÇÃO (sem alteração de respiração e deglutição.
- São mudanças na estrutura da camada da LÂMINA PRÓPRIA que não interferem na função das pregas vocais, mas modifica a vibração e causa alteração na qualidade vocal do paciente.
Exemplos (7 tipos):
- Variação da proporção glótica
- Assimetria Laríngea
- Sulco
- Cisto
- Vasculodisgenesia
- Microdiafragma
- Ponte Mucosa
Esses últimos 5 são chamados de “AEM de cobertura”.
Sobre as AEM:
- Qual a repercussão clínica da Assimetria Laríngea?
A laringe deve ser igual ou muito parecida dos dois lados. As assimetrias costumam ocorrer desde a infância, então o indivíduo acaba se adaptando e não manifesta sintomas. No entanto, a presença dela aumenta a predisposição à fadiga vocal e formação de lesões secundárias que alteram a qualidade vocal.
Sobre as AEM:
- Qual o conceito de proporção glótica?
- Qual a proporção no homem, mulher e criança?
- Qual o local mais susceptível a lesões (devido às variações de proporção) na laringe masculina, e na mulher ou criança?
- Relação entre as dimensões medianas das regiões membranosa FONATÓRIA (anterior) e RESPIRATÓRIA (posterior) da glote.
- Homens: 1,3 (área fonatória maior). Devido a essa proporção, a laringe masculina é mais susceptível a lesões na REGIÃO POSTERIOR da glote (onde ocorre maior impacto durante adução) como o granuloma por fonotrauma.
- Mulher e criança: 1 (áreas semelhantes).
Nesses pacientes a área de mais impacto é o TERÇO MÉDIO, sendo a alteração mais comum o nódulo vocal.
Sobre as AEM (Sulco Vocal):
- Cite a diferença do sulco estria menor e estria maior.
- Os sulcos estria costumam ser unilaterais ou bilaterais?
- Costumam ser simétricos ou assimétricos?
- Alteram onda mucosa?
- Qual a fenda característica?
- O que significa sulco oculto?
- Qual o conceito do sulco bolsa?
- Como o sulco bolsa pode se manifestar?
Sulcos Estria:
- ESTRIA MENOR (depressão longitudinal ao longo da prega vocal, formando um lábio superior e outro inferior. No estria menor, temos LÁBIOS EM CONTATO. Não costuma chegar no ligamento vocal).
- ESTRIA MAIOR (depressão longitudinal com LÁBIOS SEM CONTATO. Chega a tocar no ligamento vocal, porém não o ultrapassa).
- Os sulcos estria menor e maior são BILATERAIS e ASSIMÉTRICOS, com extensão e profundidade variável.
- REDUZEM ONDA MUCOSA (ou pode estar ausente).
- FENDA FUSIFORME (é a mais comum pelos sulcos estria).
- Podem ser SULCOS OCULTOS (não vistos em laringoscopia com luz contínua, apenas com estroboscopia).
Sulco Bolsa:
- BOLSA (depressão profunda em que os lábios superior e inferior mantém contato, deixando uma cavidade no interior. Deixa as PREGAS VOCAIS MAIS VOLUMOSAS, podendo fazer diagnóstico diferencial com Edema de Reinke. A COBERTURA DA PREGA VOCAL MANTÉM FLEXIBILIDADE, EXCETO NAS BORDAS DA ABERTURA. Costuma chegar até ligamento vocal e aderir a ele. É COMUM SE MANIFESTAR COMO MONOCORDITE, sendo frequente lesões secundárias).
Sobre as AEM (Sulco Vocal):
- Cite 4 opções de tratamento para sulco estria (e quando são indicadas).
- Cite 2 opções de tratamento para sulco bolsa (e quando são indicadas).
Sulco Estria:
- FONOTERAPIA (fenda pequena).
- TIREOPLASTIA TIPO 1 ou PREENCHIMENTO INTRACORDAL: fáscia, gordura, ácido hialurônico (técnicas conservadoras para fendas moderadas).
- FRANJAMENTO: secções verticais para quebra de tensão, soltando as fibras (técnicas não conservadora, para estrias maiores com grande dano a cobertura).
