ARTR1T3 SEPT1C4 - TR4T4D0 DE P3D Flashcards

1
Q
  1. Qual o conceito de artrite séptica e como o MOS alcança a articulação?
A
  • A artrite séptica é a infecção bacteriana intra-articular. É considerada uma emergência médica, pois pode resultar em sequelas graves se não reconhecida e tratada a tempo. O mecanismo de infecção mais comum é por disseminação hematogênica a partir de qualquer foco infeccioso, mas pode ocorrer por inoculação direta após traumas abertos ou por complicações de procedimentos médicos, como punções. Afeta crianças de todas as idades, no período neonatal, geralmente resulta de procedimentos invasivos. É um pouco mais frequente em meninos (55 a 62% dos casos).
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2
Q
  1. Qual o principal agente da artrite séptica?
A
  • A bactéria mais prevalente em todas as idades é o S. aureus (até 85%), mas em aproximadamente 1/3 dos casos não se consegue isolar o agente etiológico. Nesses casos, a análise da faixa etária e dos fatores predisponentes dirigem as suspeitas para outros agentes.
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3
Q
  1. Quais agentes são mais comuns a depender da idade e particularidades de cada paciente?
A
  • Prováveis agentes etiológicos nas diferentes faixas etárias;
  • Recem-nascidos: bactérias Gram-negativas e estreptococos do grupo B, encontrados no canal do parto ou material cirúrgico contaminado;
  • Lactentes de 6 meses a 2 anos de idade: Haemophilus influenzae tipo B, mais raro apos a disponibilidade da vacina anti-hemofilo;
  • Salmonella: aproximadamente 1% de todos os casos, particularmente comum na anemia falciforme;

-Neisseria gonorrhoeae: e o principal agente etiologico dos adultos jovens com vida sexual ativa - recomenda‑-se também o tratamento presuntivo de Chlamydia em todos
os pacientes com infecção gonocócica.

-Outras bacterias, como Pseudomonas, Pasteurella e Klebsiella, são mais raras;

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4
Q
  1. Qual o quadro clínico típico da artrite séptica?
A

-A criança com artrite séptica geralmente se apresenta febril, irritada, com intensa dor articular, posição antálgica, acompanhada dos demais sinais inflamatórios: edema, rubor, calor e perda de mobilização. Devem ser investigados fatores predisponentes, como infecções recentes e traumas. Em geral, a artrite séptica é monoarticular, embora possa envolver múltiplos sítios em pacientes com septicemia e em imunodeprimidos.

Em RNs o diagnóstico da artrite séptica pode ser mais difícil, por ser menos evidente o envolvimento articular em posição antálgica. Pode haver irritabilidade, letargia, ausência de febre, recusa alimentar e vômitos, e, portanto, todo neonato com septicemia deve ter as articulações avaliadas.

Em crianças maiores, pré-escolares e escolares, deve-se estar atento à possibilidade de dor referida em um sítio distal à lesão, como a dor referida em joelho no paciente com artrite de quadril. O exame físico cuidadoso revelará a sede anatômica da lesão.

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5
Q
  1. Quais as articulações mais comumente envolvidas na artrite séptica?
A
1ª Joelho 
2ª Quadril
3ª Tornozelo
4ª Cotovelo 
5ª Ombro
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6
Q
  1. Qual o melhor exame para diagnóstico de artrite séptica, quais os exames complementares e os achados mais frequentes num quadro instalado de artrite séptica?
A
  • Análise do líquido sinovial, que se mostra pouco viscoso, de aspecto turvo e purulento, com leucocitose intensa (em geral > 50.000) e predomínio de polimorfonucleares (em geral > 75%).
  • Cultura do líquido sinovial: é indispensável para identificar o agente infeccioso e testar a sensibilidade ao antimicrobiano. Além de servir à investigação diagnóstica, a punção do líquido retira o material infectado, diminui a pressão intra-articular e alivia a dor.

Outros exames:

  • Hemocultura
  • Hemograma
  • PCR e VHS: estarão geralmente elevadas.
  • Obs.: Hemograma e VHS podem estar normais no RN;

Na artrite meningocócica, peculiaridades:
Cultura: deve ser feita em meios especiais, entretanto, ainda assim, o resultado
é negativo em 50% dos casos.
Bacterioscopia: raramente positiva.
Culturas de outros locais, como: trato genital, orofaringe, reto e vesículas cutâneas, se presentes.

Exames de imagem para a fase precoce: permitem detectar a inflamação em fase inicial principalmente em articulações profundas como as sacroilíacas

-Cintilografia óssea e RNM:
Exames pouco uteis na fase precoce
-USG da articulação: na fase aguda só demonstra aumento do líquido sinovial;
-Raio X da articulação: só são expressivas após 1 ou mais semanas de doença, quando
mostram aumento do espaço articular, edema de tecidos moles, distensão da cápsula e subluxação (principalmente em quadris de recém-nascidos).

