FILARIOSE Flashcards

1
Q

A filariose ou elefantíase é a doença causada pelos parasitas nematoides

A

Wuchereria bancrofti, Brugia malayi e Brugia timori

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2
Q

Tem como transmissor os mosquitos dos gêneros

A

A fêmea do mosquisto Culex, Anopheles, Mansonia ou Aedes, presentes nas regiões tropicais e subtropicais.

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3
Q

No Brasil o vetor primário e principal é o

A

Culex quinquefasciatus

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4
Q

MORFOLOGIA DO VERME ADULTO

A

O macho adulto possui corpo delgado e branco leitoso. Mede de 3,5 a 4 cm de comprimento e 0,1 mm de diâmetro. A sua extremidade anterior é afilada e a posterior enrolada ventralmente. No macho, os
órgãos reprodutivos são representados por duas espículas na região posterior.

Já a fêmea adulta possui corpo delgado e branco-leitoso. Mede de 7 a 10 cm de comprimento e 0,3mm de diâmetro. A sua extremidade anterior afilada apresenta uma região dilatada com papilas sensoriais e a boca. Na parte posterior enrolada ventralmente, encontram-se os órgãos reprodutivos. Na fêmea, os ovos embrionados podem ser encontrados na parte distal do útero e as microfilárias (larvas alongadas)
estão na parte mais proximal.

Possui órgãos genitais duplos, com exceção da vagina, que é única e se exterioriza em uma vulva localizada próximo à extremidade anterior.

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5
Q

MORFOLOGIA DA MICROFILÁRIA

A

As microfilárias medem de 250 a 300 μm de comprimento e se movimentam ativamente pela corrente sanguínea do hospedeiro. Possuem uma membrana extremamente delicada e que funciona como uma “bainha flexível”. A bainha cuticular lisa é apoiada sobre numerosas células subcuticulares e células somáticas.

Ainda sobre a bainha, esta é importante, pois alguns filarídeos encontrados no sangue não possuem tal estrutura, sendo este um dos critérios morfológicos para o diagnóstico diferencial.

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6
Q

MORFOLOGIA DA LARVA

A

São encontradas no inseto vetor (Culex quinquefaciatus). A larva de primeiro estádio (L1) mede cerca de 300 μm de comprimento e é proveniente da transformação da microfilária. Essa larva se diferencia em larva de segundo estágio (L2), duas a três vezes maior, e sofre nova muda originando a larva infectante (L3).

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7
Q

CICLO BIOLÓGICO

A

É do tipo heteroxênico. A fêmea do Culex quinquefasciatus, ao exercer o hematofagismo em pessoas parasitadas, ingere microfilárias que, no estômago do mosquito e após poucas horas, perdem a bainha e atravessam a parede do estômago do inseto. Em seguida, caem na cavidade geral e migram para o tórax, onde se alojam nos músculos torácicos e
transformam-se em L1.

Uma semana após o repasto infectante, ocorre a primeira muda originando a L2. Esta cresce muito e, após cerca de duas semanas depois, sofre a segunda muda para larva infectante (L3), medindo aproximadamente 2mm, que migra pelo inseto até alcançar a probóscida (“lábios do mosquito”).

Quando o inseto volta a picar e faz o seu repasto sanguíneo, ocorre a penetração da larva L3 pela pele lesada de um novo hospedeiro humano. As larvas migram para os vasos linfáticos, tornando-se vermes adultos e, entre seis a oito meses depois, as fêmeas grávidas produzem as primeiras microfilárias (período prépatente longo).

Ou seja, a W.bancrofti possui formas evolutivas diferentes nos hospedeiros vertebrados e nos invertebrados: no ser humano, encontraremos as filárias (vermes adultos) e microfilárias; no mosquito, encontraremos larvas.

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8
Q

HÁBITAT

A

Os vermes adultos são observados sobretudo nos vasos e gânglios linfáticos humanos, vivendo em média cerca de 4 a 8 meses nesses locais.

Já as microfilárias vivem na circulação sanguínea do hospedeiro vertebrado.

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9
Q

Uma característica peculiar deste parasito

A

É a periodicidade noturna de suas microfilárias no sangue periférico do hospedeiro humano, pois, durante o dia, essas formas se localizam nos capilares profundos, principalmente nos pulmões, ao passo que à noite, surgem no sangue periférico, apresentando o pico da microfilaremia por volta das 24 horas.

Interessante observar que o pico da microfilaremia periférica coincide, na maioria das regiões endêmicas, com o horário preferencial de hematofagismo do principal inseto transmissor, o Culex quinquefasciatus.

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10
Q

TRANSMISSÃO

A

Ocorre pela picada do inseto vetor (fêmea de C. quinquefasciatus) e deposição das larvas infectantes na pele lesada do ser humano.

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11
Q

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

A

Possui uma variedade de manifestações clínicas que podem ser devido aos vermes adultos no sistema linfático ou às resposta imune/inflamatória do hospedeiro contra microfilárias.

No caso dos assintomáticos, na realidade, esses podem apresentar doença subclínica com danos nos vasos linfáticos (dilatação e proliferação do endotélio) ou no sistema renal (hematúria microscópica), o que demonstra necessidade de atenção médica precoce.

As principais manifestações agudas são a linfagite, que parte da raiz do membro à extremidade, e a adenite associada à febre a mal estar.

