Questões Vol 1 - Neonatologia Flashcards

1
Q

1 - Em relação à reanimação do recém-nascido em sala de parto, assinale a alternativa CORRETA:

a) A frequência cardíaca é o principal parâmetro determinante da indicação de diversas manobras de reanimação.
b) Atualmente a indicação de reanimação neonatal depende da avaliação simultânea de alguns parâmetros: respiração, frequência cardíaca e coloração da pele e mucosas.
c) A frequência cardíaca pode ser avaliada por meio da ausculta do precórdio do recém-nascido com estetoscópio ou ainda pela palpação do pulso do recém-nascido na base do cordão umbilical, sendo os dois métodos igualmente adequados.
d) O preparo para atender o recém-nascido em sala de parto consiste, inicialmente, na realização da anamnese materna e, de acordo com as condições perinatais, pode-se prever se será necessário ou não reanimar o recém-nascido e, daí então preparar todo o material de reanimação.
e) Pode-se oferecer oxigênio inalatório caso se observe cianose de pele e mucosas logo após os passos iniciais da reanimação.

A

Vamos analisar cada alternativa:

A: Correta. A FC é o principal determinante da decisão de indicar as diversas manobras de reanimação. Logo após o nascimento, o RN deve respirar de maneira regular, suficiente para manter a FC acima de 100 bpm.

B: Incorreta . A avaliação da coloração da pele e mucosas do RN não é mais utilizada para decidir procedimentos na sala de parto. Tal avaliação é subjetiva e não tem relação com a saturação de oxigênio ao nascimento.

C: Incorreta. De acordo com o documento do programa de reanimação neonatal, “a frequência cardíaca deve ser avaliada por meio da ausculta do precórdio com estetoscópio, podendo eventualmente ser verificada pela palpação do pulso na base do cordão umbilical”. Portanto, a escolha é pela ausculta do precórdio.

D: Incorreta. Antes de toda sala de parto, devemos deixar todo o material preparado para uma possível necessidade de reanimação. Obviamente algumas informações na anamnese materna e no pré-parto poderão sinalizar uma possibilidade de intercorrência ao nascimento, mas o preparo dos materiais não está condicionado exclusivamente para estes casos.

E: Incorreta. Como dito anteriormente, a avaliação da coloração de pele e mucosas não refletem a saturação de oxigênio ao nascimento. Recém-nascidos com respiração regular e FC > 100 bpm podem demorar minutos para ficarem rosados. Assim, o processo de transição normal para alcançar uma saturação de oxigênio acima de 90% requer 5 minutos ou mais em recém-nascidos saudáveis que respiram ar ambiente.

Resposta correta: letra A

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2
Q
  1. Qual dos achados abaixo determina a escolha do tratamento para um recém-nascido com sífilis congênita?
    a) Radiografia de ossos longos com sinais de periostite.
    b) Pênfigo palmo-plantar.
    c) Proteína no liquor acima de 150 mg/dl.
    d) Hemograma com anemia e plaquetopenia.
    e) VDRL no sangue do recém-nascido acima de 1/128.
A

Diante de um caso de sífilis congênita, para fins de avaliação complementar, devemos solicitar o VDRL do sangue periférico do bebê, radiografia de ossos longos, liquor (VDRL, celularidade e proteinorraquia) e hemograma. Diante de alterações clínicas, radiológicas ou laboratoriais (exceto LCR) o tratamento poderá ser feito com penicilina cristalina ou penicilina procaína. A única exceção é a presença de neurossífilis congênita, ou seja, presença de alterações liquóricas. Se VDRL for positivo no LCR, o paciente é portador de neurossífilis. Nos casos em que temos pleocitose (> 25 hemácias/mm³), aumento de proteínas no LCR (> 150 mg/dl), ou LCR inconclusivo, o RN também deve ser considerado como portador de neurossífilis. Sendo assim, o tratamento só poderá ser feito com penicilina cristalina.

Resposta correta: letra C.

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3
Q
  1. Menina, 3m, trazida por responsável pelo abrigo, refere que criança chegou há cerca de uma semana, vinda diretamente da maternidade onde foi acolhida logo após o nascimento. Mãe é moradora de rua, tem cerca de 40 anos, alcoolista e usuária de drogas ilícitas, sem acompanhamento pré-natal. Parto foi natural, na rua, logo após a criança foi recolhida e a mãe desapareceu. Apresentou baixo peso ao nascer e baixo ganho ponderal nestes 3 meses, não teve intercorrências. Exame físico: peso, comprimento e perímetro cefálico no percentil 3 da curva de referência, fendas palpebrais curtas, prega epicântica, lábio superior fino, sem outras anormalidades.

O DIAGNÓSTICO É:

a) Síndrome de Down.
b) Síndrome alcoólica fetal.
c) Síndrome de Patau.
d) Síndrome de Turner.

A

Ainda que os evidentes fatores de risco presentes no enunciado não estivessem descritos, deveríamos pensar na síndrome álcool fetal ao atendermos uma criança com o conjunto de alterações fenotípicas que estão descritas neste enunciado. A síndrome é representada por um conjunto de anomalias físicas, comportamentais e cognitivas que podem ser observadas em indivíduos que foram expostos ao álcool durante a gestação. As características são: fácies típicas, com lábio superior fino, filtro labial liso e alongado, fissuras palpebrais curtas, atraso no crescimento de início pré-natal, hipoplasia maxilar. Há ainda microcefalia, deficiência intelectual e defeitos cardíacos.

Resposta: letra B.

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4
Q
  1. Recém-nascido com idade gestacional de 28 semanas, peso ao nascer de 1.000 gramas, idade pós-natal de 12 horas, intubado, em ventilação mecânica e cateter venoso umbilical para infusão de líquidos e eletrólitos. NO TRANSPORTE PARA UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL DE REFERÊNCIA, A UMA DISTÂNCIA DE 20 km, DEVEM SER OBSERVADOS OS SEGUINTES PROCEDIMENTOS PARA O RECÉM -NASCIDO:
    a) Gorro, luvas, meias e fonte de calor radiante.
    b) Gorro, incubadora de dupla parede e fonte de calor radiante.
    c) Luvas, meias, envolvê-lo em algodão e incubadora de dupla parede.
    d) Gorro, envolvê-lo em saco plástico e incubadora de parede dupla.
A

O Ministério da Saúde disponibiliza para todos um manual contendo todas as recomendações relacionadas ao transporte do recém-nascido. Lá podemos reforçar a noção da importância da manutenção da temperatura corporal dos recém-nascidos. Sabe-se que a hipotermia está associada ao aumento da morbimortalidade e deve ser a todo custo prevenida. Deste modo, a manutenção da temperatura poderá ser atingida por meio da utilização de: - secagem adequada do recém-nascido, quando o transporte ocorrer logo após o nascimento; - utilização de incubadora de transporte de dupla parede com a temperatura regulada de acordo com o peso do paciente; - envolver o corpo do recém-nascido, mas não a cabeça, em filme transparente de PVC para diminuir a perda de calor por evaporação e convecção; - uso de toucas principalmente em prematuros e pacientes com hidrocefalia. Deste modo, percebemos que a letra D traz as orientações corretas.

Resposta: letra D.

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5
Q

5–RN de termo desenvolveu, logo após o nascimento, cianose ++++/4, necessitando de oxigênio a 80% (FiO2). Medidas de oximetria: no membro superior direito, foi 93% e, no inferior esquerdo, 84%.

Assinale a alternativa que apresenta o provável diagnóstico:

a) Doença da membrana hialina.
b) Hipertensão pulmonar primária.
c) Transposição de grandes vasos da base.
d) Atresia tricúspide.
e) Tetralogia de Fallot.

A

Temos um recém-nascido que apresentou cianose logo nas primeiras horas de vida. Sabemos que essa manifestação clínica em momento tão precoce deve nos remeter ao diagnóstico diferencial entre dois grupos de doenças: os distúrbios respiratórios e as cardiopatias congênitas. Porém, existe uma informação bastante importante neste enunciado, que é a grande diferença entre saturação pré e a pós-ductal. Isto indica que está ocorrendo um grande desvio de sangue não oxigenado oriundo da artéria pulmonar para a aorta através do canal arterial. A única situação dentre as descritas que seria compatível com isso seria a hipertensão pulmonar. Nas demais condições, a cianose e a queda importante de saturação seriam verificadas em todas as medidas. Na tetralogia de Fallot, pode não haver cianose desde o nascimento, mas quando o grau de estenose na via de saída do ventrículo direito for importante, haverá shunt precoce da direita para a esquerda por uma comunicação interventricular, o que faz com que a saturação pré-ductal seja baixa, pois o sangue que atinge a aorta é uma mistura de sangue desoxigenado oriundo da comunicação interventricular e sangue oxigenado das veias pulmonares. Na atresia tricúspide o sangue não consegue seguir do átrio direito para o ventrículo direito e é desviado para o átrio esquerdo pelo forame oval ou por uma comunicação interatrial. Parte do sangue que chega ao ventrículo esquerdo retorna ao ventrículo direito por uma comunicação interventricular. Ainda assim, o ventrículo esquerdo recebe uma mistura de sangue oxigenado e desoxigenado, não havendo a diferença pré e pós-ductal descrita no caso. E, por fim, nos casos de transposição dos grandes vasos, a aorta emerge do ventrículo direito e a artéria pulmonar emerge do ventrículo esquerdo. O resultado é que essas duas circulações existem em paralelo. Um shunt (pelo forame oval e pelo canal arterial) entre as duas circulações possibilita a mistura do sangue e viabiliza a vida. Não há esta cianose diferencial.

Resposta: letra B.

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6
Q

6 – Recém-nascido de parto vaginal, com período expulsivo prolongado apresenta abaulamento firme, limitado ao osso parietal, sem descoloração da pele do couro cabeludo, que respeita a linha de sutura, percebido algumas horas após o parto.

O sítio deste acometimento é:

a) Tecido mole.
b) Subdural.
c) Subperiósteo.
d) Subgaleal.

A

O principal diagnóstico diferencial que devemos estabelecer diante de um abaulamento craniano em um recém-nascido é entre a bossa serossanguínea e o céfalo-hematoma. O que está descrito neste enunciado é exatamente o que ocorre em um céfalo-hematoma. A principal característica que distingue o céfalo-hematoma da bossa serossanguínea é o fato de que, na primeira situação, o abaulamento não ultrapassa a sutura, enquanto na segunda situação, este limite não é respeitado. Na bossa o abaulamento é subcutâneo, com ou sem equimose, e desaparece em alguns dias. Já no céfalo-hematoma temos uma hemorragia subperiosteal e, justamente por isso, há o respeito às linhas de sutura.

Resposta: letra C.

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7
Q

7 – Pode-se afirmar sobre o teste do pezinho que:

a) Alta precoce pode gerar falso-negativo no caso da fenilalanina.
b) Prematuridade não restringe a triagem de hemoglobinopatias.
c) Íleo meconial pode gerar falso-positivo da tripsina imunorreativa.
d) Caso for positivo para hipotireoidismo, repetir em papel filtro.

A

O popularmente conhecido “teste do pezinho” nada mais é do que a triagem metabólica neonatal, oferecida pelo Ministério da Saúde para todos os recém-nascidos. Atualmente, seis doenças são avaliadas pelo programa: fenilcetonúria, hipotireoidismo, hemoglobinopatias, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase. Nem todos os Estados já estão habilitados para realizarem todas essas avaliações. Vejamos cada uma das afirmativas. A afirmativa 1 foi considerada correta pela banca, mas tem uma interpretação que pode ser, no mínimo, duvidosa. Sabemos que o teste deve ser coletado entre o 3 e o 5 dia de vida. Um dos motivos para não realizarmos o teste nas primeiras 48 horas de vida é que há um maior percentual de falso-negativos para a fenilcetonúria, pois terá havido pouco tempo de ingestão proteica. Porém, caso o teste seja colhido após a alta em uma Unidade de Saúde, a alta, por si só, não teria qualquer problema. Vejamos as outras afirmativas. A opção B está errada; a prematuridade restringe a triagem de hemoglobinopatias por estar associada a diferentes percentuais de hemoglobina fetal, também aumentando percentual de falso- -negativos. A opção C está errada; os recém-nascidos com íleo meconial apresentam, mais comumente, resultados falso-negativos na triagem pela dosagem de IRT. E, por fim, a opção D está errada: quando a triagem mostrar-se alterada, deverá ser feita a coleta de sangue total.

Resposta: letra A.

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8
Q

8 – Recém-nascido com 38 semanas de idade gestacional, peso de nascimento 3.250 g, parto cesárea, líquido amniótico claro, Apgar 8 e 9. Encontra-se com 36 horas de vida, assintomático, frequência respiratória de 55 irpm, em aleitamento materno no alojamento conjunto. No exame de oximetria de pulso, o resultado foi de 97% no membro superior direito e no membro inferior, de 92%.

A conduta e a principal suspeita diagnóstica são, respectivamente:

a) Eletrocardiograma, persistência do canal arterial.
b) Ecocardiograma, transposição de grandes vasos.
c) Nova oximetria após uma hora, coarctação de aorta.
d) Radiografia de tórax, taquipneia transitória do recém- -nascido.

A

Temos um recém-nascido com teste do coração alterado, uma vez que a diferença de saturação de oxigênio entre o membro superior direito e o membro inferior é maior que 3% e, além disso, a saturação do membro inferior é menor que 95%. Diante de um resultado anormal devemos realizar nova aferição após uma hora. Apenas se o resultado anormal se mantiver é que devemos solicitar um ecocardiograma nas próximas 24h. Este teste tem como objetivo detectar cardiopatias congênitas críticas, ou seja, aquelas cujo fluxo pulmonar ou sistêmico é dependente de canal arterial, como atresia de artéria pulmonar, hipoplasia de coração esquerdo, coarctação grave de aorta e transposição de grandes vasos.

Resposta: letra C.

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9
Q

9 – Lactente do sexo feminino, um mês de vida, é levada ao ambulatório de pediatria para primeira consulta. Há dez dias, apresenta aumento progressivo do volume abdominal, constipação e redução do volume urinário. A mãe refere que a última ultrassonografia (USG) do pré-natal não foi normal, sendo solicitado um novo exame pelo médico que a acompanhava. Trouxe para a consulta o laudo da USG realizada há dois dias, que evidenciou hidronefrose bilateral, dilatação da bexiga e aumento importante do volume uterino. Ao exame do abdome, foi observado que este era globoso à inspeção, peristáltico, algo tenso, doloroso à palpação e com presença de massa palpável em região hipogástrica, estendendo-se até epigástrio, de difícil delimitação e consistência não endurecida.

O diagnóstico mais provável e a alteração do exame físico a ser pesquisada nesse momento, respectivamente, são:

a) Megacólon congênito; ausência de fezes ao toque retal.
b) Tumor de adrenal; genitália ambígua ao exame perineal.
c) Persistência de cloaca; malformação da genitália ao exame perineal.
d) Hidrometrocolpos; imperfuração himenal ao exame da região perineal.

A

O enunciado nos apresenta uma lactente de um mês com um quadro de obstrução intestinal (caracterizado por dor abdominal e constipação intestinal), obstrução urinária (indicada por hidronefrose bilateral, dilatação vesical e redução do volume urinário) e massa abdominal, localizada em hipogástrico, visualizada na ultrassonografia como útero de dimensões aumentadas. Ora, possivelmente, estamos diante de um útero aumentado de tamanho que está causando compressão extrínseca tanto intestinal quanto do trato geniturinário. Este aumento do volume uterino é chamado hidrometrocolpos, e, no período neonatal, pode ser provocado por imperfuração himenal, membrana vaginal ou atresia vaginal. Os estrogênios maternos durante a gestação estimulam a secreção endometrial e cervical, promovendo assim a retenção de líquido dentro da cavidade uterina. O exame físico da região perineal poderá evidenciar o hímen imperfurado e abaulado.

Resposta: letra D.

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10
Q

10 - O método mais apropriado para o diagnóstico de hemorragia intracraniana, que compromete recém-nascidos pré-termo de muito baixo peso é:

a) Tomografia computadorizada de crânio.
b) Exame de líquido cefalorraquidiano.
c) Ressonância magnética de crânio.
d) Ultrassonografia de crânio transfontanela.
e) Radiografia simples de crânio.

