PCR Flashcards
Qual a definição de morte súbita cardíaca?
É a morte natural de causa cardíaca que se manifesta através de perda da consciência dentro de 1h após o início dos sintomas. *Apesar de a definição usar 1h como tempo, a maioria ocorre em segundos e sem sintomas premonitórios.
A morte súbita cardíaca sempre evolui para óbito?
NÃO!!! Pois quando a PCR é abortada, usamos o tempo morte súbita cardíaca abortada.
O que é e quais eventos antecedem a morte biológica (óbito)?
É a perda irreversível da consciência associada à perda irreversível da função cardiopulmonar. Os eventos que antecedem são a PCR (morte súbita cardíaca) ou algo progressivo, como SDMOS.
Quando a PCR evolui para óbito?
Quando as funções encefálicas são irreversivelmente extinguidas.
Quais os aspectos avaliados na etiopatogenia da morte súbita cardíaca?
O ritmo da PCR e qual a causa da PCR.
Quais os ritmos cardíacos ligados à PCR?
Assistolia, FV, atividade elétrica sem pulso (AESP) e TV.
Qual o ritmo cardíaco mais relacionado com a PCR e como ele evolui?
A FV, sendo responsável por 60-80% das PCRs extra-hospitalares. É interessante comentar que ele evolui, após cerca de 10 minutos, para assistolia, pela grande isquemia e injúria generalizada do miocárdio e das células do sistema de condução.
O que é a AESP?
É a presença de um ritmo cardíaco que não a FV ou TV, porém sem pulso arterial detectável.
Qual o mecanismo arritmogênico da FV?
Há a formação de múltiplos circuitos de reentrada no ventrículo, sendo necessário um ventrículo doente para isso, com as células com conduções e períodos refratários diferentes associados a um gatinho, geralmente uma extrassístole. Pode ser originado de uma TVM, TVP ou de uma extrassístole.
Qual o mecanismo arritmogênico da assistolia?
Pode ser originada de uma FV, porém existem algumas situações que fazem com que a assistolia seja mais frequentemente o ritmo relacionado à PCR, como em cardiomiopatia isquêmica + IC avançada + distúrbios de condução e em distúrbios sistêmicos graves, como hipóxia, acidose, choque, SDMOS, AVC. Nesses casos há uma falência concomitante do nó SA, AV, His e Purkinje, não havendo possibilidade de um ritmo de escape.
Qual o ritmo cardíaco mais ligado à PCR intra-hospitalar? Explique.
A AESP e assistolia em 2/3 dos casos, sendo a FV apenas responsável por 1/3. Isso pois esses pacientes apresentam maior chance de apresentarem uma doença de base que diminui a chance de ser a FV a responsável, como hipóxia, acidose, sepse, etc.
O que é a AESP?
É uma situação em que o coração não consegue gerar uma contração mecânica eficaz apesar do estímulo elétrico.
Quais as causas mais comuns de AESP?
Insuficiência respiratória e hipovolemia. A ausência de fluxo pode ocorrer também por um bloqueio no retorno venoso ao VE, como TEP maciço.
Quais as principais etiologias da PCR extra-hospitalar?
Doença coronariana (80% das mortes súbitas cardíacas extra-hospitalares), cardiomiopatias dilatada e hipertrófica, TVMS, valvopatias (p estenose aórtica grave), CCs, arritmias induzidas por drogas (cocaína, drogas que aumentam o QT) e sem causa estrutural (WPW, Brugada, QT longo congênito, FV idiopática e commotio cordis).
O que desencadeia a PCR nos coronariopatas?
A isquemia miocárdica, ocorrendo geralmente por trombos nas coronárias. A isquemia promove a dispersão da refratariedade e lentificação da condução (pela acidose local). Caso ocorra um gatilho, como EV, pode haver degeneração para FV.
Qual outra situação dos coronariopatas também está relacionada com a FV?
