Questões Vol 4 - Distúrbios nutricionais na infância Flashcards

1
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP – SP – Adolescente, 15a, é acompanhada em ambulatório com diagnóstico de obesidade e aumento do colesterol. Refere vício alimentar importante com grande ingestão de doces e frituras. Passa o dia na frente da tela e não realiza atividade física. Antecedente familiar: pais obesos, hipertensos e dislipidemia. Nega uso de medicação. Exame físico: bom estado geral; corado; hidratado; IMC > percentil 97 (OMS, 2005); PA = 130 x 85 mmHg (> percentil 95). Pele: lesões espessas; hiperpigmentadas; acentuando as linhas da pele; com aspecto grosseiro e aveludado em região de pescoço e axilas. Tanner: M5P5. A LESÃO DE PELE RELACIONA-SE A: a) Hipertensão arterial sistêmica. b) Resistência insulínica. c) Hipercortisolismo. d) Hipercolesterolemia.

A

Estamos diante de uma adolescente com quadro de obesidade grave (IMC acima do percentil 97), com diversos fatores de risco associados. O acúmulo de gordura no compartimento visceral e nas células musculares está relacionado ao desenvolvimento de resistência à insulina, que possivelmente foi desencadeada pela adiposidade abdominal associada à inatividade física. A lesão descrita na questão é a acantosis nigricans, característica na avaliação clínica desses pacientes.

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2
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA AO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL – SP 2 – Assinale a alternativa que apresenta as alterações causadas pela deficiência de zinco: a) Coiloníquia, dermatite em áreas fotossensíveis, diarreia. b) Alopecia, dermatite periorificial, dermatite em áreas fotossensíveis. c) Alopecia, traquioníquia, demência. d) Demência, diarreia, coiloníquia. e) Traquioníquia, diarreia, queilite.

A

O zinco é um micronutriente cujas fontes dietéticas são os ovos, o leite, as carnes e os crustáceos. A deficiência de zinco pode ocorrer na doença de Crohn, na anemia falciforme e na acrodermatite enteropática, principalmente. Clinicamente ela se apresenta com manifestações em epitélios, como alopecia, dermatite de distribuição simétrica em regiões perioral, perineal, bochechas, cotovelos, joelhos e tornozelos, e diarreia crônica; com manifestações endocrinológicas, como retardo do crescimento e hipogonadismo hipogonadotrófico com redução da espermiogênese; e manifestações imunológicas, como infecções bacterianas de repetição e superinfecção por Candida. O tratamento é feito com reposição de 1 a 2 mg/kg/dia de zinco oral. Resposta correta: letra B.

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3
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1)UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – RJ 3 – O aparecimento de petéquias perifoliculares e gengivorragia sugere deficiência de: a) Vitamina C. b) Vitamina K. c) Riboflavina. d) Piridoxina.

A

A questão nos cobra conhecimentos sobre o escorbuto, que corresponde à deficiência de vitamina C. O quadro clínico se caracteriza por dor em membros inferiores, com postura antálgica (“posição da rã”), irritabilidade, anemia e alterações cutâneo-mucosas, como hemorragia em gengivas, sobretudo acima dos incisivos centrais superiores, e petéquias na pele em localização perifolicular. Podem haver prejuízos na cicatrização de feridas e alterações semelhantes à síndrome de Sjögren (xerostomia, ceratoconjuntivite seca e aumento de parótidas). O único fator de confundimento na questão seria com relação à deficiência de vitamina K, mas é importante lembrar que a principal manifestação desta é a doença hemorrágica do recém-nascido. Em crianças maiores, pode haver sangramento em pele e mucosas, melena e hematúria. Resposta correta: letra A.

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4
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO – RJ 4 – Lactente de 11 meses, na relação peso para estatura e comprimento para idade, encontra-se no escore-Z abaixo de -3. A medida da circunferência do braço foi menor que 115 mm. Ao exame físico, constata-se que a criança está muito emagrecida, pele com turgor e elasticidade diminuídos, ausência de gordura subcutânea, pregas cutâneas longitudinais e atrofia muscular. Não havia edema, lesões cutâneas e alteração da cor de cabelos. O hematócrito era 21%, hemoglobina de 7 g/dl e o VCM de 68. A forma clínica da desnutrição, o tipo de anemia e a alteração eletrolítica possível de ocorrer na fase de recuperação nutricional são, respectivamente: a) Marasmo, anemia aplástica e hipocalcemia. b) Marasmo, anemia ferropriva e hipofosfatemia. c) Kwashiorkor, anemia por deficiência de selênio e hipernatremia. d) Kwashiorkor marasmático, anemia ferropriva e hipomagnesemia.

A

Esta criança apresenta sinais clínicos da forma mais comum de desnutrição grave, que é o marasmo. A criança com marasmo apresenta-se com emagrecimento acentuado e perda importante de tecido celular subcutâneo, levando ao surgimento de pregas cutâneas e fácies simiesca, além de importante atrofia muscular. A criança com kwashiorkor, por sua vez, tem como característica principal a presença do edema, com tecido subcutâneo relativamente preservado. As crianças com desnutrição grave apresentam, evidentemente, a carência de diversos micronutrientes e por isso é comum o achado de anemia. A mais comum é a anemia ferropriva e a descrição de uma anemia microcítica corrobora esta suspeita. Uma das complicações encontradas durante o tratamento dessas crianças é o desenvolvimento da síndrome de realimentação, cuja principal característica é o desenvolvimento de hipofosfatemia. Essa síndrome ocorre após o início da alimentação e liberação de insulina, com captação celular de vários elementos, levando à hipofosfatemia, hipomagnesemia e hipocalemia. Resposta: letra B.

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5
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO – SP 5 – Uma criança entre os percentis 3 e 0,1 de índice de massa corporal é denominada com classificação nutricional de magreza. A anamnese e o exame físico permitem diferenciar entre magreza e subnutrição. Qual das opções evidencia sinal ou sintoma que leve ao diagnóstico de subnutrição? a) Turgor pastoso. b) Desenvolvimento neuropsicomotor normal. c) Bom estado geral. d) Turgor frouxo. e) Corada e eupneica.

A

A criança subnutrida apresenta-se apática, letárgica, hipoativa, com prega cutânea lentificada (turgor frouxo) e com sinais de carência nutricional, vitamínica e de oligoelementos. Pode haver edema, alterações de pele e fâneros, anorexia e outros sinais. Resposta: letra D.

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6
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO – SP 6 – Uma criança de 8 anos com o diagnóstico nutricional entre os percentis 15 e 3 de índice de massa corporal pode receber duas possíveis classificações, respectivamente pela Organização Mundial da Saúde e pela Sociedade Brasileira de Pediatria de: a) Eutrofia e eutrofia. b) Eutrofia e vigilância. c) Eutrofia e risco nutricional. d) Vigilância e eutrofia. e) Eutrofia e vigilância nutricional.

A

Entre os percentis 3 e 15, a criança está dentro da normalidade na curva de IMC para a idade. A nomenclatura para traduzir esta normalidade difere entre a OMS e a SBP, sendo chamada de eutrofia, e em vigilância nutricional, respectivamente. Resposta correta: letra E.

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7
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE TAUBATÉ – SP 7 – J. K. L., sexo feminino, 10 anos e 6 meses, estágio de Tanner M2P2, peso 44 kg, estatura 143 cm, IMC: 22 kg/m² (percentil entre 85-95). Assinale a alternativa que indica os diagnósticos CORRETOS: a) Puberdade precoce e obesidade. b) Peso adequado e puberdade adequada. c) Baixo peso e puberdade atrasada. d) Sobrepeso e puberdade adequada. e) Peso adequado e puberdade precoce.