A

A suspeita diagnóstica de uma hemorragia intracraniana deve ser estabelecida com base na história, manifestações clínicas e reconhecimento de fatores de risco para sua ocorrência, como o baixo peso ao nascimento. A principal forma de hemorragia intracraniana que acomete os prematuros de muito baixo peso é a hemorragia intraventricular. O exame de escolha para o rastreamento desta condição é a ultrassonografia transfontanela. Essa escolha justifica-se, pois é exame é pouco invasivo, portátil e reproduzível, além de ser sensível e específico para a detecção da hemorragia. Outros exames podem, eventualmente, ser indicados. A ressonância magnética é mais sensível para a avaliação de lesões periventriculares e pode predizer melhor o risco de sequelas. A tomografia pode ser indicada na suspeita de infartos ou trauma craniano, pois a ultrassonografia pode não indicar o edema ou a hemorragia intraparenquimatosa e áreas de infarto.

Resposta: letra D.

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11
Q

11 – Recém-nascido a termo, pequeno para idade gestacional, apresenta fronte oblíqua; hipertelorismo ocular; fenda palatina; lábio leporino importante; punhos cerrados; polidactilia de mãos e pés com sobreposição do quinto quirodáctilo sobre o terceiro e o quarto; região plantar arqueada; genitália externa com criptorquidia. O exame de imagem craniana revelou holoprosencefalia.

O relato é compatível com síndrome de:

a) Patau.
b) Edwards.
c) Klinefelter.
d) Turner.
e) Cri Du Chat.

A

A holoprosencefalia é um distúrbio do desenvolvimento cerebral, cuja causa está relacionada em 50% dos casos a deleções cromossomiais ou à trissomia do 13 (síndrome de Patau) ou do 18 (síndrome de Edwards). A síndrome de Patau ocorre em 1 a cada 10.000 nascimentos e tem como manifestações clínicas lábio leporino, fenda palatina, flexão dos dedos com polidactilia, malformação cerebral, microcefalia, microftalmia, hipotelorismo ocular (e não hipertelorismo como descreve incorretamente o enunciado!) malformações cardíacas, anomalias genitais e viscerais. Cerca de 90% dos pacientes morrem no 1º ano de vida. A síndrome de Edwards tem como manifestações baixo peso ao nascimento, punhos cerrados, com dedo indicador sobreposto ao terceiro dígito, e o quinto sobreposto ao quarto dígito, quadris estreitos com abdução limitada, esterno curto, pés chatos, microcefalia, occipital proeminente, micrognatia, malformações cardíacas e renais e retardo mental. A síndrome de Turner (45, X) se caracteriza por linfedema de mãos e pés, pescoço alado, bebê pequeno para idade gestacional e orelhas protuberantes. A síndrome de Klinefelter (47, XXY em sua maioria) é identificada geralmente na fase adulta, a partir da investigação de infertilidade e hipogonadismo. E a síndrome de Cri Du Chat tem como marco o grito característico (choro semelhante ao miado de gato).

Resposta: letra A.

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12
Q

12 – Recém-nascido a termo, parto cesáreo, peso ao nascimento: 2.350 g, Apgar 7 e 9. Ao exame com 12 horas de vida mostra-se ictérico, com palidez cutânea-mucosa leve e hepatoesplenomegalia. É a segunda gestação da mãe, pré-natal incompleto.

A causa MAIS PROVÁVEL para a icterícia desse recém-nascido é:

a) Deficiência de glicose 6 fosfato desidrogenase.
b) Doença hemolítica por Rh.
c) Esferocitose.
d) Imunização por grupo ABO.

A

Temos uma criança com icterícia precoce, ou seja, nas primeiras 24h de vida, e por isso devemos pensar em causas hemolíticas para explicar o quadro. Apesar de a incompatibilidade ABO ser mais comum, ela é frequentemente assintomática ou pouco sintomática e não há necessidade de sensibilização prévia. A questão nos deu uma informação importante: É a segunda gestação da mãe, o que nos diz que pode ter ocorrido sensibilização prévia. Diante de um quadro exuberante de icterícia, anemia hemolítica e hepatoesplenomegalia, com possível sensibilização prévia, a causa mais provável se torna a incompatibilidade Rh. Na esferocitose e na deficiência de G6PD a icterícia costuma não ocorrer nas primeiras horas de vida.

Resposta correta: letra B.

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13
Q

13 – Recém-nascido a termo, IGE: 38 semanas, parto cesáreo. Apgar 7 e 8. Peso de nascimento: 2750 g. Nas primeiras horas de vida desenvolve taquipneia (FR = 82/minuto), retração subcostal e batimento de aletas nasais. Ausculta pulmonar é normal. Bulhas rítmicas e sem sopros. Saturimetria: SO2 = 90%, foi colocado em oxigenoterapia. O estudo radiológico de tórax revela discreto infiltrado linear a partir dos hilos pulmonares e discreto aumento da área cardíaca. Com 24 horas de vida o recém-nascido está bem, eupneico, saturimetria de 98% em ar ambiente.

Qual o processo fisiopatológico MAIS PROVÁVEL para explicar esse quadro?

a) Aumento da tensão superficial alveolar por deficiência de surfactante pulmonar.
b) Desenvolvimento de áreas de microatelectasias difusas com redução da complacência pulmonar.
c) Edema pulmonar decorrente de retardo na reabsorção do líquido pulmonar pelo sistema linfático.
d) Vasoconstrição venosa pulmonar pós-natal.

A

A primeira pergunta é: qual o diagnóstico deste recém-nascido? Temos um recém-nascido a termo, com história de parto cesáreo, que se apresenta com desconforto respiratório precoce e que melhorou apenas com oxigenoterapia. A simples evolução do quadro já nos faria pensar na possibilidade de taquipneia transitória do recém-nascido, mas antes disso já deveríamos pensar nessa possibilidade pela descrição dos aspectos radiográficos. Nesta condição, a radiografia de tórax traz alterações importantes para o diagnóstico, como hiperinsuflação pulmonar, aumento da trama vascular com a presença de hilo congesto, de onde se irradiam condensações (estrias) lineares, cissuras espessadas (derrame cissural). A fisiopatologia do evento está relacionada com um retardo na absorção do líquido pulmonar, que começa a ocorrer próximo ao termo e após o início do trabalho de parto. Assim, a opção C traz a correta justificativa para a clínica.

Resposta: letra C.

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14
Q

14 – Recém-nascido a termo, idade gestacional de 38 semanas, peso de nascimento 2.640 g, mãe A+, RN O+, apresenta icterícia discreta, observada com 16 horas de vida.

Com base nessas informações, assinale a alternativa CORRETA.

a) Provavelmente trata-se de icterícia por incompatibilidade ABO.
b) Por tratar-se de icterícia discreta, a hipótese principal é de icterícia fisiológica.
c) Se a dosagem de bilirrubina evidenciar predomínio de bilirrubina indireta, a atresia biliar intra-hepática está entre os diagnósticos diferenciais.
d) Galactosemia e tirosinemia são possíveis causas para a icterícia do recém-nascido.

A

Vamos avaliar as alternativas: A: Incorreta. A incompatibilidade ABO ocorre comumente em mães O e bebês A ou B. B: Incorreta. Icterícia nas primeiras 24h de vida é sempre patológica e nunca fisiológica. C: Incorreta. A atresia de vias biliares é uma causa importante de colestase neonatal, com hiperbilirrubinemia à custa da fração direta. D: Correta. Galactosemia e tirosinemia são causas de colestase neonatal com hiperbilirrubinemia direta, sendo, portanto, causas possíveis de icterícia neonatal.

Resposta: letra D.

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15
Q

15 – Assinale a assertiva CORRETA sobre sífilis congênita.

a) Hepatocarcinoma é uma sequela frequente caso a sífilis congênita não tenha sido tratada no período neonatal.
b) Penicilina por via oral é o tratamento de escolha para o recém-nascido cuja mãe realizou tratamento incompleto na gestação.
c) Penicilina G cristalina intravenosa por 21 dias é o tratamento de escolha para o recém-nascido.
d) Avaliação complementar do neonato com possibilidade de sífilis congênita inclui um exame de VDRL no sangue periférico e no liquor, hemograma e raio X de ossos longos.
e) Presença de gomas sifilíticas na pele e nas mucosas do neonato são sinais de maior gravidade da sífilis congênita.

A

Vejamos cada uma das afirmativas feitas sobre a sífilis congênita. A opção A está incorreta; o hepatocarcinoma não é uma sequela tardia associada à sífilis congênita, tratada ou não no período neonatal. Esta condição está tipicamente relacionada com a transmissão perinatal do vírus da hepatite B. A opção B também está incorreta; as crianças com sífilis congênita sempre irão receber tratamento com alguma forma de penicilina parenteral: seja a penicilina cristalina por via intravenosa, seja a procaína por via intramuscular. A opção C também está incorreta; as crianças tratadas com penicilina cristalina ou procaína irão receber um tratamento com duração de apenas 10 dias, não 21. A opção D está correta; na investigação dos recém-nascidos em que há a suspeita da infecção congênita, ainda que eles estejam completamente assintomáticos, todos os exames descritos deverão ser realizados. A opção E está incorreta; as lesões cutâneas habitualmente encontradas na sífilis precoce consistem em lesões maculopapulares ou lesões vesicobolhosas (pênfigo). A goma é uma alteração da sífilis terciária.

Resposta: letra D.

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16
Q

16 – Qual dos achados abaixo é característico em um prematuro com doença da membrana hialina? a) Redução do murmúrio vesicular à ausculta torácica. b) Radiografia de tórax com hiperexpansão pulmonar. c) Dificuldade respiratória iniciada entre 24 e 48h após o nascimento. d) Alcalose respiratória. e) Retardo na absorção do líquido pulmonar fetal.

A

Esta questão abordou alguns aspectos conceituais relacionados com a doença da membrana hialina, ou síndrome do desconforto respiratório, uma doença que acomete essencialmente os recém-nascidos prematuros e que tem na deficiência de surfactante alveolar a justificativa para suas manifestações (opção E errada; o retardo na absorção de líquido pulmonar é a causa de outro distúrbio respiratório do período neonatal, a taquipneia transitória do recém-nascido). A deficiência na concentração do surfactante leva à instabilidade alveolar, com progressivo colapso expiratório dos alvéolos e desenvolvimento de microatelectasias difusas. Por essa razão, a radiografia tipicamente revela hipotransparência com infiltrado reticulogranular difuso e diminuição do volume pulmonar (opção B errada). O quadro clínico tem início logo após o nascimento e vai progressivamente piorando nas primeiras horas de vida. O retardo no início do quadro clínico é algo que torna este diagnóstico menos provável e sugere outras possibilidades, como um quadro de pneumonia (opção C errada). Em relação às alterações gasométricas, a primeira delas é a hipoxemia, por diminuição no tempo de troca gasosa. Com a progressão da doença, há acidose respiratória por hipercarbia e também pode haver acidose metabólica, por alterações na perfusão tecidual (opção D errada). Resposta: letra A.

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17
Q

17 – Em relação à icterícia no período neonatal, analise as assertivas abaixo e assinale a INCORRETA. a) A icterícia constitui-se um dos problemas mais frequentes no período neonatal e corresponde à expressão clínica da hiperbilirrubinemia. É mais comum em recém-nascidos de pele clara e asiáticos, com tipo sanguíneo diferente do materno e, por vezes, também do paterno. b) A “icterícia fisiológica” representa uma possível adaptação neonatal ao metabolismo da bilirrubina. c) Por vezes, a hiperbilirrubinemia indireta decorre de um processo não patológico, podendo-se alcançar concentrações elevadas de bilirrubinas lesivas ao cérebro. d) A hiperbilirrubinemia significante, presente na primeira semana de vida, é um problema comum em RN a termo e pré-termo tardio. É causa frequente de reinternações em leitos de hospitais pediátricos. e) A icterícia neonatal apresenta progressão cefalocaudal. A visualização da icterícia depende, além da experiência do profissional, da pigmentação da pele do RN e da luminosidade, sendo subestimada em peles mais pigmentadas e em ambientes muito claros e prejudicada em locais com pouca luz.

A

A icterícia é um dos problemas mais frequentes no período neonatal, estando frequente em 60% dos recém-nascidos a termo e em 80% dos recém-nascidos prematuros em sua primeira semana de vida, sendo a causa mais frequente de reinternações durante este período. É mais comum em indivíduos da raça asiática, ao comparar com as raças branca e negra. A doença é decorrente do aumento da fração indireta da bilirrubina e, de forma menos frequente, da fração direta. A forma mais comum de aumento da fração indireta é a icterícia fisiológica, que está relacionada a uma adaptação do RN ao metabolismo da bilirrubina. Normalmente ela não cursa com concentrações elevadas de bilirrubinas, porém pode ocorrer e com possibilidade de se difundir e impregnar as células nervosas do encéfalo. Para avaliar o grau de extensão, utiliza-se a avaliação pelas zonas de Kramer, pois sabe-se que a progressão da icterícia se faz de maneira craniocaudal, de forma que concentrações mais relacionadas de bilirrubina estão relacionados com a extensão da coloração amarelada em direção à extremidade distal dos membros inferiores. Desta forma, a única alternativa incorreta é a letra A!

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18
Q

18 – Recém-nascido de termo, sexo feminino, pesou 3.250 gramas ao nascimento. O exame físico na sala de parto evidenciou face achatada, fenda palpebral oblíqua, epicanto, pele abundante no pescoço, sulco entre o hálux e o segundo artelho, hipotonia muscular generalizada e reflexo de Moro débil. Entre os exames complementares rotineiramente indicados para o melhor acompanhamento desse paciente estão: a) Ecocardiograma e dosagem sérica de cortisol. b) Audiometria de tronco cerebral e dosagem sérica de TSH, T4 e T3. c) Tomografia computadorizada de crânio e cariótipo. d) Eletroneuromiografia e fundo de olho. e) Ultrassonografia de abdome global e radiografia de articulações coxofemorais.

A

As características fenotípicas apresentadas sugerem a síndrome de Down, que é a trissomia do cromossoma 21. Nesta cromossomopatia observam-se diversas malformações de órgãos e sistemas, assim como maior prevalência de diversas doenças. Portanto, vejamos as opções: A - Incorreta. O ecocardiograma está bem indicado ao nascimento, pois 40-50% das crianças com síndrome de Down apresentam cardiopatia congênita. Entretanto, a dosagem de cortisol não se justifica. B - Correta. A audiometria de tronco cerebral e a dosagem de TSH e T4 estão indicadas, pelo risco aumentado de diminuição da capacidade auditiva e hipotireoidismo congênito, respectivamente. C - Incorreta. O cariótipo é o exame que define o diagnóstico da cromossomopatia, mas a tomografia de crânio não auxilia para o diagnóstico das diversas complicações neurológicas (ex.: deficiência intelectual, autismo). D - Incorreta. A eletroneuromiografia, exame útil para detecção de doenças dos músculos, nervos periféricos e placa motora, não tem utilidade para acompanhamento da síndrome de Down. E - Incorreta. A ultrassonografia de abdome é útil no período neonatal, pois a síndrome de Down está associada a malformações do trato gastrointestinal e geniturinário. Além disso, há também aumento da incidência de displasia de quadril, e, por isso, é necessária a realização de ultrassonografia de quadril, e não radiografia. Gabarito: letra B.

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19
Q

19 – Recém-nascido de parto vaginal inicia com 12 dias de vida conjuntivite mucopurulenta bilateral, associada à otite média à esquerda. Este paciente deve ser tratado inicialmente com: a) Eritromicina oral. b) Aciclovir sistêmico. c) Colírio de tobramicina. d) Colírio de ciprofloxacino. e) Penicilina cristalina endovenosa.

A

Diante de um quadro de conjuntivite neonatal, devemos saber diferenciar duas situações: conjuntivite alérgica e conjuntivite infecciosa. A conjuntivite alérgica é causada pelo nitrato de prata, substância utilizada para profilaxia da oftalmia gonocócica. Ela costuma apresentar-se como uma conjuntivite purulenta, discreta, que, em geral, se resolve espontaneamente em até 48 horas. A grande maioria dos casos de conjuntivite neonatal infecciosa é adquirida durante a passagem pelo canal do parto e reflete as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) presentes na comunidade. Os principais agentes são Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis. Para diferenciar não é difícil: É só lembrar que o período de incubação da N. gonorrhoeae é curto, de menos de uma semana. Logo, ficamos com a C. trachomatis como principal hipótese. Os sintomas da infecção por este agente geralmente se desenvolvem 5-14 dias após o nascimento, sua apresentação é variável, podendo haver pouca secreção mucosa ou ainda secreção copiosa purulenta e formação de pseudomembranas. O esquema de tratamento recomendado é Eritromicina 50 mg/kg/dia, 4 vezes ao dia, por 14 dias, já que 50% dessas crianças com conjuntivite por C. trachomatis apresenta infecção em outro local (como a criança da nossa questão). Gabarito: letra A.

