Síndrome compartimental Flashcards

1
Q

O que é síndrome compartimental (SC)?

A

É uma condição em que há aumento crítico da pressão dentro de um compartimento osteofascial, levando à redução do fluxo sanguíneo e isquemia tecidual.

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2
Q

Quais são os tipos de síndrome compartimental?

A

Aguda: Associada a trauma ou fraturas, com aumento súbito da pressão.
Crônica: Relacionada a exercícios, com aumento gradual da pressão durante a atividade física.

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3
Q

Qual é a fisiopatologia da síndrome compartimental?

A

Aumento da pressão compartimental → compressão de vasos sanguíneos.
Redução do fluxo sanguíneo → hipoxia tecidual.
Lesão celular → inflamação → aumento da pressão, criando um ciclo vicioso.

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4
Q

Quais são os compartimentos mais frequentemente acometidos?

A

Perna (anterior, lateral, posterior superficial e profundo).
Antebraço (anterior, posterior e móvel).
Coxa e mão (menos comum).

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5
Q

Quais são os fatores de risco para síndrome compartimental?

A

Fraturas (especialmente da tíbia e fêmur).
Traumas contusos.
Uso excessivo de anticoagulantes.
Queimaduras e compressão prolongada de membros.

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6
Q

Quais são os sinais clássicos da síndrome compartimental?

A

Os “6 P’s”:

Dor (disproporcional).
Palidez.
Parestesia.
Pulso ausente ou fraco (sinal tardio).
Paralisia.
Pressão elevada no compartimento.

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7
Q

Qual o primeiro sinal clínico de síndrome compartimental?

A

Dor desproporcional ao estímulo, que piora com a extensão passiva do músculo envolvido.

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8
Q

Como medir a pressão intra-compartimental?

A

Utiliza-se um dispositivo de medição invasivo. Pressões > 30-40 mmHg ou ΔP (PA diastólica – pressão compartimental) < 30 mmHg indicam síndrome compartimental.

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9
Q

O que é ΔP na síndrome compartimental?

A

É a diferença entre a pressão arterial diastólica e a pressão compartimental. Um ΔP < 30 mmHg sugere isquemia e necessidade de fasciotomia.

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10
Q

Qual é a principal complicação da síndrome compartimental não tratada?

A

Contratura isquêmica de Volkmann, caracterizada por necrose muscular irreversível e deformidade do membro.

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11
Q

Qual é o manejo inicial de síndrome compartimental?

A

Remoção de curativos ou gesso compressivos.
Manter o membro ao nível do coração.
Realizar fasciotomia se não houver melhora.

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12
Q

O que é fasciotomia?

A

É uma cirurgia que envolve a abertura do compartimento afetado para aliviar a pressão e restaurar o fluxo sanguíneo.

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13
Q

Em quais circunstâncias deve-se realizar uma fasciotomia mesmo após 24 horas de evolução?

A

Quando houver sinais claros de síndrome compartimental, pois a liberação da pressão pode evitar complicações sistêmicas e salvar tecidos viáveis.

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14
Q

Quais são os critérios para decidir a necessidade de fasciotomia?

A

ΔP (PA diastólica – pressão compartimental) < 30 mmHg.
Pressão compartimental > 30-40 mmHg.
Sinais clínicos inequívocos de isquemia (dor desproporcional, parestesia, etc.).

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15
Q

Quais são os compartimentos liberados durante uma fasciotomia de perna?

A

Anterior e lateral (via lateral).
Posterior superficial e profundo (via medial).

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16
Q

Quais são as principais causas de síndrome compartimental aguda?

A

Fraturas, especialmente de tíbia e fêmur.
Lesões de partes moles.
Queimaduras.
Compressão prolongada de membros.
Hemorragias internas (uso de anticoagulantes).

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17
Q

Como se diagnostica síndrome compartimental crônica?

A

Por aumento da pressão intra-compartimental durante o exercício, com melhora após o repouso. Sinais clínicos incluem dor e parestesia durante atividades físicas.

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18
Q

O que é contratura isquêmica de Volkmann?

A

É uma deformidade irreversível do membro causada por necrose muscular secundária à síndrome compartimental não tratada, com rigidez e limitação funcional.

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19
Q

Quais os sintomas mais comuns de síndrome compartimental em crianças?

A

Agitação.
Ansiedade.
Aumento da necessidade de analgesia, além de dor e edema.

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20
Q

Qual a posição ideal para o membro em caso de síndrome compartimental?

A

Deve ser mantido ao nível do coração para evitar redução do gradiente arteriovenoso e melhorar a perfusão.

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21
Q

Quais são os sinais mais sensíveis e específicos de síndrome compartimental?

A

Mais sensível: Edema e aumento da pressão.
Mais específico: Dor à extensão passiva dos músculos.

22
Q

Qual é a relação entre síndrome compartimental e fraturas fechadas?

A

Fraturas fechadas apresentam maior risco de síndrome compartimental em comparação com fraturas expostas, pois a pressão compartimental não se alivia naturalmente.

23
Q

Qual o papel do oxímetro na síndrome compartimental?

A

Pode ser usado para monitorar a saturação de oxigênio nos tecidos, indicando hipóxia no compartimento afetado.

24
Q

Quais exames complementares podem ajudar no diagnóstico de síndrome compartimental?

A

Medida direta da pressão compartimental. Exames como pH tecidual e lactato podem indicar isquemia, mas não são rotineiros.