A

De acordo com o gráfico para adolescentes (10-19 anos) de IMC para idade da OMS, pacientes com IMC entre os percentis 85 e 97 encontram-se na faixa de sobrepeso. De acordo com a maturação sexual, a paciente já apresentou a telarca e o crescimento de pelos pubianos esparsos e finos em grandes lábios, o que é perfeitamente normal para a sua idade. O primeiro sinal de puberdade em meninas é a telarca e ela ocorre entre 8 e 12 anos. Resposta correta: letra D.

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8
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE TERESÓPOLIS COSTANTINO OTTAVIANO – RJ 8 – No desenvolvimento da criança, há situações frequentemente associadas à obesidade. Na identificação destes fatores de risco podemos citar todas as condições abaixo, com EXCEÇÃO de: a) A obesidade da mãe, mesmo antes da gestação, não possui relação direta com obesidade infantil, mas fundamentalmente com os hábitos e estilos de vida que a criança venha a adquirir durante o seu desenvolvimento. b) A inatividade física, que pode ser avaliada pelo número de horas em que a criança assiste televisão, por exemplo. c) Hábitos alimentares da família e práticas alimentares não saudáveis dos cuidadores da criança. d) Ausência de aleitamento materno. A maioria dos estudos atribui ao aleitamento materno uma ação protetora contra a obesidade em crianças. e) As refeições devem incluir o desjejum, lanches, almoço e o jantar. A merenda escolar deverá adequar-se aos hábitos regionais, devendo ser evitado o uso de alimentos não saudáveis, como salgadinhos, refrigerantes e guloseimas.

A

Questão direta sobre a obesidade infantil, que é um assunto cada vez mais comum em provas de residência e consultórios de pediatria. Vamos, portanto, analisar cada letra: Letra A: a obesidade não só da mãe, mas dos pais e de toda a família, é um fator extremamente associado com o surgimento da obesidade infantil (INCORRETA). Letras B, C, D e E: conceituais e perfeitas (CORRETAS). Resposta: letra A.

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9
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL CASA DE PORTUGAL – RJ 9 – Um menino de 6 anos é levado por sua mãe ao pediatra e relata períodos prolongados de falta de apetite e irritabilidade. A dieta oferecida mostra-se, informa ainda que tem administrado polivitamínicos há 5 meses, duas vezes ao exame físico: ausência de ganho ponderal, hipoatividade, alopecia e lesões cutâneas seborreicas. A hipótese diagnóstica mais provável é de uma hipervitaminose por excesso de vitamina: a) E. b) A. c) B6. d) B2.

A

A hipervitaminose A é provocada pela ingestão crônica e exagerada de vitamina A, acima de 6.000 mcg por dia, comumente relacionada ao uso de suplementos alimentares e polivitamínicos. Caracteriza-se por diversos sintomas agudos e crônicos, sendo as principais manifestações agudas: cefaleia, diplopia, vômitos, papiledema, fontanela abaulada, dermatite seborreica, hepatoesplenomegalia, dificuldade em ganhar peso. A forma crônica acarreta fragilidade dos ossos, pele e cabelos, levando à dor óssea, descamação cutânea e queda capilar. Resposta: letra B.

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10
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT – RJ 10 – Na conduta da sala de parto dos recém-nascidos, é correto utilizar qual dos seguintes medicamentos para evitar complicações hemorrágicas nesses pacientes? a) Imunoglobulinas. b) Vitamina K. c) Ácido acetilsalicílico. d) Esteroides. e) Nitrato de prata.

A

Questão bem tranquila! A prescrição de todo o recém-nascido deve incluir nitrato de prata a 1% colírio para prevenir a oftalmia gonocócica, vitamina K IM dose única para prevenir a doença hemorrágica do recém-nascido, a primeira dose da vacina da hepatite B e a vacina BCG. Imunoglobulinas, AAS e esteroides não são prescritos para recém-nascidos rotineiramente. Resposta correta: letra B.

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11
Q

RM 2016 (ACESSO DIRETO 1) PROCESSO SELETIVO UNIFICADO – MG

11 – Considerando as deficiências de vitaminas e os sintomas mais comuns a elas associados, correlacione a coluna 1 com a coluna 2.

Coluna 1:
A - Hipovitaminose A;
B - Hipovitaminose C;
C - Hipovitaminose D;
D - Hipovitaminose E.

Coluna 2:
I - Anemia hemolítica e trombocitose;
II - Tetania e convulsões;
III - Cegueira noturna e xerose conjuntival;
IV - Dor à manipulação óssea e hemorragias cutâneas.

a) A - I; B - II; C - IV; D - III.
b) A - II; B - III; C - I; D - IV.
c) A - III; B - IV; C - II; D - I.
d) A - IV; B - I; C - III; D - II.

A

Juntando as colunas! A hipovitaminose A pode levar a uma série de manifestações sistêmicas. Porém as manifestações mais características
são aquelas que remetem ao acometimento ocular. Sabemos que a vitamina A é importante para a formação dos pigmentos e também para a integridade estrutural das diversas estruturas oculares. Na carência da vitamina, pode haver um quadro inicial de cegueira noturna e podem ir
surgindo alterações mais graves. Ocorre xerose conjuntival e corneana, com o desenvolvimento das manchas de Bitot e, em quadros mais graves, ceratomalácia. Assim, bastava você associar o A ao III e você já saberia qual a resposta correta. Mas vamos em frente! A deficiência de vitamina C leva ao quadro de escorbuto. As principais manifestações
são as manifestações hemorrágicas, correlacionadas com a má formação do colágeno na parede dos vasos. Essas hemorragias podem ser subperiosteais, levando à intensa dor durante a mobilização óssea. A hipovitaminose D leva ao quadro de raquitismo. As principais manifestações do raquitismo são aquelas relacionadas à inadequação da
mineralização óssea. Nas formas graves, podemos ter manifestações relacionadas à hipocalcemia, como tetanismo e convulsões. E, por fim, a hipovitaminose E pode levar ao desenvolvimento de hemólise e manifestações neurológicas; acontece principalmente em prematuros,
pacientes com síndromes disabsortivas e também é encontrada em algumas doenças que afetam o transporte da vitamina E.

Resposta: letra C.

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12
Q

RM 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL MATERNIDADE THEREZINHA DE JESUS – MG

12 – Marque a alternativa verdadeira:

a) A presença de anorexia, vômitos, dores ósseas e lesões descamativas pode ser sinal de toxicidade de vitamina A.
b) São sintomas do Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): comportamentos perseverantes e obsessivos com material necessário para suas atividades.

c) No refluxo gastroesofágico, o meio diagnóstico considerado
padrão-ouro para o seu diagnóstico é a cintilografia.

d) As principais e mais frequentes complicações do sarampo são: otite média, pneumonia, encefalite, miocardite.

A

Vamos avaliar as alternativas:
Letra A: correta. A hipervitaminose A em sua forma aguda pode se manifestar com a síndrome de pseudotumor cerebral (cefaleia, vômitos, papiledema, diplopia, paresia de pares cranianos), anorexia, dificuldade de ganho ponderal e dermatite seborreica. Em sua forma crônica, pode haver dor óssea, queda de cabelo, descamação cutânea, hepatomegalia e hiperostose cortical.

Letra B: incorreta. O TDAH é caracterizado por desatenção, aumento da distraibilidade, controle pobre do impulso, diminuição da capacidade autoinibitória, superatividade e inquietação motoras.

Letra C: incorreta. O padrão-ouro para o diagnóstico do refluxo gastroesofágico é a pHmetria de 24h. Porém, para a maioria das apresentações, anamnese e exame físico completos são suficientes
para firmar o diagnóstico inicial.

Letra D: incorreta. A complicação bacteriana mais comum do sarampo é a
otite média aguda. A pneumonia é a principal causa de morte no sarampo. Crupe, traqueíte e bronquiolite são complicações em lactentes e crianças. A encefalite é uma complicação grave da doença. A miocardite é muito rara.

