INFLUENZA - MS Flashcards
- Qual o agente etiológico da gripe?
O vírus Influenza da família Orthomixoviridae, se subdivide em tipo A, que sofre mais mutações o que lhe confere maior potencial de causar pandemias, há vários subtipos de acordo com as proteínas de superfície H – hemaglutinina (potencial para infectar o TRS) e N – neuraminidase (potencial para o vírus sair da célula infectada em busca de outras células). O tipo B sofre menos mutações afeta áreas localizadas e o Tipo C quase não sofre mutação e causa doença subclínica ou na forma leve.
Vírus Hospedeiros
A Humanos, mamíferos marinhos, suínos, cavalos, aves
B Humanos
C Humanos e suínos
- Quais os reservatórios e potenciais disseminadores?
Reservatórios: homem, mamíferos marinhos, aves, cavalos, suínos.
Disseminadores: aves migratórias
- Qual o modo de transmissão?
A transmissão é mais comum entre representantes da mesma espécie, exceto suínos que tem receptores para contaminação de humanos e de aves. A transmissão mais comum é a direta (pessoa a pessoa) e ocorre por meio de gotículas, expelidas pelo individuo infectado com o vírus influenza, ao falar, espirrar, tossir e eventualmente pelo ar, pela inalação de partículas residuais, que podem ser levadas a distancias maiores que 1 metro, o modo indireto também ocorre, e se dá através do contato com as secreções de outros doentes. Nesse caso, as mãos são o principal veículo, ao propiciarem a introdução de partículas virais diretamente nas mucosas oral, nasal e ocular. A eficiência da transmissão por essas vias depende da carga viral, contaminantes por fatores ambientais, como umidade e temperatura, e do tempo transcorrido entre a contaminação e o contato com a superfície contaminada.
Individuos adultos saudaveis infectados transmitem o virus entre 24 e 48 horas antes
do inicio de sintomas, porem em quantidades mais baixas do que durante o periodo
sintomatico. Pessoas com alto grau de imunodepressao podem excretar virus por semanas ou meses. As criancas, comparadas aos adultos, tambem excretam virus mais precocemente, com maior carga viral e por longos periodos.
- Qual o mecanismo de suscetibilidade e imunidade ao vírus?
A imunidade aos virus influenza e adquirida a partir da infeccao natural ou por meio de vacinacao, sendo que esta garante imunidade apenas em relacao aos virus homologos da sua composição. Isso explica, em parte, a grande capacidade deste virus em causar frequentes epidemias e a necessidade de atualizacao constante da composicao da vacina com as cepas circulantes.
- Qual a manifestação clínica da doença?
Classicamente, o quadro clinico da influenza sazonal tem inicio abrupto, com sintomas de sindrome gripal (SG), como febre, tosse seca, dor de garganta, mialgia, cefaleia e prostracao. Geralmente, tem resolucao espontanea em aproximadamente 7 dias, embora a tosse, o mal-estar e a fadiga possam permanecer por algumas semanas e em alguns casos, principalmente em individuos com fatores e/ou condicoes de risco, pode evoluir para sindrome respiratoria aguda grave (SRAG). Em criancas com menos de 2 anos de idade, considera-se tambem como caso de SG: febre de inicio subito (mesmo que referida) e sintomas respiratorios (tosse, coriza e obstrucao nasal), na ausencia de
outro diagnostico especifico.
- Quais as possíveis complicações e os indivíduos mais suscetíveis?
Suscetíveis: indivíduos com doença crônica, idosos e crianças menores de 2 anos.
Complicações mais comuns: pneumonia bacteriana e por outros vírus – mais comum e causa da maior parte de internações- sinusite, otite, • desidratação, piora das doenças crônicas, pneumonia primária por influenza, que ocorre predominantemente em pessoas com doenças cardiovasculares especialmente doença reumática com estenose mitral,ou em mulheres gravidas.
- Como é feito o diagnóstico clínico e laboratorial da doença?
Pelo quadro clinico inicial da doenca e caracterizado como SG. O diagnostico depende
da investigacao clinico-epidemiologica e do exame fisico.
O laboratorial é feito pela coleta da secrecao da nasofaringe (SNF). Considerando a
influenza sazonal, o periodo para coleta e preferencialmente entre o 3o e o 7o dia apos o inicio dos primeiros sintomas.
Pode ser coletado em qualquer período em caso de óbito, com suspeição de influenza e está indicado para todos os casos hospitalizados.
A técnica se utiliza de biologia molecular, pela reacao em cadeia da polimerase de transcricao reversa (RT-PCR) em tempo real. Nos laboratórios que ainda nao realizam as tecnicas moleculares, as amostras devem ser processadas pelo metodo da imunofluorescencia indireta (IFI) que detecta, alem das influenzas A e B, outros virus respiratorios de interesse (virus sincicial respiratorio, parainfluenza 1, 2 e 3 e adenovirus). As amostras biologicas coletadas nas unidades de saude devem ser encaminhadas ao Lacen o mais breve possivel pela equipe de vigilancia epidemiologica local.
- Qual o DD da influenza?
O quadro clínico é compatível com outras infecções virais tais como as causadas pelo novirus, parainfluenza, virus sincicial respiratorio, adenovirus, coronavirus, entre outros, no entanto o quadro na Influenza é mais intenso.
- Qual o tratamento para a Influenza?
