RAIVA - MS Flashcards

1
Q
  1. Qual o conceito da raiva?
A

Também chamada de Encefalite rábica ou Hidrofobia, é uma antropozoonose, é uma encefalite progressiva causada pela mordedura ou arranhadura de um animal infectado. O vírus é neurotrópico e progride desde o local de inoculação pelas terminações nervosas até o SNC, onde produz encefalite aguda com lesões irreversíveis que conduzem a morte o homem e o animal infectado.

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2
Q
  1. Qual a lesão patognomônica da raiva na histopatologia?
A

Os corpúsculos de Negri, que se caracterizam por inclusões intracitoplasmáticas nos corpos de neurônios. É uma lesão oval ou esférica, acidófila, limitada por halo claro, mas a ausência desse achado não excluio diagnostico da raiva.

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3
Q
  1. Como descrever o vírus da raiva?
A

Pertence à família Rhabdoviridae, é um vírus cilíndrico, com uma extremidade arredondada e outra mais plana, tem um envelope composto por lipoproteínas. Dentro do envelope está o nucleocapsídeo, que possui atividade de transcriptase e alberga em seu interior o RNA, material genético do vírus. A gliproteína é a proteína mais importante, que ativa a resposta imune mediada por anticorpos, também ativa linfócitos T, e a imunidade inatafacilitando a invasão pelo vírus. Os diferentes tipos do vírus são divididos em 07 genótipos, GT 1 – GT 7, que se subdividem em filogrupo I com os genótipos 1, 4, 5, 6, 7 e o Filogrupo II com os genótipos 2 e 3.

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4
Q
  1. Qual a epidemiologia da Raiva?
A

É uma doença cosmopolita, estando ausente apenas na Oceania, alguns países da Ásia, entre eles o Japão, Havaí, Reino Unido e Ilhas das Antilhas e do Atlântico. A Ásia apresenta o maior número de casos, lá é um problema de saúde pública. Há relatos de transmissão por morcegos, e interumana por transplante de órgãos como: córnea, pulmão, fígado, rins e enxerto vascular. A raiva humana urbana está parcialmente controlada, contudo o ciclo silvestre é ainda a principal preocupação, por isso seu principal transmissor deixou de ser o cachorro e é agora o morcego. No Brasil os registros de xcasos de Raiva concentram-se no Nordeste (56%), Norte (19% e Sudeste (16%). E na região Amazônica brasileira o Pará registra o maior número de casos. Em 2004 houve um surto de raiva humana em Portel – Pará, que foi considerado o maior já registrado em tã pouco tempo.

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5
Q
  1. Qual o modo de transmissão e os principais reservatórios da doença?
A

Arranhadura ou mordedura por um animal infectado, ou lambedura de pele com integridade interrompida ou mucosa de pessoas não imunes, e raros casos descritos de transmissão interumana por transplante e outros transmitidos por aerossóis em laboratório ou em cavernas com muitos morcegos. No ciclo urbano os principais reservatórios são o cachorro, gato, porco e o gado, e no ciclo silvestre vários são os possíveis reservatórios, destacam-se os mamíferos silvestres, como morcegos hematófagos ou não hematófagos (frutívoros, insetívoros e carnívoros), macaco, felídeo e canídeo não doméstico. No cachorro o vírus pode ser identificado até três dias antes do surgimento de qualquer sintoma. Contudo, nem toda mordedura ou arranhadura de animal infectado há de causar doença, vai inteferir nisso a carga viral presente na saliva e inoculada, a severidade e a localização da lesão.

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6
Q
  1. Qual a suscetibilidade e imunidade para o vírus da raiva?
A

A suscetibilidade varia entre os animais, sabe-se que todos os animais de sangue quente são suscetíveis no entanto, aves são mais resistentes, enquanto canídeos silvestres, morcegos e bovinos são mais suscetíveis, já os ovinos, caprinos, primatas não humanos e o ser humano é de suscetibilidade intermediária, o que parece estar ligado a quantidade de receptores nicotínicos no musculo. A letalidade de quase 100% indica que não há imunidade inata contra a raiva, mas ela pode ser adquirida pela vacinação pré ou pós exposição, associada ou não ao soro antirrábico. Algumas profissões estão mais vulneráveis À exposição ao vírus, são elas: médicos veterinários, profissionais em zoológico, profissionais de laboratório de diagnostico de raiva e crianças.

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7
Q
  1. Quais os 4 ciclos de transmissão?
A

Rural: onde o morcego transmite para animais de produção: bovinos, suínos, ovinos, caprinos. Urbano: cães e gatos transmitem para crianças. Silvestre terrestre: raposa, lobo, guaxinim, macaco, quati. Silvestre aéreo: morcegos

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8
Q
  1. Qual a patogenia da doença?
A

Depois da mordida, o vírus pode permanecer dias a meses no musculo estriado esquelético e tecidos adjacentes, onde ocorre replicação viral. O vírus progride de maneira centrípeta até o SNC onde ocorre uma segunda replicação, a partir daí, ocorre expansão centrífuga do vírus dos nervos até os órgãos, glândulas salivares, parótidas, lacrimais, mamárias, pulmões, coração, rins, pâncreas e fígado. O vírus pode ser excretado na urina e por aerossóis formados na boca e no nariz.