Resposta: letra A.

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13
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE – RS

13 – Que critério (s), dentre os abaixo, é (são) considerado (s) para definir obesidade em crianças segundo a Organização Mundial da Saúde?

a) Peso para a idade acima de 2 desvios-padrão para crianças de 0-10 anos.
b) Peso para a idade acima de 3 desvios-padrão para crianças com até 5 anos e acima de 2 desvios-padrão para crianças com mais de 5 anos.
c) Peso para a idade ou Índice de Massa Corporal (IMC) para a idade acima de 3 desvios-padrão para crianças de 0-10 anos.
d) IMC para a idade acima de 2 desvios-padrão para crianças de 0-10 anos.

e) IMC para a idade acima de 3 desvios-padrão para crianças
com até 5 anos e acima de 2 desvios-padrão para crianças com mais de 5 anos.

A

O principal indicador usado para o diagnóstico da obesidade na prática clínica é o Índice de Massa Corporal (IMC). A simples avaliação do
peso por idade nos permite apenas identificar crianças que tenham peso elevado para idade, o que não necessariamente implica em obesidade. Não existe apenas um valor de IMC que seja usado para definir puberdade na infância e na adolescência. Os valores variam em função do sexo e da idade do paciente e, deste modo, devem ser plotados em gráficos que trazem os valores de percentil ou de escore-Z (e-Z) para as várias idades. Os valores de e-Z usados para caracterizar o sobrepeso e obesidade são: e-Z 1, e-Z 2 e e-Z 3. Uma particularidade importante dessa classificação é que ela será diferente em função da idade da criança, da seguinte forma: para crianças de até 5 anos (0 a 5 anos incompletos), dizemos que o e-Z maior que 1 e ≤ 2 caracteriza o risco de sobrepeso; maior que 2 e ≤ 3 caracteriza o sobrepeso; e maior que 3 caracteriza obesidade. Para crianças e adolescentes de 5 a 19 anos, os mesmos pontos de corte caracterizam, respectivamente, sobrepeso, obesidade e obesidade grave. Assim, a classificação correta está indicada na última opção.

Resposta: letra E.

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14
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL DAS CLÍNICAS DO PARANÁ – PR

14 – Cálcio e fósforo são componentes essenciais do tecido ósseo. Juntos formam cristais de hidroxiapatita, que servem de reserva de cálcio para as necessidades homeostáticas do organismo. Em relação ao metabolismo osteomineral, é CORRETO afirmar que:

a) Dietas hiperproteicas e ricas em cafeína aumentam a absorção de cálcio dos nutrientes.
b) O leite materno é rico em vitamina D.
c) Crianças com menor grau de pigmentação da pele possuem maior risco para hipovitaminose D.
d) Hipovitaminose D causa hipercalciúria e hipocalcemia.
e) Deficit ponderoestatural, fraqueza muscular, deformidades ósseas e convulsões são manifestações clínicas de raquitismo.

A

Vamos analisar as opções sobre o metabolismo osteomineral:

A - Incorreta. A cafeína pode formar complexos insolúveis com o cálcio e reduzir a sua absorção. Além disso, estudos apontam que a cafeína induz à diminuição da expressão do receptor de vitamina D, e assim também reduz a absorção de cálcio.

B - Incorreta. O leite humano contém baixo teor de vitamina D e por isso crianças que recebem aleitamento dependem da síntese cutânea da vitamina ou da suplementação alimentar.

C - Incorreta. Crianças com hiperpigmentação cutânea estão sob maior risco de hipovitaminose D, devido à menor síntese cutânea.

D - Incorreta. Na hipovitaminose D (imprescindível diferenciá- la de outras causas de raquitismo) a concentração plasmática do cálcio sofre apenas uma redução discreta. É verdade que a hipovitaminose D tende a hipercalciúria e hipocalcemia. Mas, nesse momento, entra em jogo um
hormônio com função mais importante - PTH. O PTH liberado evita a hipocalcemia através da absorção óssea, sempre que o nível deste mineral começa a cair. Além do mais, o PTH promove a reabsorção renal de cálcio (hipocalciúria) para manter o seu nível sérico. Portanto, a hipovitaminose D é caracterizada por PTH elevado, hipocalciúria e normocalcemia/discreta hipocalcemia.

E - CORRETA. As manifestações clínicas de raquitismo incluem: deformidades esqueléticas, fraqueza especialmente proximal e hipocalcemia sintomática, como tetania e convulsões.

Gabarito: letra E.

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15
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) ALIANÇA SAÚDE – PR

15 – Um menino de 14 anos apresenta ganho excessivo de peso nos últimos três anos. É um adolescente ativo, pratica futebol três vezes por semana. Fez uso de beclometasona, spray para inalação, na dose de 250 mcg/dose, por um ano e parou há seis meses. Pai com 172 cm (P25), 70 kg (P50) e mãe com 155 cm (P10), 58 kg (P5), ambos saudáveis.
Ao exame, paciente apresentou estatura de 164 cm (P50); peso 72 kg (P97); IMC 26,7 (> P95); circunferência abdominal de 82 cm e circunferência de quadril de 76 cm; pubarca grau 3 (escala de Tanner) e testículos T8 (orquidômetro de Prader). O diagnóstico mais provável é de:

a) Obesidade exógena periférica.
b) Obesidade endógena central.
c) Obesidade endógena periférica.
d) Sobrepeso e obesidade abdominal.
e) Obesidade exógena central.

A

Temos um adolescente de 14 anos, sem comorbidades ou história familiar positiva para obesidade. No entanto, apresenta IMC acima do percentil
95, configurando o diagnóstico de obesidade. A obesidade é uma doença crônica, multifatorial, em que ocorre uma sobreposição de fatores genéticos e ambientais. A obesidade exógena (acarretada por ingestão alimentar excessiva) é responsável por 95 a 98% dos casos, e
tende a se iniciar ou agravar na adolescência, por conta do aumento fisiológico do tecido adiposo e maior consumo de alimentos com alto teor calórico. Além disso, o adolescente apresenta circunferência abdominal maior que a circunferência de quadril, caracterizando obesidade predominantemente localizada acima da cintura (central), que se trata da mais relacionada ao risco de diabetes e síndrome metabólica.

Resposta: letra E.

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16
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL DO AÇÚCAR – AL

16 – Dentre as linhas de cuidado na atenção integral à saúde da criança propostas pelo Ministério da Saúde do Brasil, temos a atenção às doenças prevalentes. Das doenças a seguir, indique a única que NÃO é considerada como doença prevalente na infância:

a) Diarreias.
b) Dermatoses.
c) Doenças respiratórias.
d) Sífilis e rubéola congênitas.

A

A Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI) tem por finalidade promover uma rápida e significativa redução da mortalidade na infância. Trata-se de uma abordagem da atenção à saúde na infância, desenvolvida originalmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Adolescência
(UNICEF), caracterizando-se pela consideração simultânea e integrada do conjunto de doenças de maior prevalência na infância: desnutrição, doenças diarreicas, infecções respiratórias agudas, malária e afecções perinatais.

Resposta: letra B.

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17
Q

RM 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL DO AÇÚCAR – AL

17 – A prevalência da obesidade tem aumentado de forma acelerada nas crianças brasileiras. Ela pode comprometer de forma significativa à saúde, não só da criança, mas do adulto que ela será. Entre as medidas a seguir, aponte a única que NÃO tem impacto positivo na prevenção
da obesidade.

a) Aleitamento materno.
b) Atividade física regular.
c) Uso de hipoglicemiante oral.
d) Reduzir o uso de alimentos processados.

