Questões Vol 3 - Crescimento e Desenvolvimento Infantojuvenil e seus Distúrbios Flashcards
1 – Adolescente, sexo masculino, 13 anos procura
ambulatório com história de aumento de mamas bilateralmente, há cerca de 4 meses. Nega dor local ou saída de secreção. Nega uso de drogas ou doenças crônicas. Refere que pai apresentou quadro semelhante durante a adolescência. Exame físico: eutrófico, desenvolvimento pubertário pelos critérios propostos por Tanner G (genital) 3, glândula mamária palpável bilateralmente com 5 cm de diâmetro, sem sinais flogísticos, indolor à palpação, sem saída de secreção à expressão manual. Diante do caso, quais informações da história e exame físico são as mais relevantes para a hipótese de ginecomastia puberal?
a) Estadiamento pubertário do adolescente, anamnese
negativa para uso de drogas ou doenças crônicas e história familiar de ginecomastia.
b) Idade do paciente, anamnese negativa para doença
crônica e história familiar de ginecomastia.
c) Estadiamento pubertário do adolescente, presença
de glândula mamária simétrica e bilateral e história familiar de ginecomastia.
d) Idade do paciente, ausência de sinais flogísticos ou
dor à palpação e história negativa para doença crônica.
e) Estado nutricional do adolescente, glândula mamária
bilateral e simétrica e expressão manual negativa.
A ginecomastia é fenômeno muito comum na puberdade masculina e pode ser encontrada em até dois terços dos jovens durante seu desenvolvimento puberal. Geralmente é bilateral e, se menor que 4 cm de diâmetro, tem 90% de chance de resolução espontânea em 3 anos. O quadro pode ser unilateral ou bilateral e é até possível haver dor transitoriamente. Durante a abordagem da queixa, algumas informações devem ser pesquisadas, como o uso de drogas ou medicamentos que podem estar associados ao desenvolvimento da ginecomastia, a história familiar para o fenômeno e a presença de doenças hepáticas. Além disso, é fundamental que o estágio puberal seja avaliado. A presença de ginecomastia em indivíduos impúberes aponta para uma condição mórbida subjacente, não sendo fisiológica.
Assim, o mais importante não é a idade cronológica do
paciente, mas sim o desenvolvimento puberal (opções
B e D erradas).
Além disso, a simetria não é obrigatória
para o diagnóstico de ginecomastia puberal (opções C e
E erradas).
Resposta: letra A.
2 – Menino de 5 anos de idade trazido à consulta de retorno pelo pai preocupado porque a criança está muito pequena. Criança nascida a termo com peso de 2.850 g. Apresenta asma intermitente desde os 3 anos. Estatura-alvo: 168 cm; radiografia de punhos: idade óssea: -1 DP; velocidade de crescimento: 3 cm/ano; IMC: escore- Z entre -1 e 0; estatura/idade: escore-Z entre -1 e 0. Qual parâmetro indica maior necessidade de investigação do quadro?
a) Baixa previsão de estatura final.
b) Idade óssea atrasada.
c) Escore de índice de massa corpórea e estatura/idade.
d) Baixa velocidade de crescimento.
e) Peso ao nascer e presença de doença crônica.
Sabemos que, ao avaliarmos o crescimento de uma criança, devemos fazer uma avaliação pontual e, talvez mais importante, uma avaliação longitudinal. Como regra geral, crianças devem ter curvas de crescimento
linear ascendentes e paralelas às curvas representadas nos gráficos de crescimento. Isso aponta para uma velocidade de crescimento normal. Avaliando o caso descrito, temos uma criança que não tem baixa estatura, mas que tem uma velocidade de crescimento bastante diminuída (apenas 3 cm/ano). Por isso, mesmo sem ter baixa estatura por definição, esta criança tem um crescimento deficitário e deve ser avaliada.
Resposta: letra D.
3 – Dentre as medidas usadas para prevenção da cárie
dentária, a que se mostrou mais efetiva é:
a) Selante dental.
b) Fluoretação da água.
c) Escovação dentária.
d) Orientação do pediatra.
A frequência das cáries dentárias ainda é bastante elevada em nosso meio. Cerca de 27% das crianças brasileiras de 18 a 36 meses e 60% das crianças de
5 anos de idade apresentam pelo menos um dente decíduo com experiência de cárie. Diversas estratégias podem ser adotadas com o objetivo de prevenir este agravo. Considera-se que a fluoretação da água de abastecimento seja um método seguro e eficaz para prevenção da cárie dentária e tem como vantagem o fato de atingir toda a população com acesso a água tratada. O uso de selantes de fóssulas e fissuras não é uma unanimidade entre os cirurgiões-dentistas e seu uso deve ser restrito à indicação individual de acordo com o risco e não utilizado como medida de rotina na prevenção da lesão de cárie.
Resposta: letra B.
4 – Lactente, 2 meses, masculino, em acompanhamento em unidade básica de saúde, apresenta após a consulta
as seguintes anotações em sua Caderneta de Saúde da Criança: Considerando as orientações que constam nesta caderneta, a interpretação destes dados e consequente orientação à mãe denotam:
a) Provável atraso no desenvolvimento.
b) Alerta para o desenvolvimento.
c) Desenvolvimento adequado.
d) Desenvolvimento normal com fatores de risco.
Ao utilizarmos o instrumento para vigilância do desenvolvimento infantil disponibilizado na caderneta de saúde da criança, iremos avaliar as várias habilidades que deveriam estar presentes em uma certa idade. Quando for identificada a ausência de 1 ou mais marcos para a faixa etária, considera-se que há uma situação de alerta para o desenvolvimento. A conduta nestes casos é orientar a mãe/cuidador sobre a estimulação da criança e marcar retorno em 30 dias. O quadro de provável atraso no desenvolvimento é caracterizado por perímetro cefálico < -2 escores-Z ou > +2 escores-Z, ou presença de 3 ou mais alterações
fenotípicas, ou ausência de 2 ou mais marcos para a faixa etária anterior.