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7
Q
  1. Quais exames de imagem permitem identificação precoce de alterações da artrite séptica?
A

-RNM e Cintilografia óssea;

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8
Q
  1. Quais os DD da artrite séptica?
A
  • Artrite gonocócica;
  • Artrite fúngica ou por micobactérias;
  • Artrite reativa: artrite estéril – resultante da resposta imune;
  • Gota;
  • Pseudogota;
  • Artrite reumatoide;
  • Doença de Lyme;
  • Osteomielite;
  • Celulite profunda;
  • Abscesso do musculo psoas;
  • Doença de Legg Calve Perthes
  • Tumor ósseo
  • Anemia falciforme;
  • Hemofilia;
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9
Q
  1. Qual a duração da antibioticoterapia no tto da artrite séptica?
A
  • Tradicionalmente, a duração da terapia é de 6 a 8 semanas, sendo nas 3 primeiras
    Semanas por via endovenosa. A mudança para via oral baseia-se na melhora clínica e laboratorial (redução das provas de atividade inflamatória). Entretanto, estudos recentes sugerem que cursos mais curtos (10 a 14 dias) de antibióticos em altas doses podem ser igualmente eficazes, desde que a resposta clínica seja adequada e os níveis de PCR se normalizem. Contudo, essa prática ainda não é corriqueiramente adotada e os cursos mais longos de antibiótico continuam sendo a prática mais comum. Tradicionalmente, a drenagem cirúrgica aberta em casos de artrite do quadril era recomendada para reduzir a morbidade; entretanto, estudos recentes sugerem que talvez essa abordagem nem sempre seja necessária.
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10
Q
  1. Qual o prognostico da artrite séptica?
A
  • O curso da doença é rápido e sequelas graves podem ocorrer, principalmente se houver lesão da cartilagem de crescimento e do núcleo epifisário. É importante que o diagnóstico seja precoce e o tratamento adequado iniciado em tempo hábil.
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11
Q
44.	Quais as drogas de esolha para tto de artrite séptica causada pelos agentes: 
Staphylococcus aureus, 
Streptococcus do grupo B, 
Gram negativos entéricos,
 Haemophylus influenzae, 
Kingella kingae,
Strepto pyogenes, 
Strepto pneumoniae, 
Salmonella, 
Gonorrhoeae 
Pseudomonas:
A
  • Staphylococcus aureus: Oxacilina
  • Streptococcus do grupo B (agalactoiae): Ampicilina + Gentamicina
  • Strepto pyogenes: Penicilina cristalina
  • Strepto pneumoniae: Penicilina cristalina
  • Gram negativos entéricos: Gentamicina
  • Haemophylus influenzae: Ceftriaxona OU Cefotaxima
  • Salmonella: Ceftriaxona OU Cefotaxima
  • Gonorrhoeae: Ceftriaxona
  • Pseudomonas: Ceftazidima
  • Kingella kingae: Penicilina cristalina ou Oxacilina
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12
Q
  1. Quais as doses das drogas?
A
  • Recem-nascido (≥2 kg, ≥7 dias de vida)
    Agentes mais comuns/ Drogas recomendadas:
    S. aureus: Oxacilina 100 a 200 mg/kg/dia

Estreptococo do grupo B (agalactiae) Ampicilina 100 a 200 mg/kg/dia + gentamicina 8 mg/kg/dia

Gram-negativos entéricos: Gentamicina 8 mg/kg/dia

-Menores de 5 anos
Agentes mais comuns/ Drogas recomendadas:

S. aureus Oxacilina 100 a 200 mg/kg/dia

H. influenzae Ceftriaxona 50 a 100 mg/kg/dia OU cefotaxima 100 a 200 mg/kg/dia

Kingella kingae Penicilina cristalina 250.000 UI/kg/dia OU Oxacilina 100 a 200 mg/kg/dia

Streptococcus pneumoniae Penicilina cristalina 250.000 a 400.000 UI/kg/dia

-Maiores de 5 anos
Agentes mais comuns/ Drogas recomendadas:

S. aureus Oxacilina 100 a 200 mg/kg/dia
Streptococcus pyogenes Penicilina cristalina 250.000 UI/kg/dia

(Anemia falciforme) Salmonella sp Cefotaxima 100 a 200 mg/kg/dia ou ceftriaxona
50 a 100 mg/kg/dia

Adolescentes
N. gonorrhoeae Ceftriaxona 50 mg/kg/dia - Recomenda‑se também o tratamento presuntivo de Chlamydia em todos os pacientes com infecção gonocócica.