25
Q

O que é síndrome do esmagamento, e como se relaciona à síndrome compartimental?

A

É uma lesão por compressão prolongada que pode levar a aumento da pressão compartimental, resultando em síndrome compartimental.

26
Q

Quais são as indicações de fasciotomia na coxa?

A

Compartimento anterior com sinais de isquemia.
Compartimento posterior e adutores, geralmente liberados por via lateral.

27
Q

Quais complicações podem surgir da fasciotomia?

A

Infecção.
Necrose de bordas.
Cicatrização difícil.
Lesão neurovascular.

28
Q

Como é realizado o diagnóstico clínico de síndrome compartimental?

A

Avaliação seriada do paciente com base nos “6 P’s” e resposta inadequada à analgesia.

29
Q

O que é lesão de reperfusão na síndrome compartimental?

A

É o dano tecidual causado pela restauração do fluxo sanguíneo em tecidos previamente isquêmicos, exacerbando a inflamação e a necrose.

30
Q

Quais medidas podem prevenir síndrome compartimental após fraturas?

A

Imobilização correta do membro.
Controle do edema com elevação adequada.
Monitoramento cuidadoso de pacientes com fatores de risco.

31
Q

Por que a tíbia é um local de alto risco para síndrome compartimental?

A

Devido à sua anatomia, com compartimentos osteofasciais rígidos e vulnerabilidade a traumas diretos ou fraturas.

32
Q

Quais as consequências sistêmicas de uma síndrome compartimental não tratada?

A

Rabdomiólise.
Insuficiência renal aguda por mioglobinúria.
Sepse secundária a necrose tecidual.
Hipercalemia.

33
Q

Qual é a definição de síndrome compartimental crônica?

A

Aumento gradual da pressão intra-compartimental durante exercícios repetitivos, aliviada com o repouso.

34
Q

Qual é o papel da fasciotomia tardia (>24 horas)?

A

É controversa, mas pode ser indicada para aliviar a pressão e evitar complicações sistêmicas, mesmo que parte dos tecidos já esteja comprometida.

35
Q

O que diferencia síndrome compartimental aguda de crônica?

A

Aguda: Início súbito, associado a trauma, com necessidade de tratamento emergencial.
Crônica: Gradual, relacionado a exercícios, geralmente manejado com repouso ou mudança de atividades.

36
Q

Quais músculos são afetados na síndrome compartimental do antebraço?

A

Flexor profundo dos dedos.
Flexor longo do polegar.
Pronador quadrado.

37
Q

Quais são as principais causas de síndrome compartimental em crianças?

A

Fraturas supracondilianas do úmero.
Traumas diretos.
Queimaduras.
Compressão externa prolongada.

38
Q

Como o edema contribui para o desenvolvimento da síndrome compartimental?

A

O edema aumenta a pressão no compartimento, comprimindo vasos sanguíneos e nervos, reduzindo o fluxo sanguíneo e causando isquemia.

39
Q

Quais as diferenças na síndrome compartimental em crianças em comparação aos adultos?

A

Maior tolerância ao aumento de pressão compartimental.
Sintomas menos específicos, como agitação e necessidade aumentada de analgesia.
Diagnóstico frequentemente mais difícil.

40
Q

Quais compartimentos do pé podem ser afetados pela síndrome compartimental?

A

Compartimentos central superficial e profundo.
Compartimentos interósseos.
Compartimentos medial e lateral.
Adutor do hálux.

41
Q

Quais as principais características clínicas de contratura isquêmica de Volkmann?

A

Deformidade fixa com flexão do punho e dedos.
Dor e rigidez.
Redução significativa da funcionalidade do membro.

42
Q

Por que a síndrome compartimental pode ocorrer após revascularização?

A

A reperfusão do tecido previamente isquêmico pode causar aumento do edema e pressão compartimental, levando à síndrome.

43
Q

Como a rabdomiólise se relaciona à síndrome compartimental?

A

A necrose muscular libera mioglobina no sangue, que pode causar lesão renal aguda e outros desequilíbrios metabólicos.

44
Q

Quais músculos são liberados na fasciotomia da coxa?

A

Compartimento anterior.
Compartimento posterior.
Adutores, quando necessário.

45
Q

Qual é a função de manter o membro ao nível do coração na síndrome compartimental?

A

Ajuda a manter o gradiente arteriovenoso e melhora a perfusão, sem aumentar a pressão compartimental.

46
Q

Quais são os principais desafios no diagnóstico de síndrome compartimental?

A

Sintomas subjetivos (dor).
Diagnóstico clínico depende de avaliação seriada.
Medição de pressão compartimental pode ser inacessível em algumas situações.

47
Q

Quais compartimentos são liberados na fasciotomia do antebraço?

A

Via volar (anterior).
Via dorsal (posterior), se necessário.

48
Q

Por que não se deve elevar o membro acima do nível do coração em síndrome compartimental?

A

Elevar o membro reduz o gradiente de perfusão arteriovenosa, agravando a isquemia tecidual.

49
Q

Como tratar a síndrome compartimental crônica?

A

Ajustar atividades físicas.
Reabilitação com fortalecimento muscular.
Fasciotomia em casos refratários.

50
Q

Qual a evolução típica de uma síndrome compartimental não tratada?

A

Necrose muscular.
Contraturas fixas (Volkmann).
Deformidades permanentes.
Amputação em casos graves.