A

Nas consultas de puericultura o sobrepeso e a obesidade devem ser combatidos através de diversas medidas profiláticas que precisam ser devidamente orientadas a pais e responsáveis: hábitos de vida saudáveis (prática regular de exercícios físicos, horário de sono adequado) e alimentação adequada (aleitamento materno exclusivo até o sexto mês, alimentação balanceada e variada, redução do consumo de sódio e alimentos industrializados/processados, intervalos e quantidade de refeições corretos). O uso de medicamentos como medida preventiva não está indicado, devendo estar reservados apenas para tratamento
da obesidade sintomática e associada a comorbidades graves.

Resposta: letra C.

18
Q

RM 2016 (ACESSO DIRETO 1) COMISSÃO ESTADUAL DE RESIDÊNCIA MÉDICA DO AMAZONAS – AM

18 – Os pais levam seu filho de 3 anos para consulta de puericultura. Após avaliação detalhada, verifica-se que o Z-score do peso da criança encontra-se entre +3 < +2; estatura/idade entre +2 < + 1; IMC entre +3 < +2. Segundo os critérios da OMS, 2006. Assinale a alternativa com a
avaliação do estado nutricional desta criança:

a) Peso e estatura adequados para idade; risco de
sobrepeso.

b) Peso adequado para idade; estatura adequada para
idade; eutrofia.

c) Peso elevado para idade; estatura adequada para
idade; sobrepeso.

d) Peso elevado para idade; estatura adequada para
idade; eutrofia.

A

De acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS) para avaliação de peso e estatura, adotados pelo Ministério da Saúde, podemos classificar esta criança como: - Z-score acima de +2 para Peso x Idade: peso elevado para a idade, - Z-score entre +1 e +2 para Estatura x Idade: estatura adequada para a idade, - Z-score entre +2 e +3 para IMC:
sobrepeso.

Resposta: letra C.

19
Q

RM 2016 (ACESSO DIRETO 1) SELEÇÃO UNIFICADA PARA RESIDÊNCIA MÉDICA DO ESTADO DO CEARÁ – CE

19 – Maria vem à unidade básica de saúde preocupada com seu filho Tomás, de 3 meses. Relata que em sua família e na do marido existem vários casos de obesidade, e solicita orientação para diminuir os riscos de Tomás também evoluir com excesso de peso. Qual das assertivas contém pelo menos 3 recomendações CORRETAS para prevenção da obesidade que podem ser fornecidas pela equipe?

a) As crianças em aleitamento artificial devem receber mamadeiras acrescidas de farinha, açúcar e achocolatado apenas a partir de 6 meses. Limitar comportamentos sedentários a 4 horas por dia. Suspender as mamadas noturnas a partir de 2 meses de idade. Permitir apenas refrigerantes diet.
b) As crianças em aleitamento artificial devem receber mamadeiras acrescidas de farinha, açúcar e/ou achocolatado a partir do desmame. Alimentos ricos em gorduras como frituras, bolachas recheadas, sorvetes, embutidos (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, toicinhos) não devem ser oferecidos antes de 1 ano. Limitar comportamentos sedentários a 4 horas por dia.
c) Manter aleitamento materno exclusivo até o 6º mês de vida da criança. Quanto mais tempo a criança mama no peito menor a chance de se tornar obesa. Evitar o consumo excessivo de leite de vaca, que está associado à obesidade entre crianças menores de 2 anos. Não oferecer comida para a criança enquanto ela assiste TV. Nenhuma criança deve ver TV mais que duas horas por dia.
d) Manter aleitamento materno exclusivo até o 6º mês de vida da criança. Oferecer açúcar, doces em geral, salgadinhos, refrigerante, refrescos artificiais, achocolatados, gelatinas e outras guloseimas apenas depois de 6 meses de vida. A criança que come arroz, feijão, verdura e carne duas vezes ao dia não tem risco de desenvolver obesidade. O consumo excessivo de leite de vaca está associado à obesidade entre crianças menores de 2 anos.

A

Nas últimas décadas estamos testemunhando um alarmante aumento da obesidade na população infantil, com todas as consequências em longo
prazo que essa condição acarreta. Por conta disso, mesmo quando não questionado pela família, o pediatra deve, em todas as consultas, tentar dar orientações no sentido de evitar o estabelecimento desta condição. A única afirmativa que traz orientações corretas é a letra C. Não se esqueça das várias orientações que são preconizadas nos dez
passos para uma alimentação saudável em menores de dois anos: doces/guloseimas não devem ser oferecidos para menores de dois anos; o aleitamento deve ser exclusivo por seis meses. E em relação às atividades físicas, deve ser estimulada a prática diária de alguma forma de atividade e devem ser dadas orientações para redução do tempo gasto com atividades sedentárias.

Resposta: letra C.

20
Q

RM 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL SANTA MARTA – DF

20 – No que diz respeito ao tema “alimentação saudável”, assinale a alternativa CORRETA:

a) Gordura trans e gordura vegetal hidrogenada são semelhantes, pois o fato de não haver gordura trans na tabela nutricional não impede que o produto contenha gordura vegetal hidrogenada.
b) Além de verificar na tabela nutricional, outra maneira de perceber a quantidade de sódio no alimento é o gosto salgado, pois, proporcionalmente à sua quantidade, o produto ficará salgado.
c) A substituição do sal por orégano, salsa e manjericão não deve ser incentivada, pois essas ervas ocasiona outros tipos de danos à saúde, às vezes até piores que os ocasionados pelo sal.
d) A tabela nutricional, obrigatória nos alimentos processados, contém a quantidade de nutrientes em ordem crescente de concentração.
e) Alimento diet e (ou) light é a melhor opção, pois sempre é menos calórico.

A

Vamos analisar as alternativas sobre o tema “alimentação saudável”:

A - CORRETA. Os ácidos graxos ou gorduras trans são um tipo de gordura formada pelo processo de hidrogenação natural, que ocorre quando o animal rumina, ou durante o processo industrial de hidrogenação parcial, que transforma os óleos líquidos em gorduras mais consistentes à temperatura ambiente. Gordura vegetal hidrogenada é aquela na qual são adicionadas moléculas de hidrogênio. Este processo, conhecido como hidrogenação, transforma os óleos vegetais líquidos em gorduras mais consistentes à temperatura ambiente.

B - INCORRETA. Alimentos que usam como conservante o sódio podem ser doces, como refrigerantes.

C - INCORRETA. Ervas aromáticas são amplamente utilizadas para a substituição do sal.

D - INCORRETA. A tabela apresenta uma forma de organização com início pelo valor energético, quantidade de carboidratos, proteínas, gorduras, fibra alimentar, sódio, outros minerais e vitaminas, nesta ordem.

E - INCORRETA. Existe diferença entre alimentos light e diet. Os termos diet e light podem, opcionalmente, ser utilizados nas embalagens de alimentos. No entanto, os critérios e as condições para o uso dessas duas expressões são diferentes. Enquanto o termo light é usado para indicar uma informação nutricional de menor concentração calórica, o termo diet é usado em alguns produtos para fins especiais, para indicar a substituição do açúcar por adoçante e nem sempre possui menor teor calórico.

Gabarito: letra A.

21
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DISTRITO FEDERAL – DF

21 – Com relação ao raquitismo, julgue o seguinte item. A causa primária do raquitismo é o deficit de vitamina D, que pode ser consequência da baixa ingesta ou da baixa exposição à luz solar. Uma das causas secundárias do
raquitismo inclui a perda de fósforo pelos rins, assim como ocorre na síndrome de Fanconi.

a) CERTO.
b) ERRADO.

A

A afirmativa está CORRETA.

Existem diversas causas de raquitismo na infância, que incluem a hipovitaminose D, a deficiência de cálcio e fósforo e em quadros de acidose tubular renal.

A causa mais comum é, de fato, a deficiência da vitamina D, que se relaciona com a baixa ingestão do micronutriente e pouca exposição à luz solar, e também com síndromes disabsortivas e doenças relacionadas com o metabolismo desta vitamina.