Resposta: letra B.
5 – Pré-escolar, 5 anos, é levado ao atendimento pediátrico por estar apresentando pelos. Exame físico: alguns pelos em região da virilha e escrotal, sem outras alterações. O pediatra deve explicar à mãe que:
a) Trata-se de um evento que é patológico, se ocorre no
menino antes dos seis anos de idade.
b) As crianças com este evento podem apresentar grande
avanço na maturação óssea.
c) Este evento ocorre em consequência da produção
precoce de androgênios adrenais.
d) Este evento progride lentamente e requer tratamento
específico para impedir esta progressão.
Este enunciado nos trouxe poucas informações para termos certeza do diagnóstico que a banca queria que fosse indicado, mas, ainda assim, pensando nas causas mais comuns desta alteração, deveríamos nos lembrar do diagnóstico de adrenarca precoce. Esta condição é caracterizada pelo início da secreção dos andrógenos da suprarrenal, em idade inferior a 8 anos nas meninas e 9 anos nos meninos. Essa secreção leva ao surgimento dos sinais que dependem da ação androgênica, como pelos (axilares, púbicos ou ambos), acne e odor, na ausência de outros sinais puberais.
Este quadro é benigno e pode ser considerado uma
variante do normal ou uma forma incompleta de precocidade sexual. Não costuma ser necessário qualquer tratamento e a avaliação complementar pode revelar tão somente um discreto aumento na idade óssea, que será sempre compatível com a idade estatural. O único cuidado que se deve ter é diferenciar esta condição de uma puberdade precoce; a avaliação complementar (ocorre apenas o aumento dos andrógenos da adrenal) e o seguimento irão nos permitir fazer essa distinção.
Resposta: letra C.
6 – Escolar, 11 anos, sexo feminino, apresenta desenvolvimento puberal com broto mamário, aréola pouco saliente e de diâmetro pouco aumentado, com textura modificada em relação à consulta anterior. A genitália apresenta pelos longos, finos, levemente pigmentados e encaracolados, ao longo dos grandes lábios. Estágio de Tanner compatível com M2/P2. Nesse contexto, pode-se afirmar, em relação à menarca, que:
a) Provavelmente, ocorrerá nos próximos dois a três anos.
b) É evento de difícil precisão através dos estágios de Tanner.
c) Ocorrerá até dois anos, antes do pico do estirão
do crescimento.
d) Está atrasada, pois deveria ocorrer imediatamente
após a pubarca.
e) Está atrasada, pois deveria ocorrer imediatamente
após a telarca.
O enunciado apresenta a descrição semiológica de uma adolescente em puberdade no estágio M2P2 de Tanner, isto é, broto mamário saliente e pelos finos e longos ao longo dos grandes lábios. Sabe-se que a menarca acontece nas fases mais avançadas da maturação sexual (M3 e M4 de Tanner), cerca de 2 a 2 anos e ½ após a telarca. A menarca acontece 1 ano após o pico da velocidade de crescimento.
Gabarito: letra A.
7 – Escolar, 11 anos, sexo feminino, fala em consulta que
“as amigas já apresentam mamas e ela ainda não”. Está
visivelmente incomodada e a mãe solicita orientação. O
pediatra tranquiliza a menina e explica que o seu desenvolvimento está adequado e que só haverá problema – considerando retardo puberal – quando há ausência de qualquer característica sexual secundária a partir dos:
a) 12 anos de idade.
b) 13 anos de idade.
c) 14 anos de idade.
d) 15 anos de idade.
e) 16 anos de idade.
O processo de maturação sexual é dependente da ativação do eixo hipotálamo-hipófise-gônada, culminando com a secreção de hormônios esteroides gonadais. Na menina, a faixa para o início da puberdade é de 8-13 anos. Lembre-se de que a puberdade se inicia, nas meninas, com o desenvolvimento do broto mamário (telarca). Dessa forma, define-se a puberdade atrasada como a ausência de mamas em meninas após os 13 anos. O termo “amenorreia primária” é usado para descrever as situações em que não ocorre a menarca após os 14 anos na ausência de caracteres sexuais secundários, ou após os 16 anos na presença de caracteres sexuais secundários.
Gabarito: letra B.
8 – Pré-escolar, 18 meses de idade, sexo masculino, é
trazido à consulta, pois sua mãe está preocupada com
o sono da criança. Está apresentando, frequentemente,
durante a noite, gritos e choro contínuo súbito, inconsolável, não relacionado com fome, “parecendo não reconhecer os pais e não respondendo ao chamado”. O episódio tem duração de até 15 minutos e depois a criança volta a dormir. Na manhã seguinte, acorda bem e não recorda o ocorrido. A manifestação é compatível com:
a) Cólicas.
b) Pesadelo.
c) Epilepsia.
d) Terror noturno.
e) Refluxo gastroesofágico.
O terror noturno é uma das parassonias mais frequentes, e pode acometer cerca de 3% das crianças principalmente na faixa etária escolar. Inicia-se a
partir do sono de ondas lentas, de forma súbita, geralmente por um grito acompanhado de manifestações autonômicas como taquicardia, respiração acelerada, tônus muscular aumentado, hiperemia cutânea e padrões comportamentais
de intenso medo. Em geral, a criança senta na cama e
não responde aos estímulos externos e pode ficar confusa e desorientada ao acordar, podendo até não lembrar do episódio. Nos pesadelos, a criança não acorda. Nas cólicas e refluxo não há qualquer alteração do nível e conteúdo da consciência. As epilepsias não se manifestam com gritos e choro contínuos.
