HAS + Dislipidemia + Sd Metabólica Flashcards
Qual a epidemiologia da HAS?
32,5% da população brasileira, sendo mais comum e mais grave nos negros.
Comente sobre a definição de HAS.
É uma definição arbitrária, já que já são identificados aumentos na mortalidade e desfechos CV com a PA aumentando à partir de 115x75, não havendo um ponto de inflexão claro de um nível de pressão que aumente MUITO a mortalidade.

O que é a estimativa do RCV?
É uma estimativa de o paicente vir a desenvolver eventos futuros CV, como IAM e AVC.
Qual a importância do RCV no contexto da HAS?
É importantíssimo ser definido pela escolha da “agressividade” na terapêutica anti-hipertensiva.
Qual a melhor forma de calcular o RCV?
Através de um modelo multifatorial (não de apenas um único escore).
Como estimar o RCV pela SBC?
- Para hipertensos: toma por base os níveis pressóricos, a presença de fatores de risco CV (FRCV) adicionais, lesões de órgão-alvo (LOA), DCV estabelecida e/ou nefropatia = somar o risco atríbuível ao grau de HAS com o risco atribuível a outros fatores. - Independentemente se HAS ou não (qualquer pessoa entre 30-74 anos): avaliação de múltiplos FRCV.
Quais LOA devem ser pesquisadas para estimar o RCV?
Cardiopadia hipertensiva (HVE, IC), doença coronariana/cerebrovascular (USG doppler de carótidas, VOP carótido-fermoral > 10 m/s, ITB < 0,9), DRC estágio III e albuminúria (30-300 ou relação albumina/cratinina entre 30-300).
Como definir HVE?
ECG: índice de Sokolow-Lyon (somatório da maior onda R em V5 ou V6 com a onda S em V1) ≥ 35 mm ou onda R em aVL ≥ 11 mm ou índice de Cornell-voltagem > 2440. Eco: índice de massa do VE > 115 g/m² (H) ou > 95 (M).
Quais DCV definem RCV alto em pacientes com PA ≥ 130 x 85?
Doença cerebrovascular (AVC, AIT), doença coronariana (angina instável ou estável, IAM, revascularização prévia), ICFER ou ICFEN, DAP sintomática em MMII, retinopatia avançada (exsudatos/hx/papiledema).
Quais os critérios dx para sd metabólica?
3 ou mais dos abaixo: 1) Obesidade abdominal: > 102 (H) ou > 88 (M). 2) HDL: < 40 H e < 50 M. 3) TGC > 150 ou tratamento para hiperTGC. 4) PA: PAS ≥ 130 e/ou PAD ≥ 85 mmHg (ou tto para HAS0. 5) Glicemia ≥ 100 ou tratamento para DM.
Quais as metas pressórias para os pacientes com HAS?
1) HAS I com RCV baixo: < 140x90 mas a meta deve ser próximo a 120 x 80. 2) HAS com alto RCV (DM, LOA, DCV, DRC estabelecidos): < 130x80, cuidando para não reduzir a PAD < 70 (curva em J da doença coronariana).
Quais pacientes com HAS merecem mais cuidados na redução da PA e por quê?
Idosos e pacientes com DRC, pois uma redução abrupta na pressão pode determinar maiores quedas e redução da TFG, aumentando a mortalidade desses pacientes.
Qual a definição de HAS?
São níveis médios de PA que conferem risco significativo de eventos CV (IAM, AVC, etc). Deve ser aferido em 2 consultas.
Quais os tipos de HAS?
1ária (essencial): idiopática e corresponde à maior causa de HAS. 90-95%. 2árias: 5-10%. Exemplo: HRN.
Qual a fisiopatologia da HAS essencial?