Os antivirais fosfato de Oseltamivir (Tamiflur) e zanamivir são medicamentos de escolha para o tratamento de influenza. A indicacao de zanamivir somente esta autorizada em casos de intolerancia gastrointestinal grave, alergia e resistencia ao oseltamivir. O zanamivir e contraindicado em menores de 5 anos para tratamento ou quimioprofilaxia e para todo paciente com doenca respiratoria cronica pelo risco de broncoespasmo severo. O zanamivir nao pode ser administrado para paciente em ventilacao mecanica porque essa medicacao pode obstruir os circuitos do ventilador.
O tratamento com o antiviral, de maneira precoce, pode reduzir a duracao dos sintomas, principalmente em pacientes com imunossupressao.
Medicamento – Alvo
Oseltamivir – Adulto
Zanamivir – Adulto e Criança > 7 anos
- Quem deve receber o tratamento imediato com Tamiflur/ Oseltamivir?
Devem ser tratados imediatamente com fosfato de oseltamivir (TamifluR) os pacientes com:
• SRAG – indivíduo de qualquer idade com SG e que apresente dispneia ou os seguintes
sinais de gravidade:
- saturacao de SpO2 <95% em ar ambiente;
- sinais de desconforto respiratorio ou aumento da frequencia respiratoria avaliada
de acordo com idade;
- piora nas condicoes clinicas de doenca de base;
- hipotensao em relacao a pressao arterial habitual do paciente.
• SG – indivíduos considerados com condições de risco para complicações:
- gravidas em qualquer idade gestacional, puerperas ate duas semanas apos o parto
(incluindo as que tiveram aborto ou perda fetal);
- adultos ≥60 anos; criancas <5 anos (sendo que o maior risco de hospitalizacao e
em menores de 2 anos, especialmente nos menores de 6 meses, que apresentam
maior taxa de mortalidade);
- populacao indigena aldeada; individuos menores de 19 anos de idade em uso
prolongado de acido acetilsalicilico (risco de sindrome de Reye);
- individuos que apresentem: pneumopatias (incluindo asma); pacientes com tuberculose
de todas as formas (ha evidencias de maior complicacao e possibilidade
de reativacao); cardiovasculopatias (excluindo hipertensao arterial sistemica);
nefropatias; hepatopatias; doencas hematologicas (incluindo anemia falciforme);
disturbios metabolicos (incluindo diabetes mellitus); transtornos neurologicos e
do desenvolvimento que podem comprometer a funcao respiratoria ou aumentar
o risco de aspiracao (disfuncao cognitiva, lesao medular, epilepsia, paralisia cerebral,
sindrome de Down, acidente vascular cerebral – AVC – ou doencas neuromusculares);
imunossupressao associada a medicamentos, neoplasias, HIV/
aids ou outros; obesidade (especialmente aqueles com indice de massa corporal
– IMC ≥40kg/m2 em adultos).
• Indivíduos sem condições de risco para complicações e se o critério médico
considerar necessario.
• Individuo de qualquer idade com quadro de insuficiencia respiratoria aguda durante
o periodo sazonal.
- Quando está indicada a quimiopofilaxia/ uso do antiviral para prevenção da SG depois de uma exposição a um caso comprovado de Influenza?
E A quimioprofilaxia com antiviral geralmente nao e recomendada se o periodo apos a
ultima exposicao a uma pessoa com infeccao pelo virus for maior que 48 horas (considera-se exposta a pessoa que teve contato com caso suspeito ou confirmado para influenza). Para ampliar a efetividade da quimioprofilaxia, o antiviral deve ser administrado durante a potencial exposicao a pessoa com influenza e continuar por mais 7 dias apos a ultima exposicao conhecida.
Medicamento – Alvo Posologia
Oseltamivir – Adulto 75mg VO 12/12h por 10 dias
Zanamivir – Adulto e Criança > 7 anos 10mg: duas inalações de 5mg, 12 em 12 horas por 10 dias
Indicado para:
-Pessoas com risco elevado de complicações
-Pessoas com graves deficiências imunológicas
-Profissionais de laboratório e trabalhadores da saúde não vacinados ou vacinados há menos de 15 dias que tenham estado em condição de risco por manipulação de amostra ou contato com paciente sem EPI.
-Residentes de alto risco em instituições fechadas e hospitais de longa permanência,
durante surtos na instituicao.
- Quais as indicações e CI para a imunização contra o vírus?
Indicação
• Crianças com idades de 6 meses a menores de 5 anos de idade.
• Gestantes e Puérperas até 45 dias após o parto.
• Indivíduos com 60 anos ou mais de idade.
• Povos indígenas: para toda a população indígena, a partir dos 6 meses de idade.
• Trabalhador de saúde dos serviços públicos e privados, nos diferentes níveis de complexidade, cuja ausência compromete o funcionamento desses serviços.
• População privada de liberdade e funcionários do sistema prisional.
A vacinacao de pessoas com comorbidades ou condicoes clinicas especiais sera realizada em todos os postos de vacinacao e nos Centros de Referencia para Imunobiologicos Especiais (CRIE). Nestes casos, mantem-se a necessidade de prescricao medica, que devera ser apresentada no ato da vacinacao.
Contraindicação
• Menores de 6 meses de idade.
• Indivíduos com história de reação anafilática prévia ou alergia grave relacionada ao ovo de galinha e seus derivados.
• Indivíduos que, após o recebimento de qualquer dose anterior, apresentaram hipersensibilidade imediata (reacao anafilatica).