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20
Q

20 – Recém-nascido de 21 dias apresenta suspeita de displasia do desenvolvimento do quadril. O exame complementar do quadril mais adequado para a confirmação do diagnóstico é: a) Ultrassonografia. b) Cintilografia óssea. c) Radiografia simples. d) Ressonância magnética. e) Tomografia computadorizada.

A

O exame de imagem de escolha para avaliação da displasia do desenvolvimento do quadril nos primeiros 4-6 meses de vida é a ultrassonografia, pois, até esse período, ainda não há o núcleo de ossificação da cabeça do fêmur. Porém, no período neonatal, a incidência de resultados falso-positivos na avaliação ultrassonográfica é alta e alguns autores recomendam que seja feito apenas o exame físico e, a partir dos achados, pode ser definida a conduta, que é a colocação do suspensório de Pavlik. Como a banca quer apenas saber qual seria o exame nesse período, nem entremos no mérito dessa discussão. Resposta: letra A.

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21
Q

COMEÇAR AQUI !!! 21 – Ao nascer, a maioria dos recém-nascidos com infecção congênita por citomegalovírus é: a) Asfixiada. b) Assintomática. c) Pré-termo. d) Pequeno para a idade gestacional. e) Natimorto.

A

A infecção congênita pelo CMV ocorre mais frequentemente quando a mãe se infecta pela primeira vez durante a gestação e, mais raramente, é resultado de reativação de um processo latente. Se a mãe desenvolve a infecção primária na gestação, ela transmite o vírus em 30% dos casos. Entre os RN afetados, somente 10% nascem com infecção sintomática, e a grande maioria, isto é, 90% destes bebês são ASSINTOMÁTICOS. Do grupo dos sintomáticos, 90% desses apresentam sequelas e aproximadamente 10% evoluem para óbito. A maior gravidade da infecção sobre o feto ocorre quando a transmissão ocorre em fases iniciais da gestação, ao passo que a maior probabilidade de contaminação se dá no último trimestre. A transmissão vertical (mãe-feto) encontra-se associada à eliminação do vírus pelo RN em sua urina, saliva e secreções da nasofaringe durante vários meses. O concepto que adquire a infecção durante o nascimento não apresenta virúria em seus primeiros dias de vida. Gabarito: letra B.

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22
Q

22 – A pele do recém-nascido normal pode apresentar as seguintes características, EXCETO: a) Milium sebáceo. b) Hemangioma macular. c) Eritema tóxico. d) Máculas brancas. e) Vérnix.

A

Vamos analisar as opções sobre as afecções cutâneas mais frequentes do neonato: A - Correta. O milium sebáceo são pápulas amarelo-esbranquiçadas que aparecem na fronte, asas do nariz e genitália, correspondendo a pequenos cistos queratogênicos, causados por obstrução dos folículos pilossebáceos. B - Correta. Os hemangiomas capilares maculares transitórios são comuns em pálpebras e pescoço, também são achados físicos normais em recém-nascidos. C - Correta. O eritema tóxico é uma erupção cutânea composta de pápulas ou lesões vesicopustulosas que surgem de um a três dias após o nascimento, sendo localizado na face, tronco e membros. É classificado como um exantema benigno, desaparecendo em uma semana. D - INCORRETA. Máculas brancas não são comuns na pele do recém-nascido. E - Correta. O vérnix caseoso é uma substância graxenta, branco-amarelada (sebo e debris de queratinócitos), que recobre a superfície cutânea das dobras. Gabarito: letra D.

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23
Q

23 – A icterícia constitui-se em um dos problemas mais frequentes no período neonatal e corresponde à expressão clínica da hiperbilirrubinemia. A hiperbilirrubinemia na primeira semana de vida é encontrada tanto no recém-nascido a termo como no prematuro. Diante de um prematuro de 36 semanas de idade gestacional, existem fatores epidemiológicos que orientam o neonatologista para uma investigação clínica e laboratorial. Quais das situações abaixo significam alta probabilidade da icterícia ter origem patológica? a) Icterícia com início antes de 24-36 horas de vida, independente da idade pós-natal. b) Icterícia com início após 24 horas de vida, com pico no terceiro dia de vida. c) Icterícia em recém-nascidos com perda elevada de peso. d) Icterícia na presença de bossa serossanguínea.

A

Como bem lembrado no enunciado, a icterícia é uma condição muito comum no período neonatal. Justamente por isso, as questões sobre esse tema são tão comuns. Sabemos que a principal causa de icterícia nos primeiros dias de vida é a icterícia fisiológica, decorrente de um esperado aumento nos níveis de bilirrubina indireta após o nascimento. Porém, nem sempre que estivermos diante de um recém-nascido ictérico, poderemos afirmar que este quadro é fisiológico. Como ocorre em qualquer outra fase da vida, a icterícia pode ser manifestação de algum processo mórbido subjacente. Alguns dados de história, de exame físico ou mesmo de avaliação complementar poderão ser usados para pensarmos que o quadro apresentado pelo pequeno paciente merece uma avaliação mais cuidadosa e que, possivelmente, não é apenas fisiológico. Um deles é o início precoce da icterícia, ainda nas primeiras 24-36 horas de vida. É sabido que o acúmulo dito fisiológico da bilirrubina faz com que a icterícia fisiológica surja entre o 2 e o 3 dia de vida, em um recém-nascido a termo, ou entre o 3 e o 4 dia de vida, nos prematuros. O surgimento ainda nas primeiras horas de vida deve sempre levantar a suspeita de causa mórbida subjacente, em especial de uma doença hemolítica (opção A certa). O pico da hiperbilirrubinemia no 3 dia de vida pode ser encontrado nos recém-nascidos a termo com icterícia fisiológica; nos prematuros, o pico costuma ser um pouco mais tardio (opção B errada). Algumas condições clínicas aumentam o risco de que a criança apresente uma hiperbilirrubinemia significativa. Uma dessas condições é o céfalo-hematoma (não a bossa serossanguínea – opção D errada). Na ocasião do concurso, muitos candidatos questionaram por qual razão a opção C não iria sugerir um quadro patológicos. Realmente, a perda ponderal excessiva é um fator de risco para hiperbilirrubinemia significativa. Porém, caso a icterícia esteja, por exemplo, restrita à face, poderemos continuar pensando que o quadro é apenas fisiológico. Por mais que a opção C tenha suscitado dúvidas, aposte no que é certo. Não há dúvidas de que a opção A descreve um quadro patológico. Resposta: letra A.

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24
Q

24 – O mecanismo de ação da fototerapia é a transformação da bilirrubina nas áreas expostas à luz, que modificam sua estrutura molecular. A respeito dessa importante terapêutica no período neonatal, assinale a alternativa CORRETA: a) A molécula de bilirrubina torna-se menos hidrossolúvel, permitindo que ela seja eliminada pelos rins e pelo fígado. b) Recém-nascidos afrodescendentes respondem menos ao tratamento, pois a pigmentação da pele limita a penetração da luz na epiderme. c) Uma das principais complicações da fototerapia é a hipertermia. d) Nas icterícias associadas ao aleitamento materno, deve-se suspender temporariamente a amamentação para evitar a fototerapia e suas complicações. e) A fototerapia só tem eficácia quando se utiliza acima de 15 mg% de bilirrubina indireta no soro, o que contraindica seu uso nas icterícias fisiológicas.

A

Sobre a fototerapia temos: A) A função da fototerapia é converter a bilirrubina indireta através da fotoisomerização, em um isômero mais hidrossolúvel, facilmente excretado pela bile e pela urina, sem a necessidade de conjugação hepática. Incorreta. B) A eficácia da fototerapia depende da energia de luz emitida, da distância do bebê e a lâmpada, da área de pele exposta e do espectro de luz, não havendo diferença significativa de acordo com a cor da pele da criança. Incorreta. C) As principais complicações associadas à fototerapia são: hipertermia, desidratação, diarreia, hiperemia cutânea e síndrome do bebê bronzeado. Correta. D) Nas icterícias associadas ao leite materno, caso os níveis de bilirrubina não sejam muito elevados, é possível manter a amamentação. A tendência é a estabilização dos níveis de bilirrubina e queda gradual. Incorreta. E) A fototerapia é abordagem eficaz tanto nos casos de icterícia patológica ou fisiológica, devendo ser iniciada quando houver indicação. Incorreta. Resposta: letra C.

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25
Q

25 – Correlacione a primeira coluna, dos agentes etiológicos, com a segunda, que se referem à manifestação clínica mais significativa da infecção congênita, e escolha a resposta CORRETA: I- Rubéola; II- Citomegalovírus; III- Toxoplasmose; IV- Vírus herpes-simples; V- Sífilis. ( ) Vesículas e conjuntivite; ( ) Microcefalia e calcificação intracraniana; ( ) Catarata e cardiopatia congênita; ( ) Hidrocefalia e coriorretinite; ( ) Exantema maculopapular e lesão óssea. a) III-II-IV-I-V. b) V-III-I-II-IV. c) IV-II-I-III-V. d) V-III-I-IV-II. e) IV-II-III-V-I.

A

Vejamos as manifestações clínicas de cada doença: I- Rubéola: quando sintomática, as principais são deficiência auditiva, retardo do crescimento intrauterino, cardiopatias congênitas, como a persistência do canal arterial e estenose pulmonar, e manifestação ocular, sobretudo, catarata. II- Citomegalovírus: microcefalia, calcificações intracranianas periventriculares, coriorretinite, perda auditiva neurossensorial, prematuridade, retardo do crescimento intrauterino, hepatoesplenomegalia, hepatite, icterícia, pneumonia, trombocitopenia. III- Toxoplasmose: calcificações intracranianas difusas, coriorretinite, hidrocefalia, retardo mental e hepatoesplenomegalia. IV- Herpes-simples: vesículas cutâneas, alterações oculares e hidro/microcefalia. V- Sífilis congênita precoce: lesões cutâneo-mucosas, lesões ósseas, hepatoesplenomegalia, anemia, coriorretinite e outros. Resposta correta: letra C.

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26
Q

26 – Recém-nascido a termo, nasceu de parto normal, sem intercorrências. Com 12 horas de vida iniciou febre, hipoatividade, taquipneia e desconforto respiratório. Teve piora clínica rápida, evoluindo com insuficiência respiratória. Tratando-se de quadro infeccioso, o agente etiológico mais provável é: a) Candida albicans. b) Staphylococcus aureus. c) Pseudomonas aeruginosa. d) Enterobacter. e) Streptococcus agalactiae.

A

A questão nos fornece um recém-nascido com sinais clínicos de sepse neonatal precoce/pneumonia neonatal: febre, hipoatividade, taquipneia, desconforto respiratório. A sepse neonatal precoce consiste naquela que ocorre nos primeiros sete dias, mais comumente nas primeiras 48 horas de vida e está relacionada à infecção por germes da flora genital materna, ocorrida de forma ascendente ou durante o parto vaginal. O germe mais comumente envolvido é o estreptococo beta hemolítico do grupo B, Streptococcus agalactiae. Resposta: letra E.

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27
Q

27 – Um recém-nascido a termo apresenta peso adequado para a idade gestacional, Apgar 9 e 10, parto normal e gestação sem anormalidade. Nas primeiras 24 horas de vida, apresenta secreção abundante, saindo constantemente pela boca, com respiração ruidosa e, às vezes, difícil. Assinale a conduta imediata: a) Aspirar secreção e espaçar as mamadas. b) Passar sonda nasogástrica. c) Solicitar radiografia simples de tórax. d) Solicitar ultrassonografia abdominal.

A

Todo recém-nascido que apresente logo após o nascimento salivação intensa, dificuldade respiratória, tosse, cianose ou engasgos, deve nos levantar a suspeita de atresia de esôfago. Ela é a anomalia congênita mais comum do esôfago. Além de quadro clínico característico, algumas questões ainda podem referir polidrâmnio no período gestacional. A conduta imediata diante da suspeita de atresia de esôfago é a colocação de sonda nasogástrica em aspiração contínua do coto proximal e colocação da criança em posição prona para minimizar a aspiração de material proveniente do fundo de saco cego, até a correção cirúrgica definitiva. Após a passagem da sonda, é indicado radiografar. O exame mostrará a sonda enrolada no fundo de saco. Resposta correta: letra B.

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28
Q

28 – Diante um recém-nascido com genitália ambígua, pode-se pensar em deficiência de: a) 17-hidroxiprogesterona. b) 21-hidroxilase. c) ACTH. d) FSH.

A

Chamamos de genitália ambígua ou atípica aquela que nos deixa em dúvidas acerca do sexo genético do indivíduo. A principal causa de genitália atípica com gônadas não palpáveis é uma genitália feminina virilizada durante a vida intrauterina; a principal causa disso é a hiperplasia adrenal congênita por deficiência da enzima 21-hidroxilase. A deficiência dessa enzima interfere na síntese de cortisol e mineralocorticoides e os precursores dessas vias são desviados para a síntese de androgênios da suprarrenal, levando à virilização. Resposta: letra B.

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29
Q

29 – Você está de plantão na maternidade de um grande hospital e o seu primeiro atendimento é na sala de parto onde Ana, 30 anos, GI PI A0, após um pré-natal sem intercorrências, dá à luz a um recém-nascido do sexo masculino, termo (38 semanas e 4 dias), cujo peso foi 3.440 g, com Apgar de 1º minuto 9 e 5º minuto 10, que, após o atendimento padrão de rotina, você encaminhou para o alojamento conjunto. Após 8h de vida, você é chamado pela enfermeira do plantão para reavaliá-lo, pois os pais notaram que durante a mamada o RN apresentou cansaço e cianose. Qual a sua conduta e a hipótese diagnóstica mais provável? a) Iniciar oxigenoterapia, pois trata-se de um desconforto respiratório do RN. b) Iniciar prostaglandina E1, pois trata-se, muito provavelmente, de um caso de transposição das grandes artérias. c) Fazer uma nebulização, pois pode ser uma bronquiolite. d) Iniciar sildenafila, pois trata-se de hipertensão arterial pulmonar. e) Não fazer nada e apenas observar até o dia seguinte, pois essa é uma reação normal de recém-nascidos.

A

O enunciado apresenta um neonato a termo, AIG, sem intercorrências na gestação e parto, com bom Apgar, e que apresenta uma síndrome de desconforto respiratório (dispneia + cianose) com 8 horas de vida e pergunta a você qual a hipótese mais provável. Em neonatologia, muitas etiologias podem cursar com manifestações clínicas semelhantes, e, geralmente, os sinais/sintomas respiratórios são os mais frequentes. Podemos estar diante de doenças pulmonares, cardíacas, infecciosas ou metabólicas. Mas vejamos este caso especificamente. O neonato não é prematuro, o principal fator de risco para doença da membrana hialina. Também não nasceu de parto cesárea para pensarmos em taquipneia transitória. Não é filho de mãe diabética, CIUR, PIG ou GIG para suspeitarmos de hipoglicemia ou hipocalcemia. Não há fatores de risco para infecção (prematuridade, febre materna, GBS vaginal positivo), afastando a hipótese de pneumonia e sepse. Portanto, resta-nos as cardiopatias congênitas cianóticas dependentes de canal arterial. No Brasil, a mais frequente é a transposição de grandes artérias, como mostram alguns trabalhos. Por isso, gabarito: letra B.

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30
Q

30 – Dos diagnósticos citados abaixo qual o mais provável para o recém-nascido, cuja mãe não fez pré-natal e apresenta baixo peso, anemia, icterícia, hepatoesplenomegalia, hidrocefalia e coriorretinite? a) Sífilis congênita. b) Toxoplasmose congênita. c) Doença de Chagas congênita. d) Infecção pelo citomegalovírus congênita.

A

A infecção congênita mais relacionada à hidrocefalia e à coriorretinite é a toxoplasmose congênita. A manifestação clássica mais encontrada nesta doença em sua forma neurológica é a hidrocefalia tipo obstrutiva. Na forma generalizada da doença podemos observar a tétrade de Sabin, caracterizada por coriorretinite, calcificações intracranianas difusas, hidrocefalia ou microcefalia e retardo mental. A coriorretinite é o comprometimento clássico mais frequente nesta forma da doença, sendo bilateral em 60 a 80% dos casos. A sífilis congênita precoce tem como manifestações clássicas as lesões cutâneo-mucosas e lesões ósseas. A citomegalovirose congênita se manifesta com prematuridade, CIUR, icterícia, hepatoesplenomegalia, hepatite, trombocitopenia, anemia e alterações do SNC (calcificações intracranianas periventriculares, microcefalia, coriorretinite e surdez neurossensorial). Resposta correta: letra B.