A reperfusão miocárdica após oclusão coronariana, sendo o influxo de cálcio nos miócitos e a presença de radicais livres do O2 são responsávels por tal ocorrido.
Quais pacientes com cardiomiopatia dilatada estão sob maior risco de morte súbita cardíaca?
Os com FE < 40% e com história prévia de síncope.
Qual a importância da cardiomiopatia hipertrófica como causadora de morte súbita cardíaca?
É a principal causa de morte súbita em indivíduos previamente assintomáticos com menos de 35 anos de idade.
O que é e qual o mecanismo do commotio cordis?
É uma FV que surge em decorrência de um impacto forte sobre o tórax, mesmo em indivíduos jovens e previamente hígidos. O provável mecanismo é a conversão da energia mecânica do impacto em estímulo elétrico, que atinge o miocárdio no final da onda T (fenômeno R sobre T).
Qual a epidemiologia da morte súbita cardíaca?
Há uma distribuição bimodal, sendo mais frequente em < 1 ano (morte súbita infantil) e entre 45-75 anos. *Interessante comentar que cerca de 2/3 dos casos ocorre em pacientes que não percentem a grupos de risco (coronariopatas, cardiopatas, etc).
Quais os FR para morte súbita cardíaca?
Como a principal causa é a doença coronariana, os FR para esta doença são para a morte súbita cardíaca, como o tabagismo, dislipidemia, HVE, sedentarismo, HAS, DM, obesidade. Para cardiopatas, quanto menor a FE, o risco é ABSURDAMENTE maior.
O que é a PCR?
Cessação súbita da atividade cardíaca que provoca: irresponsividade, respiração agônica ou apneia e ausência de pulso/circulação. Parada é diferente de morte: se eu tratar a morte, é uma distanásia.
Como a PCR afeta o cérebro e o coração?
Cada minuto em PCR significa maior lesão neurológica (pela ausência de fluxo sanguíneo) e maior perda da massa cardíaca, fazendo com que o coração perca sua viabilidade dentro de alguns minutos.
Qual a ÚNICA forma de tratamento da FV?
O CHOQUE!!! (desfibrilação elétrica).
Qual a relação do tempo em FV com a chance de reversão da PCR?
A cada minuto que se passa, diminui em 10% a chance de reversão dessa PCR (após 10 minutos, a chance é < 5%). Se não for corrigida, toda FV se degenera em assistolia por degeneração miocárdica e do sistema de condução.
Como manter o coração do paciente “vivo” e o sistema neurológico o mais intacto possível até a chegada do desfibrilador?
Através da RCP: massagem cardíaca (MC) bem feita mantém a perfusão cerebral e miocárdica, aumentando o sucesso da desfibrilação e amplia a janela de oportunidade para a reversão da PCR.
Quais os princípios de uma massagem cardíaca (MC) bem feita?
Compressões afundam 5-6 cm do tórax, em uma frequência de 100-120/minuto, permitindo o retorno COMPLETO do esterno e não deve ficar mais do que 10s sem MC (só se ESTRITAMENTE necessário). Push hard (5-6 cm), push fast (100-120 bpm) and allow recoil.
Quais as ÚNICAS medidas capazes de reduzir a mortalidade nas vítimas de PCR?
MC bem feita e pronta desfibrilação elétrica.
Como fazer a primeira abordagem à vítima desacordada?
1° deve-se garantir a segurança de cena. 2° deve-se reconhecer a PCR. 3° chamar ajuda!!! Uma pessoa sozinha não é capaz de reverter uma PCR. 4° sequência BLS.
Como reconhecer o paciente em PCR?
Sacudir os ombros do paciente e fazer estímulo verbal ou bater nos pés (se < 1 ano), avaliando, AO MESMO TEMPO, a respiração. Se ele não responder e não estiver respirando ou estiver em “gasping” (respiração agônica) pode-se assumir que está em PCR. LEIGOS NÃO DEVEM CHECAR PULSO. Nós médicos iremos checar o pulso por 5-10 segundos.