Gabarito: letra D.
9 – Menina de 14 anos apresenta quadro de baixa estatura que preocupa muito seus pais. Relatam que nos últimos 3 anos cresceu 8 cm. Tem idade óssea de 12 anos. Ao exame, M1P1. Sem estigmas sindrômicos. Estatura em -2,8 desvios-padrão da média para idade e sexo. Dos dados apresentados, qual é o mais sugestivo de deficiência de GH?
a) Sexo feminino.
b) Velocidade de crescimento.
c) Idade óssea.
d) Estadiamento de Tanner.
e) Ausência de estigmas sindrômicos.
O enunciado apresenta uma adolescente de 14 anos que possui um quadro de baixa estatura (VC < 3 cm/ano), idade óssea atrasada e retardo puberal
(ausência de caracteres sexuais secundários após 13 anos). Este é um caso clínico típico de síndrome de Turner. Entretanto, não é isso que o autor deseja saber. Ele pergunta: qual é a informação mais sugestiva de deficiência de GH, uma endocrinopatia que cursa com baixa estatura grave? A resposta para esta pergunta é a Velocidade de Crescimento (VC). A VC é o dado antropométrico mais importante nas avaliações de BE, pois distingue entre causas benignas e patológicas.
Gabarito: letra B.
10 – Paciente, sexo masculino, 13 anos, é trazido ao
consultório com queixa de baixa estatura. Mãe refere
que ele é uma criança saudável. Nega traumas ou outras queixas. Pais com estatura mediana. Nasceu com 39 semanas, 2.950 g e 49 cm. Ao exame físico, peso no p10, estatura abaixo do p3 (Z-escore: -2,2 desvios-padrão). Ausculta cardiopulmonar e exame abdominal sem alterações. Estadiamento puberal: G1P1. Idade óssea: 10 anos e 6 meses. Cresceu 3 cm nos últimos 6 meses. Qual seria sua provável hipótese diagnóstica?
a) Baixa estatura familiar.
b) Baixa estatura constitucional.
c) PIG sem catch-up.
d) Deficiência de GH.
e) Síndrome genética.
O enunciado nos apresenta um adolescente masculino, 13 anos, com dados de nascimento normais e que, atualmente, apresenta uma baixa estatura (abaixo do P3) associada a uma velocidade de crescimento normal (3 cm em 6 meses, 6 cm/ano) para um menino que ainda é impúbere (G1P1). Neste caso, consideramos para este impúbere, a VC do escolar: 5-6 cm/ano. Logo, se a VC é normal, estamos diante de causas benignas de baixa
estatura. Tendo os pais uma estatura mediana e estando
este menino ainda impúbere, consideramos o diagnóstico
de atraso constitucional do crescimento e puberdade ou
baixa estatura constitucional.
Gabarito: letra B.
11 – O estirão de crescimento e a menarca apresentam
relação direta com os estágios da maturação sexual e o
conhecimento dessa relação é fundamental na abordagem da adolescente e de seus familiares, particularmente no que se refere às queixas de crescimento e de menstruação. Nas meninas é esperado que o início do estirão de crescimento e a menarca ocorram, respectivamente, em:
a) M2 e M3.
b) M2 e M4.
c) M3 e M4.
d) M4 e M5.
Nas meninas, o estirão do crescimento se inicia com a puberdade, sendo o primeiro sinal de puberdade o crescimento das mamas (telarca), caracterizado pelo estágio M2 de Tanner (aparecimento do broto mamário). A velocidade máxima de crescimento ocorre em torno do estágio M3. Já a menarca marca o início da desaceleração do crescimento estatural e ocorre nas fases mais tardias da maturação sexual, em geral, no estágio M4.
Resposta: letra B.
12 – Criança de 8 meses de vida é levada a uma consulta, pois seus pais estão preocupados porque a criança passou a reagir a estranhos, chorando de modo vigoroso, mas acalmando-se na presença da mãe. No exame físico clínico, realizado pelo pediatra de controle, não foi visto nenhuma anormalidade. Considerando o caso descrito, assinale a alternativa que apresenta a MELHOR conduta a ser adotada:
a) Acalmar os pais, pois se trata da angústia do oitavo mês.
b) Solicitar avaliação da neuropediatra.
c) Solicitar avaliação da neuropsiquiatra.
d) Solicitar exame de urina rotina + Gram de gota +
urinocultura.
Cada um dos primeiros trimestres de vida de uma criança traz características muito marcantes. No terceiro trimestre – entre 6 e 9 meses – nos deparamos com um período crítico do desenvolvimento social e cognitivo.
É o momento em que a criança desenvolve a habilidade
de compreender a permanência ou não dos objetos. Essa
etapa traz consigo a ansiedade da separação, que pode ser acompanhada pelo medo de estranhos.
Resposta: letra A.
13 – Qual a idade limite inferior da normalidade para o
início da puberdade em meninos, e qual a característica
sexual presente mais frequente?
a) 8 anos; aumento do pênis.
b) 8 anos; pelos pubianos.
c) 9 anos; pelos pubianos.
d) 9 anos; aumento testicular.
O primeiro sinal do desenvolvimento puberal identificado no sexo masculino é o aumento do volume testicular. Diz-se que houve o aumento deste volume quando o testículo for ≥ 4 ml ou 4 cm³ ou, ainda, quando for maior do que 2,5 cm em seu maior diâmetro.
Isto marca o estádio G2 do desenvolvimento puberal. Os
limites etários para início da puberdade no sexo masculino são 9 e 14 anos. Logo, quando a puberdade masculina se inicia antes dos nove anos, há puberdade precoce; quando a puberdade masculina não se inicia após os 14, há atraso puberal. O surgimento dos pelos pubianos costuma suceder o aumento do volume testicular.