Apenas relembrando, a síndrome de Fanconi ocorre por uma disfunção no túbulo renal proximal, com perda renal de fosfato (levando à hipofosfatemia), aminoácidos, bicarbonato, glicose e outras moléculas que são reabsorvidas no túbulo proximal.

22
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016
(ACESSO DIRETO 1
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CASSIANO
ANTÔNIO DE MORAES – ES

22

Nas deficiências de vitaminas, é CORRETO afirmar:

a) A deficiência de vitamina A pode causar manifestações
hemorrágicas.

b) A deficiência de vitamina D pode levar a ceratomalácia
levando a cegueira.

c) A deficiência de vitamina K pode causar raquitismo.

d) A deficiência de vitamina E pode levar a polineurite,
a insuficiência cardíaca e manifestações hemorrágicas.

e) A deficiência de vitamina B1 pode levar ao beribéri.

A

Vamos analisar as opções sobre o tema “deficiências vitamínicas”: A - ERRADA. Classicamente, a deficiência de vitamina A causa manifestações
oculares, desde a hemeralopia (cegueira noturna), até a amaurose plena. B - ERRADA. Tal deficiência geralmente leva ao raquitismo ou à osteomalácia. C - ERRADA. O caso
seria de hemorragias difusas por deficiência de síntese de
fatores de coagulação. D - ERRADA. Nas crianças prematuras,
a deficiência de vitamina E pode provocar problemas
oculares (retinopatia) e hemorragia cerebral, dois problemas
que podem ser consequência da exposição a altas concentrações
de oxigênio nas incubadoras. Nas crianças maiores,
os sintomas da deficiência de vitamina E ocorrem quando
existe má absorção intestinal e assemelham-se aos de uma
perturbação neurológica e insuficiência cardíaca, mas não
hemorragia. Esses sintomas incluem reflexos diminuídos,
dificuldade em andar, visão dupla, perda do equilíbrio e
fraqueza muscular. E - CERTA. Gabarito: letra E.

23
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016

HOSPITAL EVANGÉLICO DE VILA VELHA – ES

23

Diante de uma lactente com raquitismo por deficiência
de vitamina D, comumente as dosagens séricas de cálcio,
fósforo e fosfatase alcalina, mostrarão:

a) Hipercalcemia, hipofosfatemia e fosfatase alcalina elevada.
b) Hipocalcemia, hiperfosfatemia e fosfatase alcalina normal.
c) Normocalcemia, hipofosfatemia e fosfatase alcalina elevada.
d) Normocalcemia, hipofosfatemia e fosfatase alcalina normal.
e) Hipocalcemia, hiperfosfatemia e fosfatase alcalina elevada.

(ACESSO DIRETO 1)

A

O raquitismo é uma doença óssea
caracterizada pela diminuição da mineralização da placa
epifisária de crescimento e a osteomalácia é caracterizada
pela diminuição da mineralização do osso cortical e trabecular,
com acúmulo de tecido osteoide não mineralizado
ou pouco mineralizado. São processos que, em geral,
ocorrem associados. Após o fechamento da cartilagem
epifisária, ao término do crescimento, apenas a osteomalácia
permanece. As manifestações clínicas da deficiência
de vitamina D são relacionadas ao metabolismo do cálcio
e podem demorar meses para aparecer na dependência
da velocidade de crescimento da criança, do grau de deficiência
desta vitamina e do conteúdo de cálcio na dieta.
Hipocalcemia, hipofosfatemia e fosfatase alcalina elevada
são os achados mais comuns. Em função da ausência de
resposta correta, a questão foi anulada.

24
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016

HOSPITAL EVANGÉLICO DE VILA VELHA – ES

24

Hipovitaminoses são comuns na população pediátrica.
Dentre as vitaminas citadas abaixo, qual não é considerada
lipossolúvel?

a) Vitamina A.
b) Vitamina C.
c) Vitamina D.
d) Vitamina E.
e) Vitamina K.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Questão direta. As vitaminas lipossolúveis
são aquelas solúveis em lipídios, dependentes
destes para serem absorvidas. São elas as vitaminas A,
D, E e K. Classicamente, utilizamos a regra mnemônica
“ADEK”. A vitamina C trata-se de vitamina hidrossolúvel.
Resposta: letra B.

25
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL DE OLHOS APARECIDA – GO

25 – Qual das alternativas seguintes apresentam apenas causas endócrinas de obesidade secundária?

a) Hipotireoidismo e craniofaringioma.
b) Hipogonadismo e síndrome de Prader-Willi.
c) Hipotireoidismo e uso de corticosteroides.
d) Deficiência de hormônio de crescimento e pseudo-hipoparatireoidismo.

A

A principal causa de obesidade
em pediatria é a causa primária, pois as secundárias
representam apenas 5% dos casos. Condições
patológicas como as síndromes genéticas, distúrbios
endocrinometabólicos, medicamentosa e doenças
neurológicas são as possibilidades de causas secundárias
de obesidade. Todas as patologias listadas
nas alternativas são causas secundárias. No entanto,
dentre todas as doenças listadas, 3 delas não apresentam
etiologia endócrina: o uso de corticoides, que é
uma causa medicamentosa; a síndrome de Prader-Willi
e o pseudo-hipoparatireoidismo, que são doenças de
etiologia genética. Sendo assim, a resposta correta é
a alternativa A.

26
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016

SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE
GOIÂNIA – GO

26

Uma escolar de oito anos, feminina, apresenta-se
com peso elevado para idade e estatura. Seus exames laboratoriais
evidenciam elevação dos níveis de triglicérides
(200 mg/dl) e de LDL (140 mg/dl). Foi informada história
familiar de doença coronariana precoce. Neste caso, qual
a primeira medida terapêutica melhor indicada?

a) Iniciar tratamento com fenofibrato.

b) Iniciar tratamento associado de fenofibrato com sinvastatina.
p>

c) Iniciar tratamento com sinvastatina.

d) Iniciar tratamento não medicamentoso com orientação
dietética para dislipidemia e adequação do peso.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Esta criança apresenta tanto
aumento dos triglicérides (desejável < 100 mg/dl) quanto
do LDL-c (desejável < 100 mg/dl). De acordo com as
recomendações da Sociedade Brasileira de Cardiologia,
o tratamento farmacológico hipolipemiante poderá ser
indicado quando o LDL-c estiver acima de 160 mg/dl e
houver história familiar de doença coronariana prematura
ou dois ou mais fatores de risco: HDL-c < 35 mg/dl, fumo,
hipertensão arterial, obesidade, diabetes. Porém, por esta
sociedade, o tratamento só é feito habitualmente após os
10 anos e sempre após um período de tratamento não
medicamentoso, como corretamente indicado na letra D.
Cabe lembrar que várias Sociedades já autorizam o tratamento
medicamentoso antes dessa idade, mas, mesmo
assim, apenas após um período de tratamento não farmacológico.
Resposta: letra D.

27
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016
(ACESSO DIRETO 1)
SECRETARIA DE SAÚDE DA SAÚDE
DO MARANHÃO – MA

27

A obesidade é uma doença crônica que vem apresentando
um rápido aumento de sua prevalência nos últimos
anos, tornando-se uma epidemia mundial. Assinale
os fatores etiológicos:

a) A maioria das causas da obesidade é endógena.

b) A maioria dos casos é associada ao uso de medicamentos.
p>

c) Não há relação entre alimentos de alta densidade
energética e obesidade.

d) Mudança no estilo de vida relacionada a padrões
alimentares e atividade física.

e) Não há risco de doença cardiovascular na obesidade
infantil. <

A

A etiologia da obesidade é
multifatorial, com a participação de fatores genéticos,
comportamentais e ambientais. A herança genética, por
exemplo, é de natureza poligênica. Na obesidade ocorre
um desequilíbrio entre ganho e perda de energia, com
balanço energético positivo. Nas últimas décadas, sedentarismo,
disponibilidade de alimentos cada vez com maior
densidade calórica (ex.: biscoitos, salgados) e mudança
dos hábitos alimentares favoreceram o aumento de peso,
que está associado ao maior risco de eventos adversos
na vida adulta (ex.: hipertensão, doenças cardiovasculares,
diabetes). Apenas 10% dos casos de obesidade na
infância são secundários a doenças endógenas. Gabarito:
letra D.

