ABORDAG3M 4O P4C13NTE H1V POS1T11V0 Flashcards
- Quais os objetivos de uma 1ª consulta ao paciente com HIV e o que deve ser conversado com o paciente?
- Estabelecer uma boa relação médico – paciente – usar linguagem acessível;
- Explicar aspectos básicos da doença: formas de transmissão, prevenção tratamento (enfatizar a adesão) e prognóstico;
- Reforçar tais aspectos em todas as demais consultas;
- Como em qualquer outra abordagem inicial de doença crônica, na 1ª consulta fazer: anamnese e exame físico completos, com registros detalhados em prontuário;
- Identificar comorbidades;
- Avaliar risco cardiovascular pelo escore de Framingham
- Após o diagnóstico e a cada 6-12 meses, questionar o paciente quanto à ocorrência de problemas em três domínios: (1) memória; (2) lentificação psicomotora; e (3) atenção. Caso haja prejuízo em pelo menos um desses domínios, uma ferramenta de screening chamada questionário de “Atividades Instrumentais de Vida Diária”) deve ser aplicada.
- Quais pacientes coom HIV podem ser manejados em UBS e quais devem ser encaminhados ao Serviço de atendimento especializado?
- No âmbito do SUS, recomenda-se que os pacientes assintomáticos e estáveis sejam acompanhados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Os Serviços de Atendimento Especializado (SAE) devem priorizar o atendimento de crianças, gestantes, pacientes coinfectados (TB, hepatites virais etc.), indivíduos sintomáticos e situações de manejo mais complexo da terapia antirretroviral.
- Quais exames devem ser solicitados numa 1ª consulta ao paciente HIV para screening de comorbidades?
- Contagem de CD4
• Carga viral do HIV
• Hemograma
• Lipidograma: Coleterol total e frações e triglicerídeos
• Glicemia de jejum
• Bioquímica Hepática: TGO, TGP, FA, GGT;
• Bioquímica renal
• EAS
• Testes não treponêmicos (VDRL, RPR)
• Sorologias para hepatites virais (A, B e C)
• IgG anti-toxoplasma
• Sorologias para HTLV I e II e Chagas (em áreas endêmicas).
• Prova tuberculínica
• RX de tórax
Obs.: não solicitar periodicamente o CD4 em pacientes assintomáticos em uso de TARV e com carga viral indetectáveL (com pelo menos duas contagens consecutivas de CD4 > 350 separadas por um intervalo de 6 meses) pois a chance desses doentes evoluírem com queda do CD4 é muito baixa (< 2%).
- Se achada alterações no Questionario de Atividades Instrumentais da vida diária, qual a proxima conduta a ser tomada?
-O paciente deve ser submetido a investigação adicional através de testes neuropsicométricos específicos de modo a ser classificado dentro do espectro das HAND (Disordens neurocognitivas associadas ao HIV), se indisponível, utilizar a Escala Internacional de Demência pelo HIV. O miniexame do estado mental não está indicado para avaliar pacientes com HIV, pois ele costuma vir normal.
- Sobre as diferenças aas demências relacionadas ao HIV e o Alzheimer:
- A demência de Alzheimer acomete o córtex cerebral (deficit predominantemente cognitivo), ao passo que a HAND é uma forma de demência “subcortical” (deficit predominantemente executivo). Desse modo, as ferramentas validadas para a avaliação inicial do Alzheimer, como o “mini-mental”, não são sensíveis para a avaliação inicial das HAND.
- Qual deve ser a periodicidade das consultas com o paciente HIV+?
- A frequência das consultas varia de acordo com a condição clínica do paciente. No geral, recomenda-se uma reavaliação dentro de 7-15 dias após início ou troca da TARV, a fim de conferir a adesão e o surgimento de efeitos colaterais. Até que o paciente se adapte à TARV é desejável que as consultas sejam mensais, podendo realizá-las até a cada 6 meses daí em diante.
- A TB pode se manifestar de forma oligossintomática ou mesmo assintomática no paciente HIV+, portanto é importante a busca ativa da doença, como fazer isso?
- Questionar em todas as consultas sobre a presença dos sinais cardinais de TB: febre, tosse, sudorese e perda de peso;
- Solicitar o PPD periodicamente, o que ajuda a identificar a primo-infecção, quem teve contato com o BK mas não desenvolveu a doença adquiriu a Infecção latente por TB, podendo adquirir a doença no futuro (TB secundária ou de reativação). Uma PT ≥ 5 mm, no paciente HIV+ assintomático, indica a presença de ILTB e risco significativamente aumentado de “TB-doença”, sendo o principal ftr de risco para a TB doença no futuro.
- Como diagnosticar e como conduzir o paciente HIV e ILTB?
- O diagnostico é feito pelo PPD, quando ≥ 5 mm indica ILTB;
- O próximo passo é excluir a TB doença, através da clínica, radiografia de tórax e baciloscopia + cultura de escarro (cultura - indicada de 1ª no paciente HIV);
- TTO: Isoniazida em monoterapia por 09 meses;
- PPD ou PT <5mm indica repetição anual do exame;
- Repetir o PPD na presença de uma Sd de reconstituição imune (aumento do CD4 em resposta a TARV pois um paciente anérgico pode se tornar reator, revelando uma ILTB previamente oculta)
- Quais as neoplasias oportunistas no paciente HIV?
-Sarcoma de Kaposi e Linfoma não Hodgkin.
- Quais as neoplasias não diretamente relacionadas a imunodepressão, mas que tem incidência aumentada em pacientes com HIV?
- Câncer de pulmão – o MS ainda não incorporou as medidas de screening para o paciente HIV. Recomenda-se apenas cessação do tabagismo.
- Neoplasias de canal anal – o MS não incorporou medidas de screening para o CA de próstata, e no CA colorretal são adotadas as mesmas medidas que as da população em geral.
- Doença de Hodgkin – não possui screening específico
- Neoplasias de fígado
- No que consiste a prevenção positiva que deve ser aplicada ao paciente HIV e quais as medidas de prevenção positiva?
-(1) reduzir a aquisição de outros agravos (como DST, hepatite viral e reinfecção por outras cepas do HIV) – uso de preservativo;
(2) quebrar a cadeia de transmissão do HIV;
(3) estimular um estilo de vida saudável, com dieta equilibrada e atividades físicas regulares, a fim de reduzir o risco cardiovascular global
As medidas são:
- Evitar relações sexuais desprotegidas, incluindo sexo oral.
- Busca ativa de sintomas de DST e tratamento sindrômico.
- Estimular a avaliação médica das parcerias sexuais.
- Discutir o uso de álcool e drogas ilícitas na perspectiva da “redução de danos”.
- Oferecer suporte (psicológico e farmacológico) para a cessação do tabagismo.
- Disponibillizar insumos preventivos como preservativos, gel, agulhas e seringas descartáveis.