Fraturas expostas Flashcards
O que define uma fratura exposta?
Uma fratura é considerada exposta quando há comunicação entre o foco de fratura ou hematoma perifraturário com o meio externo. Mesmo que a ferida seja distante, mas no mesmo membro acometido, na dúvida, deve-se considerar como exposta.
Quais são os principais locais anatômicos mais afetados por fraturas expostas, segundo o Manual AO?
Tíbia (21%), Fêmur (12,1%), Rádio e ulna (9,3%), Úmero (5,7%).
Por que as fraturas expostas são mais suscetíveis à infecção?
Devido à contaminação de tecidos, oxigenação deficiente e desvitalização do tecido ao redor, criando um ambiente propício para infecções. A maioria das infecções são causadas por patógenos hospitalares, como o Staphylococcus aureus.
Qual é a importância do período de 6-8 horas nas fraturas expostas?
Esse período é considerado crítico para o início da replicação bacteriana, tornando essencial o debridamento agressivo precoce e a lavagem adequada antes desse intervalo para minimizar o risco de infecção.
O que preconiza a classificação de Gustilo & Anderson para fraturas expostas?
A classificação divide fraturas expostas em tipos baseados no tamanho da ferida, grau de lesão de partes moles e contaminação:
Tipo I: Ferida até 1 cm, mínimo deslocamento e contaminação.
Tipo II: Ferida de 1-10 cm, lesão de partes moles moderada a extensa.
Tipo III: Ferida maior que 10 cm, lesão extensa de partes moles e alta contaminação, subdividida em IIIA, IIIB e IIIC.
O que diferencia os subtipos IIIA, IIIB e IIIC da classificação de Gustilo & Anderson?
IIIA: Cobertura óssea primária adequada, apesar de lacerações. IIIB: Lesão extensa que impede cobertura óssea primária. IIIC: Lesão arterial necessitando reparo cirúrgico.
Qual é o manejo pré-hospitalar recomendado para fraturas expostas?
Imobilização do membro. Curativo estéril. Evitar múltiplas manipulações. Encaminhar ao centro cirúrgico o mais rápido possível. Essas medidas reduzem o índice de infecção de 19,2% para 4,2%.
Quais são os principais passos do manejo intra-hospitalar de uma fratura exposta?
Avaliação única pelo ortopedista. Aplicação de antibióticos profiláticos e vacina antitetânica. Curativo estéril sem lavagem antes do debridamento. Encaminhamento imediato ao centro cirúrgico para debridamento agressivo e irrigação com 10 litros de solução salina a baixa pressão.
Qual antibiótico é indicado para cada tipo de fratura exposta segundo Rockwood?
Tipo I e II: Cefalosporina de 1ª geração (cefazolina); alternativa: clindamicina (alergia a β-lactâmicos). Tipo III: Cefalosporina de 1ª geração + gentamicina; alternativa: clindamicina + aminoglicosídeo (gentamicina). Áreas rurais: Adicionar penicilina/metronidazol para cobrir anaeróbios.
Quais os fatores que determinam a viabilidade de tecidos durante o debridamento cirúrgico?
Os quatro ‘C’s: Contratilidade, Coloração, Circulação, Consistência.
Qual o germe mais frequentemente isolado em fraturas expostas?
O Staphylococcus aureus é o germe mais comumente encontrado.
Quando deve ser realizada a estabilização definitiva em fraturas expostas Gustilo IIIA?
Pode ser realizada na cirurgia inicial, desde que as condições do paciente e do local permitam.
O que é “early total care” e qual sua controvérsia nas fraturas expostas?
“Early total care” é a estabilização definitiva dentro de 6-8 horas do trauma. Controvérsia: indicada apenas em pacientes estáveis e em fraturas Gustilo IIIA; nas demais, prioriza-se o controle de danos.
O que fazer com fragmentos ósseos desvitalizados encontrados durante o debridamento?
Fragmentos com menos de 50% de cobertura periosteal ou sem inserção muscular devem ser removidos, mesmo que causem gaps ósseos.
Por que o uso de torniquete é controverso em fraturas expostas?
Prós: Reduz sangramento, melhora o campo visual e ajuda a identificar tecidos viáveis. Contras: Pode prejudicar a perfusão de tecidos já lesionados.
Qual é o momento ideal para o debridamento cirúrgico em fraturas expostas?
Idealmente nas primeiras 6-8 horas após o trauma.
Qual a taxa de infecção esperada em fraturas expostas?
Tipo I: 1,9%. Tipo II: 8%. Tipo III: 41%.
O que diferencia uma fratura exposta Grau IV na classificação de Gustilo?
Fraturas com amputação subtotal ou total, onde o remanescente de partes moles não excede 1/4 da circunferência do membro.
Qual o protocolo de profilaxia antibiótica para cirurgias eletivas após fratura exposta?
Cefalosporina de 1ª geração 30-60 minutos antes da incisão, com reforço a cada 4-6 horas e suspensão após 24 horas.
Quais são os cuidados no uso de irrigação no manejo de fraturas expostas?
Utilizar solução salina a baixa pressão, preferencialmente 10 litros para fraturas Gustilo III, evitando agentes químicos que possam causar lesão tecidual adicional.