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9
Q
  1. Quais as manifestações clínicas da doença?
A

É uma encefalite aguda que se manifesta após 60-90 dias de exposição ao vírus, podendo ter período de incubação mais longa de 01 ano ou mais. Após inoculação na pele, tecido subcutâneo e musculo temos 3 fases: Período prodrômico: se dá pelo deslocamento do vírus do local de inoculação para o SNC, dura de 2-4 dias, que se caracteriza pela dor neuropática e sintomas inespecíficos como astenia, febre, anorexia, náusea, cefaleia, dor de garganta, entre outros. O que pode facilitar o diagnostico nessa fase são os achados de dor, prurido ou paralisia no local da agressão e nervos periféricos. Fase neurológica aguda: pode manifestar-se em duas variantes: -Forma furiosa: mais comum com vírus transmitido por canídeos. Manifesta-se com ansiedade, hiperexcitabilidade crescente, febre, delírio, espasmos musculares involuntários generalizados quando em presença de água (hidrofobia) ou de ar (aerofobia), ou convulsões, sialorréia, fotofobia, disfagia e hiperacusia. -Forma paralitica: mais comum com vírus transmitido por morcegos. A forma transmitida por morcegos pode ter manifestação atípica de difícil diagnostico. Manifesta-se com: dor, prurido e parestesia no sítio da mordedura, que evolui com paralisia muscular flácida precoce, no entanto, a sensibilidade fica preservada. Febre mais intensa que na forma furiosa, espasmo muscular involuntário e ausência de hidrofobia e aerofobia, além disso a sialorréia é menos pronunciada. A paralisia leva a alterações cardíacas e respiratórias, retenção ou incontinência urinária e obstipação intestinal, a consciência fica preservada na maioria dos casos. Essa forma é de mais difícil diagnostico, sendo muito confundida com Guillain-Barré. Para ambas as formas as pincipais causas de morte são: disautonomia (bradicardia, bradiarritmia, taquicardia, taquiarritmia, hipo ou hipertensão arterial) e insuficiência respiratória. Sem suporte cardiorrespiratório o paciente evolui a óbito em até 7 dias na forma furiosa e em até 14 dias na forma paralítica.

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10
Q
  1. Quais os exames devem ser solicitados e os achados deles?
A

Os exames são representados pelas provas inespecíficas e as provas específicas. PROVAS ESPECÍFICAS PACIENTE VIVO Teste de imunofluorescencia direta em: impressão de córnea, swab de mucosa lingual, tecido bulbar de folículo piloso obtido por biópsia de pele da região cervical. A sensibilidade dessas provas é limitada e quando negativas não excluem a possibilidade de Raiva. Soro para pesquisa de Ac neutralizantes do VRab: positivo precocemente em indivíduos vacinados e expresso na fase tardia da doença em indivíduos não vacinados. RT PCR: está em desenvolvimento e permitirá, provavelmente, o diagnostico ante mortem através da análise de saliva ou folículo piloso. PACIENTE MORTO Necrópsia com Imunofluorescência direta para pesquisa de Ag rábico em encéfalo: sensível e específico. Histopatológico em busca dos corpúsculos de Negri. PROVAS INESPECÍFICAS Hemograma: leucocitose com neutrofilia que pode chegar a 20mil/mm3 Eletroencefalograma: com alterações difusas. LCR: ajuda a excluir meningites e outras encefalites desde que esteja límpido e claro. Pode ocorrer pleocitose (aumento de leucócitos no LCR) e aumento da proteinorraquia.

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11
Q
  1. Qual o DD da Raiva?
A

São consideradas DD as doenças que simulem o quadro neurológico da Raiva, como as encefalites virais causadas por herpes vírus e arbovírus, além dessas, os abscessos cerebrais, neurotoxoplasmose, meningite, tétano. Quando os sintomas prodrômicos predominam pode-se pensar em Pasteurella multocita por mordedura de gato e cão. Meningite: predominam sinais de irritação meníngea e trismo. Tétano: predominam sinais de irritação meníngea e impregnação do LCR pela toxina tetânica com opistótno *A irritação meníngea se caracteriza pela positividade dos sinais de Kernig e de Brudzinski e rigidez da nuca. *Raiva: costumam predominar alterações comportamentais, salivação e hidrofobia, enquanto os sinais de irritação meníngea não estão presentes. Outros DD são: grande mal epilético, esquizofrenia, Guillain Barré, intoxicação por Chumbo (cursa com tremores, hiperestesia, mastigação ruidosa, espasmos musculares), Há de se condiderar também neurocisticercose,causada pela larva/ cisticerco da Taenia solium.

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12
Q
  1. Qual a profilaxia da Raiva e a quem se destina?
A

A profilaxia pré exposição é destinada a todo individuo que desenvolva atividade profissional ou de lazer com risco de agressão por animal raivoso.

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13
Q

SOBRE A CD E O TIPO DE EXPOSIÇÃO

A

*O soro deve ser infiltrado na porta de entrada da lesão, caso não possa infiltrar ali todo o soro, parte pode ser injetada por via IM, em local distante da vacina.

*No caso de múltiplas lesões a dose pode ser diluída em SF e distribuída para cada lesão.

*Se o soro não foi utilizado no dia 0, e ainda for possível aministrá-lo, fazê-lo antes da 3ª dose da vacina, caso contrário, não fazê-lo.

*Nas lesões causadas por morcego, iniciar a sorovacinação independente da área da lesão.

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