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31
Q

31 – Assinale a alternativa CORRETA com relação à sífilis congênita: a) A ocorrência de alterações no liquor é muito mais frequente nas crianças assintomáticas do que nas sintomáticas com outras evidências de sífilis congênita. b) Uma criança com VDRL (teste não treponêmico - Veneral Diseases Research Laboratory ) positivo no liquor deve ser diagnosticada como neurossífilis apenas se houver alterações na celularidade e/ou na concentração de proteínas no liquor. c) Os resultados falso-positivos do VDRL são conhecidos como efeito prozona. d) A maioria das crianças se apresenta sintomática ao nascimento. e) A associação de critérios epidemiológicos, clínicos e laboratoriais deve ser a base para o diagnóstico da sífilis na criança.

A

Uma questão sobre sífilis congênita que abordou alguns aspectos um pouco diferentes dos habitualmente cobrados nos concursos. Vejamos cada uma das afirmativas: Opção A: errada. O que ocorre é exatamente o contrário: as alterações liquóricas são mais frequentes em crianças com as alterações clínicas que podem ser encontradas na sífilis congênita precoce. Ainda assim, é possível haver alterações mesmo nesses casos e, por esta razão, recomenda-se realizar punção lombar para a coleta do liquor com o objetivo de avaliar a celularidade, a proteinorraquia e o VDRL, em todos os casos de sífilis em crianças, para a exclusão do diagnóstico de neurossífilis. Opção B: errada. Avalia-se principalmente o VDRL, a proteinorraquia e a celularidade no liquor. A presença de VDRL positivo no liquor é indicativa de neurossífilis mesmo se não houver qualquer outra alteração. A presença de leucocitose e de elevação na concentração de proteínas são evidências adicionais para o diagnóstico de neurossífilis. Opção C: errada. O efeito prozona, decorrente do excesso de anticorpos, pode levar a um resultado falso-negativo, não falso-positivo. Para evitar o efeito, é feita a testagem com soro submetido à diluição prévia. Opção D: errada. Como ocorre comumente em infecções ocorridas no final da gestação, as crianças apresentam-se assintomáticas no momento do nascimento. Ainda assim, deverão ser tratadas, pois as manifestações clínicas e as sequelas serão estabelecidas se isso não for feito. Opção E: certa. A suspeita de sífilis congênita se estabelece a partir de um dado epidemiológico – história materna – e a avaliação clínica e complementar colaboram para o estabelecimento desse diagnóstico.

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32
Q

32 – Em recém-nascido de parto vaginal com 38 semanas, pesando 1.500 g, que apresenta hepatoesplenomegalia, petéquias, hidrocefalia, imagens compatíveis com calcificações intraparenquimatosas e coriorretinite, a infecção congênita mais comumente associada é: a) Sífilis congênita. b) Rubéola congênita. c) Citomegalovirose congênita. d) Toxoplasmose congênita. e) Parvovirose congênita.

A

Com frequência, as crianças com alguma infecção congênita serão assintomáticas e o diagnóstico só será estabelecido a partir da investigação do recém-nascido, sendo que a suspeita costuma ser a alteração em alguma sorologia realizada durante o acompanhamento pré-natal. Porém, quando as bancas desejarem que o candidato estabeleça um diagnóstico apenas com base no quadro clínico, irá fornecer alterações características de um determinado diagnóstico, que nos permite pensar em uma condição em detrimento de outras. Qual é o dado característico deste enunciado? É a descrição das calcificações intraparenquimatosas. Há duas infecções congênitas clássicas que se manifestam com calcificações intracranianas: a toxoplasmose congênita e a citomegalovirose congênita. Nesta última, as calcificações são tipicamente periventriculares. Por isso, o provável diagnóstico é de toxoplasmose congênita. Todas as outras alterações também são encontradas no recém-nascido com essa condição e a tríade clássica consiste em calcificações, coriorretinite e hidrocefalia. Resposta: letra D.

33
Q

33 – O acesso preferencial para reposição de volume ao RN na sala de parto é através de: a) Agulha intraóssea. b) Cateter em veia umbilical. c) Cateter em subclávia. d) Cateter em artéria umbilical. e) Jelco periférico, no membro superior direito.

A

A via preferencial para a infusão de medicações na sala de parto é a endovenosa, sendo a veia umbilical de acesso fácil e rápido. O cateter venoso umbilical deve ser inserido apenas 1-2 cm após o ânulo, mantendo-o periférico de modo a evitar a sua localização em nível hepático. Também é preciso cuidado na manipulação do cateter para que não ocorra a embolia gasosa. Resposta correta: letra B.

34
Q

34 – Na avaliação clínica de um Recém-Nascido (RN), algumas considerações podem ser feitas, EXCETO: a) A respiração é periódica, sendo mais acentuada em prematuros. b) A cianose central é um sinal clínico confiável para estimar hipoxemia. c) A frequência respiratória oscila entre 40 e 60 incursões/minuto. d) O pregueamento da bolsa escrotal é mais evidente em RN a termo. e) A instabilidade do quadril é mais frequente em apresentações pélvicas.

A

Vamos avaliar cada alternativa: A – Correta. A respiração dos recém-nascidos, sobretudo prematuros, tem um padrão chamado de respiração periódica, que deve ser diferenciada da apneia. A respiração periódica é caracterizada por períodos de 10 a 15 segundos de movimentos respiratórios, intercalados por pausas com duração de 5 a 10 segundos cada, sem repercussões cardiovasculares. B – Incorreta. A avaliação da coloração da pele e mucosas do RN não é mais utilizada para decidir procedimentos na sala de parto. Estudos recentes têm mostrado que a avaliação da cor das extremidades, tronco e mucosas, rósea ou cianótica, é subjetiva e não tem relação com a saturação de oxigênio ao nascimento. C – Correta. A frequência respiratória no recém-nascido pode variar entre 40 e 60 irpm. Quando o RN apresenta FR maior que 60 irpm, chamamos de taquipneia. D – Correta. A bolsa escrotal de bebês prematuros é menos pregueada que a de bebês a termo. E – Correta. Os fatores de risco para a displasia do desenvolvimento do quadril incluem: sexo feminino, raça branca, primiparidade, mãe jovem, apresentação pélvica ao nascimento, história familiar, oligoâmnio, recém-nascido com maior peso e altura e com deformidades nos pés ou na coluna vertebral. Resposta: letra B.

35
Q

35 – De acordo com o protocolo clínico e com as diretrizes terapêuticas para manejo da infecção pelo HIV em crianças e adolescentes do Ministério da Saúde de 2014, é CORRETO afirmar que: a) A associação AZT com nevirapina está indicada para a profilaxia da transmissão vertical do HIV em recém-nascido cuja mãe não fez uso de terapia antirretroviral na gestação. b) A quimioprofilaxia da infecção pelo HIV com antirretrovirais em recém-nascidos de mães infectadas pelo HIV se mostrou eficaz quando iniciada nos primeiros 5 dias após o nascimento. c) A carga viral no 3° trimestre da gestação não deve ser utilizada para avaliar a necessidade de associação de antirretrovirais para a profilaxia da transmissão vertical do HIV em recém-nascido. d) Para profilaxia da transmissão vertical do HIV, o AZT deve ser administrado ao recém-nascido durante as primeiras 6 semanas de vida. e) Para profilaxia da transmissão vertical do HIV, a nevirapina, quando indicada, deve ser administrada ao recém-nascido nas primeiras 2 semanas de vida.

A

Existe um kit antitransmissão vertical do HIV. Toda gestante deve receber terapia antirretroviral combinada; no terceiro trimestre, deve ser documentada uma carga viral inferior a 1.000 cópias/ml para indicarmos parto natural e, além disso, para que manejemos os ARVs que serão dados à criança (C errada). Durante todo o trabalho de parto e até o clampeamento do cordão, faremos infusão venosa de AZT para a mãe. E, ao concepto, forneceremos, pelo menos, AZT nas primeiras QUATRO semanas de vida, começando - no máximo - com 48h de vida (B, D e E erradas). Os conceptos de mães sem TARV durante a gestação, sem carga viral de terceiro trimestre documentada ou a partir de 1.000 cópias/ml deverão receber, além do AZT, NVP (Nevirapina), em três doses (primeira nas 48h iniciais de vida, segunda 48h após a primeira e terceira, 96h após a segunda). Resposta: A.

36
Q

36 – Recém-nascido de mãe com infecção primária por CMV na gestação. Qual é o achado mais provável na criança? a) Hepatoesplenomegalia e icterícia. b) Infecção subclínica. c) Microcefalia e restrição do crescimento intrauterino. d) Perda auditiva sensorial. e) Trombocitopenia e púrpura.

A

A infecção congênita por CMV ocorre mais frequentemente quando a mãe se infecta pela primeira vez durante a gestação e, mais raramente, é resultado de reativação de um processo latente. Se a mãe desenvolve a infecção primária na gestação, ela transmite o vírus em 30% dos casos. Entre os RN afetados, 90% são ASSINTOMÁTICOS/infecção subclínica e somente 10% nascem com infecção sintomática. Dentre os sintomáticos, 90% apresentarão sequelas e aproximadamente 10% evoluirão para óbito. Gabarito: letra B.

37
Q

37 – Recém-nascido de 3 dias de idade iniciou fototerapia por hiperbilirrubinemia. Qual dos fatores de risco abaixo é o melhor preditor para ocorrência de doença hemolítica por incompatibilidade ABO em um recém-nascido? a) Primeira gestação. b) Mais de 4 gestações. c) Doença Rh prévia. d) Tipo sanguíneo materno O e tipo sanguíneo do recém- -nascido A. e) Anemia materna preexistente.

A

Na anemia hemolítica perinatal, o cenário mais frequente é a incompatibilidade ABO, porém o mais grave, é a incompatibilidade Rh. Na incompatibilidade ABO, os anticorpos maternos anti-A e anti-B existem naturalmente no organismo, independente da exposição da mãe às hemácias diferentes das suas, seja por transfusão ou gravidez, ao passo que na incompatibilidade Rh os anticorpos maternos anti-D somente são produzidos a partir da sensibilização materna a hemácias fetais que contenham antígeno D em sua superfície. Por isso, gravidezes múltiplas, sangramentos e abortos são fatores de risco para incompatibilidade Rh, mas não para incompatibilidade ABO. Para que ocorra doença hemolítica perinatal por incompatibilidade ABO é necessário que a mãe tenha anticorpos anti-A e/ou anti-B para lisar as hemácias fetais. Sendo assim, o cenário mais comum para esta fisiopatologia é a mãe O (anticorpos anti-A e anti-B) e o neonato A, B ou AB. Gabarito: letra D.

38
Q

38 – Recém-nascido tosse e engasga durante as mamadas. Acabou de apresentar um episódio de apneia durante a alimentação com cianose importante. Qual é o diagnóstico mais provável? a) Atresia de esôfago proximal. b) Síndrome do coração esquerdo hipoplásico. c) Sepse por estreptococo do grupo B. d) Infecção neonatal por herpes-simples. e) Estenose de piloro.

A

A combinação de manifestações respiratórias e alimentares que surgem PRECOCEMENTE após o nascimento deve sempre levantar a possibilidade de má-formação do esôfago, mais comumente representada pela atresia de esôfago com fístula traqueoesofágica. A forma mais frequente de atresia é o coto proximal do esôfago terminar em fundo cego e o coto distal estabelecer uma fístula com a traqueia, além de sinais como engasgos, tosse, apneia e cianose; a hipersalivação é outra alteração bastante comum nesta condição. A síndrome do coração esquerdo hipoplásico cursa com cianose e choque; na sepse por S. agalactiae, a manifestação clínica mais precoce e comum é o desconforto respiratório; na infecção neonatal por herpes-simplex costumam ser observadas lesões vesiculares; e finalmente, na estenose hipertrófica de piloro o quadro clínico clássico é de vômitos, desidratação e alcalose após a 2ª semana de vida. Sendo assim, a opção CORRETA é a letra A.

39
Q

39 – O meio mais eficaz para reduzir o número de casos de baixo peso ao nascer é a (o):

a) Melhoria das condições socioeconômicas da população.
b) Melhoria das condições ambientais da comunidade.
c) Atenção pré-natal.
d) Incentivo à solução de problemas nutricionais maternos.

A

O baixo peso ao nascer, isto é, peso de nascimento abaixo de 2.500 g, está associado a condições de morbidade que são, em sua maioria, evitáveis com um pré-natal de qualidade. Infecções congênitas, hipertensão materna, desnutrição, uso de drogas/álcool são algumas condições associadas ao crescimento intrauterino restrito e baixo peso ao nascer, e que poderiam ser controladas/ tratadas com pré-natal adequado.

Gabarito: letra C.

40
Q

40 – Você recebe em seu consultório, acompanhado pelos pais, recém-nascido com sete dias de vida, encaminhado para sua primeira consulta de puericultura. Mãe refere que paciente foi diagnosticado, durante o pré-natal, portador da Síndrome de Down (SD) por translocação. Os pais foram avaliados e a mesma translocação foi encontrada no cariótipo materno. Os pais trazem diversas dúvidas sobre os resultados dos cariótipos. A respeito desse achado, você pode corretamente afirmar: a) Deve-se investigar a presença da mutação nos familiares da linhagem materna. b) O paciente apresenta a alteração cromossômica mais comumente encontrada na SD. c) A SD por translocação apresenta desenvolvimento neurológico melhor; também conhecido como forma leve da SD. d) Se optarem por futuras gestações, esse casal de pais possui risco teórico de 100% para nascimentos com SD. e) Se optarem por futuras gestações, esse casal de pais não possui risco de nascimentos com SD.

A

Todos sabem que a síndrome de Down é decorrente de uma alteração na constituição cromossomial de um indivíduo. Existem três alterações fundamentais que podem ocorrer, são elas: a trissomia simples, que é a não disjunção do cromossomo 21, e é alteração encontrada em 96% dos casos (opção B errada); a translocação, quando o indivíduo com síndrome de Down tem 46 cromossomos e não 47, como ocorre na trissomia simples (o braço longo do cromossomo 21 deve estar em excesso, não havendo necessidade da trissomia completa para o estabelecimento da síndrome); e o mosaicismo, quando há duas populações celulares distintas (um percentual das células são normais, com 46 cromossomos, e outro percentual tem 47 cromossomos). A questão traz um caso em que foi feita a avaliação citogenética e identificada uma translocação. A translocação (também chamada de translocação Robertsoniana) pode ser de ocorrência casual ou herdada de um dos pais. Nessa situação ocorre em rearranjo cromossômico com ganho de material genético. Geralmente, como ocorreu no caso enunciado, o organismo de um dos progenitores já apresenta a translocação, muitas vezes recebida de gerações anteriores. Daí a recomendação de se avaliar familiares da linhagem materna para aconselhamento genético. Existe maior probabilidade deste casal ter outro filho com a síndrome de Down, mas esse risco é de 20-25%. Resposta: letra A.

41
Q

41 – Lactente com 65 dias de vida, nascido de gestação sem intercorrência, parto cesárea, peso de nascimento: 3.200 g. Apresentou no período neonatal infecção precoce, ficando, no berçário durante duas semanas, o que atrasou a realização da triagem neonatal. Vem para consulta de puericultura trazendo o “exame do pezinho” (colhido o sangue há cinco dias), que mostra hemoglobina FAS. A interpretação CORRETA deste resultado é: a) Este resultado exclui doença falciforme. b) Exame inconclusivo devido à presença de hemoglobina fetal (f). c) Resultado compatível com doença falciforme. d) Resultado compatível com padrão normal de hemoglobina.

A

A primeira pergunta é: como interpretar esse teste do pezinho? O que essa criança tem é, tão somente, um traço falcêmico. Os indivíduos portadores do traço falcêmico são identificados no teste do pezinho pelo padrão de hemoglobina FAS. São indivíduos heterozigotos, ou seja, aqueles que tem uma única cópia do gene que causa a doença (hemoglobina S) sem, portanto, manifestá-la. Muitos identificaram que estavam diante de um traço falcêmico, mas tiveram a seguinte dúvida: isso é considerado doença falciforme? A princípio não. Veja o que encontramos na 3 a edição do Tratado de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria: “O termo doença falciforme define as hemoglobinopatias nas quais pelo menos uma das hemoglobinas alteradas é a Hb S. As doenças falciformes mais frequentes são a anemia falciforme (Hb SS), a S/betatalassemia e as duplas heterozigoses Hb SC e Hb SD1. O portador assintomático, também conhecido como portador do traço de Hb S ou heterozigoto para a Hb S, não é anêmico, não tem anormalidades físicas e não é considerado doente; tem uma vida normal. Os portadores de DF, por outro lado, podem apresentar sintomatologia importante e graves complicações.” Assim, não devemos considerar que o traço caracteriza a doença falciforme e, por isso, a resposta fica sendo a letra A.

