PMSUS - Diabetes - Fisiopatologia Flashcards
Defina e caracterize o Diabetes Mellitus (DM)
O DM refere-se a um grupo de distúrbios metabólicos comuns que compartilham o fenótipo da hiperglicemia. A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) recomenda a classificação baseada na etiopatogenia do diabetes, que compreende o diabetes tipo 1 (DM1), o diabetes tipo 2 (DM2), o diabetes gestacional (DMG) e os outros tipos de diabetes.
Quais as complicações do DM?
O diabetes pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a doenças cardiovasculares, doença renal, nos olhos, nos nervos, cetoacidose diabética e até amputações de membros inferiores não traumáticas. Em casos mais graves, o diabetes pode levar à morte.
Quais os outros tipos de diabetes?
- Associado a endocrinopatias, como • Acromegalia • Síndrome de Cushing • Hipertireoidismo;
- Secundário a infecções, como Rubéola congênita • Citomegalovírus;
- Doenças do pâncreas exócrino, como Pancreatite • Trauma ou pancreatectomia • Neoplasia pancreática • Fibrose cística • Hemocromatose
etc..
Caracterize a regulação global da homeostase da glicose
A homeostase da glicose reflete um equilíbrio entre o aporte de energia proveniente do alimento ingerido, a produção hepática de glicose (gliconeogênese) e a captação é utilização da glicose nos tecidos periféricos. A insulina é o regulador mais importante desse equilíbrio, porém o influxo neural, sinais metabólicos e outros hormônios como glucagon e cortisol também participam. No jejum, os baixos níveis de insulina com o aumento do glucagon aumentam a gliconeogênese e glicogenólise hepática; paralelamente, a captação de glicose nos tecidos sensíveis à insulina é reduzida, havendo mobilização de precursores de gliconeogênicos, como aminoácidos e ácidos graxos (lipólise). A carga de glicose pós-prandial provoca um aumento na insulina e uma queda no glucagon. A insulina, que é um hormônio anabólico, promove a captação e armazenamento dos carboidratos nos tecidos e a síntese de gorduras e proteínas; além disso, suprime a produção endógena de glicose hepática e aumenta a captação hepática de glicose. A maior parte da glicose pós-prandial é utilizada pelo músculo esquelético, já outros tecidos, mais notavelmente o cérebro, utilizam a glicose de uma maneira independente da insulina.
Caracterize a biossíntese e secreção da insulina
A insulina é um hormônio derivado de peptídeos produzido pelo pâncreas, mais especificamente pelas células beta das ilhotas pancreáticas. Os níveis de glicose > 3,9 mmol/L (70 mg/dL) estimulam a síntese de insulina. A glicose é o principal regulador da secreção de insulina pelas células beta pancreáticas; porém, os aminoácidos, as cetonas, vários nutrientes, os peptídeos gastrintestinais e os neurotransmissores também influenciam a secreção de insulina.A estimulação da secreção de insulina pela glicose começa com seu transporte para dentro da célula beta por um transportador facilitador de glicose (GLUT). O metabolismo da glicose pela glicólise gera trifosfato de adenosina (ATP), que inibe a atividade de um canal de K+ sensível ao ATP. A inibição desse canal de K+ induz a despolarização das membranas das células beta, o que abre os canais de cálcio dependentes de voltagem (dando origem a um influxo de cálcio) e estimula a secreção de insulina.
Caracterize a ação da insulina
50% da insulina não depurada entra na circulação sistêmica e se liga à receptores em tecidos alvo-periféricos como músculo esquelético e tecido adiposo. Nesse locais, ela provoca cascatas intracelulares de fosforilação e desfosforilação que promove a translocação de GLUT4 para superfície celular, além de induzir a síntese de glicogênio, proteínas e lipídeos. Vale ressaltar que ela inibe a gliconeogênese hepática.