Quanto às manifestações crônicas comuns, a hidrocele frequentemente se desenvolve na ausência de reações inflamatórias prévias. A elefantíase geralmente se localiza nos membros inferiores, é o resultado da somatória de um processo inflamatório com fibrose crônica, hipertrofia do tecido conjuntivo, adenite, dilatação e edema dos vasos linfáticos, o que justifica o aumento exagerado do volume do órgão com queratinização e rugosidade da pele. A incidência e gravidade das manifestações aumentam com a idade e as lesões crônicas podem se tornar irreversíveis. Alguns pacientes também podem apresentar comprometimento renal (quilúria).

Pode ocorrer também Eosinofilia pulmonar tropical (EPT): hiperresposta imune devido a síndrome caracterizada por sintomas de asma brônquica

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12
Q

PATOGENIA

A

Os pacientes assintomáticos ou com manifestações discretas podem apresentar alta microfilaremia, enquanto aqueles com elefantíase ou outras manifestações crônicas não apresentam microfilaremia periférica ou esta é bastante reduzida.

As possíveis ações verificadas são:
Ação mecânica: Pode resultar em estase linfática com dilatação dos vasos linfáticos ou derramamento linfático. Caso o derramamento ocorra na cavidade abdominal, observa-se a ascite linfática e, na túnica escrotal, a linfocele.

Ação irritativa: Resulta em a linfangite retrógrada (inflamação dos vasos) e adenite (inflamação e hipertrofia dos gânglios linfáticos). Fenômenos alérgicos, como urticárias e edemas extrafocais também podem ser obervados.

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13
Q

O que é o quadro conhecido como eosinofilia pulmonar tropical (EPT)?

A

Trata-se de uma hiperresposta imunológica a antígenos filariais em que se constata um aumento de IgE e hipereosinofilia, o que leva ao surgimento de
abscessos eosinofilicos com microfilárias e. posteriormente. ao aparecimento de fibrose intersticial crônica nos pulmões, comprometendo a função desse órgão.

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14
Q

A elefantíase é caracterizada por

A

Um processo de inflamação e fibrose crônica do órgão
atingido, com hipertrofia do tecido conjuntivo, dilatação dos vasos linfáticos e edema linfático.

Inicialmente, há hipertrofia da derme, porém a epiderme é normal. Com a progressão da doença, há esclerose da derme e hipertrofia da epiderme,
dando a aparência típica da elefantíase:

Em resumo: elefantíase é caracterizada pela inflamação, fibrose crônica com hipertrofia do tecido conjuntivo, edema linfático.

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15
Q

DIAGNÓSTICO

A

CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO: Numa área endêmica, a história clínica de febre recorrente associada adenolinfangite ou constatação de alteração pulmonar, eosinofilia sanguínea e suspeita de EPT podem ser indicativos de infecção filarial.

O principal diagnóstico diferencial da Elefantíase por Filariose é o linfedema causado por erisipelas de repetição. Cronicamente, isso leva a dilatação de vasos linfáticos e edema. Além disso, deve-se fazer diagnóstico diferencial com outras causas de linfedema, como linfedema primário, malignidade e tuberculose.

LABORATORIAL: Pesquisa de microfilárias no sangue: a gota espessa; peridiocidade noturna e a técnica de filtração em membrana de policarbonato, que possui maior sensibilidade por conseguir detectar cargas parasitárias pequenas.

Pesquisa de anticorpos e antígenos circulante: técnica imunoenzimática (ELISA ou imunocromatografia);

Pesquisa do DNA do parasito

Pesquisa de vermes adultos: Uso da ultrassonografia para detectar a presença e localização de vermes adultos vivos, principalmente nos vasos linfáticos escrotais de pacientes microfilarêmicos assintomáticos.

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16
Q

PROFILAXIA

A

Baseada em evitar o contato humano-vetor, sendo esse controle determinado por três pontos básicos:

Tratamento de todas as pessoas parasitadas e monitoramento dos residentes em regiões endêmicas, de forma regular;

Combate ao inseto vetor;

Melhorias sanitárias em conjunto da educação em saúde (utilização de telas, repelentes e roupas adequadas).

17
Q

TRATAMENTO

A

Visa reduzir ou prevenir a morbidade em
indivíduos com infecção ativa, corrigir alterações provenientes do parasitismo, como o edema e a hidrocele e impedir a transmissão a novos hospedeiros.

Utiliza-se citrato de dietilcarbamazina (DEC): 6 mg/kg/dia, via oral, durante 12 dias.
Em conjunto a esse medicamento, ivermectina: dose única de 200-400 μg/kg (não atua sobre os vermes adultos, não curando completamente a infecção). Um substituto da ivermectina, nesse caso, é o Albendazol

Para o tratamento do linfedema, recomenda-se intensiva higiene local, com uso de água, sabão e, quando for necessário, realizar aadministração de antibióticos, para combater infecções bacterianas que agravam o quadro.

18
Q

O que diferencia do oncocerca

A

Presença de Bainha e peridiocidade noturna são característicos de microfilárias de Wuchereria Bancrofti.

19
Q

Contrariedade da microfilaremia:

A

Pacientes assintomáticos possuem alta microfilaremia e, portanto, oferecem riscos;

Pacientes com elefantíase apresentam pouca ou nenhuma microfilaremia.