Trypanosoma Flashcards
Os parasitas do Gênero Trypanosoma apresentam 3 estágios evolutivos:
amastigotas = forma ovoide, de pequena dimensão e pouca mobilidade. É a forma intracelular no hospedeiro vertebrado.
epimatigotas = corpo celular longo e achatado, com cinetoplasto redondo e posteriorizado. O flagelo atravessa toda a extensão da célula, aderido pela
membrana ondulante. Pode ser encontrada nos líquidos intersticiais. Fica no Hospedeiro invertebrado e realiza fissão binária.
tripomastigotas = forma alongada e fusiforme, com cinetoplasto discoide e próximo ao núcleo. O flagelo emerge longe da extremidade anterior, colado à membrana celular pela membrana ondulante.
Apresenta duas formas: sanguínea fina e larga (encontrada nos exames parasitológicos de sangue) e metacíclica (forma infectante presente nas fezes ou urina do barbeiro, o vetor). A forma sanguínea é morfologicamente semelhante à forma metacíclica, diferenciando-se apenas pelo tamanho de seu flagelo: é maior.
Não possuem forma de vida livre, com
uma exceção.
Ainda como características,
De acordo com a visão atual, os Tripanosomas de mamíferos são
Ocorre a presença de kDNA. Apresenta uma única e longa mitocôndria que percorre quase todo o citoplasma de sua única célula. No entanto, há uma região peculiar em que cerca de 15 a 20% de todo material genético do protozoário se concentra. Esta região recebe o nome de cinetoplasto.
Além do formato celular alongado com flagelo único, presença de genes de cianobactérias e de plantae. A glicólise é do tipo compartimentalizada.
flagelados monofiléticos
O gênero é constituído por 2 seções:
Na primeira, a transmissão ocorre por meio do contato com … enquanto que na segunda
Salivaria, dita mais recente e, Stercoraria, mais antiga.
do contato com a saliva do vetor,
contato com as suas fezes.
A seção de interesse, Stercoraria, caracteriza-se por apresentar
Formas Tripomastigotas com flagelo livre;
Cinetoplasto grande, não terminal;
Reprodução em mamíferos apenas em duas formas;
Formação de metatripanosomos na porção final do trato digestivo dos vetores;
Transmissão contaminativa, ou seja, pelos resíduos fecais.
Parasita que pode ser classificado tanto em uma seção quanto na outra, pois apresenta particularidades de ambas
Trypanosoma (Tejeraia) rangeli
Trypanosoma (Schizotrypanum) cruzi é a espécie causadora da
doença de Chagas.
Quanto aos reservatórios vertebrados,
reservatório trata-se de um sistema ecológico (formado por várias espécies) no qual o parasita sobrevive. Esse sistema deve ser consistente, equilibrado e ser considerado sempre numa escala espaço-temporal única.
Existem diferentes formas de transmissão,
sendo a principal via
vetor por suas fezes. Este, normalmente possui hábitos domiciliares, no entanto na Região Amazônica existem triatomíneos não domiciliados.
CB NO HOSPEDEIRO VERTEBRADO
Adesão celular - interiorização - vacúolo fagocitário - Ruptura do vacúolo e início da transformação para a forma amastigota - Transformação amastigota p/ tripomastigota - Tripomastigota dentro e fora da célula
Heteroxênico = possui fase de multiplicação
intracelular no hospedeiro vertebrado (homem e mamíferos pertencentes a sete ordens diferentes: cachorros, gatos, macacos) e extracelular no inseto vetor (triatomíneos).
No ser humano podem ser encontradas as formas amastigotas, intracelulares ( só se desenvolve em macrófagos), e no sangue circulante as formas tripomastigotas (por isso chamadas de tripomastigotas sanguícolas).
Ao picar o ser humano, o vetor triatomíneo (barbeiro) elimina formas tripomastigotas metacíclicos nas suas fezes durante o próprio repasto sanguíneo.
Tripomastigotas penetram pelo local da picada e interagem com células do sistema fagocítico mononuclear da pele ou mucosas.
Neste local, ocorre a transformação dos tripomastigotas em amastigotas, que aí se multiplicam por divisão binária simples.
