SP 3.1 - TUTORIA Flashcards

1
Q

Caracterize a doença inflamatória intestinal

A

Doença inflamatória intestinal (DII) é um termo amplo, empregado para designar a doença de Crohn (DC) e a retocolite ulcerativa (RCU), caracterizadas pela inflamação crônica do intestino. Essas doenças diferem quanto a localização e ao comprometimento das camadas do intestino, mas também pela fisiopatogenia, ainda não completamente esclarecida. Existe um consenso de que fatores genéticos tornam o indivíduo suscetível ao desenvolvimento da doença, e fatores ambientais são responsáveis por seu desencadeamento e sua modulação, incluindo dieta, condições higiênicas, sanitárias e composição da flora intestinal. Assim, resumem-se 4 fatores envolvidos na patogênese da DII: a genética, a microbiota intestinal, a epidemiologia e a resposta imunológica. Nenhum desses componentes pode explicar isoladamente a DII, mas é a integração dos mesmos que de fato determina se a DII se manifestará ou não, e com quais características.

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2
Q

Qual a epidemiologia da doença inflamatória intestinal?

A

Um importante fator de impacto é o acometimento de pessoas jovens. A DC
apresenta pico de incidência entre os 20 e 30 anos de idade, principalmente entre as mulheres, enquanto a RCU entre 30 e 40 anos, sendo mais comum em homens.
Tradicionalmente, a DII é mais comum em indivíduos caucasianos, que vivem
em áreas urbanas e industrializadas, como nos países da América do Norte e na região norte da Europa Ocidental, em comparação a regiões em desenvolvimento, como Ásia, África e América do Sul.

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3
Q

Quais os fatores de risco ambientais envolvidos na patogênese da DII?

A

As pessoas que mudam de áreas de baixo risco, como a Índia ou a Indochina, para áreas de alto risco, como a América do Norte ou o Norte Europeu, têm um risco diretamente proporcional à idade que tinham ao imigrarem: para aqueles que já eram adultos quando se mudaram, o risco continuou essencialmente igual ao observado em seus países nativos; por outro lado, para aqueles que se mudaram ainda jovens ou na infância, o risco de desenvolver DII é o mesmo, ou até maior, do que o observado entre os nascidos nas áreas de alto risco. Dessa forma, indivíduos com determinada composição genética aumentam suas chances de desenvolver DII somente quando seus genes são provocados por fatores presentes em regiões do mundo mais desenvolvidas e com alta prevalência. Mas quais seriam os fatores de risco?

Dieta, antibióticos, infecções e vacinas, tabagismo, contraceptivos orais, apendicectomia e fatores perinatais e da infância.

  1. Dieta e antibióticos:
    -> A dieta tem papel especial na formação da microbiota intestinal;
    -> A microbiota intestinal intestinal está envolvida na formação do sistema imunológico sistêmico e mucoso, consequentemente, alterações qualitativas ou quantitativas na composição da microbiota intestinal nos primeiros anos de vida – o que hoje se considera um “período de sensibilidade” – podem determinar se o resultado será de imunidade robusta e eficaz ou, ao contrário, uma resposta imunológica fraca e falha que torna o indivíduo propenso a doenças inflamatórias autoimunes ou crônicas – incluindo a DII – no decorrer da vida.
    Quanto mais precoce o uso e quanto maior o número de antibióticos administrados, maior o risco de desenvolver DII em idade adulta.
  2. Países desenvolvidos, infecções e vacinas, dieta e fatores perinatais e da infância:
    -> a falta da devida exposição a infecções comuns na infância afeta negativamente o desenvolvimento do sistema imunológico, que se torna menos “treinado” e menos preparado para lidar com uma série de desafios ao longo da vida. Essa “hipótese de higiene” teve o apoio indireto de evidências de melhores condições de saúde em partes do mundo nas quais a DII está surgindo, com menos doenças infecciosas e parasitárias, melhores condições sanitárias, água e alimentos mais seguros, imunizações, etc., e a aquisição de hábitos dietéticos e de outra natureza das sociedades ocidentais em que a DII é mais prevalente (desequilíbrio e falha na imunidade inata e adaptativa);
  3. Tabagismo: o efeito do tabagismo na DII ocorre por meio modulação das respostas imunológicas, alterações nos níveis de citocinas, alterações na composição do muco, efeitos vasculares e pró-trombóticos, alterações na permeabilidade intestinal e etc. Ainda intrigante e inexplicável é
    o fato de que o tabagismo tem efeito oposto em cada forma da DII: enquanto ele piora o curso clínico da DC, com mais sintomas, mais recidivas, mais internações e mais cirurgias, ele apresenta efeito protetor no curso clínico da RCU.
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