Sulco Bolsa:
- Fonoterapia (casos leves, assintomáticos).
- CIRURGIA DE DESEPITELIZAÇÃO (do interior do sulco, deixando revestido apenas pelo tecido cojuntivo da lâmina própria que vai sofrer aderência e fechar o espaço).
Sobre as AEM (Sulco Vocal):
- Qual o achado abaixo?
Pregas vocais em posição respiratória demonstrando sulco-estria maior bilateral.
Sobre as AEM (Sulco Vocal):
- Qual o achado abaixo?
Sulco-bolsa (forma tipo uma tumoração na borda da prega vocal, como se fosse uma borda de pizza).
Sobre as AEM (Cisto Epidermóide):
- Quais seus sinônimos?
- Qual sua diferença para um Cisto Mucoso?
- É um cisto verdadeiro?
- Qual a diferença na sintomatologia dos cistos superficiais e profundos?
- Como aparece na laringoscopia?
- Costuma ser UNI ou BILATERAL?
- Possui sinais inflamatórios?
- Quais as 2 fendas mais comuns?
- Reduz onda mucosa?
- Cite duas opções de tratamento.
Conceito:
- CISTO VERDADEIRO, INTRACORDAL ou de INCLUSÃO (possui epitélio estratificado escamoso o revestindo completamente).
Sintomas:
- Disfonia é variável. Quanto mais PROFUNDO E LATERALIZADO (separado do epitélio por tecido conjuntivo, e longe da borda livre) MENOR é a interferencia na voz (cistos superficiais comprometem mais a onda mucosa).
Laringoscopia:
- Formação nodular branco-amarelada no interior da prega vocal, podendo ou não fazer saliência na luz laríngea.
- UNILATERAL (pode ter reação contralateral, e quando isso ocorre, se torna o principal diagnóstico diferencial de nódulos vocais).
- SEM SINAIS DE INFLAMAÇÃO (embora 40% tenha infiltrados na lâmina).
- FENDA FUSIFORME ou AMPULHETA (com tendência a fechamento posterior, o que ajuda a diferenciar do nódulo).
- REDUZ ONDA MUCOSA.
Tratamento:
- FONOTERAPIA (casos leves)
- MICROCIRURGIA DE LARINGE (novamente, quanto mais profundo, mais fácil de remover e menor repercussão vocal pós-operatória. É essencial remover toda a camada epitelial, especialmente nos cistos superficiais ou fistulizados).
Sobre as AEM (Vasculodisgenesia):
- Qual seu conceito?
- Altera a voz?
- O que costuma indicar?
- Qual a conduta?
- Vasos dilatados que NÃO CONSERVAM A DIREÇÃO (podem ficar TORTUOSOS, PERPENDICULARES, ARACNOIDES e variando ou reduzindo bruscamente de calibre.
- NÃO COSTUMA AFETAR VOZ.
- INDICA DESARRANJO DA LÂMINA PRÓPRIA e PODE VIR ACOMPANHADA DE OUTRAS AEM (principalmente o cisto epidermóide).
- EXPECTANTE ou CAUTERIZAÇÃO (se hematomas ou hemorragias, porém pode causar repercussão vocal). Alguns serviços realizam cirurgia (retirada com jelco).
Sobre as AEM (Microdiafragma):
- Qual seu conceito?
- Qual o quadro clínico?
- Qual o tratamento indicado?
Conceito:
- (Microweb) pequena e fina membrana transparente que une as duas porções anteriores das pregas vocais.
Quadro clínico:
- Não causa alterações diretas na qualidade da voz mas FAVORECE APARECIMENTO DE NÓDULOS VOCAIS (por alterar a proporção glótica).
Tratamento:
- Geralmente não é abordado.
- Se formar nódulos, pode ser feita FONOTERAPIA ou se refratariedade, MICROCIRURGIA (retirada dos nódulos e abordagem do microweb com INCISÃO MEDIANA SEM REPARO DAS BORDAS (ou uso de splint de silicone anterior), para evitar sinéquia das áreas friáveis.