A seguir, ocorre a diferenciação dos amastigotas em tripomastigotas, que são liberados da célula.
Estes tripomastigotas caem na circulação sanguínea, podendo:
• …atingir outras células de qualquer tecido ou órgão para cumprir novo ciclo celular;
• …ser destruídos por mecanismos imunológicos do hospedeiro;
• … ser ingeridos por triatomíneos, onde cumprirão seu ciclo extracelular;
Hospedeiro intermediário invertebrado
hemípteros da subfamília Triatominae (T. infestans, magistus, braziliensis, pseudomaculata e sordita)
O T. cruzi se reproduz apenas
assexuadamente, por divisão binária!
CB NO HOSPEDEIRO INVERTEBRADO
Os triatomíneos se infectam ao ingerir tripomastigotas presentes no sangue do hospedeiro vertebrado durante a hematofagia.
No estômago do inseto esses tripomastigotas se transformam em epimastigota, que se reproduzem por divisão binária no intestino médio.
Na porção final do tubo digestivo, as epimastigotas se diferenciam em tripomastigotas metacíclicas, infectantes para os vertebrados, sendo eliminadas nas fezes ou urina do triatomíneo.
Outras formas de transmissão
Transmissão pelo vetor: As formas infectantes para o homem são os tripomastigotas metacíclicos contidos nas fezes dos insetos, que penetram facilmente através das mucosas e das conjuntivas ou de qualquer solução de continuidade da pele.
Transfusão sanguínea: importância do controle rigoroso em bancos de sangue.
Transmissão congênita: O diagnóstico diferencial é feito pelo encontro do T. cruzi na placenta ou pesquisa de anticorpos IgM anti T. cruzi no soro do recém nascido.
Transmissão oral: destacam-se surtos relatados através do consumo de caldo de cana e açaí relatados no país.
Transmissão sexual: ocorre mais comumente em casos de homem susceptível com mulher infectada em
período menstrual; existem relatos de eliminação do T. cruzi no esperma de homens infectados.
Também pode ocorrer através de acidentes de laboratório e transplantes.
PERÍODO DE INCUBAÇÃO
Varia entre uma e três semanas. Nas infecções transfusionais, esse período costuma ser mais longo e pode estender-se até mais de 60 dias.
Manifestações clínicas Fase aguda
FASE AGUDA( 10 dias a meses): através das manifestações locais, quando o T. cruzi penetra na conjuntiva (sinal de Romaña) ou na pele (chagoma de inoculação). Pode ser sintomática ou assintomática (mais frequente), a depender do estado imunológico do hospedeiro.
As manifestações gerais são febres, edema localizado e generalizado, hepatomegalia, esplenomegalia, e às vezes, insuficiência cardíaca e perturbações neurológicas. O óbito, quando ocorre, é devido a meningoencefalite aguda ou a insuficiência cardíaca por miocardite aguda difusa. + FIBROSE
Determina qual o tipo de F. crônica
Manifestações clínicas Fase Crônica
FASE CRÔNICA (anos): Após a fase aguda, os sobreviventes passam por um longo período assintomático (10 a 30 anos). Esta fase é chamada de forma indeterminada, pois têm um prognóstico incerto: tanto podem evoluir para as formas crônicas típicas, como permanecer latentes.
A forma indeterminada é caracterizada pelos seguintes parâmetros: positividade de exames sorológicos e parasitológicos +/-; ausência de sintomas; eletrocardiograma convencional normal; coração, esôfago e cólon radiologicamente normais (sem megas). Há lesões semelhantes ao sintomático mas menos intensa (cardite discreta e denervação do SNA) e produção de anticorpos líticos indicando doença ativa. Pode raramente gerar óbito
Já na forma crônica sintomática, os sintomas se manifestam em duas formas principais: a cardíaca e a digestiva.
Forma Cardíaca - Cardiopatia chagásica crônica assintomática ou sintomática: Cardiomegalia; Insuficiência Cardíaca Congestiva; Arritmias; Fenômenos tromboembólicos; vertigens; dor precordial; perda de consciência.