Resposta: letra D.
14 – Criança de 18 meses com história de ser deixada em casa sob os cuidados da irmã de 6 anos, com desnutrição energético-proteica do II Grau, com comprometimento da estatura, foi transferida para tratamento hospitalar de condição pelo Conselho Tutelar do Menor. Após mês de internação o ritmo de crescimento apresentou acelerada velocidade de recuperação, caracterizando um “crescimento rápido”. A situação inicial pode ser devida a:
a) Deficiência do hormônio do crescimento.
b) Síndrome da privação psicossocial.
c) Hipotireoidismo.
d) Síndrome disabsortiva intestinal.
O enunciado nos apresenta uma lactente de 18 meses com desnutrição grau II e deficit estatural, por causa de maus-tratos/negligência/ abandono (deixada com a irmã de 6 anos). Após a internação de 1 mês, apresentou rápido ganho ponderal (recuperação nutricional). Além do deficit de peso/estatura provocados pela negligência, existe também nestas crianças um atraso global do desenvolvimento, com deficiência cognitiva e afetiva por privação psicossocial. Muitas vezes, ocorre recuperação somática, mas a perda cognitivo-afetiva pode ser irreversível algumas vezes.
Gabarito: letra B.
15 – Em relação à anticoncepção na adolescência, aponte
a alternativa CORRETA:
a) Condom e geleia espermicida aplicados conjuntamente.
b) Em geral não se indicam pílulas anticoncepcionais na
fase de ciclos menstruais irregulares pós-menarca.
c) Em emergência pós-coital, a “pílula do dia seguinte”
deve ser utilizada dentro das primeiras 72 horas após
o intercurso.
d) Todas as alternativas estão corretas.
Em relação aos métodos contraceptivos na adolescência, temos:
A) Os preservativos masculinos ou femininos (condoms) são ótimas opções contraceptivas, além de funcionarem como método preventivo contra doenças sexualmente transmissíveis. Quando associados a espermicidas, podem atingir uma eficácia de 98%. Os espermicidas atuam também na redução da incidência de gonorreia, tricomoníase, vaginose bacteriana e infecção por clamídia (CORRETA).
B) Os anticoncepcionais hormonais devem ser tomados de acordo com o ciclo menstrual, estando indicados apenas para mulheres com idade ginecológica acima de 2 anos, devendo-se evitar seu uso no período inicial pós-menarca (CORRETA).
C) A ação anticoncepcional dos métodos de emergência se mantém até 72 horas após a relação
sexual desprotegida, porém a sua eficácia é dependente do tempo decorrido entre a relação sexual e a tomada da medicação (CORRETA).
D) CORRETA.
Resposta: letra D.
16 – Assinale a alternativa que contempla os achados
esperados para uma criança de 8 meses de idade com
desenvolvimento neuromotor adequado:
a) Reflexo de Moro presente, fixação do olhar, pescoço firme e capacidade de sentar, inclinando-se para frente.
b) Reflexo de Moro presente, fixação do olhar, pescoço
firme e capacidade de sentar sem apoio e engatinhar sem destreza.
c) Reflexo de Moro ausente, fixação do olhar, pescoço
firme e capacidade de sentar, inclinando-se para frente
sem apoio.
d) Reflexo de Moro ausente, fixação do olhar, pescoço firme e capacidade de sentar somente com apoio.
e) Reflexo de Moro ausente, sem fixação do olhar, pescoço
firme e capacidade de sentar sem apoio.
Nesta questão deveríamos saber caracterizar o que ocorre com o reflexo de Moro e com alguns aspectos do desenvolvimento da motricidade. Ainda que possa haver alguma variação na literatura, aceita-se que o reflexo de Moro desapareça em sua forma completa por volta dos três meses e desapareça de vez por volta dos seis meses. Assim, aos oito meses a criança não deveria mais ter este reflexo presente. Em relação à capacidade de sentar-se, entre seis e sete meses espera-se que a criança já seja capaz de sentar- -se com apoio; quando colocada na posição sentada, a criança é capaz de permanecer na posição por alguns instantes, mas logo inclina-se para a frente e apoia-se sobre as mãos. E, por fim, a capacidade de fixar o olhar já está presente desde o primeiro trimestre de vida.
Resposta: letra C.
17 – Em relação ao crescimento na puberdade, é CORRETO afirmar que:
a) Nos meninos, costuma ocorrer mais cedo e com maior
magnitude do que nas meninas.
b) A idade de início e a velocidade das mudanças variam
entre os indivíduos, independentemente de fatores hereditários ou nutricionais.
c) O pico de velocidade do crescimento costuma ser de 9 cm/ano em meninas e de 10,3 cm/ano em meninos.
d) Durante a puberdade, há um ganho de 35% da estatura final.
e) Durante a puberdade, ocorre um significativo ganho de peso de 25% do peso final.
Sobre crescimento na puberdade temos:
A) Os meninos tipicamente iniciam o pico de crescimento 2 a 3 anos mais tarde que as meninas, com crescimento prolongado por 2 a 3 anos depois que as meninas pararam de crescer. Incorreta.
B) Os fatores nutricionais, ambientais e genéticos podem influenciar a idade de início da puberdade e a sua velocidade de progressão. Incorreta.
C) O pico de velocidade de crescimento é de 10-12 cm/ano nos meninos e 8-10 cm/ano em meninas. Correta.
D) O ganho puberal representa cerca de 20% da estatura final. Incorreta.
E) Durante a puberdade o indivíduo adquire 50% da sua massa corporal. Incorreta.
Resposta: letra C.