28
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016

HOSPITAL SÃO JULIÃO – MS

28

Em relação às hipovitaminoses, qual a alternativa
CORRETA?

a) Pacientes com deficiência de vitamina E podem apresentar
anemia perniciosa.

b) Alguns dos sinais e sintomas descritos na deficiência

da niacina são: dermatite, diarreia e demência.

c) A deficiência de cianocobalamina pode cursar com anemia
megaloblástica.

d) Cegueira noturna é um dos sintomas que pode aparecer
nos doentes com deficiência de vitamina C.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Sobre as hipovitaminoses
temos: Letra: A) Na deficiência de vitamina E classicamente
ocorrem sintomas neurológicos como ataxia
cerebelar, alterações visuais, perda de propriocepção
e sensibilidade vibratória, entre outras - INCORRETA.
Letra: B) A deficiência de niacina (vitamina B3) acarreta
a pelagra cuja tríade clássica consiste em dermatite,
demência e diarreia - CORRETA. Letra: C) A deficiência
de cianocobalamina (vitamina B12) acarreta astenia,
anorexia, fraqueza, irritabilidade e glossite atrófica.
Como principal alteração hematológica observamos
uma anemia macrocítica com neutrófilos plurissegmentados,
havendo hiperplasia eritroide megaloblástica
no aspirado de medula - CORRETA. Letra: D) A deficiência
de vitamina C acarreta o escorbuto, enquanto
a cegueira noturna é causada pela deficiência de vitamina
A - INCORRETA. Questão com duas respostas
corretas, anulada pela banca.

29
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFSC – SC

29

A obesidade é hoje um grave problema a ser enfrentado
pela pediatria em nível mundial. Nesse contexto, para
sua prevenção na infância e na adolescência, é fundamental
implementar ações de promoção de alimentação saudável.
Com relação ao assunto, assinale a alternativa CORRETA:

a) Aumentar o tamanho das porções dos alimentos.
b) Estimular a “política do prato limpo”.

c) A partir dos dois anos, substituir laticínios integrais por
laticínios com baixos teores de gordura.

d) Manter horários flexíveis de alimentação.

e) Aumentar o consumo de cereais integrais e diminuir o
de frutas e vegetais.<

(ACESSO DIRETO 1)

A

Visando uma alimentação
saudável e prevenção da obesidade e outras doenças, o
Ministério da Saúde recomenda que: 1) A PARTIR DOS
2 ANOS, SUBSTITUIR LATICÍNIOS INTEGRAIS POR
AQUELES COM BAIXOS TEORES DE GORDURA;
2) Aumentar o consumo de frutas, vegetais e cereais
integrais; 3) Evitar ou limitar o consumo de refrigerantes;
4) Evitar o hábito de comer assistindo a televisão; 5) Diminuir
a exposição a propagandas de alimentos; 6) Limitar o
consumo de alimentos ricos em gordura e açúcar (que têm
elevada densidade energética); 7) Estabelecer e respeitar
os horários das refeições; 8) Diminuir o comportamento
sedentário; 9) Atividades físicas estruturadas; 10) Diminuir
o tamanho das porções dos alimentos. Gabarito: letra C.

30
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2016

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL
DO TOCANTINS – TO

30

Os dados do crescimento físico na infância e na adolescência
correspondem aos principais parâmetros usados
pela OMS para avaliação de desenvolvimento nutricional
dos países, em todo o mundo, portanto, sua avaliação
sistemática é imprescindível. Em relação a esses parâmetros,
indique a alternativa CORRETA:

a) O critério de Gomez é usado para avaliar o estado nutricional
em menores de 2 anos de idade baseado no peso
e idade da criança.

b) A estatura é medida no antropômetro de Harpenden
em todas as faixas etárias.

c) Ao nascimento, a medida dos perímetros cefálico, torácico
e abdominal são iguais.

d) No primeiro ano de vida, o bebê cresce cerca de 20 cm
e no segundo ano reduz para 10 cm ao ano.

e) O perímetro abdominal é medido passando a fita métrica
na região do epigástrio.

(ACESSO DIRETO 1)

A

Vejamos cada uma das afirmativas.
A opção A está correta; a avaliação nutricional proposta
por Gomez avalia o peso da criança em relação ao peso
ideal para sua idade. É uma classificação que deve ser
usada preferencialmente para crianças de até dois anos.
A opção B está incorreta; até os dois anos de idade a
criança deve ser medida na posição horizontal e, a partir
desta idade, na posição vertical (quando usa-se um estadiômetro
de parede). O antropômetro de Harpenden serve
para aferir comprimentos e diâmetros. A opção C está incorreta;
ao nascimento, e durante os primeiros meses de vida,
o perímetro cefálico é maior que o torácico. A opção
D está incorreta; no primeiro ano de vida costuma
ocorrer um aumento de 25 cm no comprimento e no
segundo ano de vida o aumento é de 12 cm. E, por fim,
a opção E também está incorreta. Existe mais de uma
forma para avaliar a aferição do perímetro abdominal.
O mais comum é que seja feita a avaliação no ponto médio
entre a borda inferior da costela e a crista ilíaca superior.
Resposta: letra A.

31
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015 (ACESSO DIRETO 1) UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – RJ

31– Dentre as comorbidades em uma adolescente de 17 anos com IMC acima do percentil 95, a que pode ser considerada como de ocorrência mais imediata é:

a) Menstruação irregular.
b) Baixa autoestima.
c) Esteatose não alcoólica.
d) Dor articular.

A

A obesidade pediátrica se associa a diversas complicações que repercutem na vida adulta. Por exemplo: um estudo demonstrou que meninos com sobrepeso/ obesidade apresentam morbimortalidade cardiovascular pelo menos 2 vezes maior que a de outros pacientes quando atingem a idade adulta jovem. No entanto, não são apenas as complicações futuras da obesidade infantil que preocupam: também ocorrem diversas repercussões precoces e imediatas que já são capazes de afetar a vida da criança. Os principais exemplos de comorbidades relacionadas à obesidade que aparecem de forma precoce ainda na infância são: (1) DM tipo 2, (2) HAS, (3) dislipidemia, (4) esteato-hepatite não alcoólica. Logo, de todas as opções de resposta, a única que pode ser marcada é a letra C. As demais opções propostas aparecem tardiamente no curso da vida de uma criança obesa.

32
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015 (ACESSO DIRETO 1) UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – RJ

32– As crianças, por suas peculiaridades, são mais suscetíveis às deficiências dos chamados elementos-traço. Sobre este tema, pode-se afirmar que:

a) Considerando variações geográficas como litoral e interior, a ingestão de certos elementos-traço não varia, sendo a cultura alimentar causadora de algumas deficiências.
b) Por serem elementos de baixo requerimento, o crescimento não acarreta, na maioria das vezes, aumento da demanda, sendo a dieta rotineira suficiente para seu suprimento.
c) Mesmo que aparentemente a deficiência seja assintomática, a suplementação adequada pode ter efetividade terapêutica, como ocorre em alguns casos de diarreia.
d) Nas regiões de baixo desenvolvimento socioeconômico, a suscetibilidade a estas deficiências em crianças permanece baixa se comparada a áreas mais desenvolvidas.