42
Q

42 – Recém-nascido, com quadro de angústia respiratória e cianose cíclica que melhora com choro e piora durante alimentação, associada com rinorreia hialina e impossibilidade de passar a sonda nasal deve receber o mais precocemente possível: a) Corticoterapia venosa. b) Intervenção cirúrgica. c) CPAP nasal. d) Óxido nítrico.

A

A descrição de desconforto respiratório que melhora com o choro em um recém-nascido é bem característica do diagnóstico de atresia de coanas. A banca deu uma “ajuda” e reforçou a suspeita indicando que não havia possibilidade de passagem da sonda nasal. Na atresia de coanas ocorre um estreitamento ou obstrução da abertura posterior da cavidade nasal. O quadro pode ser uni ou bilateral, sendo que a forma unilateral é a mais frequente. Na forma bilateral encontramos manifestações respiratórias e cianose que pioram com a alimentação e melhoram com o choro (quando a criança simplesmente abre a boca!). O tratamento deve ser emergencial: a intubação traqueal ou o uso de cânulas mantém a perviedade do trato respiratório, mas a cirurgia de reparo é o tratamento definitivo. Dentre as alternativas descritas, a única que poderíamos marcar seria a intervenção cirúrgica. Como indicar o uso de CPAP nasal em uma criança com atresia de coanas? Resposta: letra B.

43
Q

43 – Recém-nascido prematuro de 33 semanas, peso de 2.300 g, apresenta Apgar de 1, 3 e 4 no primeiro, quinto e vigésimo minutos, respectivamente. Nasceu no interior do Estado, sendo transferido para um centro terciário chegando com 4 horas de vida. Qual a CONTRAINDICAÇÃO para se realizar a hipotermia terapêutica neuroprotetora nesse RN? a) O peso de 2.300 g. b) A idade de 4 horas de vida. c) O Apgar do vigésimo minuto de 4. d) A idade gestacional de 33 semanas.

A

A hipotermia terapêutica (33-34ºC, iniciada na UTI neonatal nas primeiras 6 horas de vida e mantida por 72 horas) é uma das estratégias de neuroproteção para melhorar o prognóstico dos neonatos com idade gestacional acima de 35 semanas, que necessitaram de reanimação na sala de parto e evoluíram com encefalopatia hipóxico-isquêmica moderada/grave. Gabarito: letra D.

44
Q

44 – Lactente de 2 meses apresenta icterícia, desde os primeiros dias de nascimento. Já esteve várias vezes na Unidade Básica de Saúde e sua mãe recebe a recomendação de aplicar banhos de sol diariamente. Ao ser atendido, com febre, na emergência, o médico aprofunda a anamnese e recebe a informação de que as fezes do bebê estão claras e a urina escura. Percebe hepatomegalia. Solicita dosagem de bilirrubinas, que apresentam BT - 10,5 mg%, BI - 5,5 mg% e BD - 5,0 mg%.

Qual a hipótese diagnóstica mais plausível e a conduta adequada?

a) Icterícia fisiológica prolongada - permanecer banho de sol.
b) Atresia de vias biliares - referir urgentemente para hospital terciário.
c) Icterícia grave - referir urgentemente para hospital terciário para fototerapia.
d) Icterícia causada pelo leite materno - suspensão da amamentação por 72 horas.

A

O enunciado nos apresenta um lactente de 2 meses com um quadro de icterícia desde os primeiros dias de vida. Sabemos que a icterícia fisiológica desaparece espontaneamente ao final da primeira semana de vida. Portanto, toda icterícia que persiste além deste prazo deve ser investigada. Além disso, existem outros sinais de doença, tais como hepatomegalia, colúria e acolia fecal, que apontam para uma hiperbilirrubinemia direta e uma síndrome colestática. Diante deste quadro, é fundamental levantar a hipótese de atresia de vias biliares, uma das principais causas de colestase neonatal, cuja confirmação e tratamento deverão ser feitos rapidamente. Os pacientes com suspeita de atresia de vias biliares devem ser submetidos (TODOS) a uma laparotomia exploradora para realização de colangiografia intraoperatória com o objetivo de determinar a presença e o ponto de obstrução. Aqueles que não possuem uma lesão obstrutiva passível de correção cirúrgica deverão mesmo assim realizar o procedimento de Kasai (portoenterostomia) que consiste na anastomose de uma alça intestinal em y de Roux na árvore biliar. O objetivo desta cirurgia é permitir uma drenagem mínima de bile e descompressão da árvore biliar, ainda que seja residual. A estagnação do pigmento evolui com lesão crônica, cirrose, hipertensão portal e fígado em estágio terminal. O sucesso do procedimento cirúrgico é dependente do momento de sua realização, sendo tanto melhor quanto mais precoce for a intervenção, ou seja, preferencialmente antes das primeiras 8 semanas de vida e no máximo até a 16ª semana. Quando, apesar do procedimento, a agressão inflamatória persiste, está indicado o transplante hepático.

Gabarito: letra B.

45
Q

65 – Neonato, 38 semanas, nasceu com Apgar 9 no primeiro e no quinto minuto, e peso de 2.320 g. Apresenta salivação espumante em grande quantidade e dificuldade respiratória. Como há história gestacional de polidrâmnio, o pediatra decide introduzir sonda nasogástrica e realizar radiografia de tórax. Considerando a principal hipótese diagnóstica, pode-se afirmar que os neonatos com este quadro apresentam: a) Baixo risco de mortalidade, mesmo com peso inferior a 1 kg. b) Elevada taxa de sobrevivência, superior a 90%. c) Associações sindrômicas em menos de 10% dos casos. d) Alta incidência entre membros da mesma família.

A

O enunciado nos traz um neonato a termo, com baixo peso (PN < 2.500 g), PIG, com história gestacional de polidramnia e que apresenta salivação abundante e dificuldade respiratória. O diagnóstico diante deste quadro clínico é de atresia de esôfago. Esta malformação vem associada à fístula traqueoesofágica em mais de 90% das vezes. Vamos agora analisar cada uma das opções: A: incorreta. A banca quis usar os dados presentes no Nelson, mas acabou se equivocando em um conceito (o que não prejudicou a questão). A bibliografia afirma que “lactentes com peso de nascimento < 1.500 g ao nascimento apresentam MAIOR risco de mortalidade”, o que não necessariamente quer dizer que apresentam um risco ALTO. Contudo, sabemos que crianças que apresentam um peso ao nascer inferior a 1 kg têm alto risco de mortalidade, independentemente da presença de atresia de esôfago. Assim, a opção está incorreta. B: correta. A taxa de sobrevivência é > 90%, graças ao grande desenvolvimento do cuidado intensivo neonatal, do reconhecimento precoce da condição e da intervenção apropriada. C: incorreta. 50% dos pacientes apresentam a anomalia de forma isolada, mas 50% apresentam outras malformações como a síndrome VATER ou VACTERL. D: incorreta. Existe baixa incidência de casos familiares. Resposta: letra B.

46
Q

46 – São vantagens do aleitamento conjunto, EXCETO: a) Aproximação entre mãe e filho e fortalecimento de laços afetivos entre ambos. b) Redução do risco de infecção hospitalar, devido à colonização de germes maternos e não hospitalares. c) Facilitar o relacionamento da mãe e filho em casa, tendo apoio da equipe de saúde, dando mais segurança à mãe. d) Aprender sozinha ou com outras mães a cuidar dos filhos.

A

As opções de A até C trazem afirmativas corretas em relação ao aleitamento materno, à exceção da letra D. O processo de Aleitamento Materno (AM), que deve se iniciar ainda dentro da 1ª hora de vida na sala de parto, e continuar no alojamento conjunto não é um treinamento fácil ou mesmo instintivo da mãe, de modo que possam aprender sozinhas e umas com as outras. Muito pelo contrário, o AM deve ser ENSINADO, TREINADO com técnica de pega e posicionamento, e APOIADO, pois não é um conhecimento intrínseco das mães. Gabarito: letra D.

47
Q

47 – Aleitamento materno é fundamental para o crescimento e o desenvolvimento adequados da criança. No período neonatal, mesmo o recém-nascido saudável poderá apresentar icterícia precoce em razão de aleitamento materno insuficiente, cuja etiologia é: a) Hiperbilirrubinemia direta por céfalo-hematoma. b) Hiperbilirrubinemia direta por esteatose hepática. c) Hiperbilirrubinemia indireta por deficiência de enzima lactoferrina inibase. d) Hiperbilirrubinemia indireta por deficiência de alfa- -1-antitripsina. e) Hiperbilirrubinemia indireta por aumento da circulação êntero-hepática de bilirrubina.

A

Existem duas formas de icterícia que podem estar associadas com o aleitamento materno, que são a icterícia do aleitamento materno e a icterícia do leite materno. A icterícia do aleitamento materno, abordada neste enunciado, é um quadro que se estabelece na primeira semana de vida e está relacionada com uma alimentação insuficiente, provavelmente resultante de dificuldades relacionadas com a amamentação. Esta alimentação insuficiente leva ao aumento da circulação êntero-hepática da bilirrubina. Além de apresentarem o quadro de icterícia, essas crianças costumam ter outros sinais de má alimentação, como perda ponderal excessiva e desidratação. Assim, a letra E explica o que ocorre nesta situação. A icterícia do leite materno, por sua vez, estabelece-se em recém-nascidos que também estão em aleitamento materno exclusivo, mas é decorrente da presença de um fator no leite materno que é capaz de prolongar a icterícia. É uma condição que vai entrar no diagnóstico diferencial dos quadros de icterícia persistente no período neonatal. Resposta: letra E.

48
Q

48 – A imaturidade cerebral característica do prematuro o predispõe a crises convulsivas no período neonatal. A manifestação clínica mais frequente nessa faixa etária é: a) Crise convulsiva tônica paroxística. b) Crise convulsiva sutil. c) Crise convulsiva mioclônica generalizada. d) Crise convulsiva tônico-clônica. e) Crise convulsiva febril.

A

As convulsões são as manifestações mais frequentes de uma doença neurológica no período neonatal. O cérebro imaturo é mais excitável e predisposto para o desenvolvimento de crises. Há cinco tipos principais de crises neonatais: sutil, clônica, tônica, espasmos e mioclônica. As crises sutis ocorrem mais comumente em recém-nascidos prematuros do que em recém-nascidos a termo, e se caracterizam por desvios oculares, nistagmo, movimentos anormais de extremidades e da boca, flutuações na frequência cardíaca, hipertensão e apneia. São consideradas as crises mais comuns desse período. Resposta: letra B.

49
Q

49 – Qual dos procedimentos de triagem abaixo está recomendado para todas as crianças? a) Oximetria de pulso em recém-nascidos. b) Medida da pressão arterial a partir do 3 meses. c) Urocultura aos 6 e 12 meses. d) Medida do perímetro cefálico ao nascer e a cada mês, até os 48 meses. e) Glicemia de jejum anual a partir dos 6 anos.

A

Dentre os procedimentos descritos, o único que deve ser realizado rotineiramente na idade em que está descrito é a oximetria de pulso, que faz parte da avaliação de todo o recém-nascido. A oximetria de pulso nada mais é do que o teste do coraçãozinho, feito com o intuito de realizar a identificação precoce de algumas cardiopatias congênitas críticas. O teste é realizado entre 24 e 48 horas e consiste na oximetria do membro superior direito e de um dos membros inferiores. O teste é considerado normal quando a saturação em ambas medidas é ≥ 95% e a diferença entre os membros é menor que 3%. Em relação às outras avaliações temos o seguinte: a medida da pressão arterial está indicada de forma rotineira após os 3 anos, antes dessa idade só realizada em situações de risco; não há recomendações para uroculturas de rotina na infância; o perímetro cefálico é feito prioritariamente até os dois anos de idade, pode continuar sendo feito após essa fase, mas não há necessidade de realizá-lo mensalmente (mesmo nos dois primeiros anos, não é realizado mensalmente, apenas durante as consultas de acompanhamento); a glicemia de jejum, na infância, não é feita rotineiramente, apenas na presença de fatores de risco. Resposta: letra A.

50
Q

50 – Um bebê de 2,347 kg nasceu com 35 semanas de gestação. Sua mãe realizou o pré-natal e afirmou não ter tido problemas. Sua temperatura mais alta durante o trabalho de parto foi de 38 graus. O líquido amniótico tinha uma aparência acastanhada. Ao nascimento, o lactente apresentou exantema pustular eritematoso difuso, palidez, recusa da alimentação, taquipneia e cianose. O hemograma completo indicou monocitose acentuada. Ele foi a óbito quatro horas após o nascimento. O diagnóstico provável é: a) Sífilis congênita. b) Varicela congênita. c) Listeriose. d) Herpes disseminado. e) Doença por estreptococo CBS.

A

O enunciado apresenta um recém-nascido prematuro, baixo peso e com sinais clínicos sistêmicos de sepse: taquipneia, palidez, recusa alimentar e cianose. A infecção por listeria, apesar de incomum, é muito grave. Ela é transmitida à mãe pela alimentação e pode causar sintomas semelhantes à gripe na gestante. Em geral, o feto contrai a infecção via transplacentária, e em consequência, pode haver abortamento espontâneo, parto prematuro ou infecção fetal. A característica clínica da infecção por listeria consiste na coloração meconial do líquido amniótico, mesmo em parto de RN prematuros. Na doença de início precoce, a clínica se manifesta no parto ou durante as primeiras horas de vida por septicemia, pneumonia, exantemas disseminados e meningite, e o RN se apresenta com intensa monocitose. Dentre as alternativas, a que possui uma hipótese diagnóstica com o quadro clínico característico e intensa monocitose, grave e de evolução geralmente mais rápida, é a listeriose. Gabarito: letra C.

51
Q

51 – Recém-nascido apresenta quadro de hematúria e hipertensão arterial. A principal hipótese diagnóstica é: a) Infecção do trato urinário. b) Estenose de artéria renal. c) Tumor de Wilms. d) Trombose de artéria renal. e) Coarctação da aorta.

A

Os quadros de hipertensão arterial na faixa etária pediátrica podem ser primários ou secundários, sendo mais comum a hipertensão secundária em recém-natos, lactentes e pré-escolares, enquanto adolescentes têm mais comumente hipertensão primária. Desta forma, vemos que a idade da criança é boa referência para as hipóteses diagnósticas mais prováveis. Em recém-nascidos, a etiologia mais provável é a trombose de artéria renal, que pode estar associada à cateterização de artéria umbilical. Nos lactentes e pré-escolares, mais comumente relaciona-se doença renal, coarctação de aorta e doenças endócrinas. Na trombose de artéria renal, a hipertensão é provocada pela estimulação do eixo renina-angiotensina-aldosterona e é comum observarmos presença de hematúria macroscópica. Gabarito: letra D.

52
Q

52 – A conduta em relação à alimentação de um recém- nascido em boas condições de vitalidade, com idade gestacional de 34 semanas e pesando 2.400 g é: a) Leite artificial por gavagem. b) Leite artificial no copinho. c) Amamentação ao seio materno. d) Leite materno por gavagem.

A

O leite materno, por suas inúmeras propriedades, é o melhor alimento para o bebê, seja ele a termo ou não. A escolha da via de administração do leite materno depende da idade gestacional e condições clínicas do recém-nascido. Recém-nascidos com 32-34 semanas de idade gestacional começam a apresentar a adequada coordenação entre sucção, deglutição e respiração, necessárias à amamentação ao seio. Em caso de ausência dessa coordenação, ou de condições clínicas adequadas, optamos pela administração de leite materno ordenhado administrado por sonda orogástrica. Resposta correta: letra C.

53
Q

53 – Em relação ao teste de oximetria, conhecido como o teste do coraçãozinho, marque a alternativa que MENOS corresponde ao objetivo da implantação deste teste de triagem, cuja recomendação é que seja realizado em todos os recém-nascidos antes da alta hospitalar.

a) O objetivo do teste do coraçãozinho é o de realizar uma triagem para a identificação de todas as cardiopatias congênitas, especialmente as cardiopatias com sopro cardíaco bem audível no período neonatal.
b) A relevância do diagnóstico das cardiopatias congênitas está na tentativa de se reduzir a mortalidade infantil, pelo Pacto pela Vida, uma vez que as cardiopatias congênitas representam cerca de 10% dos óbitos infantis e cerca de 20% a 40% dos óbitos decorrentes de malformações congênitas.
c) Considerando que cerca de 1 a 2 em cada 1.000 recém-nascidos vivos apresentam cardiopatia congênita crítica e que 30% destes recém-nascidos recebem alta hospitalar sem diagnóstico, evoluindo para óbito precoce, antes mesmo de receber tratamento, o teste do coraçãozinho está sendo implantado.
d) O ecocardiograma deve ser realizado nos casos confirmados pela oximetria de pulso (Saturação SpO2 menor que 95% ou diferença igual ou maior que 3% entre as medidas dos membros).

