ONCOCERCOSE Flashcards
A Oncocercose, também conhecida como
“cegueira dos rios”,“mal do garim-peiro”, “volvulose” e “erisipela da costa”
A Oncocercose é causada pelo
Onchocerca volvulus
MORFOLOGIA
Possuem cutícula espessa e cor branca, sendo que a fêmea mede entre 30 e 80 cm de comprimento e o macho entre 3 e 5 cm. Vivem enovelados na forma chamada oncocercoma. Não apresentam bainha de revestimento nem periodicidade noturna (diferencial da filariose). Possuem longevidade de até 12 anos e as fêmeas liberam em torno de mil microfilárias, que sobrevivem por até 2 anos.
CICLO BIOLÓGICO
Inicia-se com a picada de mosquitos vetores do gênero Simulium infectados pela larva de terceiro estádio (L3). Após penetrar no tecido subcutâneo, as larvas desenvolvem-se à forma adultas e esses habitam o tecido subcutâneo humano, formando nódulos fibrosos enovelados de parasitas (oncocercomas) sobre superfícies ósseas, em várias regiões, como ombros, membros inferiores, pelves e cabeça.
Nos oncocercomas, o contato entre macho e fêmea propicia a reprodução sexuada, gerando as formas larvárias, conhecidas como microfilárias. Acredita-se que as microfilárias alcançam a rede linfática, sendo absorvidas por novos insetos após picada no hospedeiro infectado. Ainda pela rede linfática consegue migrar pelo corpo, chegando a outros tecidos, como globo ocular, baço, mesentério e rins, porém não circulam necessariamente no sangue.
Nos mosquitos, as filárias atravessam a parede intestinal e migram pela hemolinfa até alcançar músculos torácicos, onde se desenvolvem em larvas de estágio 1 e, posteriormente, estágio 3, a forma infectante. Em uma próxima picada, as L3 que alcançam são inoculadas em um novo hospedeiro humano, dando continuidade ao ciclo.
Transmissão
Ocorre por meio da picada de mosquitos vetores do gênero Simulium, também conhecidos como “borrachudos”, infectados pela larva de terceiro estádio (L3).
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
O indivíduo infectado pode ser assintomático ou apresentar manifestações que surgem de 1 a 3 anos após infecções. Na pele, observam-se nodulações móveis, exantema, prurido generalizado caracterizando a dermatite oncocercosa, formação de pápulas ou vesículas, , atrofia cutânea, despigmentação e hiperqueratose (“pele de leopardo”). Também pode ocorrer linfadenopatias leves a moderadas. As manifestações cutâneas predominam em regiões de proeminência óssea, como espinhas ilíacas, costelas, tuberosidades isquiais, região sacrococcígea, joelhos e cotovelos.
A doença ocular ocorre em quadros crônicos de parasitose em regiões com alta endemicidade, variando de alterações visuais leves até cegueira completa . Os pacientes inicialmente apresentam lacrimejamento e fotofobia, evoluindo para edema palpebral e congestão de vasos ciliares e córneos, culminando em lesões irreversíveis e perda total da visão.
Além disso, essa parasitose pode ocasionar uveíte anterior ou iridociclite (deformação da pupila), atrofia óptica, neurite óptica e coriorretinite, sendo essas importante causas de cegueira nas regiões endêmicas.
Diagnóstico
Clínico-epidemiológico: Observação de sinais e sintomas, bem como pode ser realizada palpação. Deve-se atenção ao local e condições de vida do paciente, sobretudo em regiões endêmicas dessa parasitose.
Laboratorial: Biópsia de pele é a principal forma de diagnóstico, possibilitando a observação dos vermes adultos dentro do oncocercoma.
Na doença ocular, pode se utilizar também o exame oftalmológico de lâmpada de fenda para encontrar microfilárias na câmara anterior, além de lesões inflamatórias sugestivas de ceratite.
Outra opção é o teste de Mazzotti: consiste em administrar dietilcarbamazina (DEC - anti-parasitário
utilizado no tratamento de Filariose Linfática) e observar manifestações cutâneas resultantes (erupção papular). A justificativa é que existe morte de muitos
parasitas em curto período (por volta de 15 minutos), gerando inflamação e piora das lesões cutâneas. Quando se administra DEC por via oral, o paciente
pode apresentar manifestações cutâneas e sistêmicas graves, portanto, atualmente opta-se por realizar apenas administração tópica da medicação em região
com oncocercomas.
TRATAMENTO
Ivermectina por via oral 150 mcg/kg a 200 em dose única, semestralmente ou anualmente.
O tratamento cirúrgico pode ser necessário em casos de nódulos.
PROFILAXIA
Tratamento dos portadores de microfilária;
monitoramento e tratamento em massa dos residentes em regiões endêmicas, de forma regular;
Combate aos simulídeos.
Utilização de telas e repelentes
Uso de roupas com manga comprida
Habitat
Vermes adultos: oncocercomas no tecido subcutâneo ou onde o inseto picar
Microfilárias: pele, vasos linfáticos, sangue, baço, rins, olhos
Oncocercomas são
Vermes adultos mortos que geram processo inflamatório, dor, calcificação e fibrose. São gerados no local da picada.