A

Os elementos-traço ou oligoelementos são elementos de baixo peso molecular encontrados em nosso organismo e que são fundamentais para o funcionamento adequado de vários sistemas enzimáticos. Esses elementos incluem o zinco, o selênio e o ferro, por exemplo, e, por definição, representam menos que 0,01% do peso corporal. A deficiência da maioria desses elementos não é comum, pois a necessidade diária de cada um deles é pequena. A prevalência da deficiência pode sofrer variações em função do grau de desenvolvimento econômico das regiões (opção D errada). Porém, nas crianças, a história é outra. A infância tem algumas peculiaridades que tornam a criança mais suscetível à deficiência de elementos-traço. Em primeiro lugar, os primeiros anos de vida são época de intenso crescimento e isso aumenta a demanda por eles (opção B errada). Além disso, a falta desses oligoelementos em alguns órgãos infantis pode levar ao surgimento de alterações permanentes. A ingestão de cada elemento-traço pode variar conforme a área geográfica. O exemplo clássico é a ingestão de iodo; o consumo de alimentos com iodo costuma ser satisfatório próximo ao oceano, mas pode ser deficiente em regiões mais afastadas (daí a importância da utilização do sal iodado) - opção A errada. Um dado interessante é que mesmo havendo deficiência, pode não haver qualquer sintomatologia clínica. Por isso, mesmo crianças assintomáticas podem se beneficiar da suplementação de alguns desses elementos em quadros clínicos específicos. No caso da doença diarreica aguda, por exemplo, já está bem estabelecido o benefício associado com a suplementação de zinco (letra C certa).

33
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015 (ACESSO DIRETO 1) UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – RJ

33– A cegueira causada pela carência da vitamina A tem sido um importante problema de saúde pública. Sobre a hipovitaminose, pode-se afirmar que:

a) Na detecção da deficiência, deve-se fazer o tratamento pela reposição com doses orais diárias de 1.000 UI por 15 dias.
b) As estruturas oculares mais afetadas são conjuntiva, córnea e retina e a xeroftalmia é a alteração clínica mais frequente.
c) O cozimento, com imediato congelamento a -20°, não altera os teores de vitamina A dos alimentos.
d) Em torno de 90% da vitamina A ingerida é armazenada na musculatura, principalmente, dos membros inferiores.
e) Entre as alterações cutâneas mais encontradas estão a hiperidrose, edema postural e aumento da pigmentação.

A

Vamos analisar as alternativas sobre hipovitaminose A: A - INCORRETA. O tratamento da hipovitaminose A é feito com 200.000 UI VO ou 100.000 UI IM no momento do diagnóstico; 200.000 UI VO no dia seguinte e após intervalo de 2-4 semanas para crianças acima de 1 ano e adolescentes; B - CORRETA. A xeroftalmia é a alteração clínica mais frequente e se caracteriza por queratinização da córnea, predispondo a infecções; C - INCORRETA. O cozimento e resfriamento dos alimentos pode alterar o conteúdo de vitamina A; D - INCORRETA. Cerca de 90% da vitamina A do organismo estão armazenados no fígado, e apenas 1 a 3% circulam no plasma, ligados a uma proteína de transporte; E - INCORRETA. As alterações cutâneas mais comuns na hipovitaminose A são ressecamento cutâneo e descamação. Gabarito: letra B.

34
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015 (ACESSO DIRETO 1) UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO – SP

34 – Adolescente de 16 anos com obesidade mórbida. Qual das seguintes condições abaixo é a causa mais comum de insuficiência respiratória em adolescentes obesos?

a) Apneia do sono.
b) Pneumotórax.
c) Doença do refluxo gastroesofágico.
d) Insuficiência cardíaca congestiva.
e) Asma.<

A

As comorbidades respiratórias mais associadas à obesidade em crianças e adolescentes são a síndrome da apneia obstrutiva do sono e a asma. Os estudos não permitiram concluir se em pacientes asmáticos e obesos a asma é consequência da obesidade ou a causa da mesma, devido à hipoatividade e limitação das atividades motoras. Ainda não se conhece ao certo a prevalência de insuficiência respiratória devido à asma em adolescentes obesos, mas podemos estimar que a apneia do sono é a causa mais comum de insuficiência respiratória nesses pacientes. Portanto, resposta: letra A.

35
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015 (ACESSO DIRETO 1) SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO – SP

35 – Dois pacientes, ambos do sexo masculino e com 11 anos de idade, realizam seguimento médico devido dislipidemia há 1 ano, período no qual realizaram melhorias na dieta e atividade física. Ambos apresentam sobrepeso sem síndrome metabólica e após o tratamento não apresentaram melhora nos valores de LDL colesterol. O paciente A apresenta LDL colesterol de 182 mg/dl, triglicérides de 195 mg/dl e nega antecedentes familiares de incidentes cardiovasculares. O paciente B apresenta LDL colesterol de 168 mg/dl, triglicérides de 210 mg/dl e possui evento cardiovascular precoce na família. Sobre a terapia, é CORRETO afirmar que:

a) O paciente A deve iniciar o uso de estatina devido ao valor do LDL colesterol.
b) O paciente B tem indicação de estatina devido ao valor de triglicérides.
c) O paciente A deve iniciar o uso de estatina e o paciente B deve manter o tratamento não medicamentoso.
d) O paciente B tem indicação de estatina devido ao antecedente familiar e valor de LDL colesterol.
e) Nenhum dos pacientes possui indicação ao uso de estatina devido à idade.

A

Muitos acreditam que a dislipidemia seja um problema apenas do clínico geral e se enganam: esse também é um problema pediátrico. Como regra geral, abaixo dos 10 anos de idade não será feito tratamento farmacológico, salvo em situações excepcionais. A partir dos 10 anos, o tratamento farmacológico pode ser considerado, mas sempre será precedido por pelo menos seis meses de mudanças alimentares e atividades físicas. Apenas na ausência de melhora após essa intervenção, a terapia farmacológica é prescrita. O uso de medicamentos é direcionado especialmente para os adolescentes com hipercolesterolemia; na hipertrigliceridemia o tratamento será essencialmente o dietético e físico, com perda ponderal quando indicada. Na hipercolesterolemia, o tratamento farmacológico, após seis meses de dieta/atividade física, será indicado quando houver LDL-colesterol > 190 mg/dl ou quando houver LDL-colesterol > 160 mg/dl e presença dos seguintes critérios: história familiar de DAC prematura ou dois ou mais fatores de risco (HDL-c < 35 mg/dl, fumo, hipertensão arterial, obesidade e diabetes). Essas são as recomendações da Sociedade Brasileira de Cardiologia, que parecem ter sido seguidas pela banca que indicou corretamente o tratamento com estatinas para o paciente B. Resposta: letra D.

36
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015 (ACESSO DIRETO 1) FACULDADE DE MEDICINA DO ABC – SP

36 – A desnutrição energética proteica grave forma Kwashiorkor é caracterizada por:

a) Edema generalizado, lesões de pele, hepatomegalia e cabelo descolorido.
b) Perda do tecido celular subcutâneo, apatia e emagrecimento intenso.
c) Lesões periorificiais, fraturas, “crânio tabes” e alargamento de epífises ósseas.
d) Queratomalácia, xerose cutânea, queda de cabelos e sangramento gengival.

A

O edema é a manifestação mais importante e frequente nesse tipo de desnutrição, podendo afetar qualquer parte do corpo, sendo comum se iniciarem, em crianças que sabem andar, pelos pés e membros inferiores. A hipoalbuminemia e redução da proteína sérica total são fatores importantes na fisiopatologia do edema. Diferente da criança marasmática, a com Kwashiorkor tem tecido celular subcutâneo. Essas crianças apresentam apatia, hipoatividade. Os cabelos sofrem alteração de cor e textura, são quebradiços, podendo estar presente o “sinal da bandeira” (alteração em faixas da coloração dos cabelos) revelando períodos de melhor e pior alimentação. Geralmente apresentam hepatomegalia por esteatose. A pele da face está geralmente despigmentada e há áreas de dermatose principalmente em regiões de atrito como região inguinal e períneo (letra A correta).