18 – Dados recentes da Organização Mundial da Saúde
revelam que cerca de 41 milhões de crianças menores de cinco anos são obesas ou estão acima do peso em todo o mundo. Sobre os critérios antropométricos para definir a obesidade nessa faixa etária, assinale a opção mais adequada:
a) Peso para idade acima do escore-Z +2.
b) Índice de Massa Corporal (IMC) acima do escore-Z +2.
c) Peso para estatura acima do escore-Z +3.
d) IMC entre os escores-Z +1 e + 3.
e) Peso para estatura entre os escores-Z + 1 e + 2.
Questão direta. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, os critérios para avaliação do peso em crianças abaixo de 5 anos de idade caracterizam obesidade quando, tanto na curva de peso x estatura como na curva de índice de massa corporal x idade, a criança encontra-se acima do escore-Z +3. Estando acima do escore-
Z +2 na curva de peso x idade a criança é classificada
como peso elevado para a idade.
Resposta: letra C.
19 – Um garoto de oito anos é trazido ao posto de saúde com as seguintes manifestações: apresenta oito manchas café com leite com tamanho superior a um centímetro espalhadas pelo tronco e face. A genitora informa que ele tem dificuldade na aprendizagem e é muito agitado. Tem três tumorações de 0,5 cm localizadas no tronco ao longo das costelas e braço
esquerdo. Apresenta também uma escoliose torácica à direita. O exame oftalmológico evidenciou um hamartoma na íris (nódulos de Lisch). O aparelho cardiovascular, respiratório e abdome encontram-se normais. O desenvolvimento psicomotor transcorreu sem anormalidades. Frente a esse caso clínico, é possível concluir que se trata de:
a) Síndrome de Sturge-Weber.
b) Neurofibromatose tipo 1.
c) Esclerose tuberosa.
d) Síndrome PHACE.
e) Doença de von Hippel-Lindau.
A neurofibromatose tipo 1 ocorre mais frequentemente na infância e o diagnóstico baseia-se em critérios clínicos. O paciente deve apresentar seis ou mais manchas café com leite que estão presentes em 100% dos pacientes. Há também, efélides axilares ou inguinais, nódulos de Lisch na íris, neurofibromas, displasias ósseas e gliomas ópticos. A ressonância magnética mostra hipersinais anormais ponderados em T2 chamados de objetos brilhantes não identificados em tratos ópticos, tronco encefálico, tálamo, globo pálido cápsula interna e cerebelo.
Resposta: letra B.
20 – Um menino de 12 anos e seis meses de idade
consulta com queixa que é o menor entre os colegas
na escola. Não refere outras queixas; não faz uso crônico de medicações. A alimentação é adequada para a idade. Pratica futebol duas vezes por semana. Nasceu
com 2.600 g e 47 cm, com a idade gestacional de 36 semanas. Pai com 168 cm (P10) e 54 kg (P3) e mãe com
158 cm (P25) e 66 kg (P75). Mãe refere que com 11 anos
de idade o paciente apresentava 137 cm de estatura. Ao
exame, paciente com 142 cm (P10), peso 38 kg (P25),
genitália com pubarca grau 3 (escala de Tanner) e testículos em T2 (orquidômetro de Prader). O diagnóstico mais provável é:
a) Baixa estatura familiar.
b) Retardo constitucional de puberdade e crescimento.
c) Obesidade exógena.
d) Paciente não apresenta alteração de crescimento.
e) Nanismo hipofisário.
O enunciado apresenta um adolescente de 12 anos com queixa de estatura. Na avaliação dos dados antropométricos, observa-se que ele nasceu com peso adequado, AIG, embora um prematuro limítrofe. Além disso, possui pais baixos (pai no P10 de altura e mãe no P25), o que não lhe confere potencial genético de muito crescimento. Entretanto, há um dado importantíssimo na história que aponta para causa patológica de baixa estatura. Veja: ele já entrou na puberdade (G2P3), e portanto, a faixa de velocidade de crescimento neste momento fica entre 8-10 cm/ano. O paciente cresceu
apenas 5 cm/ano, isto é, sua baixa velocidade de crescimento aponta para causa patológica de baixa estatura. Dentre as apresentadas, apenas uma indica etiologia patológica: o nanismo hipofisário ou deficiência de GH.
Gabarito: letra E.
21 – A gravidez na adolescência sempre constitui um tema de discussão devido aos problemas que acarreta. Se por um lado os danos médico-biológicos podem ser minorados mediante assistência pré-natal, aqueles de ordem psicoemocional permanecem como agravantes de um processo que, comprometendo o binômio mãe-filho, pode influenciar negativamente o crescimento e desenvolvimento de indivíduos por mais de uma geração. Além das características próprias do adolescente, devemos considerar como fator de risco para a gravidez:
a) Menarca tardia.
b) Autoestima elevada.
c) Desnutrição proteico-calórica.
d) Ejaculação tardia.
e) Evasão escolar.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, “A gravidez na adolescência é um fenômeno universal e tem história desde os tempos primitivos, quando se iniciava a vida sexual após a menarca com o intuito de se preservar a espécie, já que o tempo de vida era muito curto (…)”. No Brasil, tem ocorrido um significativo aumento da fecundidade no grupo de 15 a 19 anos e a gravidez se tornou um problema social e de saúde pública, uma verdadeira epidemia. Os fatores de risco para a gestação na adolescência incluem: tensão
emocional, rejeição familiar, perda de autonomia, baixa
escolaridade (causa de maior absenteísmo no pré-
-natal), perda do companheiro, uso de drogas lícitas e
ilícitas. Portanto, dentre as opções apresentadas, aquela
contida na opção E traz um fator de risco para gravidez
na adolescência.
Gabarito: letra E.
22 – Em que período da vida o crescimento é acelerado?
a) Com 03 anos e com 10 anos.
b) No primeiro ano de vida e na adolescência.
c) Entre 05 e 07 anos de idade.
d) Antes e após a menstruação.
e) Período pré-escolar e escolar.