Tudo se inicia na retenção de água e sal pelos rins, aumentando a volemia e, consequentemente, o DC. A elevação do DC eleva a PA, promovendo aumento da RVP a fim de manter o fluxo orgânico constante, havendo queda no DC. A PA elevada promove um remodelamento vascular, estimulando a liberação de substâncias tróficas que irão promover proliferação e desarranjo celular na parede do vaso, culminando na hipertrofia da muscular e redução no lúmen, aumentando a RVP. A renina é muito incriminada na patogenia da HAS, pois ela estimula o SRAA que irá promover renteção de água e sódio e vasoconstrição, além de efeito trófico vascular pela AT II. O BPN e a prematuridade também estão relacionados ao desenvolvimento de HAS essencial na vida adulta.
Quais os cuidados para se aferir a PA?
3-5 minutos em repouso, sentado, pés no chão, braço na altura do coração, bexiga vazia, sem cigarro nos últimos 30 minutos e exercício nos últimos 60 minutos.
Como os ruídos de Korotkoff se alteram na aferição da PA?
1a: corresponde à PA sistólica (som nítido). 2a: som suave. 3a: som amplificado. 4a: som abafado. 5a: desaparece (PA diastólica).
Como fazer o dx da HAS?
1) Média de 2 medidas em, pelo menos, 2 consultas ≥ 140/90 (diretriz americana: ≥ 130/80) ou aferição única com PA > 180/110.
2) MAPA: ≥ 130/80 (24h) (125/75) ou ≥ 135/85 (vigília) (130/80) ou ≥ 120/70 (sono) (110/65).
3) MRPA: ≥ 130/80.
4) Lesão de órgão-alvo que só a HAS pode fazer (ex: retinopatia hipertensiva).
5) Medida isolada: ≥ 180x110.
O que é a HAS do jaleco branco?
A pessoa NÃO tem HAS de verdade, mas ela parece que tem, pois durante a consulta, há uma intensa ansiedade e a PA aumenta durante a consulta, sendo aferida uma PA alta, porém é apenas naquele momento. Pode ser contornado pelo MAPA/MRPA.
O que é o efeito do jaleco branco e a hipertensão sistólica isolada?
EJB: Aumento transitório na PA (pelo menos 20 na PAS e/ou 10 na PAD) quando medida por profissional da saúde.
HSI: é uma entidade típica do idoso que é definida por PAS > 140 com PAD < 90. Aumenta consideravelmente o risco de eventos CV.
O que é a HAS mascarada?
É um paciente que TEM HAS, porém durante a consulta o paciente apresenta uma PA baixa, porém durante o restante do dia ela apresenta a PA elevada. A pessoa relaxa durante a consulta e a PA abaixa. Pode ser contornado pelo MAPA/MRPA.
Quais as lesões de órgão-alvo (LOA) da HAS?
Coração: coronariopatia, cardiopatia hipertensiva (HVE, IC). Cérebro: doença cerebrovascular, demência vascular. Retina: retinopatia hipertensiva. Rim: nefropatia hipertensiva. Doença arterial periférica (aterosclerose).
Vasos: formação de aneurismas por comprometimento aterosclerótico, especialmente abdominal (risco de ruptura importante quando aorta abdominal > 5 cm).
Quais as consequências vasculares da HAS? Explique cada um.
Arterioseclerose hialina (espessamento hialino nas arteríolas, diminuindo seu lúmen, podendo levar ao comprometimento orgânico lento e progressivo), arteriosclerose hiperplásica (ocorre na hipertensão acelerada maligna com níveis de PA > 200x120, sendo responsável pela nefroesclerose hipertensiva maligna), microaneurismas de Charcot-Bouchard (pequenas dilatações pós estenóticas nas pequenas artérias cerebrais penetrantes, ocorrendo como consequência da arterioesclerose hialina. É responsável pelo AVCh da HAS) e aterosclerose.
O que é a aterosclerose? Comente sobre sua HND.
É uma doença da parede arterial em que há a formação, na camada íntima das artérias, de placas com um cerne lipídico envolvo por capa fibrosa (as placas de ateroma). Essas placas podem obstruir parcialmente o lúmen vascular, determinando isquemia induzida pela maior demanda metabólica do órgão (angina estável, angina mesentérica, claudicação intermitente) ou evoluir para um trombo oclusivo, levando às sd isquêmicas agudas (AVE, IAM, IMA, gangrena de MMII).