A

As cardiopatias congênitas afetam 1-2 em cada 1.000 nascidos vivos, e cerca de 30% não recebem diagnóstico hospitalar, e vem a evoluir com hipóxia, choque e óbito. Elas representam 10% dos óbitos infantis. Portanto, implementar um teste de triagem das cardiopatias significa tentar reduzir a taxa de mortalidade infantil por esta causa. O teste tem como finalidade identificar precocemente as cardiopatias congênitas críticas, as quais o fluxo pulmonar ou sistêmico é dependente de canal, como a atresia pulmonar, a coarctação grave de aorta e a transposição de grandes vasos. Nos casos de resultado anormal, deve ser realizada nova aferição após 1h. Se o resultado anormal se mantiver, a criança deverá realizar um ecocardiograma dentro das próximas 24h.

Resposta: letra A.

54
Q

54 – RN pré-termo tardio, com IG 36 semanas e 5 dias, peso de nascimento 2.580 g, recebe alta com 72 horas de vida, com aleitamento materno exclusivo e pesando 2.300 g, com bons controles de dextro.

Qual é a sua orientação na alta?

a) Retorno em 48 horas no consultório para reavaliação.
b) Retorno em 1 semana no consultório para reavaliação.
c) Retorno para reavaliação quando completar 15 dias de vida.
d) Retorno para reavaliação após tomar vacina da hepatite B.

A

O esquema de consultas preconizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria para o follow-up de prematuros estabelece que a primeira consulta deve ser realizada após 7-10 dias da alta hospitalar. Podemos observar, no entanto, que a criança em questão apresentou até seu terceiro dia de vida uma perda ponderal de cerca de 10%, ou seja, perdeu em 3 dias o esperado para uma semana. Por isso, a primeira consulta deverá ser adiantada, com a finalidade de se avaliar o peso da criança, corrigir possíveis erros de posicionamento e de pega durante a amamentação, esclarecer dúvidas da mãe e estimular o aleitamento materno exclusivo.

Resposta correta: letra A.

55
Q

55 – Recém-nascido de quatro dias de vida nasceu de parto normal e a termo, está em aleitamento materno exclusivo e apresenta eliminação de secreção sanguinolenta pela vagina, pequenos lábios proeminentes, e glândulas mamárias aumentadas bilateralmente.

A conduta indicada nesse caso é:

a) Solicitar pesquisa de 17-cetosteroides.
b) Prescrever creme vaginal inespecífico.
c) Solicitar cromatina sexual e cariótipo.
d) Tranquilizar a mãe e observar a evolução.

A

O enunciado nos apresentaum neonato com alguns sinais de ativação endócrina, tais como hipertrofia de glândulas mamárias, hipertrofia de grandes lábios e descarga vaginal sanguinolenta. Durante a gestação, existe a passagem dos hormônios sexuais da mãe para o feto, através da barreira placentária. Nos recém-nascidos do sexo feminino, a ação destes hormônios nos tecidos sexuais e reprodutórios leva à sua estimulação e hipertrofia. Desta forma, pode ocorrer ingurgitamento mamário pelo aumento das glândulas mamárias, hipertrofia de grandes lábios e até a secreção de conteúdo sanguinolento pela vagina, semelhante a uma menstruação, pela estimulação do endométrio da menina. Essas alterações desaparecem na medida em que os hormônios são degradados pelo organismo do recém-nascido. Desta forma, o manejo consiste em orientar os responsáveis de que essas situações são benignas e autolimitadas e, portanto, nãonecessitam ser tratadas com qualquer medicamento ou procedimento.

Gabarito: letra D.

56
Q

56 – Recém-nascido, filho de mãe HIV positiva assintomática que fez adequada profilaxia no pré-natal e no parto, nasce de parto cesáreo, eletivo, em boas condições, sendo feitas as medidas preconizadas para diminuição de risco da transmissão vertical do vírus, incluindo a profilaxia com droga antirretroviral. Antes da alta hospitalar, foram solicitados os seguintes exames: hemograma completo, sorologias TORCHS, anti-HIV, HTLV-1/2, glicemia e provasde função hepática.

Que exames adicionais devem ser solicitados?

a) Nenhum.
b) CD4/CD8.
c) Carga viral.
d) Citobioquímica do liquor.

A

A criança com exposição vertical ao HIV deve ser submetida a uma série de exames complementares logo após o nascimento e durante os primeiros meses de vida. O objetivo dessa avaliação é a monitorização de alguns dos efeitos adversos relacionados com a exposição intrauterina e pós-natal aos antirretrovirais, a identificação precoce das repercussões sistêmicas da infecção pelo HIV e o diagnóstico de outras infecções. Todos os exames descritos no enunciado devem ser realizados antes da alta hospitalar ou na primeira consulta ambulatorial. Podemos fazer apenas uma ressalva em relação à realização do anti-HIV, logo ao nascer, a sorologia anti-HIV está indicada principalmente quando houver dúvidas em relação ao estado de infecção da mãe. No caso descrito, tal exame seria desnecessário. Que outros exames devem ser feitos? Neste momento, nenhum! A carga viral é o exame que será realizado para o estabelecimento do diagnóstico da infecção até os 18 meses de idade, mas a proposta do Ministério da Saúde é que o primeiro exame seja realizado apenas entre 4 e 6 semanas de vida, não neste momento. Não há razão para avaliação liquórica; esta será realizada apenas se alguma sorologia apontar para alguma outra possível infecção.

Resposta: letra A.

57
Q

57 – Assinale a alternativa que apresenta importante exame laboratorial que caracteriza diagnóstico de infecçãobacteriana no período neonatal.

a) Níveis elevados de proteína C-reativa.
b) Níveis baixos de relação entre neutrófilos imaturos e o total de neutrófilos.
c) Creatinina elevada.
d) Níveis elevados de antiestreptolisina O.
e) Níveis elevados de mucoproteína.

A

Vamos analisar cada uma dasopções sobre exames laboratoriais na sepse neonatal:

A - Correta. Apesar de inespecífica, a proteína C-reativa guarda relação de grande sensibilidade com a sepse neonatal, haja vista não haver outras causas inflamatóriascomumente implicadas nessa alteração laboratorial.

B - Incorreta. É exatamente o oposto: quando há elevação de formas jovens, isto é, relação entre neutrófilos imaturos/neutrófilos maduros igual ou acima de 0,2, há maior associação com sepse neonatal (alto valor preditivo positivo).

C, D e E - Incorretas: apesar de uma retenção de escórias poder estar associada à falência renal no contexto da sepse, a avaliação da creatinina(bem como das substâncias citadas em D e

E) não guardam relação direta com a infecção bacteriana neonatal.

Gabarito: letra A.

58
Q

58 – Recém-nascido com 44 horas de vida, a termo, em alojamento conjunto, parto normal, raça negra, aleitamento materno exclusivo, adequado para idade gestacional, encontra-se ictérico até zona II de Kramer. Mãe O positivo e recém-nascido A positivo.

Qual a melhor conduta?

a) Iniciar fototerapia imediatamente.
b) Liberar o recém-nascido e tranquilizar a família.
c) Dosar a bilirrubina e dar alta com acompanhamento já marcado.
d) Liberar o recém-nascido para marcar consulta em sua unidade de saúde.
e) Iniciar água nos intervalos das mamadas.

A

O enunciado nos traz um quadro de icterícia neonatal, queixa muito frequente nesta faixa etária. Para distinção das causas benignas (ex.: icterícia fisiológica e icterícia da amamentação forma precoce) das causas patológicas (ex.: doença hemolítica perinatal por incompatibilidade ABO/Rh, infecção neonatal,TORCHS) de icterícia, são importantes informaçõescomo: TEMPO de aparecimento da icterícia, NÍVEL de icterícia (zonas de Kramer) e ESTADO GERAL doneonato. Na icterícia fisiológica temos o aparecimentoda alteração de cor entre o 2-3º dia de vida, sem ultrapassar a zona II de Kramer, níveis de bilirrubina sérica não ultrapassando 5-7 mg/dl, neonato em bom estado geral e boa alimentação, com tendência à melhoraespontânea dentro dos 7 dias de vida. E parece serexatamente este o caso clínico descrito no enunciado.Além disso, a mãe e o bebê apresentam uma situaçãode risco ABO, isto é, mãe O e neonato A. Entretanto, sehouvesse hemólise e icterícia por incompatibilidade ABO,a mesma surgiria nas primeiras 24 horas de vida, e não com 44h. Portanto, parece que estamos, de fato, frente a uma icterícia fisiológica. A conduta é dosar bilirrubinase frações para confirmar esta hipótese e dar alta comacompanhamento.

Gabarito: letra C.

59
Q

59 – Uma gestante com 40 semanas de idade gestacional e portadora de diabetes mellitus tipo 1 foi admitida para realizar uma cesariana devido ao pós-datismo. Na ocasião, apresentava hemoglobina glicosilada de 10% e diminuição dos movimentos fetais. Durante a cesariana, foi observado que o líquido amniótico era meconial +++/4+. O recém-nascido chorou logo que nasceu e, ao ser recebido, apesar do choro forte e da frequência cardíaca de 120 bpm, encontrava-se com cianose central. A análise do caso indica que, nesse momento, o pediatra deveria:

a) Aspirar rapidamente a traqueia para retirar o excesso de mecônio; no entanto, se não conseguir realizar o procedimento em, no máximo, 30 segundos, deverá ventilar o recém-nascido com respirador manual (ambu) e máscara facial, para evitar hipóxia.
b) Aspirar rapidamente a traqueia para retirar o excesso de mecônio; no entanto, se não conseguir realizar o procedimento em, no máximo, 30 segundos, deverá ventilar o recém-nascido com respirador manual (ambu), intubado, para evitar hipóxia.
c) Posicionar, aspirar vias aéreas, secar o bebê e reposicionaro bebê para reavaliação após 30 segundos.
d) Posicionar, aspirar traqueia em uma única tentativa, secar e ventilar o recém-nascido com o respirador manual (ambu) e máscara facial, para evitar hipóxia.

A

A conduta neonatal frente à presença de líquido tinto de mecônio depende da vitalidadeao nascer. Caso o neonato apresente, logo após o nascimento, movimentos respiratórios rítmicos e regulares, tônus muscular adequado e FC > 100 bpm, levar o paciente à mesa de reanimação, colocar sob fonte de calor radiante, posicionar sua cabeça com uma leve extensão do pescoço, aspirar o excesso de secreções da boca e do nariz com sonda de aspiração traqueal nº 10 e, a seguir, secar e desprezar os campos úmidos, verificando novamente a posição da cabeça e, então, avaliar a respiração e a FC. Se o neonato nascesse deprimido, ou seja, sem movimentos respiratórios, sem tono ou bradicárdico, a conduta seria outra: imediata aspiração da hipofaringe e traqueia. Gabarito: letra C. Essa é a resposta de acordo com as recomendações de reanimação pediátrica do AHA (American Heart Association) 2010 e SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) 2013. Se fôssemos nos guiar pelas recomendações do AHA 2015 e SBP 2016, responderíamos também letra C, sabendo-se que se ele nascesse deprimido, ao invés da imediata aspiração de traqueia, realizaríamos os passos iniciais seguidos da ventilação com ambu + máscara.

60
Q

60 – Nasce criança de termo, filho de mãe com diabetes gestacional, com peso ao nascer = 4.100 g. Exame físico com 1 hora de vida: neurológico normal; aparente capacidade de sucção ativa. Exames laboratoriais: glicemia capilar = 35 mg/dl; hematócrito = 59%.

APÓS COLETA DE SANGUE PARA DOSAGEM DE GLICOSE, A CONDUTA É:

a) Infusão rápida de glicose intravenosa a 10% e repetir a dosagem de glicose.
b) Colocar o recém-nascido para aleitamento materno e repetir glicemia capilar.
c) Aguardar o resultado para a decisão de como proceder.
d) Administrar fórmula láctea por sonda gástrica e repetir a glicemia capilar.

A

Independentemente de seu tamanho, todos os filhos de mães diabéticas devem ser monitorizados constantemente nas primeiras horas/dias de vida. Sabemos que essas crianças têm maior risco de apresentar diversas alterações metabólicas, sendo a hipoglicemia uma das mais importantes. Por conta disso, são feitas aferições seriadas da glicemia capilar, com o intuito de identificar uma hipoglicemia, ainda que assintomática. O ponto de corte que torna necessária alguma intervenção terapêutica não é consensual e também não há consenso sobre qual intervenção deve ser adotada em função dos resultados encontrados. Porém, aceita-se que quando a glicemia for > 25 mg/dl e a criança estiver assintomática (a banca fez questão de frisar a capacidade de sucção ativa deste recém- -nascido), pode ser feita a oferta de alimento por via oral com avaliação subsequente da glicemia. Na presença de sintomas ou de níveis de glicemia inferiores a 25 mg/dl, a intervenção deve ser mais agressiva e deve ser feita infusão parenteral da glicose. Você poderia ter dúvidas em relação à letra A e ser tentado a marcá-la, mas lembre-se de que a infusão em bolus deve ser seguida de infusão contínua. E, por fim, não se esqueça de que deve ser coletado sangue para glicemia, mas que não devemos esperar o resultado para instituir o tratamento.

Resposta: letra B.

61
Q

61 – Um pediatra atende um recém-nascido de 5 dias de vida, nascido de parto normal a termo, em ambiente hospitalar, que está apresentando edema palpebral acentuado, com leve eritema e secreção purulenta em olho direito há 1 dia, dificultando, inclusive, a análise adequada do globo ocular, permitindo, porém, notar hiperemia conjuntival. A mãe refere que está com um pequeno corrimento acinzentado, junto com a loquiação. Não há sinais de celulite. Frente a esse quadro, assinale a alternativa que apresenta os agentes mais prováveis e a melhor conduta a ser tomada: a) Chlamydia trachomatis ou Neisseria gonorrhoeae. Coleta de secreção para bacterioscopia e cultura, iniciar ceftriaxona dose única EV ou IM, eritromicina via oral, higiene ocular com secreção salina e solicitar avaliação e seguimento oftalmológico. b) Chlamydia trachomatis ou Neisseria gonorrhoeae. Coleta de secreção para bacterioscopia e cultura, iniciar a tobramicina colírio e higiene com solução salina e solicitar avaliação e seguimento oftalmológico. c) Vírus. Como os vírus são os principais agentes causadores da conjuntivite, deve-se orientar higiene ocular com solução salina e, caso não haja melhora, retornar para avaliação em 24 a 48 horas. d) Conjuntivite química pelo nitrato de prata. Tranquilizar a família e orientar apenas higiene ocular com solução salina. e) Chlamydia trachomatis ou Neisseria gonorrhoeae. Coleta de secreção para cultura e solicitar à família que retorne em 3 a 5 dias para iniciar tratamento guiado pela cultura. Orientar higiene ocular com solução salina.

A

A conjuntivite química provocada pelo nitrato de prata ocorre 6 a 12 horas após o nascimento. Esta se caracteriza por sinais inflamatórios leves e resolução espontânea em 48 horas. Por outro lado, toda conjuntivite que se inicia após 48 horas de vida no recém-nascido deve ser investigada pela possibilidade de causa infecciosa. Esta é a primeira hipótese para este recém-nascido com conjuntivite no 5º dia de vida com história de corrimento materno. Os principais germes envolvidos são Neisseria Gonorrhoeae (período de incubação 2 a 5 dias) e Chlamydia Trachomatis (período de incubação 5 a 14 dias). O diagnóstico laboratorial da conjuntivite gonocócica pode ser feito pelo swab da conjuntiva, que revela presença de diplococos Gram-negativos. Enquanto o diagnóstico de conjuntivite por clamídia pode ser através do esfregaço de conjuntiva demonstrando células epiteliais com inclusões intracitoplasmáticas típicas na coloração pelo Giemsa. O tratamento deve ser imediato e, portanto, deve cobrir estes 2 microrganismos. Um dos esquemas possíveis é administrar dose única de ceftriaxona, eritromicina sistêmica por via oral em 14 dias; aplicação tópica de pomada oftálmica de eritromicina 0,5%, durante 3-4 semanas; além de frequente irrigação com solução salina. Se a infecção não for tratada adequadamente pode atingir camadas mais profundas da conjuntiva e da córnea e pode levar à cegueira. Sendo assim, todos os RN com conjuntivite hiperaguda com suspeita de infecção por estes germes devem se submeter à avaliação e acompanhamento oftalmológico. Resposta: Letra A.