A primeira fase de crescimento acelerado ocorre nos dois primeiros anos de vida, nos quais a velocidade de crescimento é de 15 cm/ano, caindo para 7-8 cm/ano na fase de pré-escolar e diminuindo ainda mais para 6-7 cm/ano na fase escolar. A segunda fase de crescimento
rápido ocorre na adolescência, por conta do estirão
puberal, caracterizado por aumento na velocidade de crescimento, chegando a 10 cm/ano nas meninas e 12 cm/ano em meninos. Portanto, os dois picos de estirão de crescimento ocorrem na lactância e adolescência.
Gabarito: letra B.
23 – Qual o tecido ou sistema que primeiro para de crescer?
a) Tecido conjuntivo.
b) Sistema imune.
c) Tecido nervoso.
d) Sistema vascular.
e) Músculo-esquelético.
Os diferentes tecidos do organismo também apresentam crescimento distinto de acordo com a idade. O tecido linfoide cresce pouco no primeiro ano, mas tem seu crescimento muito acelerado em seguida, involuindo após a puberdade. Já o tecido neural apresenta crescimento característico: sua maior
velocidade de crescimento se dá no primeiro ano de vida, com posterior desaceleração, sendo o primeiro tecido a parar de crescer, atingindo um platô no qual permanece por toda a vida.
Gabarito: letra C.
24 – Durante a avaliação de rotina do atendimento de uma criança de 1 ano e 6 meses, os pais informam que a criança é bem alegre e sorridente, senta sozinha e pega todos os objetos ao seu redor. Índices de peso/idade escore-Z entre +2 < -2; IMC entre +1 < -1. De acordo com a classificação do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM), pelo método AIDPI/OMS, assinale a alternativa mais ADEQUADA para este caso.
a) Possível atraso no DNPM; parabenizar a família/mãe
e aumentar o estímulo.
b) Provável atraso no DNPM; encaminhar ao neurologista/pediatra.
c) Possível atraso no DNPM; encaminhar ao neurologista/pediatra.
d) Provável atraso no DNPM; parabenizar a família/mãe
e aumentar o estímulo.
Nesta questão temos um lactente de 18 meses, eutrófico (peso adequado para a idade) segundo os índices antropométricos. Há relato de que a criança sorri, senta sem apoio e pega os objetos ao redor, um desenvolvimento compatível com cerca de 9 meses de idade. Aos 15 meses a criança anda sozinha, fala ao menos 1 palavra e executa gestos quando solicitada.
Aos 18 meses a criança já deve ser capaz de rabiscar, identificar objetos, falar cerca de 3 palavras e, além de andar sem apoio, consegue andar para trás. Esta criança apresenta, então, ausência de mais de um
marco do desenvolvimento para a faixa etária anterior.
Desta forma, deve ser classificada como provável atraso
do desenvolvimento neuropsicomotor de acordo com o
AIDPI, estando indicada avaliação neuropsicomotora por pediatra ou neuropediatra.
Melhor resposta: letra B.
25 – Conversando acerca do desenvolvimento do filho de
5 meses, a mãe questiona ao médico se o filho está se
desenvolvendo normalmente. Das aquisições abaixo, em
quais poderá se basear o médico para emitir um parecer
de que essa criança está se desenvolvendo bem?
a) O bebê sabe quando se dirigem a ele.
b) A criança aponta para as coisas que ele quer.
c) O bebê fala, pelo menos, uma palavra com sentido.
d) A criança dá adeus, bate palmas; gosta de imitar os pais.
Sabemos que o desenvolvimento de uma criança é um processo sequencial e previsível e que, nas várias faixas etárias, espera-se que já tenha ocorrido o surgimento de algumas habilidades. As habilidades descritas nas opções B, C e D são habilidades características de crianças que já estão no quarto trimestre de vida e de modo algum seriam esperadas em uma criança de apenas cinco meses. Porém, a habilidade descrita na opção A já deveria estar presente neste lactente. Até essa idade, já é esperado que a criança seja capaz de ter uma resposta ativa ao contato social.
O Ministério da Saúde recomenda que isso seja avaliado da seguinte forma: fique à frente do bebê e converse com ele. Observe se ele responde com sorriso e emissão de sons como se estivesse “conversando” com você. Pode pedir que a mãe/cuidador o faça.
Resposta: letra A.
26 – O Ministério da Saúde recomenda que alimentos in natura ou minimamente processados sejam a base da alimentação. Considerando essa informação, assinale a alternativa que apresenta exemplo de alimento ultraprocessado que deve ser evitado:
a) Milho em conserva.
b) Pêssego em calda.
c) Leite longa vida.
d) Barrinha de cereais.
e) Carne de gado.
Os alimentos in natura são aqueles obtidos diretamente da natureza (plantas ou animais), que não sofreram qualquer alteração para o consumo (ovo, leite, folhas, frutas). Os alimentos minimamente processados
são alimentos in natura que foram submetidos a
alterações mínimas, como grãos secos e polidos, farinhas, tubérculos lavados, cortes de carne resfriados, leite pasteurizado. Os alimentos processados são produtos fabricados essencialmente com a adição de sal ou açúcar a um alimento in natura ou minimamente processado: legumes em conserva, frutas em calda, queijos, pães. Os alimentos ultraprocessados tratam-se de produtos cuja fabricação envolve diversas etapas, ingredientes e técnicas de processamento, como refrigerantes, biscoitos recheados, macarrão instantâneo e barrinhas de cereais.
Resposta: letra D.