37
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015 (ACESSO DIRETO 1) FACULDADE DE MEDICINA DO ABC – SP

37 – Lactente desnutrido, grave forma, marasmo, dá entrada na UPA Vila Luzita acompanhado da sua mãe que conta que ele apresentou 3 episódios de vômitos hoje. Hemodinamicamente estável, ativo e reativo. Qual a conduta inicial tendo em vista o Protocolo dos Dez Passos do Tratamento da Criança Gravemente Desnutrida Hospitalizada da Organização Mundial de Saúde?

a) Verificar possibilidade de infecção, desidratação, coletar exames e aguardar resultados para iniciar antibioticoterapia se necessário.
b) Puncionar acesso venoso periférico para hidratação, passar sonda nasogástrica para dieta hipercalórica e sonda vesical de demora para controle de diurese.
c) Verificar e corrigir hipoglicemia, hipotermia, hidratação, distúrbio hidroeletrolítico e avaliar possibilidade de infecção.
d) Puncionar acesso venoso central para infusão de coloide, passar sonda nasoenteral para uso de hidrolisado, coletar exames e iniciar com antibioticoterapia profilática.

A

O tratamento da Desnutrição Energeticoproteica (DEP) é realizada em 3 fases: 1) Fase inicial ou de estabilização: duração de 1 a 7 dias, envolve o tratamento e a prevenção de hipoglicemia (importante causa de morte nos primeiros dois dias de tratamento), de hipotermia, de desidratação (e consequentemente de distúrbios eletrolíticos), tratamento precoce das infecções e parasitoses intestinais (na criança com desnutrição grave, diferentemente da criança eutrófica, frequentemente ocorrem infecções sem sinais clínicos evidentes). Ainda nessa fase deve-se iniciar uma dieta cautelosa (não hiperproteica ou hipercalórica), preferencialmente por via oral, suplementação de vitamina A, ácido fólico, zinco e cobre; 2) Segunda fase ou de reabilitação: duração de 2 a 6 semanas, consiste em dieta hiperproteica e hipercalórica, com reposição de vitaminas e macronutrientes, com suplementação de ferro, algo que não se inicia na fase aguda do tratamento da desnutrição; 3) Terceira fase: duração da 7a à 26a semana, consiste no acompanhamento da criança e da família, para prevenir recaída e assegurar continuidade do desenvolvimento da criança. Gabarito: letra C.

38
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015 (ACESSO DIRETO 1) FACULDADE DE MEDICINA DO ABC – SP

38 – Assinale a alternativa CORRETA:

a) Deficiência de vitamina D – sangramento gengival.
b) Deficiência de ácido fólico – anemia microcítica.
c) Deficiência de ferro – Red Cell Distribution Width (RDW) baixo.
d) Deficiência de vitamina A – queratomalácia.

A

A única associação que está CORRETA é a da letra D (deficiência de vitamina A – queratomalácia). A deficiência de vitamina A causa principalmente alterações epiteliais nos diversos sistemas e as lesões oculares são os sinais mais característicos e específicos desse quadro. A fotofobia é um sintoma muito comum além da adaptação retardada ao escuro que pode evoluir com cegueira noturna. A córnea sofre queratinização tornando-se progressivamente mais opaca assim como a conjuntiva que com a queratinização passa a formar placas, as chamadas manchas de Bitot. Em estágios mais avançados, a córnea pode sofrer infecção e infiltração de linfócitos, tornando-se enrugada, mole e irreversivelmente degenerada, sendo essa condição chamada ceratomalácia ou queratomalácia. Na pele também se desenvolvem manchas hiperceratóticas principalmente em membros e nádegas. A alteração epitelial na bexiga pode levar a piúria e hematúria. Outros sintomas possíveis na deficiência de vitamina A incluem deficit de crescimento, apatia, anorexia, anemia, retardo mental, suscetibilidade a infecções. Vamos às outras opções: - Deficiência de vitamina D não cursa com sangramento gengival. Esse sintoma é característico da deficiência de vitamina C. A deficiência de vitamina D pode causar deficit de crescimento, apatia e, caracteristicamente, alterações esqueléticas: craniotabes, rosário raquítico, sulco de Harrison (depressão na porção inferoanterior do tórax), escoliose, cifose e lordose acentuadas, deformidades em varo ou valgo nos membros, alargamento de pulsos e tornozelos. Pode haver ainda sintomas hipocalcêmicos (tetania, convulsões). - Deficiência de ácido fólico é uma causa de anemia macrocítica e não microcítica. - Deficiência de ferro cursa com RDW aumentado e não baixo.

39
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015 (ACESSO DIRETO 2) HOSPITAL NACIONAL DO CÂNCER – RJ

39 – Criança de 3 anos é levada ao pediatra para avaliação ponderoestatural. Na curva do gráfico, observa-se IMC (Índice de Massa Corporal) para idade entre os valores +1 e +2 do escore-Z. Assinale abaixo a classificação que deve ser atribuída a esta criança de acordo com o escore-Z:

a) Risco de sobrepeso.
b) Eutrofia.
c) Sobrepeso.
d) Obesidade.

A

A classificação nutricional é diferente em função da faixa etária: há uma classificação para crianças de 0 a 5 anos e outras para crianças e adolescentes de 5 a 19 anos. Os pontos de corte são o escore-Z (e-Z) 3, 2 e 1. Nos menores de 5 anos, temos o seguinte: o IMC acima do escore-Z +3 indica obesidade; o IMC acima do escore-Z +2 e ≤ escore-Z +3 indica sobrepeso; o IMC acima do escore-Z +1 e ≤ -Z +2 indica risco de sobrepeso. Entre 5 e 19 anos, os mesmos pontos de corte indicam, respectivamente, obesidade grave, obesidade e sobrepeso. Assim, a criança de 3 anos com IMC entre o escore-Z + 1 e 2 tem risco de sobrepeso.

Resposta: letra A.

40
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA 2015 (ACESSO DIRETO 1) CASA DE SAÚDE NOSSA SENHORA DO CARMO – RJ

40 – Recém-nascido de quatro dias de vida, em aleitamento materno exclusivo, apresenta quadro de apatia, dificuldade para mamar, alguns episódios de vômitos e taquipneia. Deu entrada na emergência com quadro de acidose metabólica, sendo transferido, em algumas horas em coma, para o CTI. A mãe informa que fez dieta vegetariana durante toda a gestação, pois não queria seu filho contaminado com “carne de bichos mortos de forma cruel”. O quadro descrito é secundário à carência de:

a) Biotina.
b) L-carnitina.
c) Cobalamina.
d) Hidroxifolato.

A

A dieta vegetariana restrita materna é fator de risco para a deficiência de vitamina B12 (cianocobalamina) nas crianças em aleitamento materno exclusivo. Essa deficiência vitamínica cursa com sintomas inespecíficos como astenia, fraqueza, irritabilidade. No setor hematológico leva a anemia megaloblástica, neutrófilos plurissegmentados mais frequentemente e neutropenia e plaquetopenia nos casos mais graves. As alterações mais graves são neurológicas que podem iniciar como parestesia, principalmente de membros inferiores e evoluir para demência, paraplegia espástica. No caso, o RN parece ter evoluído ainda com acidemia metilmalônica (o ácido metilmalônico necessita indiretamente de vitamina B12 para se converter em ácido succínico). Nas formas graves desses casos, que podem ocorrer ainda nos primeiros dias de vida, há letargia, dificuldade de alimentação, vômitos, taquipneia pela acidose que podem evoluir, se não tratados, para coma e morte. É um quadro raro, mas possível.

Gabarito: letra C.

41
Q
A