62
Q

62 – Um bebê reanimado pelo pediatra no seu plantão do dia anterior, com sucesso, encontra-se agora com 31 horas de vida, no alojamento conjunto, e o mesmo médico é o responsável pela avaliação diária. Nota que o bebê está ictérico até zona 2 de Kramer. Ele nasceu com 3,6 kg e o Capurro confirmou a idade gestacional de 39 semanas. A mãe tem registrado em seu cartão pré-natal o tipo sanguíneo A+. O pediatra checa os exames coletados ontem, que mostram tipagem sanguínea do RN O+. Ele está mamando exclusivamente ao seio e seu peso hoje é de 3,490 g. Além disso, já eliminou mecônio, esverdeado, e a diurese está presente. O pediatra solicita dosagem de bilirrubina total por capilar e recebe o valor de 10,2 mg%. Quanto à icterícia, a melhor conduta é: a) Solicitar dosagem de bilirrubina sérica, total e frações, teste de Coombs direto e dosagem de reticulócitos, além de iniciar imediatamente complementação com fórmula láctea e iniciar fototerapia. b) Solicitar dosagem de bilirrubina sérica, total e frações, teste de Coombs direto e dosagem de reticulócitos, após 6 horas da primeira coleta, para então decidir a terapêutica. Manter aleitamento exclusivo. c) Iniciar imediatamente a fototerapia pelo risco de Kernicterus. d) Tranquilizar a mãe, dar alta e orientar banho de sol. e) Solicitar transferência para unidade de terapia intensiva neonatal para possível exsanguineotransfusão pela incompatibilidade ABO.

A

O enunciado nos traz um neonato, a termo, que necessitou de reanimação na sala de parto e que inicia um quadro de icterícia antes de 48 horas de vida até zona II de Kramer, ou seja, o momento de aparecimento de icterícia poderia até ser compatível com icterícia fisiológica do recém-nascido (início entre o 2º e o 3º dia de vida), mas, para confirmar, é necessário atestar se suas outras características estão presentes (bilirrubina sérica não ultrapassar 12 mg/dl, não subir mais que 5 mg/dl por dia) e se não existem outros fatores sugerindo doença (ex.: anemia, reticulocitose, anticorpos etc). Por isso, a situação ainda demanda investigação. Sabe-se que o neonato perdeu 3% (110 g) do peso de nascimento, o que é considerado fisiológico (perde-se cerca de 10% do peso de nascimento na primeira semana) e o aleitamento parece estar sendo suficiente. Além disso, o grupo sanguíneo da mãe é A+, ou seja, ela tem naturalmente anticorpos anti-B, mas o neonato é O+, ou seja, na membrana de suas hemácias não existem nem antígenos A e nem B. Por isso, esta não é uma situação de incompatibilidade ABO ou Rh, mas sabemos que existem casos (mais raros) de incompatibilidade por outros sistemas sanguíneos (antígenos C, E, sistema Kell) provocando uma anemia hemolítica imune. Além disso, existem outras causas de anemia hemolítica não imune que podem aparecer no período neonatal, como é o caso da esferocitose hereditária (anemia, reticulocitose e hiperbilirrubinemia). Logo, ainda é necessário para este bebê após 5 horas da primeira coleta: 1) Colher bilirrubinas e frações; 2) Realizar Coombs direto (em função do risco de doença hemolítica perinatal por sistemas mais raros, diferentes de ABO e Rh); 3) Colher reticulócitos e hematócrito; 4) Manter aleitamento materno. Se após esta coleta, o Coombs for negativo, a bilirrubina < 12 mg/dl, não houver ascensão dos níveis de bilirrubina acima de 5 mg/dl/h, não houver anemia ou reticulocitose, chegar-se-á ao diagnóstico definitivo de ICTERÍCIA FISIOLÓGICA. Mas vejam, é necessário excluir causas patológicas. Gabarito: B.

63
Q

63 – Passando visita no alojamento conjunto, o pediatra encontra um bebê, com 1 dia de vida, com exantema maculopapular difuso e icterícia em zona 1 de Kramer. Ao examinar a criança com mais cuidado, ele nota também hepatoesplenomegalia e áreas com alopecia no couro cabeludo. Ao conversar com a mãe, o pediatra descobre que ela teve sífilis durante a gestação e que a doença foi tratada adequadamente, porém, ela não fez seguimento sorológico pós-tratamento. Assinale a alternativa que apresenta a opção mais adequada quanto à investigação a ser realizada e o tratamento a ser realizado: a) Como a mãe afirma que tratou adequadamente a sífilis durante a gestação, o pediatra considera o bebê tratado e dá alta para seguimento ambulatorial, sem coletar exames. b) Como a mãe afirma que tratou adequadamente a sífilis durante a gestação, o pediatra faz 1 dose de penicilina benzatina no bebê e dá alta para seguimento sorológico ambulatorial. c) O pediatra colhe sorologia do bebê e da mãe (VDRL) e, se o título do VDRL da criança for superior ao da mãe, ele inicia o tratamento com penicilina cristalina por 10 dias. d) O pediatra colhe hemograma, VDRL, RX de ossos longos, liquor e VDRL no liquor da criança e inicia tratamento com penicilina cristalina por 10 dias. e) O pediatra colhe hemograma, VDRL, RX de ossos longos e, caso algum desses exames venha alterado, ele complementa com liquor e inicia penicilina procaína por 10 dias.

A

A questão nos traz um neonato com 24 horas de vida e alguns sinais patológicos, como: icterícia patológica (iniciada antes de 24 horas de vida), hepatoesplenomegalia, rash cutâneo e alopecia - ou seja, dados que, por si, sugerem infecção congênita. Na história gestacional, confirma-se o diagnóstico de sífilis inadequadamente tratada, pois não há confirmação das 3 doses de penicilina (7.200.000) registradas em cartão de pré-natal, nem confirmação de parceiro tratado ao mesmo tempo e nem mesmo confirmação da queda sorológica (VDRL) pós-tratamento. Vamos relembrar: para os RN de mães com sífilis não tratada ou inadequadamente tratada (como o nosso em questão), independentemente do resultado do VDRL do recém-nascido, deve-se realizar: hemograma, radiografia de ossos longos e punção lombar. Se houver alterações clínicas (como em nosso paciente) e/ou sorológicas e/ou radiológicas e/ou hematológicas, o tratamento deverá ser feito com penicilina G cristalina na dose de 50.000 UI/kg/dose, por via endovenosa, a cada 12 horas (nos primeiros 7 dias de vida) e a cada 8 horas (após 7 dias de vida), durante 10 dias; ou penicilina G procaína 50.000 UI/kg, dose única diária, IM, durante 10 dias. Resposta: Letra D.

64
Q

64 – Lactente, cuja mãe não fez pré-natal e no momento do parto apresentou VDRL reagente, teve alterações liquóricas e foi tratado com penicilina adequadamente. O acompanhamento ambulatorial deverá contemplar: a) Acompanhamento audiológico semestral durante 2 anos. b) Avaliação liquórica a cada 2 meses até a normalização. c) Realização de VDRL bimensal até 18 meses de idade. d) Consultas ambulatoriais bimensais no 1º ano de vida.

A

Vamos analisar cada opção e assim faremos uma breve revisão sobre o seguimento do paciente com sífilis congênita. A) Correta. Esta já é a nossa resposta. Recomenda-se o acompanhamento oftalmológico, neurológico e audiológico semestral, por 2 anos. B) Incorreta. A avaliação liquórica deve ser antes do tratamento. Nos casos em que o LCR mostrou-se alterado, deve ser realizada uma reavaliação liquórica a cada 6 meses, até a normalização do mesmo; alterações persistentes indicam avaliação clinicolaboratorial completa e retratamento. C) Incorreta. A realização de VDRL deve ser com 1, 3, 6, 12 e 18 meses de idade, interrompendo quando houver dois exames de VDRL negativos consecutivos. Diante de elevação do título sorológico ou da sua não negativação até os 18 meses de idade, reinvestigar o paciente, realizando o teste treponêmico. D) Incorreta. As consultas ambulatoriais devem ser mensais até o 6º mês de vida e bimensais do 6º ao 12º mês de vida. Resposta: letra A.

65
Q

65 – Neonato, 38 semanas, nasceu com Apgar 9 no primeiro e no quinto minuto, e peso de 2.320 g. Apresenta salivação espumante em grande quantidade e dificuldade respiratória. Como há história gestacional de polidrâmnio, o pediatra decide introduzir sonda nasogástrica e realizar radiografia de tórax. Considerando a principal hipótese diagnóstica, pode-se afirmar que os neonatos com este quadro apresentam: a) Baixo risco de mortalidade, mesmo com peso inferior a 1 kg. b) Elevada taxa de sobrevivência, superior a 90%. c) Associações sindrômicas em menos de 10% dos casos. d) Alta incidência entre membros da mesma família.

A

O enunciado nos traz um neonato a termo, com baixo peso (PN < 2.500 g), PIG, com história gestacional de polidramnia e que apresenta salivação abundante e dificuldade respiratória. O diagnóstico diante deste quadro clínico é de atresia de esôfago. Esta malformação vem associada à fístula traqueoesofágica em mais de 90% das vezes. Vamos agora analisar cada uma das opções: A: incorreta. A banca quis usar os dados presentes no Nelson, mas acabou se equivocando em um conceito (o que não prejudicou a questão). A bibliografia afirma que “lactentes com peso de nascimento < 1.500 g ao nascimento apresentam MAIOR risco de mortalidade”, o que não necessariamente quer dizer que apresentam um risco ALTO. Contudo, sabemos que crianças que apresentam um peso ao nascer inferior a 1 kg têm alto risco de mortalidade, independentemente da presença de atresia de esôfago. Assim, a opção está incorreta. B: correta. A taxa de sobrevivência é > 90%, graças ao grande desenvolvimento do cuidado intensivo neonatal, do reconhecimento precoce da condição e da intervenção apropriada. C: incorreta. 50% dos pacientes apresentam a anomalia de forma isolada, mas 50% apresentam outras malformações como a síndrome VATER ou VACTERL. D: incorreta. Existe baixa incidência de casos familiares. Resposta: letra B.

66
Q

66 – O “teste do reflexo vermelho” é uma ferramenta de rastreamento de alterações que possam comprometer a transparência dos meios oculares e, segundo o Ministério da Saúde, deve ser realizado: a) Após o primeiro mês quando alterado. b) Aproveitando a luminosidade da sala de parto. c) Com o feixe de luz a 10 cm de cada olho. d) Rotineiramente até o terceiro ano de vida.

A

O teste do reflexo vermelho é uma ferramenta de rastreamento de alterações que possam comprometer a transparência dos meios oculares, tais como catarata (alteração da transparência do cristalino), glaucoma (alteração da transparência da córnea), toxoplasmose (alteração da transparência do vítreo pela inflamação), retinoblastoma (alteração da transparência do vítreo pelo tumor intraocular), descolamentos de retina tardios. O teste do reflexo vermelho deve ser realizado utilizando um oftalmoscópio direto, a 30 cm do olho do paciente, em sala escurecida. Não havendo necessidade de colírios. Todos os nascidos devem ser submetidos ao teste do reflexo vermelho antes da alta da maternidade e pelo menos 2 a 3 vezes ao ano nos 3 primeiros anos de vida. Uma vez detectada qualquer alteração, o neonato precisa ser encaminhado para esclarecimento diagnóstico e conduta precoce em unidade especializada. Resposta: letra D.

67
Q

67 – Lactente, 2 meses, apresenta massa endurecida na região cervical direita com inclinação cervical para a direita, rotação cervical esquerda, limitação da inclinação cervical lateral esquerda e da rotação cervical para a direita. Não há sinais flogísticos e adotava esta postura desde o nascimento; sem outras alterações no exame físico e exames de imagem normais. Considerando a idade dessa criança, a opção imediata para o tratamento é: a) Liberação cirúrgica da musculatura. b) Injeção intramuscular de toxina botulínica. c) Medidas posturais e alongamento. d) Uso de anti-inflamatórios e repouso.

A

A questão nos apresenta um lactente de 2 meses de vida, apresentando postura viciada de lateralização cervical para a direita e limitação dos movimentos, com massa palpável nesta topografia, porém sem sinais flogísticos associados ou qualquer outra alteração ao exame físico ou complementar e sem sinais de gravidade. Trata-se de um caso de Torcicolo Congênito (TC). O TC é definido como uma contratura unilateral do músculo esternocleidomastoideo que, em geral, se manifesta no período neonatal ou em lactentes. Em crianças com TC, a cabeça fica inclinada para o lado do músculo afetado e rodada para o lado oposto. O diagnóstico é feito clinicamente, observando-se as limitações nos movimentos do pescoço, a elevação do ombro no lado do músculo contraturado e a posição da cabeça em inclinação ipsilateral e rotação contralateral. Um nódulo pode estar presente na porção média do músculo esternocleidomastoideo em aproximadamente 20% dos pacientes. A incidência do TC é de 1:250 recém-nascidos e a etiologia ainda não está esclarecida, e a base de seu tratamento se constitui de orientação postural e fisioterapia. Resposta: letra C.

68
Q

68 – Assinale a opção CORRETA em relação à fontanela posterior: a) É sempre palpável ao nascimento. b) Pode não se fechar, sem constituir patologia. c) Quando palpável, sinaliza problema neurológico. d) Fecha-se em torno de 2 a 4 meses. e) Fecha-se após 2 anos de vida.

A

Um RN tem duas fontanelas ao nascimento: uma fontanela anterior em forma de losango, na junção dos ossos frontal e parietal, que está aberta no momento do nascimento, e uma fontanela triangular posterior na junção dos ossos parietal e occipital que pode medir cerca de uma polpa digital (média 0,6 cm) ou pode estar fechada ao momento do nascimento. A fontanela anterior fecha-se em torno do 6º-9º ao 18º mês de vida, e a fontanela posterior fecha-se aos 2 meses. A persistência das fontanelas abertas pode denunciar uma série de problemas, tais como hidrocefalia. A melhor resposta é a letra D.

69
Q

69 – É sinal clínico indicativo da primeira fase do Kernicterus o (a): a) Febre. b) Hipotonia. c) Hipertonia. d) Opistótono. e) Irritabilidade.

A

O quadro de Kernicterus evolui em uma fase aguda e em uma fase crônica. A fase aguda, caracterizada pelas 3 fases descritas a seguir, surge em torno do segundo ao quinto dia nos RN a termo e pode aparecer até o sétimo dia em pré-termos. – Fase 1: hipotonia, letargia, má sucção e choro agudo durante algumas horas. – Fase 2: instalam-se hipertonia da musculatura extensora (opistótono), convulsões e febre. – Fase 3: a hipertonia diminui ou cede e é substituída por hipotonia, que se instala após a primeira semana. Os sobreviventes desenvolvem a fase crônica, com sequelas, como coreoatetose, surdez, espasmo muscular involuntário (distúrbios extrapiramidais) e retardo mental. Assim, a característica inicial é a hipotonia, como indicado na opção B.

70
Q

70 – Os pais de um recém-nascido prematuro, nascido com 1.000 g, querem saber o motivo pelo qual o médico recomendou o uso de palivizumabe ao seu filho. O médico orienta que a indicação é: a) Controle do processo inflamatório após hemorragia intraventricular. b) Controle do processo inflamatório da displasia broncopulmonar. c) Prevenção da infecção pelo citomegalovírus. d) Prevenção da infecção pelo vírus respiratório sincicial. e) Controle do processo inflamatório da retinopatia da prematuridade.

A

Palivizumabe é indicado para a prevenção de doença grave do trato respiratório inferior causada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em pacientes pediátricos com alto risco para doença por VSR. Está indicado especificamente para crianças prematuras, com doença pulmonar crônica ou condições cardiovasculares graves. No Brasil, esse imunobiológico está disponível na rede pública para as seguintes categorias de crianças: • RN prematuros com menos de 28 semanas de idade gestacional e menores de um ano de idade pós-natal, após alta hospitalar; • Crianças menores de dois anos de idade, portadoras de cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica importante ou com doença pulmonar crônica da prematuridade, que necessitaram de tratamento nos seis meses anteriores ao período de sazonalidade do VSR. Resposta: letra D.