Forma Digestiva - Representada principalmente pelos megas NA MUSC. LISA (dilatações permanentes e difusas das vísceras ocas), onde aparecem alterações morfológicas e funcionais importantes, como, por exemplo, megacólon gerando peritonite, megaesôfago, megaduodeno, megabexiga, etc… Os sintomas principais são: disfagia, odinofagia, dor retroestemal, regurgitação, pirose, soluço, tosse , sialose, alteração na secreção e absorção, dor, prurido, e denutrição
Forma Mista -
DIAGNÓSTICO
Clínico: Origem e história de viagem do paciente, presença dos sinais de entrada (sinal de Romana e/ou chagoma de inoculação), acompanhados de sintomas (Falta de ar, palpitações, perda de consciência, digafia e obstipação prolongada) fazem suspeitar de fase aguda da doença de Chagas:
Exames de imagem: As alterações cardíacas (reveladas pelo ECG), do esôfago e do cólon (reveladas pela radiogrtafia) e as alterações digestivas e do esôfago e do cólon (reveladas pelos raios X constratado) fazem suspeitar da fase crônica da doença.
No período agudo: e parasitemia é alta e por isso recomenda-se principalmente a pesquisa de parasitos no sangue através de exames parasitoscópicos do
sangue (a fresco, gota espessa, esfregaço sanguíneo, exame de creme leucocitário, microhematócrito, Método de Strout, coloraçao por Giemsa), punção-biópsia de linfonodo, imunofluorescência, a hemaglutinação etc.
Na fase crônica: a parasitemia é baixa e por isso são mais indicadas as provas imunológicas; o xenodiagnóstico e a hemocultura ou a inoculação em animais de laboratório. + 2 teste sorológicos diferentes.
No sangue, a parasitemia provoca uma hipoproteínemia com redução da soro-albumina e aumento das globulinas α, β e γ. O hemograma ainda pode apresentar uma ligeira leucocitose, com linfócitos, mas há tendência à leucopenia, podendo levar a uma anemia grave.
Outros exames laboratoriais são a IMUNOFLORESCENCIA + HEMOAGLUTINAÇÃO
Profilaxia
Combate aos triatomíneos, interrompendo o ciclo parasitário, e à melhoria das habitações rurais.
A transmissão transfusional deve ser evitada pela exclusão de candidatos a doadores que sejam positivos nos testes sorológicos para o T. cruzi. e pela adição de substâncias tripanossomicidas ao sangue, sempre que não for possível a identificação e
a exclusão dos doadores suspeitos.
Melhoria das habitações rurais;
Combate ao barbeiro com uso de inseticidas
Levantamento das espécies implicadas;
Controle da transmissão congênita.
A doença de Chagas também é conhecida como
tripanossomose
Tratamento
Depende do estágio
Benzonidazol: 5 a 8mg/kg/dia por 60 dias. Possui efeitos apenas contra as formas sanguíneas.
Nifurtimox: 8 a 12 mg/kg por dia. Age contra as formas sanguíneas e parcialmente contra as formas teciduais.
Os medicamentos até hoje desenvolvidos só agem na forma tripomastigota sanguínea. Porém, como a doença de Chagas é geralmente diagnosticada na sua fase crônica, os medicamentos não são eficazes contra forma sanguínea larga (presente na fase crônica) ou contra a fase metacíclica
Vale salientar que o tratamento só é indicado na fase aguda da doença. Na fase crônica, faz-se apenas controle das sequelas (tratamento sintomático).
Vetor
barbeiro (em outras regiões, também é conhecido como chupança, bicho-barbeiro, bicho-de-parede, bicudo, cascudo, fincão, percevejão, procotó, vunvum), insetos hemípteros, reduviídeos, triatomíneos.
Diferenciação dos hemípteros conforme o habito alimentar
fitófago - Aparelho bucal reto e que ultrapassa o primeiro par de patas
predador - aparelho bucal curto e curvo
hematófago - Aparelho bucal reto e que não ultrapassa o primeiro par de patas
Ciclo de vida dos triatomíneos
ovos
ninfa de 1º ao 5º estáio
fêmea adulta
Resp. imune
Humoral ( IgM, G1, G2, G3, G4)
Celular ( NK, IL-1/ IL-2 / NO)