27 – Criança de 1 ano de idade, nascida de parto vaginal, a termo, de gestação sem intercorrências, apresenta peso ao nascimento de 3.000 g, estatura de nascimento de 50 cm e perímetro cefálico de 35 cm. No momento, possui as medidas antropométricas de peso igual a 9.500 g, estatura de 78 cm e perímetro cefálico de 48 cm. Considerando essa situação hipotética, de acordo com a progressão de peso, estatura e perímetro cefálico, é CORRETO afirmar que se trata de criança com:
a) Baixo ganho de peso, mas com crescimento estatural
e de perímetro cefálico esperados para o primeiro ano
de vida.
b) Bom ganho de peso e crescimento estatural esperado para o primeiro ano de vida, mas com perímetro cefálico abaixo do esperado para a idade.
c) Bom ganho de peso e crescimento estrutural e de perímetro cefálico esperados para o primeiro ano de vida.
d) Baixo ganho de peso, pouco crescimento estatural e
pouco aumento de perímetro cefálico esperados para o
primeiro ano de vida.
e) Baixo ganho de peso, pouco crescimento estatural, mas
com perímetro cefálico esperado para o primeiro ano de
vida.
Questão sobre crescimento.
Temos uma criança nascida a termo, sem intercorrências,
com peso, estatura e perímetro cefálicos adequados. Por
volta dos 12 meses, a criança deve ter triplicado seu peso
de nascimento, crescido cerca de 25 centímetros em estatura e 12 centímetros o perímetro cefálico. Desta forma, com 1 ano de idade, esta criança deve estar pesando em torno de 9 quilos, medindo cerca de 75 cm e com um perímetro cefálico próximo a 47 cm.
Desta forma, resposta: letra C.
28 – A respeito da baixa estatura na infância, julgue o item subsequente: Em regra, a deficiência na produção dos hormônios tireoidianos durante a infância acarreta retardo do crescimento, atraso na idade óssea e sinais clínicos como obstipação intestinal, apatia e lentidão.
a) CERTO.
b) ERRADO.
Ao avaliarmos a criança com hipotireoidismo, devemos nos lembrar de que, na infância, podemos ter o hipotireoidismo congênito ou o hipotireoidismo adquirido. A banca está, certamente, falando sobre
o hipotireoidismo adquirido, que deve ser considerado
no diagnóstico diferencial das crianças com baixa estatura. As manifestações clínicas são variadas, em função da intensidade da falta dos hormônios tireoidianos e do tempo de evolução da doença. Costuma ser encontrada, inicialmente, a presença de bócio. Com a diminuição da produção hormonal, há sonolência, hipoatividade, lentidão, palidez, pele seca, hipotermia, bradicardia, obstipação, mixedema e diminuição da velocidade de crescimento, levando à baixa estatura. Na avaliação da idade óssea,
esta mostra-se bastante atrasada em relação à idade
cronológica.
Assim, a afirmativa está correta.
29 – A antropometria é fundamental no atendimento pediátrico, como forma de acompanhar o crescimento e identificar desvios. Em relação à antropometria, assinale a
alternativa INCORRETA:
a) Os valores abaixo do esperado do perímetro cefálico podem significar fechamento precoce das suturas cranianas.
b) Os valores acima do esperado do perímetro cefálico
podem significar hidrocefalia ou tumores intracranianos.
c) As avaliações transversais refletem o processo de crescimento e são suficientes para avaliar a presença de alterações nutricionais, indicando se a criança está mantendo um ritmo regular de crescimento.
d) Os erros cometidos na obtenção de dados antropométricos, geralmente, estão associados à utilização incorreta dos instrumentos e posicionamento errôneo da criança.
Vamos analisar as alternativas sobre
o tema “antropometria”:
A – Correta. Casos de craniossinostose, isto é, fechamento prematuro de suturas, quando afeta
todas as suturas cranianas pode levar à alteração ou diminuição do crescimento do perímetro cefálico.
B – Correta. Tumores de crescimento lento ou hidrocefalia podem se apresentar no lactente como aumento do perímetro cefálico.
C – INCORRETA. É necessário que tenhamos uma
avaliação longitudinal ao longo do tempo, e não transversal, para que seja possível uma avaliação adequada do ritmo de ganho ponderal e estatural.
D – Correta. Muitas aferições de peso, estatura e perímetro cefálico podem estar sujeitas a erros técnicos de medição.
Gabarito liberado pela banca após recurso: letra C.
30 – Na avaliação dos marcos do crescimento e desenvolvimento infantis existe uma cronologia que deve ser acompanhada, observando suas possíveis variações. Aos seis meses de idade, um lactente deve ser capaz de:
a) Engatinhar.
b) Ficar de pé com apoio.
c) Andar com apoio.
d) Sentar-se com apoio.
Em relação ao desenvolvimento neuropsicomotor de uma criança, diversas habilidades são adquiridas a cada idade. Aos seis meses, em se tratando de desenvolvimento motor grosseiro a criança deve ser capaz de sentar-se com apoio e rolar de prona para supino. Já quanto ao motor fino, inicia a transferência de objetos de uma mão para outra e inicia a lalação como linguagem.
Resposta: letra D.
31 – Menina de nove anos é levada ao ambulatório para consulta de rotina. O pediatra constata que o Z-escore de IMC é +2, a altura está abaixo do alvo genético e
o crescimento foi de 2 cm em um ano. O exame físico é
normal, Tanner M1P1. Foi solicitado raio X de mão e punho esquerdos que mostrou idade óssea de cinco anos.
A provável causa de baixa estatura, nesse caso, é:
a) Familiar.
b) Genética.
c) Endócrina.
d) Constitucional.
Vamos seguir o mesmo raciocínio de sempre?