71
Q

71 – Em relação à icterícia com predomínio de bilirrubina indireta no período neonatal, qual é a afirmativa ERRADA a) Em casos de prolongamento da icterícia por mais de duas semanas, deverá ser afastada causa de tratamento cirúrgico. b) Início antes de 24 horas de vida frequentemente se deve à doença hemolítica. c) O aleitamento materno está associado ao aumento na incidência de icterícia. d) Se o recém-nascido tiver perdido mais de 10% do peso de nascimento poderá haver falsa interpretação dos valores da bilirrubina.

A

Muita atenção! O enunciado pergunta: qual a afirmativa ERRADA em relação à icterícia com predomínio de bilirrubina INDIRETA. Então, vamos à análise das alternativas. Opção A: INCORRETA. A principal causa CIRÚRGICA de icterícia prolongada é a atresia de vias biliares, condição que, entretanto, leva ao predomínio de bilirrubina DIRETA, e não indireta. O autor deixa claro que se refere à hiperbilirrubinemia INDIRETA e, por isso, esta afirmação é incorreta em relação ao enunciado. Opção B: correta. A principal causa de hiperbilirrubinemia indireta nas primeiras 24 horas de vida é a doença hemolítica perinatal. Apesar da incompatibilidade Rh ser mais intensa e grave, a incompatibilidade do sistema ABO é mais frequente. Opção C: correta. Existem duas formas de icterícia associada ao leite materno. 1) Forma precoce (icterícia do aleitamento materno) - Sabe-se que os RN amamentados exclusivamente no seio materno são fisiologicamente mais ictéricos do que os alimentados com fórmulas nos primeiros dias de vida. Isso se deve a um aumento na circulação êntero-hepática, por uma ingesta de leite insuficiente relacionada às dificuldades do início da amamentação e, consequentemente, pela menor quantidade de eliminação do mecônio. No final da primeira semana, RN alimentados exclusivamente ao seio materno podem apresentar nível elevado de bilirrubina. 2) Forma tardia (icterícia do leite Materno) - Tem um início mais tardio e afeta 2-4% dos RN a termo. Ao redor do 4º dia, ao invés de haver a queda esperada nos níveis de bilirrubina como manda a história natural da icterícia fisiológica, sua concentração continua a subir até o 14º dia de vida, podendo alcançar cifras de 20-30 mg/dl! Se o aleitamento é continuado, estes níveis estabilizam e caem lentamente, atingindo níveis normais em 4 a 12 semanas. Se o aleitamento for suspenso, os níveis caem rapidamente em 48 horas. Estes bebês apresentam-se saudáveis, com bom ganho ponderal, não apresentam qualquer alteração de função hepática ou de hemólise. Quanto ao seu mecanismo patogênico, não se conhece muito, mas parece existir fatores no leite materno que interferem com o metabolismo da bilirrubina. Além disso, quando comparados com bebês alimentados com fórmula infantil, verificamos que os amamentados ingerem betaglicuronidase presente no leite (enzima que converte a BD em BI a nível intestinal, facilitando a sua reabsorção), têm menor colonização bacteriana intestinal (o que diminui a conversão da BD em estercobilina) e excretam menos fezes. Opção D: correta. A perda de mais de 10% do peso de nascimento na primeira semana de vida, ou ainda, mais de 5% nos 3 primeiros dias de vida podem ser sinais de alimentação/aporte calórico insuficiente, ou ainda um sinal sutil de que possa haver causa patológica da hiperbilirrubinemia indireta dos primeiros dias de vida. Como o enunciado nos pede a opção INCORRETA, temos como resposta a letra A.

72
Q

72 – Felipe, 23 dias, é atendido com icterícia desde os primeiros dias de vida. Primeiro filho nasceu a termo, bom peso e sem nenhuma intercorrência. Alta conjunta e está em aleitamento humano exclusivo, ganhando 30 g/dia. Excelente estado geral, mama bem, fezes estão claras e a urina considerada normal. Ao examiná-lo, você observa icterícia zona II para III e o restante do exame é normal. Assinale a alternativa CORRETA: a) Tranquilizar a mãe, pois a criança está bem e ganhando peso, marcar nova avaliação em 1 mês. b) Orientar banhos de sol e manutenção do leite humano. c) Solicitar coleta de bilirrubinas e transaminases. d) Orientar a suspender o leite materno e utilizar fórmula de leite de vaca própria para a idade. e) Encaminhar o paciente ao especialista para avaliação em 3 meses.

A

O enunciado nos traz um neonato de 23 dias com icterícia + fezes claras (acolia fecal), denunciando a possibilidade de colestase neonatal. Apesar de, aparentemente, termos alguns sinais de que não há doença em atividade (bom ganho ponderal, aparência saudável, urina sem alterações), temos dois pontos fundamentais a serem percebidos: a manutenção da icterícia além do 7º dia de vida em um RN a termo e, o mais evidente, a acolia fecal. Esses são indícios definitivos de que estamos diante de um bebê colestático, que, logo, demanda investigação e tratamento imediatos para excluir a hipótese, no caso, a mais provável, de atresia de vias biliares. Nesse momento, portanto, a abordagem inicial deve envolver a coleta de exames gerais, como a bilirrubinemia e a avaliação da função hepática e da integridade dos hepatócitos. Gabarito: letra C.

73
Q

73 – Recém-nascido de parto cesárea, na ausência de trabalho de parto, prematuro tardio e peso de nascimento: 2.350 g, evoluiu com desconforto respiratório precoce, necessitando de suporte de oxigenoterapia, sob hood com fiO2: 30%, apresentando à radiografia de tórax: alargamento de espaços intercostais, com retificação de arcos, além de cisurite à direita. O diagnóstico mais provável neste caso é: a) Síndrome do desconforto respiratório. b) Síndrome de aspiração meconial. c) Síndrome de aspiração do líquido amniótico. d) Pneumonia intrauterina. e) Taquipneia transitória do recém-nascido.

A

Atente para os seguintes detalhes: parto cesáreo, ausência de trabalho de parto, fiO2 30% e cisurite. Eles são a chave para o diagnóstico deste desconforto respiratório apresentado pelo RN. A taquipneia transitória do recém-nascido, ou síndrome do pulmão úmido, é uma condição que está relacionada ao retardo da absorção do líquido pulmonar após o nascimento. A criança nasce “afogada”! O grande fator de risco para o desenvolvimento do quadro parece ser o nascimento na ausência de trabalho de parto. De que forma isso é possível? Pelo nascimento através da operação cesariana eletiva (por isso o parto cesáreo é um fator de risco para a condição). O tratamento é essencialmente de suporte. Em geral, o desconforto respiratório não é grave e são necessárias baixas concentrações de oxigênio, como o nosso paciente em questão. Os aspectos radiográficos típicos da taquipneia incluem um aumento da trama vascular, a presença de cisuras marcadas e, por vezes, pequenos derrames. Também pode haver hiperinsuflação e cardiomegalia. Resposta: letra E.

74
Q

74 – RN de 36 semanas apresenta desconforto respiratório precoce, com gemência audível com estetoscópio, com leve batimento de asa de nariz, tiragem intercostal, sendo colocado em CPAP nasal com progressiva necessidade de aumento de fração inspirada de oxigênio. A radiografia de tórax no leito com 6 horas de vida é mostrada a seguir. Qual a conduta que melhor beneficiaria o recém-nascido, ocasionando menos riscos, dentre as abaixo citadas? a) Diurético de alça. b) Corticoide sistêmico. c) Ventilação mecânica. d) Surfactante exógeno.

A

Paciente prematuro com desconforto respiratório precoce piorando progressivamente. A radiografia de tórax evidencia infiltrado difuso, nos remetendo a imagem de vidro fosco. Tais achados clínicos e radiológicos nos fazem pensar na síndrome do desconforto respiratório (ou doença da membrana hialina), caracterizada pela deficiência quantitativa e qualitativa de surfactante pulmonar associada à imaturidade deste órgão. Atualmente, esse quadro pode ser modificado pelo uso precoce de surfactante exógeno e suporte ventilatório. Esse, sempre que possível, deve ser iniciado com ventilação não invasiva. A ventilação mecânica invasiva está indicada para os casos de insuficiência respiratória ou episódios repetidos de apneia, não descritos na questão. Resposta: letra D.

75
Q

75 – Criança com 30 dias de vida comparece à consulta e evidencia-se teste do pezinho alterado (positivo) para hipotireoidismo. Qual a CORRETA abordagem clínica para essa criança? a) Solicitar dosagens séricas de TSH e T4 livre. b) Repetir o teste do pezinho antes de novos exames. c) Iniciar tratamento e referenciar para centro especializado. d) Solicitar dosagem do T4 livre em amostra de papel de filtro.

A

Existem 2 alternativas para o procedimento de triagem neonatal do hipotireoidismo congênito: - Alternativa 1: medida do Hormônio Estimulante da Tireoide (TSH) em amostras de sangue colhidas em papel de filtro. Em caso de TSH > 20 mUI/L, devemos solicitar nova amostra para dosar TSH e T4 no soro. - Alternativa 2: medida de T4, seguida de medida de TSH na mesma amostra quando o T4 é menor que o percentil 10. No Programa de Triagem Neonatal, os resultados de rastreamento positivos devem sempre ser seguidos de dosagem de T4 (total ou livre) e de TSH em amostra de sangue venoso, obtida com a maior brevidade possível, para confirmação diagnóstica. A realização dos exames nesta sequência permite a detecção da maioria dos casos. Resposta: letra A.

76
Q

76 – Ao avaliar a alta hospitalar de um recém-nascido de 38 semanas com tipagem sanguínea “O negativo”, em adequado aleitamento materno exclusivo, eliminações fisiológicas, observa-se icterícia neonatal zona II de Kramer, sendo coletado bilirrubina sérica com 48 horas de vida com o seguinte resultado: BT = 9,0 mg/dl, com BI de 8,3 mg/dl. Procede-se a análise do risco conforme o nomograma de Bhutani. Não há história de icterícia em irmãos. Com relação à icterícia apresentada pelo recém-nascido, qual a conduta médica? a) Iniciar fototerapia em alojamento conjunto. b) Alta hospitalar com retorno em 72 horas para reavaliação. c) Postergar alta hospitalar, repetir dosagem de bilirrubinas com 72 horas de vida. d) Postergar alta hospitalar, com observação até o 5° dia de vida quando ocorre o pico de hiperbilirrubinemia.

A

Temos aqui um caso de icterícia neonatal e a questão quer que definamos a conduta. Antes de tudo, precisamos avaliar se há algum indício de causa patológica para esta condição. Como não há predomínio da forma direta de bilirrubina, a icterícia não apareceu nas primeiras 24 horas de vida, o valor da bilirrubina total não é muito elevado e não há sintomas associados à icterícia, não há indícios de que estamos frente a uma icterícia patológica. Mesmo assim, precisamos decidir o que deve ser feito com nosso paciente: alta? Fototerapia? Nova dosagem de bilirrubinas? Vamos rever os fatores de risco maiores para o desenvolvimento de hiperbilirrubinemia significativa em recém-nascidos > 35 semanas de idade gestacional: - Icterícia observada nas primeiras 24 horas; - Incompatibilidade de grupos sanguíneos com Coombs direto positivo, outra doença hemolítica conhecida (deficiência de G6PD); - Céfalo-hematoma ou contusões/equimoses significativas; - Prematuridade, com IG de 35-36 semanas; - Aleitamento materno exclusivo, particularmente se a perda de peso for excessiva; - Irmão mais velho recebeu fototerapia; - Nível de BT na zona de alto risco antes da alta hospitalar; - Etnia asiática. O nomograma nos mostra que, para um bebê nascido com 38 semanas de idade gestacional, com 48 horas de vida, podemos classificá-lo como em zona de risco intermediário baixo para hiperbilirrubinemia. Vemos, portanto, que o RN em questão não apresenta nenhum fator de risco maior para hiperbilirrubinemia significativa. Sendo assim, a conduta deve ser a alta hospitalar com reavaliação posterior. Resposta: letra B.

77
Q

77 – Durante o exame físico de um recém-nascido, no 2º dia de vida, que nasceu por parto normal, a termo, Apgar 9 e 10, foi relatado um abaulamento limitado ao osso parietal esquerdo. Ao exame, constatam-se, na área da lesão, coloração normal da pele, ausência de pulsação e de alteração durante o choro. Os reflexos neurológicos do recém-nascido são normais e o RX de crânio normal. O diagnóstico mais provável é: a) Bossa serossanguinolenta. b) Céfalo-hematoma. c) Trauma local. d) Celulite subcutânea do recém-nascido. e) Fontanela bregmática ampla.

A

Recém-nascido de parto normal sem achados clínicos relevantes, exceto pela alteração ao exame do crânio, um abaulamento limitado ao osso parietal esquerdo. Na palpação do couro cabeludo, detectam-se abaulamentos com relativa frequência, como na bossa serossanguinolenta e no céfalo-hematoma. A descrição feita no enunciado é característica do céfalo-hematoma que ocorre após rompimento de vaso subperiosteal por trauma do parto (apresentação cefálica). Por esta razão, é formado um abaulamento, que desaparece paulatinamente em 2 semanas a 3 meses. O tamanho do céfalo-hematoma deve ser acompanhado, mas é raríssimo ser necessária alguma intervenção para estancar o sangramento ou drenar eventual abscesso decorrente de contaminação. O céfalo-hematoma pode ser diferenciado da bossa serossanguinolenta uma vez que, no primeiro, o abaulamento não ultrapassa a sutura, enquanto, no segundo, este limite não é respeitado. Na bossa serossanguinolenta há um abaulamento subcutâneo com ou sem equimose, desaparecendo em alguns dias. Resposta: letra B.

78
Q

78 – Um recém-nascido prematuro, com peso de nascimento de 1.110 g, apresentou sinais radiológicos, no terceiro mês de vida, caracterizados como doença metabólica óssea (ou osteopenia da prematuridade). Essa doença é consequência: a) Do hipoparatireoidismo absoluto que leva à reabsorção óssea. b) Da baixa mineralização óssea devida à baixa produção de 1,25-(OH)2D3 pelo prematuro. c) Do hipoparatireoidismo relativo que leva à baixa absorção de cálcio. d) Da baixa mineralização óssea devida à baixa oferta de cálcio e fósforo após o nascimento. e) Do hipoparatireoidismo absoluto que leva à calciúria e à fosfatúria.

A

A doença metabólica óssea (também chamada osteopenia da prematuridade) é uma complicação da prematuridade, principalmente dos RN de extremo baixo peso, caracterizada pela desmineralização óssea. A deficiência de cálcio e fósforo é a principal causa da osteopenia da prematuridade e se estabelece por uma oferta dietética e absorção intestinal menor do que aquela necessária para a alta taxa de metabolismo ósseo deste período. A demanda destes íons no terceiro trimestre de gestação é de 120 mg/kg/dia de cálcio e 60 mg/kg/dia de fósforo. Além disso, o uso de nutrição parenteral total prolongada, de corticoides, perda renal de fósforo e terapia com diuréticos também são fatores que corroboram o mecanismo de perda de cálcio/fósforo. Resposta: letra D.

79
Q

79 – Uma mãe fez tratamento para sífilis durante o pré-natal, não sabendo informar detalhes, mas lembre-se de que, na maternidade, a criança fez uma injeção muscular de penicilina e foi agendada consulta no ambulatório de seguimento para exames posteriores. Podemos presumir que, ao nascer, os exames laboratoriais e radiológicos foram, respectivamente: a) Negativos/positivos. b) Ambos positivos. c) Positivos/negativos. d) Ambos negativos.

A

Questão um tanto quanto confusa, mas vamos em frente. Ao nos informar que a mãe não sabia informar quanto ao tratamento realizado no pré-natal, a banca provavelmente quis dizer que não havia informações sobre o tratamento realizado na gestante. Neste caso, diz-se que o tratamento foi inadequado. A criança que nasce de uma mulher com sífilis inadequadamente tratada é, por definição, um caso de sífilis congênita. Nestes casos, devemos realizar os seguintes exames: VDRL do sangue periférico, hemograma, radiografia dos ossos longos e punção lombar para avaliação liquórica. Se houver alteração liquórica, deverá ser feito o tratamento com 10 dias de penicilina cristalina. Se o liquor for normal, mas houver qualquer outra alteração, deverá ser feito o tratamento durante 10 dias com penicilina cristalina ou procaína. Se todos os exames forem normais, incluindo o VDRL negativo, poderá ser feito o tratamento com dose única de penicilina benzatina por via intramuscular, desde que exista garantia do seguimento desta criança. A descrição de administração de uma dose única de penicilina indica que o que foi feito, na verdade, foi uma dose única de penicilina benzatina. Assim, como foi este o tratamento feito para essa criança, podemos supor que todos os exames realizados foram negativos. Resposta: letra D.