Pseudomonas Ceftazidima 100 mg/kg/dia

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13
Q

ARTRITE GONOCÓCICA

11. Em quais grupos etários a artrite gonocócica deve ser considerada e quais as formas de transmissão?

A
  • A artrite gonocócica é causada pela Neisseria gonorrhoeae. É uma forma de artrite séptica relatada em todos os grupos etários pediátricos, porém é mais comum em adolescentes, especialmente no sexo feminino, diferente do que se observa em adultos. A transmissão vaginal durante o parto, o relacionamento sexual entre adolescentes e o abuso sexual são as principais fontes de transmissão.
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14
Q

ARTRITE GONOCÓCICA

  1. Quais peculiaridades podem me fazer pensar em artrite gonocócica?
A

Em Recém nascidos:

  • As manifestações articulares surgem em 1 a 2 semanas após o parto;
  • Diferente da artrite por outros agente que é monoarticular, a artrite meningocócica é poliarticular, cumulativa, com importante edema periarticular.
  • Entre as manifestações extra-articulares, pode ser encontrado o exantema tóxico miliar;
  • Vulvovaginite e secreções retais não são achados comuns.
  • A oftalmia gonocócica é rara em razão do uso rotineiro do nitrato de prata para sua prevenção.

Em adolescentes:

  • Geralmente a infecção geniturinária que poderia sinalizar a artrite gonocócica é assintomática.
  • A infecção gonocócica disseminada costuma evoluir com uma fase inicial, bacteriêmica, caracterizada por febre, calafrios, poliartralgia/poliartrite migratória ou aditiva, tenossinovite assimétrica em dorso das mãos e tornozelos e lesões cutâneas.
  • Presença de pápulas, vesículas ou pústulas com base eritematosa, não dolorosas e não pruriginosas, localizadas principalmente em extremidades ( 2/3 dos casos).
  • Prognóstico: em poucos dias, a artralgia pode regredir ou, mais frequentemente, evoluir para artrite francamente séptica de uma ou mais articulações, em geral de modo assimétrico e preferencialmente em membros superiores (punhos).
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15
Q
  1. Quais as características do líquido sinovial na artrite meningocócica?
A

O líquido sinovial é caracteristicamente inflamatório, com contagem de leucócitos entre 30.000 e 100.000 células/mL, com predomínio de polimorfonucleares.

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16
Q

ARTRITE GONOCÓCICA

14. Qual a droga de escolha, dose e recomendações no tto da artrite por Neisseria gonorrhoeae?

A

-Ceftriaxona:
Adultos: 1 g intramuscular ou endovenosa, a cada 24 horas, durante 7 dias.

Crianças:
Cefftriaxona: 50 mg/kg/dia a cada 24 horas, por 7 dias.

Obs.: Recomenda-se também o tratamento presuntivo de Chlamydia em todos os pacientes com infecção gonocócica.

17
Q
  1. O que é a artrite imunomediada pós meningocócica?
A
  • Ocorre durante a recuperação da infecção meningocócica, se caracteriza pela esterilidade do líquido sinovial, pela insensibilidade aos antibióticos e pela responsividade aos anti-inflamatórios não hormonais (AINH). Acomete preferencialmente as grandes articulações e excepcionalmente as pequenas articulações interfalângicas.
    Afeta mais de uma articulação em 60% dos casos e é frequentemente bilateral. Geralmente surge nos primeiros 15 dias que se seguem à instalação da meningite, desaparecendo
    sem deixar lesão residual. A artrite resulta da resposta imunológica do hospedeiro à bactéria, com a participação de imunocomplexos que podem ser encontrados dentro da articulação e no sangue.
18
Q
  1. Como dar o diagnostico de artrite imunomediada pós meningocócica?
A
  • O diagnóstico bacteriológico é estabelecido pelo isolamento de Neisseria meningitidis de culturas de sangue, líquido cefalorraquidiano (LCR) ou líquido sinovial. O LCR e o sangue são as mais proveitosas fontes de cultura positiva,
19
Q
  1. O que poderia justificar uma plaquetopenia numa artrite séptica?
A

-Um quadro grave de meningococcemia com CIVD e consumo de plaquetas.

20
Q
  1. Quais DD de uma artrite séptica por Meningococo com manifestações de lesões cutâneas?
A

-São DD: outras doenças que cursam com artrite e exantema devem ser consideradas no diagnóstico diferencial,são elas: vasculites, a gonococcemia, a endocardite bacteriana subaguda e as doenças virais exantemáticas.

21
Q
  1. Qual o tto da artrite imunomediada pós meningocócica?
A

Na artrite de início tardio, pós-meningocócica, os antibióticos não são indicados, e sim os AINH. O prognóstico é excelentee, na maioria dos casos, há cura sem sequelas.