Estamos diante de uma escolar com queixa de baixa estatura. A banca não nos diz qual o percentil ou escore-Z de estatura da criança, mas informa que está abaixo do alvo genético. Logo, vamos assumir que há baixa estatura de fato. A primeira coisa que devemos fazer é avaliar a velocidade de crescimento e, para nossa surpresa, a escolar cresceu apenas 2 cm no último ano. Isso aponta para uma causa patológica e, assim, podemos excluir as opções A e D, nas quais costumamos encontrar velocidade de crescimento dentro dos limites da normalidade. Resta-nos o diagnóstico diferencial entre as causas genéticas e as causas endócrinas. Nas causas genéticas não costuma haver atraso na idade óssea tão marcante como o encontrado no enunciado; isso é muito característico
nas causas endócrinas. Na época do concurso, foi questionado se o atraso constitucional não seria uma
possibilidade por conta desse atraso na idade óssea,
mas este raciocínio está incorreto. O atraso na idade
óssea pode estar presente no atraso constitucional,
é claro, mas também nas doenças endócrinas. Avalie
sempre, primeiramente, a velocidade de crescimento e
parta daí! Se fosse um caso de atraso, essa velocidade
estaria tipicamente no limite inferior da normalidade.
Resposta: letra C.
32 – A presença de mais de seis lesões hiperpigmentadas
na pele e de tumores cutâneos e subcutâneos que surgem mais frequentemente na segunda infância ou adolescência podem estar associadas às malformações congênitas ósseas características da seguinte enfermidade neurocutânea:
a) Síndrome de Sturge-Weber.
b) Doença de von Hippel-Lindau.
c) Esclerose tuberosa.
d) Malformação de Dandy-Walker.
e) Neurofibromatose tipo I.
A grande pista do enunciado é a
descrição de “mais de seis lesões hiperpigmentadas”.
Ao ouvir isso, lembre-se sempre do diagnóstico de uma
condição neurofibromatose tipo
1. A neurofibromatose é uma doença de herança autossômica dominante.
O diagnóstico é estabelecido quando são encontradas
pelo menos 2 das seguintes alterações:
(1) seis ou mais
manchas café com leite (> 5 mm em pré-púberes e
> 15 mm após a puberdade);
(2) sardas axilares ou inguinais;
(3) dois ou mais nódulos de Lisch (hamartomas
localizados na íris);
(4) dois ou mais neurofibromas ou um neurofibroma plexiforme;
(5) lesões ósseas características, como a displasia do esfenoide ou o adelgaçamento da cortical de ossos longos;
(6) gliomas ópticos;
(7) parente de primeiro grau com o diagnóstico.
Os neurofibromas tipicamente envolvem a pele, mas
podem estar localizados ao longo de nervos periféricos
ou vasos sanguíneos; surgem na adolescência
ou durante a gravidez, apontando para uma possível
participação hormonal em seu desenvolvimento. Assim,
o enunciado descreve a neurofibromatose. As opções
A, B e C trazem outros exemplos de enfermidades
neurocutâneas, mas com características distintas.
A síndrome de Sturge-Weber tem como principal característica a presença de manchas em vinho do porto
e outras malformações vasculares. A doença de von
Hippel-Lindau acomete vários órgãos, incluindo cerebelo, medula espinhal, retina e epidídimo; as principais alterações neurológicas são os hemangioblastomas cerebelares e os angiomas da retina. A tuberosa esclerosa tem várias manifestações clínicas, mas a lesão cutânea característica são máculas hipomelanóticas em forma de folha e angiofibromas faciais.
Resposta: letra E.
33 – Lactente de 4 meses de idade com hipotonia
generalizada, orelhas pequenas, epicanto, clinodactilia
e espaçamento de primeiro e segundo pododáctilos.
Para qual dos seguintes problemas a criança apresenta
maior risco?
a) Leucemia.
b) Persistência do canal arterial.
c) Convulsões.
d) Perda auditiva.
e) Anomalias do trato gastrointestinal.
Questão difícil, mas boa para aprendermos. As alterações fenotípicas descritas são classicamente presentes em indivíduos com síndrome de Down. Sabemos que diversas condições e anomalias congênitas estão associadas a essa cromossomopatia.
Indivíduos afetados são mais suscetíveis a defeitos
cardíacos congênitos (50%) como o defeito de septo
atrioventricular, defeitos no septo ventricular, CIA, PCA
e tetralogia de Fallot. Alterações do trato gastrointestinal
como doença de Hirschsprung ou doença celíaca, assim
como alterações neurológicas como convulsões, são
também mais frequentes nos pacientes com síndrome
de Down do que no restante da população, mas não
tem frequência muito bem estabelecida. Pode haver,
dentre as alterações hematológicas associadas, risco
aumentado de leucemia, mas que não passa de 1% dos
indivíduos. Dentre as comorbidades mais associadas
à trissomia do 21, encontra-se a perda auditiva que
acomete mais de 50% dos indivíduos.
Sendo assim, a melhor resposta é letra D.
34 –Lactente de 6 meses de idade vem para consulta
de puericultura. Exame da cavidade oral revela ausência
de dentes. Qual é a idade média para a erupção do
primeiro dente?
a) 2-4 meses.
b) 4-6 meses.
c) 6-8 meses.
d) 8-10 meses.
e) 10-12 meses.
No desenvolvimento da dentição, os primeiros brotos da dentição decídua (de leite) são os incisivos, iniciando pelos inferiores e seguindo-se pelos superiores. Existem quatro tipos de dentes incisivos: centrais inferiores, laterais inferiores, centrais superiores e laterais superiores. Eles se desenvolvem nesta ordem, em média, entre os 6 e os 8 meses de idade, podendo haver ampla variação entre a idade de aparecimento nos lactentes. Os caninos e os molares são os últimos dentes a surgirem, por volta dos 18 meses, podendo aparecer até os 24 meses. Aos 6 anos a criança inicia a troca dos dentes decíduos
pelos permanentes. Opção correta: letra C.